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Além disso, Christopher Bailey, CEO e Diretor Criativo da marca, anunciou que os desfiles deixarão de acontecer separadamente em semanas masculinas e femininas, passando a integrar uma só coleção, que será apresentada de forma conjunta duas vezes ao ano, nos meses de fevereiro e setembro. O primeiro desfile com a união de feminino e masculino acontece em setembro. As coleção não mais representarão uma estação específica.
As mudanças são parte de um reposicionamento de mercado da Burberry e da necessidade de respostas ao consumidor que não compreende o timing da indústria e não enxerga a espera pelos produtos como algo empolgante. “Você cria toda essa energia em torno do desfile, daí ele acaba e você diz: agora esqueça porque ele não estará nas lojas nos próximos seis meses”, disse Bailey ao BoF.
Essa é uma discussão atual e a semana de Nova York já pensa em mudar totalmente o calendário, apresentando o inverno no inverno e o verão no verão, alegando que o sistema que funciona hoje está falido. Antes os desfiles recebiam imprensa e compradores para verem em primeira mão as novidades e programarem suas estratégias. Hoje, com as transmissões em tempo real, as coleções logo deixam de ser novidade e é difícil traduzir o buzz de um desfile em vendas e lucros.
E a Burberry leva ao pé da letra quando diz que irá disponibilizar as roupas logo após ao desfile. “Será instantâneo. Nós nunca fizemos isso, mas o objetivo é que o desfile acontece às duas da tarde numa terça-feira e ao fim da apresentação, nossas lojas já estarão com a coleção”.
A mudança certamente terá um impacto na indústria no que diz respeito especialmente a cadeia de fornecedores e compradores. “Nós não temos as respostas para tudo. Nós também vamos aprender ao ponto que as coisas acontecem”.
Fonte: Fashion Forward