Que impacto isso tem? Quando as pessoas que vêem os dois lados discutindo uma questão científica complicada saem com a impressão de um debate em andamento. Quando se trata mudança climática, a cobertura da mídia baseada no "equilíbrio" demonstrou diminuir o consenso percebido.
O debate é de importância crucial clima ciência e no caso de pessoas causadas por seres humanos mudança climática já ocorreu ao longo de décadas. O processo de debate científico é aberto a qualquer pessoa - embora exija que os participantes sujeitem suas idéias ao escrutínio do processo de revisão por pares, que é fundamental para o avanço do conhecimento científico. No entanto, os contrários se recusam a participar de debates científicos: eles não apresentam seus pontos de vista em conferências científicas e têm uma presença insignificante na literatura revisada por pares. 1 Boykoff, M. T., Boykoff, J. M. (2004). Balance as bias: global warming and the US prestige press. Global environmental change, 14(2), 125-136.18 outubro 2022
Debate equilibrado e a cobertura da imprensa sobre a mudança climática
04 janeiro 2022
Imprensa e interesse no controverso
Do Journal of Accounting and Economics:
We survey 462 financial journalists and conduct 18 interviews to obtain insights on the inputs to their reporting, the incentives they face, and the factors that influence their coverage decisions. We report many findings relevant to the accounting literature and identify multiple avenues for future research. For example, financial journalists say the likelihood they write about a specific company or CEO increases when the company is controversial or the CEO has a colorful personality, suggesting journalists gravitate toward provocative topics. We also find that financial journalists routinely use company-issued disclosures and private phone calls with company management when developing articles, and that they believe they are evaluated primarily on the accuracy, timeliness, and depth of their articles. Journalists also believe monitoring companies to hold them accountable is one of financial journalism's most important objectives, but they often face negative consequences for writing articles that portray companies in an unfavorable light. (grifo nosso)
29 junho 2021
Confiança na imprensa
Uma pesquisa da Reuters em diferentes países mostra a confiança da população na imprensa. Eis um resultado:
Nos países europeus do norte (exceto França, Grã-Bretanha e Áustria) a população acredita na imprensa. A confiança também é elevada nos três países africanos. Na América Latina, a imprensa brasileira é bem vista: a maioria respondeu que acredita na maior parte do tempo. A maior desconfiança: Estados Unidos.23 dezembro 2020
Imprensa pode melhorar a qualidade da contabilidade
A imprensa pode melhorar a qualidade da informação contábil. Um estudo (via aqui), da Universidade do Arkansas, descobriu que notícias da imprensa (The Wall Street Journal, The New York Times , o Washington Post, o Chicago Tribune, Forbes, The Economist, Economic Times, Kiplinger, Accounting Today, Wired e CFO Magazine) podem ajudar na qualidade da auditoria das empresas.
Quando uma auditoria é questionada no seu trabalho, que inclui notícias de fraudes, por exemplo, estas empresas aumentam a atenção dada às auditorias. Basicamente, nenhuma Big Four quer estar na primeira página do The Wall Street Journal.
A pesquisa também encontrou que as empresas de auditoria tentam gerenciar a reputação, pois notícias negativas possuem custos de crescimento e retenção de clientes.
“Coletivamente, nossa evidência sugere que a mídia de notícias funciona como um mecanismo de supervisão informal eficaz das firmas de auditoria, ao direcionar a atenção do auditor e melhorar a qualidade da auditoria”, disse o estudo.
(...) As descobertas sugerem que “a mídia de notícias funciona como um mecanismo de supervisão informal eficaz de firmas de auditoria ao direcionar maior atenção do auditor e melhorar a qualidade da auditoria.
19 junho 2020
Mercado Narrativo
Uma postagem de David Perrel levanta uma questão interessante: o mercado narrativo. Na visão dele - que talvez não seja a mais correta - em lugar de fazer com que a narrativa encontre a realidade, muitas vezes fazemos com que nossa narrativa encontre a demanda dos leitores.
Um exemplo citado por ele: um repórter fez uma entrevista sobre o declínio da educação superior e a substituição pelo ensino online. A pergunta foi: a pandemia irá matar as universidades? Perrel acha que a pergunta não é esta e sim "qual a grande mudança provocada pela educação online?". Basicamente é chute afirmar que a pandemia irá matar as universidades, assim como afirmar que o ensino superior perdeu sentido com a educação online self-service. Como a opinião dele não estava coerente com o "esperado", não foi considerada na versão final da matéria.
Segundo Perrel, as narrativas da mídia tem um feedback em forma de loop. Se uma narrativa capta a atenção do público, mais jornalistas irão escrever sobre ela e mais a narrativa irá captar a atenção pública. Estas narrativas podem mudar ao longo do processo; algumas sairão do foco.
Veja o gráfico a seguir:
Ele mostra o ciclo de notícias em 2019. A questão da fronteira com o México teve popularidade no primeiro trimestre e depois foi esquecida (segundo item do gráfico). Epstein foi notícia no meio do ano e depois foi lembrado esporadicamente. E assim por diante.
14 novembro 2018
13 novembro 2018
04 outubro 2017
Indenização
Há quase vinte anos o jornal fez reportagens sobre irregularidades que estavam ocorrendo no governo do estado. A partir de então, o jornal foi excluído de qualquer publicação oficial, mesmo sendo o veículo impresso de maior circulação no estado. O governo terá que pagar R$10,7 milhões para repor os prejuízos, além de indenização.
Acho que faltou uma penalidade aos governantes.
07 julho 2017
Links
Ataque terrorista e cobertura da mídia
Kasparov irá jogar torneio de xadrez novamente
Amélie Mauresmo (ao lado), músculos e sexualidade no tênis feminino
Uma relação entre um homem e duas mulheres e a criação da mulher maravilha
A história dos Bancos Centrais através do balanço
05 maio 2017
Ainda Petrobras e Corrupção
Três aspectos no texto. Primeiro, uma empresa do tamanho da Petrobras talvez seja difícil eliminar os desvios em contratos, mesmo com os esforços realizados. Segundo, há uma diferença entre a situação atual e das três gestões passadas, onde foi institucionalizado um esquema de corrupção; isto é diferente - até onde se saiba - da situação atual, onde os problemas são localizados. Até onde se saiba, a atual gestão está fazendo esforços para resolver o problema. Como consequência, o título do texto foi muito infeliz ao afirmar que a corrupção "continua a assolar" a empresa baseada numa fonte genérica - "investigadores".
É interessante que a empresa publicou, no mesmo jornal, uma página comentando sobre a corrupção com o título "uma lei [Lei Anticorrupção] que já mudou a cultura das empresas". Parece que a publicidade da empresa foi muito mais jornalística que o texto de Vieira.
03 maio 2017
24 fevereiro 2017
Bankia 2
explica claramente y con rotundidad las razones por las cuales las tarjetas negras eran una retribución irregular, abusiva y dañina para los intereses de Caja Madrid primero y de Bankia después. Carecían de justificación del gasto, su utilización no estaba incluida en ningún contrato profesional de los implicados con la entidad, su uso fue discrecional además de abusivo y estaban al margen de cualquier control para la declaración de IRPF. Hacienda resultó perjudicada por la autoatribución de retribuciones opacas y fuera de cualquier control.
Para o jornal, a sentença abre um precedente importante para os gestores: suas decisões devem estar sustentadas por uma justificativa contábil e fiscal.
O interessante é que inicialmente a investigação surgiu com a publicação de um artigo. A justiça tentou processar a imprensa por ter obtido a informação de maneira ilícita. Posteriormente o Bankia promoveu uma investigação interna, que conduziu a condenação. Rato foi diretor-geral do FMI !!!
13 maio 2016
Ingerência Política
O texto do jornal usa um subterfúgio muito comum do Valor: fontes não identificadas, que reduz a credibilidade do texto enormemente. Eis alguns trechos para o leitor do blog:
Para a equipe de Bendine, as mudanças ocorreram justamente porque não há hoje um viés político na gestão.
E no caso de mudanças do atual conselho, a percepção da diretoria é de que mexer de forma mais profunda na Petrobras pode levar a uma "ruptura com a sociedade", já que a empresa vai continuar no foco dos holofotes. A empresa é grande demais e se envolveu em polêmicas proporcionais a esse gigantismo.
Há convicção de que a companhia criou defesas, ainda que frágeis e que precisam amadurecer.
A interpretação do comando da petroleira é que no ano passado a Petrobras estava diante do maior desafio de sua história.
A certeza no comando da estatal agora é que acabou o temor com relação à solvência.
O jornal teve um dos seus colunistas grampeados pela Operação Lava-Jato telefonando para o ex-presidente Lula para, entre palavrões, dar conselhos nada éticos. (É bem verdade que este colunista já não escreve mais no jornal). Em outro texto, segundo o jornal, a CVM estaria alerta a interferência na Petrobras. Mas não foi a própria CVM que "permitiu" que a situação chegasse onde chegou?
08 abril 2015
28 maio 2014
Rir é o melhor remédio
14 fevereiro 2014
Liberdade de Imprensa
27 julho 2013
28 dezembro 2012
Contabilidade e Corrupção
21 setembro 2012
FINATEC: Nós publicamos
"O professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-dirigente e fundador da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), Antônio Manoel Dias Henriques, foi absolvido, por unanimidade, pela 2ªTurma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), pelos crimes de apropriação indébita, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Os demais réus no processo também foram absolvidos por unanimidade. Em 2008, um suposto esquema foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e em 2010, Henriques e mais três pessoas haviam sido condenadas, em primeira instância, pelos crimes em questão. No entanto, segundo acórdão publicado no Diário de Justiça do Distrito Federal, no último dia 2 de julho, Henriques foi absolvido por "ausência de provas da existência do fato" e “não constituir o fato infração penal”.
Durante o processo, os sigilos bancários e fiscais do ex-dirigente da Finatec e dos demais envolvidos foram quebrados, e nada foi encontrado que pudesse comprovar a veracidade da denúncia. O Desembargador relator do caso junto ao TJDF, com relação à quebra de sigilo de Henriques, assim se pronunciou: “... o Ministério Público, apesar de ter tido acesso à quebra do sigilo bancário e fiscal desse apelante, não apontou um único valor ou depósito que não tivesse origem explicada ou que não constasse da declaração do seu imposto de renda. Ao contrário, o órgão acusatório valeu-se de afirmações genéricas e dúbias, sem indicar objetivamente um único elemento concreto que comprovasse a apropriação de valores pelo acusado o mesmo a sua efetiva contribuição para o enriquecimento ilícito dos demais denunciados. Nesse contexto, a simples afirmação da acusação de que o patrimônio do denunciado cresceu astronomicamente não gera a presunção de que ele tenha cometido o crime de apropriação indébita, máxime considerando que a Defesa juntou documentos que, de fato, justificam o acréscimo patrimonial do apelante no período em questão, bem como o volume de aplicações mencionado na denúncia”.
O processo foi deflagrado logo após a intervenção judicial na Finatec, que se iniciou em 2008 e se encerrou em 2010 sem que nenhuma irregularidade de ponto de vista econômico e/ou administrativo fosse apontada na gestão do professor Antonio Henriques a frente da Fundação. Além deste processo, o MPDFT ajuizou vários outros contra Henriques, como por exemplo, o que afirmava que ele juntamente com outras pessoas havia ocultado quantia superior a R$ 24milhões, mediante a criação de uma conta inativa de convênios, valor este relacionado com a execução de contrato de apoio firmado entre a Finatec e a FUB para atender ao convênio assinado entre a FUB e o INSS (Instituto de Seguridade da Previdência Social). Entretanto, Henriques, tanto neste processo como nos demais foi inocentado de todas as acusações. Sendo que no processo envolvendo o contrato com o INSS a denúncia foi considerada inepta (absurda) pela justiça.
Henriques acredita que foi vítima de ‘má fé’ e criticou a atuação de membros do MPDFT. "A visão que eu tinha do Ministério Público, antes, é totalmente diferente da que eu tenho hoje; é um absurdo o promotor não responder individualmente pelo prejuízo que ocasiona as pessoas. No jargão jurídico são tidos como inimputáveis. Não pagam custas processuais e nem honorários advocatícios. Fazem acusações sem o menor fundamento e não respondem por isso. Têm o poder total sem a devida responsabilização. Por isso abrem processos sem a menor convicção dos fatos arrolados. São o primeiro poder neste país” afirma.