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24 agosto 2021

Vale a pena investir tempo para a língua inglesa?


Eis uma pergunta que sempre aparece na academia. A resposta é sempre um grande SIM. Mas eis que descubro um artigo na Nature que vai na direção contrária (aparentemente). Eis algumas ideias do texto:

Minha experiência de ensinar inglês a acadêmicos russos me mostrou o quão profundamente muitos acreditam que uma barreira do idioma é a principal razão pela qual seus trabalhos não são publicados. A maioria pensa que melhorar o inglês ajudará a transformar seus textos acadêmicos em artigos publicáveis e, assim, gastará tempo e esforço nisso. Na realidade, a competência linguística ocupa o segundo lugar na capacidade de produzir conteúdo científico de qualidade. Para editores e revisores, boa ciência é quase sempre mais importante do que capacidade de linguagem.

(...) Estou convencido de que um curso de leitura acadêmica é obrigatório, independentemente do seu nível de idioma. Esses cursos ajudam a desenvolver estratégias de leitura apropriadas, vocabulário, compreensão e habilidades de leitura crítica. (...) 

Se você puder produzir um rascunho do seu manuscrito em inglês, faça a revisão antes de enviá-lo para um periódico. Se você não está confiante em suas habilidades no idioma, produzir um manuscrito em seu idioma nativo e procurar um tradutor profissional pode ser mais sensato. Em ambos os casos, lembre-se de que a qualidade do material de origem afeta a qualidade da versão final. 

É importante que o texto original seja escrito em linguagem clara e concisa. Não tente alterar o conteúdo depois que o tradutor começar a funcionar, pois isso pode afetar sua capacidade de traduzir o texto como um todo.

07 abril 2021

Latim como língua oficial?


Parece piada, mas não é. Com a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia, alguns políticos europeus aproveitaram a oportunidade para questionar o uso da língua inglesa nos documentos oficiais e nas conversas entre os burocratas e políticos. A França tem liderado este questionamento.

Atualmente somente Irlanda e Malta possuem a língua inglesa como oficial, mas quase 100% dos documentos já produzidos estão na língua de Shakespeare.  Os franceses querem que o francês seja adotado como primeira língua na Europa. Há também outra proposta: o uso do latim

Dois pontos sobre o texto: o latim é usado no Vaticano e olhar a experiência deles poderia ser interessante. E alguém pensou no Esperanto?

06 agosto 2013

Glossário: demonstrações financeiras

Financial Statements: demonstrações financeiras
Income Statement: demonstração do resultado do exercício
Comprehensive Income Statement: demonstração do resultado abrangente
Balance Sheet: balanço patrimonial
Statement of Cash Flows: demonstração dos fluxos de caixa
Statement of Changes in Shareholders' Equity: demonstrações das mutações no patrimônio líquido
Operating Statements: relatório das operações
Profit And Loss Statement (P&L): demonstração de lucros e perdas
Notes to Consolidated Financial Statement: notas explicativas
Report of Independent Registered Public Accounting Firm: parecer dos auditores independentes

Assets: ativos
Liabilities: passivos
Equity: patrimônio líquido

Property, plant, and equipment: imobilizado
Investments: investimentos
Intangible: intangível

Income: lucro
Revenue: receita
Expense: despesa

Exemplo:

Financial Information: informações financeiras - clique aqui para a página de informações financeiras da The Walt Disney Company ou aqui para baixar o relatório anual de 2012.

Capa do Relatório

Parecer dos Auditores Independentes para a empresa "The Walt Disney Company" - Ano Fiscal 2012


27 março 2013

Proficiência em Inglês

O mapa apresenta os países segundo o índice de proficiência em inglês. Em azul, os países onde a população é muito proficiente. Basicamente a Escandinávia. Em vermelho, as pessoas são proficientes, representado pela Alemanha e vizinhos. De laranja, moderadamente proficiente, que inclui Argentina, Ibéria, França e Índia (mas esta foi colonizada pela Inglaterra). De verde, baixa proficiência, que está representado pelo México, Rússia, China, Peru, Uruguai, entre outros. De amarelo, muito baixa proficiência, que está o Brasil.

E iremos receber turistas na Copa e Olimpíadas.

26 novembro 2012

Sobre não falar inglês

Txto de Juliana Cunha, do blog Já Matei por Menos

Uma parte considerável do meu trabalho atual consiste em escrever sobre pesquisas novas que têm sido feitas nas áreas de saúde e comportamento. A maior parte dessas pesquisas vem de países de língua inglesa por motivos que eu sempre questiono, mas raramente consigo mudar.

Em geral, são os países mais ricos, com mais cultura acadêmica e que mais se empenham em divulgar as pesquisas que fazem. O meio acadêmico brasileiro é, na minha percepção, mais fechado em si mesmo, com mais desprezinho por jornalistas e menos sedução pelo mercado, o que faz com que se importe menos com a imprensa leiga (oi).

Quando me vejo diante de uma dessas pesquisas gringas, meu procedimento é quase sempre o mesmo: tento entrevistar os autores de fora e falar com pesquisadores brasileiros que possam contrapor/reiterar o estudo gringo.
Só recentemente consegui entender por que um trabalho tão simples — enviar o estudo por e-mail aos pesquisadores brasileiros, esperar eles lerem, ligar e conversar com eles — acaba sendo sempre tão complicado.

A imensa maioria dos professores e médicos que eu entrevisto me dá um fora assim que recebe o e-mail com o estudo. Não dá para dizer que é falta de tempo porque eu explico o procedimento logo na primeira conversa, antes de enviar qualquer coisa.

Começo a acreditar que o motivo seja um só: eles não falam inglês e não querem admitir isso para mim.

Para a classe média brasileira, saber inglês deixou de ser uma ferramenta ou uma habilidade. Não é sequer um “diferencial”, como os RHs gostavam de falar. Saber inglês é visto como condição fundamental para que a pessoa seja merecedora do cargo que ocupa. Não falar inglês é humilhante, algo a ser escondido.

Na prática está longe de ser assim. A maior parte das pessoas que eu conheço e que ocupa cargos legais merece estar nesses empregos mesmo tendo um domínio precário do idioma. As pessoas que eu entrevisto — ou tento entrevistar — para o jornal são todas destacadas em seus meios e, se eu estiver certa, poucas delas falam inglês com desenvoltura.

Falar um idioma é uma habilidade como outra qualquer, como cozinhar e jogar tênis, diz uma das minhas melhores professoras da Letras. É uma pena que as pessoas tenham transformado essa habilidade tão legal em um motivo de humilhação mútua e de competição.

Aqui na redação a coisa mais rara do mundo é uma pessoa ter coragem de fazer suas entrevistas em inglês na frente dos colegas. Quase todos recorrem às salinhas reservadas. E quase ninguém admite que ainda estuda o idioma — ou que gostaria de estudar — porque, afinal, são repórteres da Folha, o que vão pensar deles se souberem que não têm um bom inglês?

Fico impressionada que tanta gente no mundo seja ruim de matemática — uma habilidade muito mais básica — e assuma isso até com uma ponta de orgulho enquanto quem não sabe inglês tenha que trazer isso como um segredo sujo, uma mancha no currículo.

O certo não seria meus entrevistados me dizerem: “Oh sua fulana, você trate de traduzir isso pra mim. Meu inglês é péssimo, mas você depende de mim do mesmo jeito porque eu sou é foda naquilo que faço”?