A questão da aeronave da Boeing, o 787 Dreamliner, é tratado de maneira interessante por James Surowiecki (Requiem for a Dreamliner?, New Yorker, 4 de fevereiro de 2013). Como bem lembra Surowiecki, este é mais um exemplo de cost overrun, conceito que já tratamos anteriormente neste blog (aqui e aqui). Este é um conceito relacionado a falácia do planejamento. Em geral os gestores são otimistas nas projeções de prazos e orçamentos. Isto já foi observado tanto na área pública (olimpíadas, por exemplo), quanto na iniciativa privada.
A Boeing, quando projetou a aeronave, imaginava que seu produto seria revolucionário. Uma das razões foi a terceirização da sua produção, algo inédito na indústria aeroespacial. A figura acima, que postamos anteriormente mostra diferentes países que participaram da construção (clique na imagem para visualizar melhor). Mas a terceirização também diz respeito a outras áreas que não aparece na figura: engenharia, desenho, etc. Isto também foi objeto de postagem anterior aqui no blog. Surowiecki estima que menos de 40% do avião foi construído pela própria empresa.
A empresa considerou que isto revolucionaria a fabricação de aeronaves, significando um custo menor de fabricação. Entretanto, terceirização exige coordenação e fiscalização. E isto falhou.
Boeing trabalhou com cinquenta parceiros diferentes. Uma cadeia de suprimentos mais complexa torna maiores as chances de que algo saia errado, e a Boeing teria menos controle do que se a operação tivesse sido em sua casa.
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06 fevereiro 2013
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