O leitor já deve ter escutado a frase, do livro de StefanZweig,
que o Brasil é o país do futuro. Parece que estamos uma eternidade esperando
por um país melhor, que possa aproveitar melhor o seu potencial.
Alguns países conseguiram, ao longo do tempo, aproveitar as
oportunidades, enquanto outros fracassaram. Existem muitas teorias que tentam
explicar o sucesso e o insucesso das nações. Fatores como clima, religião, origem
da colonização, entre muitos outros, já foram discutidos numa enorme
bibliografia sobre o assunto.
Daron Acemoglu e James Robinson, em Por que as Nações
Fracassam (Campus, 2012) apresentam duas teses principais. Primeiro, que a
estrutura política é mais relevante que os aspectos econômicos. Assim, a
pesquisa sobre o assunto deve-se concentrar na forma como as nações se
organizam em termos políticos.
Os autores classificam os países segundo o acesso que a
população as riquezas que são produzidas. As nações que concentram a riqueza
num pequeno grupo de pessoas são consideradas nações com instituições
extrativistas. É o caso da Coreia do Norte, onde a família de Kim Il-Sung,
através da ideologia juche, apropria da riqueza produzida naquele país. Outros
exemplos são apresentados pelos autores, como o Zimbabwe de Mugabe, o sul dos
Estados Unidos até o movimento de Luther King, a China do Partido Comunista, a
Rússia dos Czares e dos sovietes, as famílias centenárias da Guatemala, os
peronistas argentinos e os paramilitares da Colômbia. Os países que respeitam o
direito de propriedade e permitem o acesso de um grande número de pessoas ao
mercado de bens e serviços são nações com maior chance de dar certo. Entre os
exemplos citados a época colonial da América do Norte e da Austrália, a
Inglaterra após a revolução Gloriosa e, surpreendentemente, Botswana, o país de
mais rápido crescimento do mundo.
A leitura das mais de 350 páginas cria uma expectativa sobre
o Brasil. Afinal, nosso país atualmente concentra a extração da riqueza numa
oligarquia interessada em obter benefícios próprios ou permite um acesso amplo
a uma grande parcela da população ao mercado? A resposta para isto aparece
somente no final do livro, quando os autores analisam, rapidamente, o nosso
país.
Vale a pena? O livro possui uma teoria interessante e cita
muitos exemplos para tentar convencer o leitor. A leitura é agradável. Para quem
se interessa pelo assunto, vale a pena.
Evidenciação: a obra
foi adquirida pelo blogueiro numa livraria comercial.
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