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02 dezembro 2011

Teste 533

Casey Mulligan, professor da Universidade de Chicago, estuda a fortuna de ditadores. Recentemente ele fez um cálculo sobre a pretensa fortuna do ditador líbio Kadafi. Segundo ele, “em minhas pesquisas eu estimo que, em média, os ditadores pegam cerca de 3% da riqueza do seu país”. Ele fez o seguinte cálculo:

A Líbia tem reservas estimadas de 46 bilhões de barris. Cada barril está cotado a cerca de US$ 100 dolares. Isto significa que a fortuna dele é de 3% x 46 bilhões x 100 = 200 bilhões. (É isto mesmo).

a) Considere que os valores estejam corretos. Quais os problemas da estimativa de Mulligan?

b) Suponha que em lugar dos barris de petróleo seja usado o PIB daquele País. Segundo a Wikipedia, o PIB da Líbia era de 67 bilhões de dólares. Qual seria a fortuna de Kadafi?

c) Existe um estado, num determinado país democrático da América Latina, que há mais de 40 anos é governado por uma família ou seus amigos. Seu PIB foi estimado em 40 bilhões de reais. Aplicando o índice de Mulligan, qual seria a fortuna estimada deste clã? (Aqui é um mero exercício fictício para os leitores)

Resposta do Anterior:

a) 35 x 5,3 milhões x (100% - 71%) = 53,795 milhões de reais; b) 45 x 5,3 milhões x 26,4% = 63 milhões, aproximadamente; c) 372,5 / 5,3 = 70 reais; d) Não, já que existe os isentos. Como a receita é de 54 milhões e o contrato é de 372,5 milhões, a diferença entre eles corresponde ao subsídio. Ou seja, 318,7 milhões.

25 novembro 2008

Divórcio


Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, pode ter o divórcio mais caro do mundo. Sua fortuna é estimada em 3,5 bilhões de dólares e boa parte num offshore trust que ele criou para fugir dos impostos. Mas este trust é controlado por Slavica, modelo croata e esposa de Bernie (foto, ao lado, de Bernie e Slavica). Os especialistas acreditam que ela não sairá do processo com alguns trocados, mas talvez até com boa parte da fortuna.

Mais detalhes, aqui.

30 agosto 2007

Fortuna de Slim e a ajuda do governo

Uma reportagem do NY Times, publicada no Estado, mostra uma visão da fortuna do bilionário mexicano Slim. Apesar de fazer uma comparação entre o valor de sua fortuna (que corresponderia, a grosso modo, ao ativo) com o PIB do México (que seria o equivalente a receita), uma comparação que os mais puristas não concordam, o texto é ilustrativo dos efeitos do oligopólio.

Fortuna de Slim cresce com ajuda do governo
Empresário ainda é dono de 90% da telefonia fixa no México
Eduardo Porter THE NEW YORK TIMES
O Estado de São Paulo - 29/08/2007

Mexicanos pagam acima da média pela telefonia e pelo acesso à internet

E no início deste mês a revista Fortune informou que Carlos Slim Helú, um mexicano, tinha ultrapassado Bill Gates, tornando-se o homem mais rico do mundo - corroborando uma informação que havia sido divulgada em julho pelo portal mexicano Sentido Común -, com uma fortuna avaliada em US$ 59 bilhões.

Para se ter uma perspectiva desse valor, o tesouro de Slim é equivalente a pouco menos de 7% da produção total de bens e serviços do México - US$ 1 para cada US$ 14 de bens produzidos por toda a população no país. (...)

Como um barão ladrão, um oligarca russo ou um executivo da Enron, Slim faz-nos lembrar as palavras de Honoré de Balzac: "Por trás de cada grande fortuna há um crime." O pecado de Slim, mesmo que tecnicamente ele não seja um criminoso, é como o de Rockefeller, o pecado do monopolista. Em 1990, o governo do presidente Carlos Salinas de Gortari vendeu ao amigo Slim a empresa telefônica estatal mexicana Telmex, tendo sido firmado um compromisso de que ele ficaria com o seu monopólio por anos. E depois concedeu à Telmex a única licença nacional para explorar a telefonia celular.

Quando os concorrentes conseguiram finalmente entrar no mercado, a Telmex os manteve à distância usando alguns subterfúgios bastante criativos, como conseguir que um juiz emitisse um mandado de prisão contra o principal advogado de uma das empresas concorrentes. Hoje, a Telmex ainda controla 90% dos serviços de telefonia por linha terrestre e quase três quartos do mercado de telefonia celular no México.

EXPANSÃO

Os monopólios tendem a gerar muito dinheiro. Slim, um investidor astuto, utilizou esse dinheiro muito bem, comprando centenas de empresas mexicanas e entrando nos mercados de telefonia sem fio em toda a América Latina. Difícil passar um dia sem que um mexicano lhe propicie algum dinheiro.

Mas o México tem pago por isso, e muito. Em 2005, existiam menos de 20 linhas de telefone fixo para cada 100 mexicanos e menos da metade possuía telefones celulares. Apenas 9% das casas tinham acesso à internet. Os mexicanos pagam muito acima da média por todos esses serviços.

07 janeiro 2007

Desempregado com R$2 bilhões


Uma história incrível contada essa semana pela Isto é:

Francisco Nunes Pereira, 44 anos, mora em cima de uma garagem na periferia de Tatuí, no interior de São Paulo. Franzino e reservado, é conhecido como Mineirinho. Casado e pai de dois filhos, pouco circula pelas ruas da cidade. Quando sai de casa, está sempre atrás do volante de um modesto Gol vermelho com mais de sete anos de uso, carrega uma pequena pasta preta e surradas roupas sociais. Normalmente, é visto levando a filha caçula para a escola. Emprego, ele não tem. Foi um pequeno empresário, mas na cidade o que informam é que ele faliu há cerca de dez anos. Muitos de seus ex-funcionários estão até hoje sem receber os direitos trabalhistas. Aparentemente, trata-se de um cidadão como milhares de brasileiros. Na verdade, porém, a história de Mineirinho esconde um mistério que vem desafiando as autoridades financeiras e tributárias do País. À Receita Federal, ele declara ser dono de R$ 2.358.845.398,72, em dinheiro vivo. Isso mesmo: mais de dois bilhões de reais, ou US$ 1,1 bilhão. No ranking das maiores fortunas brasileiras, o homem desempregado de Tatuí estaria em 16º lugar, ombro a ombro com Constantino Júnior, dono da Gol Linhas Aéreas.

(...) Os responsáveis pela investigação sobre a suposta fortuna de Mineirinho trabalham com algumas hipóteses. Uma delas aponta para a possibilidade de Mineirinho estar apenas emprestando o nome para o verdadeiro dono do dinheiro, que provavelmente teria origem em caixa 2. Em outra, os investigadores seguem a suspeita de que os R$ 2 bilhões possam ser produto de sobras bancárias. Centavos remanescentes de contas extintas, somados, teriam virado a fortuna e, por alguma tramóia financeira, ido parar na conta corrente dele. Os papéis com a descrição detalhada das contas de Mineirinho chegaram à PF e ao Ministério Público Federal no final do ano passado. Na declaração de renda de 2005, ele informou ser o dono de duas aplicações em CDB no Banco do Brasil. Uma delas de R$ 1.378.599.526,85. A outra, de R$ 899.322.699,36.

Na vida real Mineirinho é um sujeito muito aquém da realidade virtual demonstrada nos documentos. Ele, na verdade, costuma emitir cheques sem fundos, tem diversos títulos protestados e empurra com a barriga a negociação de diversas dívidas.