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14 dezembro 2025

Leitura e Internet


De forma contraintuitiva, nunca houve um período na história em que as pessoas tenham passado tanto tempo lendo palavras, ainda que seja apenas mensagens de texto em seus celulares. Podemos concordar que grande parte dessa leitura é menos edificante do que a leitura de livros, mas me pergunto se a queda na leitura de livros, e sua relação com nossos hábitos online, não é mais complexa do que costumamos concluir. Hoje, por exemplo, é muito mais fácil encontrar informações — informações que antes talvez buscássemos em livros, bem como informações sobre os próprios livros que poderíamos considerar ler. Talvez, na era da internet, muitos de nós, como leitores informados, queiramos ler apenas um livro, muito especificamente alinhado aos nossos interesses, a cada poucos anos.

Fonte: aqui . Imagem: aqui

A mesma coisa é válida para redação. Nunca escrevemos tanto quanto agora. Mas nada de longos textos. (Por sinal, a fonte do texto chama-se Longreads)

17 setembro 2014

Ética e Hábito

Sobre uma pesquisa referente a ética, conforme o Valor Econômico

David Welsh e Lisa Ordóñez descobriram que as pessoas que se deparam com oportunidades crescentes de comportamento antiético estão muito mais propensas a racionalizar essa conduta do que aquelas que se veem às voltas com uma mudança abrupta. E trapaceiam um pouco no primeiro “round”, trapacearão um pouco mais no segundo e muito mais no terceiro.

Isso é precisamente o que encontraram: diante de uma série de problemas a ser solucionados, 50% da amostra trapaceou para ganhar US$ 0,25 por problema no primeiro “round”, e 60% trapacearam para obter US$ 2,50 na rodada final. Contudo, as pessoas que não podiam trapacear nas duas primeiras rodadas foram menos propensas a fazê-lo para ganhar US$ 2,50 no “round” final – apenas 30% o fizeram.

Para piorar a situação, as pessoas tendem a negligenciar o comportamento antiético dos outros quando ele se deteriora gradualmente com o passar do tempo. Francesca Gino e seu colega Max Bazerman descobriram que as pessoas que desempenharam o papel de auditor em uma tarefa de auditoria simulada estavam muito menos propensas a reportar aqueles que gradualmente inflacionavam seus números ao longo do tempo que os que faziam mudanças abruptas de uma só vez, mesmo que o nível de inflação fosse eventualmente o mesmo.


Qualquer pesquisa deve ser considerada com cuidado nas suas conclusões. Mais ainda uma pesquisa sobre hábito. No caso, o hábito somente poderia ser apurado após diversas rodadas, com um intervalo temporal. Assim, o experimento estaria mais próximo da situação real. Finalmente, isto parece contradizer algumas das conclusões existentes no último livro de Dan Ariely, sobre desonestidade.