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08 junho 2024

Receita de jornais e o efeito da internet

Nas últimas décadas, a mídia impressa sofreu perdas significativas nos leitores, já que a internet se tornou a principal fonte de informação para a maioria das pessoas. Para muitos observadores, isso sugere que a internet é responsável pelas lutas contínuas da indústria jornalística, mas há pouca evidência causal para apoiar tais alegações.

Em um artigo no American Economic Journal: Applied Economics, os autores Manudeep Bhuller, Tarjei Havnes, Jeremy McCauley e Magne Mogstad fornecem novas evidências que iluminam a relação entre acesso à internet e mídia impressa tradicional. Eles mostram que a adoção da Internet pode desencadear reduções substanciais nos leitores impressos, mas pode levar a aumentos igualmente grandes nos leitores de notícias on-line. No entanto, apesar dessa substituição, as receitas dos jornais ainda podem cair drasticamente.

Suas descobertas são baseadas em uma análise de dados detalhados do mercado de mídia norueguês e na implantação da Internet de banda larga. A figura 7 do artigo dos autores ilustra o impacto da internet nas receitas dos jornais na Noruega de 2000 a 2010.

 

O gráfico mostra as receitas reais dos jornais por família norueguesa (linhas pretas sólidas) e receitas contrafactual previstas na ausência de internet de banda larga (linhas pretas derramadas). As receitas estão na coroa norueguesa ajustada pela inflação de 2010, que era cerca de um sexto de um dólar americano na época.

O painel esquerdo retrata as receitas totais reais e contrafactuais para os jornais, juntamente com as perdas estimadas decorrentes de vendas mais baixas (cinza claro) e diminuição da receita de publicidade (cinza escuro). O painel à direita mostra as receitas de vendas reais e contrafactual ao longo do período, com a diferença dividida em perdas previstas da quantidade de jornais vendidos (cinza claro) e o preço de cada cópia vendida (cinza escuro).

Nos dois primeiros anos do período antes da internet de banda larga estar amplamente disponível, as receitas eram praticamente estáveis e havia pouca diferença entre os valores reais e contrafactual. Mas por volta de 2003, o acesso à banda larga começou a colocar um impacto significativo nas receitas dos jornais, como indicado pela divergência das linhas sólidas e frustradas. Em 2010, a internet reduziu as receitas de vendas de jornais em pouco mais de 20%, com a queda no volume de vendas respondendo por mais de 80% da queda.

No geral, a internet exerce uma pressão significativa sobre o modelo de negócios da mídia impressa na Noruega. No entanto, os autores também mostram que a indústria de jornais foi notavelmente resiliente contra os grandes declínios nas receitas. A indústria respondeu ajustando em várias margens, como cortar custos, reduzindo os insumos de mão-de-obra e alterando o produto de impressão disponível para os clientes, reduzindo o tamanho da folha e alterando o conteúdo do jornal. 

Traduzido daqu

10 agosto 2022

História usando jornais

Este blog já postou vários textos usando os jornais, especialmente brasileiros e digitalizados da hemeroteca da Biblioteca Nacional. Muitos dos textos são reveladores sobre a história da contabilidade. Agora um texto do NBER discute sobre o uso desta base de dados. Apesar da ferramente ser valiosa, o texto reconhece algumas limitações. 

Eis o abstract:

Digitized historical newspaper databases offer a valuable research tool. A rapidly expanding set of studies use these databases to address a wide range of topics. We review this literature and provide a toolkit for researchers interested in working with historical newspaper data. We provide a brief description of the evolution of historical newspapers, focusing on aspects that are likely to have implications for the design of empirical studies. We then review the main databases in use. We also discuss some key challenges in using these data, most importantly the fact that even the most extensive datasets contain only a selected sample of the universe of historical newspaper articles. We offer tools for evaluating the comprehensiveness of available newspaper datasets, show how to assess potential identification concerns, and suggest some solutions.

Há uma grande variedade de fontes citadas no texto como o British Newspaper Archive, entre outros e a quantidade de cada biblioteca encontra-se a seguir:
O fluxo a seguir mostra como o resultado da pesquisa histórica em jornais pode ser enviesado



23 dezembro 2020

Imprensa pode melhorar a qualidade da contabilidade


A imprensa pode melhorar a qualidade da informação contábil. Um estudo (via aqui), da Universidade do Arkansas, descobriu que notícias da imprensa (The Wall Street Journal, The New York Times , o Washington Post, o Chicago Tribune, Forbes, The Economist, Economic Times, Kiplinger, Accounting Today, Wired e CFO Magazine) podem ajudar na qualidade da auditoria das empresas. 

Quando uma auditoria é questionada no seu trabalho, que inclui notícias de fraudes, por exemplo, estas empresas aumentam a atenção dada às auditorias. Basicamente, nenhuma Big Four quer estar na primeira página do The Wall Street Journal. 

A pesquisa também encontrou que as empresas de auditoria tentam gerenciar a reputação, pois notícias negativas possuem custos de crescimento e retenção de clientes. 

“Coletivamente, nossa evidência sugere que a mídia de notícias funciona como um mecanismo de supervisão informal eficaz das firmas de auditoria, ao direcionar a atenção do auditor e melhorar a qualidade da auditoria”, disse o estudo.

(...) As descobertas sugerem que “a mídia de notícias funciona como um mecanismo de supervisão informal eficaz de firmas de auditoria ao direcionar maior atenção do auditor e melhorar a qualidade da auditoria.

26 março 2018

Ironia: Facebook pede desculpas nos jornais

Não passou desapercebido. Diante da crise do Facebook, a empresa decidiu usar um canal de comunicação com o público mais "confiável": recorreu à mídia tradicional para pedir desculpas. O Facebook usou anúncios de página inteira em jornais, como New York Times, Wall Street Journal, Washington Post e em 6 jornais britânicos

No texto, Zuckerberg diz:

“nós temos a responsabilidade de proteger suas informações. Se não conseguimos fazer isso, nao merecemos”. “Vc deve ter ouvido falar de um app de quiz desenvolvido por um pesquisador de uma universidade que vazou dados do Facebook de milhões de pessoas em 2014. Isso foi uma quebra de confiança, e peço desculpas por não termos feito mais naquela época. Agora estamos tomando medidas para assegurar que isso não aconteça de novo”.

02 fevereiro 2018

Atenção e mercado acionário

A literatura acadêmica fornece evidências de que quando a mídia em geral destaca uma ação específica, é bem provável que esse ativo atraia a atenção de investidores, o que pode causar pressão em seus preços. Essa atenção a meios de comunicação não especializados é explicada pelo fato de investidores menos sofisticados dependerem mais fortemente de informações públicas, uma vez que não têm acesso a gama de canais de informação dos investidores profissionais.
Este artigo investiga a relação entre o volume de negociação no mercado de ações brasileiro e a atenção do investidor. Utilizamos as coberturas jornalísticas de cada empresa como medida de atenção dos investidores, divulgadas no jornal de maior circulação e no jornal de negócios líder no Brasil.
Os resultados deste artigo mostram que o volume de negociação é alto no dia de publicação das notícias nos jornais (ou seja, no dia seguinte ao evento). Esse resultado sugere que investidores menos especializados são influenciados pelos jornais de grande circulação.
Contudo, essa relação positiva ocorre apenas em períodos em que o índice de ações está relativamente alto e para notícias ruins em relação à firma. Além disso, as empresas menos visíveis na mídia são mais suscetíveis a esse efeito quando as notícias são divulgadas simultaneamente em ambos os jornais.


Artigo aqui

01 fevereiro 2017

Mulheres e negócios

Acompanho o site Feminist Frequency, que pesquisa sobre a participação das mulheres. Aqui o relatório anual da entidade, com as realizações e um pequeno fluxo de caixa (afinal somos um blog de contabilidade). Este site também produz vídeos sobre as realizações das mulheres.

Também percebo a grande presença de homens no principal jornal de negócios do Brasil, o Valor Econômico (foto ao lado). Isto é perturbador, quando sabemos que a diretora de redação é mulher, além de termos um dos editores-executivos do sexo feminino (dos três), duas chefes de redação (ou 100%) e cinco repórteres especiais (em onze). Ou seja, quem faz o Valor não é um bando de homens. Mas se o leitor olhar as páginas do jornal, as fotografias são preponderantes do gênero masculino. Na edição de hoje, 28 fotos de homens e um retrato de uma mulher, na seção internacional. Ontem foi um pouco melhor: 23 homens estamparam suas faces no jornal versus 9 mulheres; mas observe que nesta edição tivemos um caderno especial sobre educação continuada, onde das onze fotografias, cinco eram de mulheres. De qualquer forma, em duas edições - eu sei que a amostra é limitada, mas creio que aumentar o número de jornais pesquisados não irá afetar este resultado - 16% das fotografias eram de mulheres.

Será que o jornal não estaria expressando a realidade do mundo dos negócios, onde a grande maioria seria composta por homens? Apesar da crescente participação das mulheres na força de trabalho, acredito que ainda são minoritárias nos cargos de comando no país. Mas isto está mudando. As mulheres já são quase maioria nos cursos de pós-graduação; no curso de contábeis da UnB, por exemplo, 45% dos discentes são mulheres; e no meu departamento são 30% dos docentes. Tudo parece conduzir para o aumento da participação do gênero feminino.

17 março 2016

Notícia de Jornal

O Correio Braziliense publicou uma reportagem sobre a questão da segurança na minha universidade. Segundo o jornal

Apenas 50% dos vigilantes concursados da Universidade de Brasília (UnB) estão trabalhando.


Mais ainda,

Josué Barbosa Guedes explica que a média de idade dos vigilantes concursados é de 52 anos. “Eles têm muitos problemas de saúde e há muito tempo não fazem concurso para esse cargo. O mais novo está com 46 anos e o mais velho, com 70.


E para completar,

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), há mais de 10 anos não é realizado concurso público para o setor.


Os dados parecem estar corretos. E justificam o título "UnB só tem metade de vigilantes: setor está sem concurso há 10 anos". Mas tem um detalhe crucial que afeta todo o texto:

O cargo de vigilante está em fase de extinção. Com isto, não é possível ter concurso. E obviamente que a idade média dos vigilantes é elevada. A UnB tem utilizado de terceirização para fazer esta função.

26 setembro 2013

Só on-line

Um dos mais antigos jornais em circulação do mundo, o Lloyd´s List, que começou a circular em 1734 (há 279 anos) anunciou que a partir de dezembro somente terá a versão on-line.

06 agosto 2013

CEO da Amazon comprará o Washington Post

A Washington Post Co. concordou em vender sua unidade de jornais para o executivo-chefe da Amazon.com, Jeff Bezos, por US$ 250 milhões. O principal da empresa, o Washington Post, deixará de ser controlado pela família Graham depois de quatro gerações. Bezos vai adquirir a unidade de jornais do Washington Post como indivíduo, e não na qualidade de CEO da Amazon.com.

A transação não incluirá as revistas Slate e Foreign Policy e o site TheRoot.com. O grupo de mídia Washington Post Co. continuará no ramo, mas adotará um novo nome em até 60 dias após a transação.

O chairman e CEO da Washington Post Co., Donald Graham, disse que a companhia decidiu vender o negócio "apenas depois de anos de os desafios diante da indústria familiar de jornais nos fazer imaginar se não haveria um novo proprietário que seria melhor para o 'Post'". Segundo ele, "a tecnologia e o gênio para negócios de Bezos, seu ponto de vista de longo prazo e sua decência pessoal o tornam um novo proprietário unicamente bom para o 'Post'".

Bezos disse entender "o papel crítico que o 'Post' desempenha em Washington e em nosso país, e os valores do 'Post' não vão mudar". Ele anunciou que Katharine Weymouth continuará como CEO e editora do Washington Post, enquanto Stephen Hills continuará como presidente e gerente-geral, Martin Baron como editor executivo e Fred Hiatt como editor da página de opinião.

No texto em que anuncia a transação, o jornal informa que sua receita operacional teve uma queda de 44% nos últimos seis anos. A circulação do jornal impresso teve uma queda de 7% no primeiro semestre deste ano.

De acordo com a revista Forbes, o valor líquido de Bezos é US$ 25,2 bilhões - ele está comprando o Post por menos de 1% de sua fortuna.

Adaptado da Agência Estado e da NBC News

04 janeiro 2013

Pesquisa: jornais impressos e online

"Convido-os a participar da minha pesquisa de mestrado. A contribuição de vocês é muito importante pra mim.

A pesquisa é online, tem duração aproximada de 15 minutos e se destina a um perfil bem amplo, para participar basta ser leitor de jornal impresso, visitante de sites de jornais ou leitor de jornal por meio de tablet.

Para participar, basta entrar no link abaixo.

https://www.surveymonkey.com/s/Consumodejornal 

A sua contribuição fará toda a diferença e tomará apenas 15 minutos do seu tempo.

Muito obrigada,

Marília de Assumpção"


28 dezembro 2012

Contabilidade e Corrupção

No gráfico, o número de reportagens nos jornais sobre corrupção onde aparecem os termos "contabilidade", "contador" e "auditoria". Nos últimos quatro anos a associação tem sido menor. (Gráfico feito a partir do sítio Deu no Jornal).

29 junho 2012

Rir é o melhor remédio

O tabloide alemão Bild fez uma chamada criativa informando a listagem dos jogadores italianos e desejou uma feliz viagem. A lista, reproduzindo a posição dos jogadores em campo na distribuição dos assentos de um avião, mostrava a confiança na vitória germânica no jogo de ontem pela Eurocopa. Faltou combinar com os italianos, especialmente Balotelli !

14 outubro 2011

Auditoria em jornal


O tradicional jornal Wall Street Journal está sendo investigado por fraude nos números de circulação. Aparentemente o WSJ aumentou, de maneira pouco ortodoxa, os números de jornais vendidos na Europa. O problema já levou a renúncia do executivo responsável pelo WSJ na Europa.

Uma das formas de inflar a circulação do jornal era através de um acordo com “parceiros”, que compravam a edição por um valor reduzido (1 centavo de euro) para distribuição em universidades. Só com um dos “parceiros” doze mil cópias foram distribuídas. As denúncias afirmam que os “parceiros” eram citados de forma excessiva nos textos do WSJ.

Um auditor certificou a circulação de 74,8 mil exemplares no primeiro semestre, sendo 53 mil podem estar inflados pelos expedientes usados no WSJ. Um aspecto importante é que o WSJ é de propriedade da News Corp, recentemente envolvida num escândalo de espionagem de um dos seus jornais na Inglaterra.

A questão da circulação é importante para os jornais pois revela a penetração do veículo de comunicação, aumentando a receita de publicitária.

Fonte: Auditors Scrutinizing Wall Street Journal Europe's Circulation, NY Times,  ERIC PFANNER, 13 out de 2011

22 abril 2011

Aluguel de jornal

Por Pedro Correia


O jornal Garum Tesfaye é um dos maiores grupos de comunicação da capital da Etiópia,Addis Ababa.Este grupo aluga seu jornal por até 30 minutos por menos de 1 centavo de dólar.No entanto, se o leitor passar do tempo ele é obrigado a pagar a um valor extra. Um jornal na capital da Etiópia custa, em média, 35 centavos de dólar.

O público que aluga os jornais é composto majoritariamente por jovens que buscam emprego e não notícias. Desse modo, o tempo exíguo que é preciso para ler os anúncios de emprego justifica o sucesso do aluguel de jornal. Além disso, de certa maneira o valor módico incentiva o hábito da leitura.No entanto, o aluguel não é tão bom para quem publica o jornal.

"For the reading habits it is good," he says of the rental industry, but he quickly adds: "For the publisher it is nothing. If we calculate in terms of income, the publisher gets nothing from such rentals."

Adicionalmente, alguns leitores roubam o jornais:

"There are some readers who ask for papers to read and vanish immediately so we have to turn our neck from the left to the right to check if things are alright," says Tesfaye

Fonte:CNN

15 maio 2009

Jornais, Crise e Contabilidade

Uma consulta aos principais jornais do país revela uma melhoria no otimismo. Em abril a palavra “crise” apareceu em 3945 textos, uma redução de 17,62% em relação a março (4789 textos), de 2,3% versus fevereiro (4041 textos, mas fevereiro tem menos dias e mais feriados) e 13,7% em comparação com janeiro (4570 textos).

Os jornais consultados são Gazeta Mercantil, Valor Econômico, Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e O Globo.

Pesquisei também a palavra contabilidade e o resultado aponta um crescimento no uso do termo nos jornais: 122, 125, 155 e 155, de janeiro a abril. O aumento nos dois últimos meses pode ser decorrente da publicação dos balanços anuais.

Em 2008, nos quarto primeiros meses do ano, 460 artigos citaram a palavra contabilidade e 7663 artigos a palavra crise. Ou seja, os jornais aumentaram a preocupação com a crise em relação a 2008 (126% a mais de artigos) e com a contabilidade (21% a mais).

23 maio 2007

Revisão de livros em jornais

Sou leitor de resenhas de livros em jornais e achei interessante a posição de Tyler Cowen sobre o assunto.

Os jornais publicam críticas de livros, apesar do número pouco expressivo de leitores, por três razões:

a. Ajudam as pessoas a escolherem os bons livros - Uma resenha elogiosa indica para o potencial leitor que vale a pena ler um livro específico.

b. Significa prestígio para os jornais - é uma forma de uma jornal, como o Estado de S. Paulo, ser diferente de uma Gazeta Esportiva, por exemplo. Significa prestígio e anunciantes para um público classe A.

c. As pessoas lêem as críticas como um substituo a leitura do livro.

Tenho um quarto aspecto: as resenhas interessam aos autores e editores.