O estudo traz algumas conclusões importantes:
O que torna produtos culturais, como edutainment (por exemplo, palestras online), bem-sucedidos ou não? Em outras palavras, quais características fazem com que certas apresentações sejam mais (ou menos) atraentes? Por meio de 12 estudos de campo e laboratório, exploramos quando, por que e para quem a carga de informação transmitida em palestras do TED influencia sua popularidade – positiva ou negativamente. Em primeiro lugar, identificamos um efeito negativo: quanto maior o número de tópicos abordados em uma palestra (ou seja, maior a carga de informação), menor a adoção por parte dos espectadores. O motivo? Dificuldade de processamento. À medida que a carga de informação aumenta, o conteúdo se torna mais difícil de processar, reduzindo o interesse do público.
Aprofundando essa análise, mostramos que esse efeito desaparece entre indivíduos com alta necessidade de cognição, um traço de personalidade associado à tendência de processar informações de forma ampla e profunda. Da mesma forma, o efeito se atenua entre espectadores de edutainment motivados por objetivos educacionais (isto é, enriquecimento cognitivo), mas se intensifica entre aqueles que buscam apenas entretenimento (isto é, prazer hedônico). Nossa investigação também revela o caráter contraintuitivo desses achados, mostrando como as pessoas frequentemente erram ao prever quais palestras irão (ou não) gostar.
Com base nesses resultados, extraímos insights teóricos sobre pesquisa em fluência de processamento e a psicologia da adoção de produtos culturais – ou seja, analisamos quando, por que e para quem a fluência tem efeitos favoráveis ou desfavoráveis. Além disso, derivamos recomendações práticas para: (a) empresas do setor de edutainment, cujo modelo de negócio depende da curadoria de conteúdos atraentes (por exemplo, TED, Talks@Google, The Moth, Big Think, Spotify), e (b) comunicadores de diversas áreas que desejam ampliar seu alcance e impacto (como professores, cientistas, políticos, jornalistas, blogueiros, podcasters, editores de conteúdo e gestores de comunidades online).
Foto: aqui