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17 julho 2023

Raiva da impressora

Se você fica com raiva da sua impressora, saiba que não está sozinho. Já existem as chamadas Salas da Raiva, onde as pessoas podem descontar sua frustração destruindo objetos. E adivinha? As impressoras estão entre os objetos favoritos para serem destroçados com marretas.


No entanto, é importante ressaltar que quebrar impressoras pode ser perigoso. Existem diversos produtos químicos tóxicos e prejudiciais presentes nesses dispositivos, o que acarreta também em riscos ambientais. Além disso, em alguns países, a destruição de equipamentos eletrônicos é considerada ilegal.

15 novembro 2020

Uma empresa malvada


Uma empresa talvez não precise ser boazinha. Mas ser a representação do mal talvez não seja o adequado. A tinta de impressora é um dos líquidos mais caros do mundo. Sabendo disto, as empresas que fazem impressoras querem aprisionar seu cliente, no pior sentido da palavra. Um texto bem interessante (dica de Claudio Santana, grato) trata da HP. Eis alguns trechos selecionados: 

Não surpreende, portanto, que a HP use de meios maquiavélicos para amarrar seus consumidores à companhia, desde impedir o uso de cartuchos de terceiros (prática que todas as fabricantes tentaram implementar) a planos de consumo supostamente vantajosos. 

(...) Hoje em dia, boa parte das impressoras para usuários finais funcionam online, permitindo ao usuário enviar documentos para impressão a distância, enquanto a fabricante pode despachar atualizações do firmware via OTA. 

E é aqui que reside o problema. Assim como a Lexmark, Epson e outras empresas, a HP odeia clientes "espertinhos" que usam cartuchos de tinta de terceiros, ou que recondicionam os antigos. É interessante para a companhia que os clientes continuem comprando novos cartuchos, mesmo quando você sabe que há tinta e a impressora diz que não, ou você quer imprimir um documento em preto apenas e ela diz "pouca tinta magenta, não posso imprimir". 

(...) Em março de 2016, a HP liberou uma controversa atualização para suas impressoras conectadas, que ao atualizar o firmware, instalava um contador programado para ativar um recurso em setembro do mesmo ano. O recurso fez com que os equipamentos rejeitassem cartuchos de terceiros, apenas os dela própria passaram a ser aceitos. A atualização foi calculada minuciosamente para coincidir com o período de volta às aulas, onde pais e estudantes deram de cara com a limitação ao comprar novos suprimentos e materiais escolares. 

Oficialmente a HP se refere ao update como uma "atualização de segurança", mas só se for para proteger a empresa dos seus consumidores. A "bomba-relógio" foi sob todos os aspectos um malware, programado para permanecer assintomático por meses, até ser ativado no momento oportuno. 

Claro que a marmotagem pegou muito mal. A HP entrou em modo full-caveat emptor, dizendo que nunca prometeu ao consumidor que suas impressoras iriam funcionar sempre com cartuchos que não fossem fabricados por ela mesma, e que a "medida de segurança" foi tomada para evitar que "cartuchos maliciosos", que pudessem comprometer os equipamentos, pudessem ser instalados. 

Como nada disso colou, a HP acabou liberando uma atualização que removeu o update malvado, apenas para fazer tudo de novo em 2017, 2018, 2019 e 2020, sempre sincronizando o disparo do malware com a volta às aulas.