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08 novembro 2018

Estudo de Caso: Estoques do Magazine Luiza

O Magazine Luiza S.A. é uma sociedade anônima de capital aberto que atua no comércio varejista de bens de consumo, principalmente eletrodomésticos, eletrônicos e móveis, por meio de lojas físicas e virtuais ou por comércio eletrônico. Além disso, suas controladas também oferecem serviços de operações de empréstimos, financiamentos e seguros aos seus clientes.
Em 31 de dezembro de 2017, a Companhia possuía 858 lojas (800 lojas em 31 de dezembro de 2016), 10 centros de distribuição (9 centros de distribuição em dezembro de 2016) localizados nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
Seus administradores afirmam que a empresa se está se tornando uma “tech company”, em seu Relatório da Administração. A empresa informa que vem investindo fortemente em plataformas digitais, bem como na criação de aplicativos de celulares para agilizar o tempo de venda, de contagem de estoque, de aprovação de crédito e de entrega.
Em análise às Notas Explicativas da empresa, referente aos exercícios de 2017 e 2016, é possível verificar as seguintes informações acerca da conta de Estoques:

Como se observa nas informações acima, a empresa adota o método do custo médio de aquisição para controlar seus estoques. Além disso, a empresa aponta que é considerada, para fins de balanço patrimonial, a regra do menor valor entre o custo médio e o valor realizável líquido desses estoques. Esses assuntos são explicados no capítulo 6 do nosso livro Curso Prático de Contabilidade.
Quando o valor realizável líquido é inferior ao custo, uma perda de estoque precisará ser reconhecida. Valor realizável líquido é o valor que seria obtido em uma venda menos os custos necessários para sua realização. O Magazine Luiza também considera possíveis perdas com obsolescência e por quebras de inventário (ou seja, roubos, furtos ou erros nos registros).
Considerando as informações apresentadas no primeiro quadro, referente às mercadorias para revenda de 2017, pede-se:

a. A empresa não informa qual tipo de inventário é utilizado para seus estoques. Dos tipos possíveis, qual a empresa adota? Fundamente sua escolha, como base nas características de cada critério e as informações acima.
b. Faça o registro contábil da aquisição de mercadorias a prazo.
c. Considerando a perda estimada prevista para o exercício, faça o seu reconhecimento.
d. Existe uma informação incorreta nesta nota explicativa. Você consegue identificá-la.

Curso Prático de Contabilidade, 2a ed, César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues

30 outubro 2018

Estudo de Caso: Quando o controle é demais

No capítulo 7 do livro Curso Prático de Contabilidade, de autoria de César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues, apresentamos a importância do controle interno e seus princípios:, como o rodízio de funcionários, a supervisão das operações, o estabelecimento de responsabilidade, a segregação de funções, a verificação independente, os controles físicos, a autorização de transação e os procedimentos documentados. As entidades deveriam aplicar esses princípios na sua gestão, especialmente na gestão do caixa, visto que é por meio dele que se dá a capacidade de pagamento da empresa. Por isso que, no livro, mostramos a relação entre esses princípios e o controle interno do caixa, que inclui a discussão sob a conciliação bancária, o orçamento do caixa, entre outros aspectos.

Entretanto, como tudo que ensinamos, existem as exceções. Em certas situações práticas não podemos ter um excesso de controle, que pode prejudicar o desempenho da organização. É o caso do controle excessivo das despesas de baixo valor. Aplicar os princípios do controle interno para este tipo de despesa é perda de tempo, pois muitas vezes não vale a pena. Para isto, existe o conceito de caixa pequeno, no qual as despesas de baixo valor são realizadas de maneira descentralizada e com um nível de controle menor.

Neste ano, um incidente internacional mostrou o cuidado que devemos ter com exageros no controle interno. Este incidente envolveu acusações das autoridades holandesas contra a Rússia. Aleksei Morenets era aparentemente um espião russo. No dia 10 de abril de 2018, Morenets pegou um táxi no aeroporto de Sheremetyevo, de Moscou, para Nesvizhskiy Pereulok, onde fica a GRU, o serviço de inteligência militar da Rússia. Morenets pediu o recibo ao taxista para um reembolso futuro por parte do seu empregador. Esta é uma atitude típica de um funcionário de uma organização que sabe que terá o valor do táxi recebido de volta, desde que tenha a comprovação do recibo do desembolso. O taxista preencheu o recibo com as informações.

Três dias depois, o zeloso Morenets estava desembarcando em Haia, na Holanda. Junto com o seu passaporte, a agência de contraespionagem holandesa encontrou o recibo do táxi. O recibo permitiu que os holandeses vinculasse Morenets à GRU. O caso fez o Agente 86 parecer inteligente. Em outubro, quando as autoridades da Holanda acusaram formalmente a Rússia de espionagem, o recibo do táxi foi uma das provas apresentadas com destaque. Afinal, não basta acusar o outro país de espionagem; indicar a presença do recibo pode ter um efeito muito mais didático: A teoria é que “nomear e constranger” tais malfeitores gera uma dissuasão, impedindo-os de viajar ao Ocidente e usar suas redes financeiras, bem como lutar pelos esforços russos de desinformação.

Pede-se:

a) Você consegue sugerir uma medida que a GRU poderia adotar para resolver o problema, sem prejudicar excessivamente o controle interno?

b) No texto, quando mencionamos: “Em certas situações práticas não podemos ter um excesso de controle, que pode prejudicar o desempenho da organização”, essa afirmação se refere a um atributo da informação contábil útil, conforme o CPC 00. Você poderia dizer a que atributo podemos associá-la?

Fonte: The Economist. Ocidente faz espiões russos parecerem trapalhões. O Estado de S Paulo, 5 de out 2018.

Curso Prático de Contabilidade, 2a ed, César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues