O Goodwill é o mais intangível dos ativos intangíveis e continua a gerar um grande debate nos círculos acadêmicos, empresariais e regulatórios, sem consenso sobre sua subsequente mensuração. No início de 2020, o Conselho de Normas Contábeis Internacionais (IASB) publicou um documento de discussão intitulado DP/2020/1 Combinações de Negócios - Divulgações, Goodwill e Impairment, com o objetivo de coletar contribuições sobre divulgações mais úteis em combinações de negócios, trazendo de volta à discussão o assunto da mensuração subsequente do goodwill. O IASB recebeu comentários sobre suas propostas de divulgação, bem como novas evidências e argumentos sobre como contabilizar o goodwill, tendo recebido 193 cartas de comentários de uma ampla gama de partes interessadas. Este estudo tem como objetivo analisar a percepção dessas partes interessadas sobre a mensuração subsequente do goodwill proposta pelo IASB, bem como os argumentos utilizados em seu raciocínio. Para esse fim, o conteúdo das cartas de comentários das partes interessadas foi analisado e classificado como acadêmicos, auditores, investidores, definidores de normas, preparadores, reguladores/títulos e valores mobiliários, e outros, e por região. Além disso, as cartas de comentários dos preparadores foram subclassificadas por setores de atividade para identificar diferenças na percepção dos preparadores por setor. Essas diferenças apontam para a necessidade de refletir sobre a existência de mais de um modelo de mensuração do goodwill, que melhor se adapte ao setor de atividade, um aspecto pioneiro na pesquisa sobre goodwill. Os resultados revelam uma tendência de preferência pela amortização sistemática do goodwill. Em todas as categorias de partes interessadas, com exceção de "Outros", a preferência é pela reintrodução da amortização do goodwill. Da mesma forma, a maioria das partes interessadas nas Américas, Ásia, Europa e Oceania é favorável à reintrodução da amortização sistemática do goodwill. Em algumas indústrias (Automobilística, Bancária, Produtos de Luxo, Eletrodomésticos, Energia e Tecnologia), nenhum preparador prefere o modelo de impairment (desvalorização) apenas, o que sugere que talvez nesses setores de atividade esse modelo não seja adequado. Este estudo contribui para a literatura sobre a mensuração subsequente do goodwill, bem como para as diferentes partes interessadas, ao apresentar, sob diferentes perspectivas de análise, as preferências dos respondentes sobre a mensuração subsequente do goodwill, bem como os argumentos a favor de cada modelo.
Eis a tabela com as cartas por região: