Muito interessante um experimento com mais de 800 participantes para ranquear o grau de profundidade de uma imagem de arte abstrata. O que os pesquisadores fizeram foi incluir um título na obra, que poderia ser um título pseudo-profundo (exemplo: O Eco Surdo), título mundano (Tela n. 8) e nenhum título. E o título funcionou, influenciando a percepção de profundidade.
Eis uma frase interessante dos autores:
nós discutimos o potencial desses resultados (...) como uma estratégia de baixo custo para ganhar vantagens nos domínios do prestígio.
Os autores usam o termo "Bullshit" (besteira, na tradução), sendo discutido o termo na ciência. Segundo o artigo, "bullshit" faz a arte parecer profunda, que corresponde ao título do artigo.
Turpin, Martin H et al. Bullshit makes the art grow profounder. Judgment and Decision Making, vol. 14, n. 6, nov. 2019, 658-670
(Mais um exemplo onde não temos "a essência sob a forma")
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14 junho 2020
03 agosto 2019
11 abril 2017
12 novembro 2014
Curso de Contabilidade Básica: Passivo
Ao estudarmos o passivo de uma empresa – objeto de um dos
capítulos do livro que pretendemos lançar no próximo ano – trabalhamos com
exemplos simples, mas que apresentam uma visão adequada da contabilidade deste
grupo. Fazemos um lançamento aumentando o passivo de uma empresa quando existir
um evento que aumenta ou cria uma obrigação. Quando a empresa compra uma
mercadoria a prazo isto gera um passivo; se o funcionário cumpre regularmente
suas horas de trabalho, também dá ensejo a um passivo.
Existem algumas situações onde a empresa pode hesitar em
fazer o lançamento do passivo: quando existir dúvida sobre o montante da
obrigação. Um exemplo para esclarecer esta situação: ocorre um desastre
ambiental e sabe-se que isto irá gerar uma multa. Como ainda o valor da multa
não foi apresentado, pode-se atrasar em alguns dias o lançamento contábil para
que o mesmo seja feito com maior precisão.
Mas nossos textos são práticos, com exemplos do mundo real.
E vamos discutir um assunto polêmico: a operação lava-jato. Esta operação
policial prendeu algumas pessoas e gerou denúncias de corrupção em empresas do
governo federal. Os fornecedores pagavam propina para que as compras fossem
feitas. O leitor mais atento já deve lembrar que comentamos sobre o assunto empostagem anterior,
quando mostramos a diferença entre investimento e despesa na Petrobras. Nosso
foco agora é do outro lado: as empresas corruptoras. Estas empresas estão sendo
ameaçadas de sofrerem uma multa que pode chegar a 20% do faturamento. Para o
grupo Camargo Correa, um dos envolvidos, isto pode representar R$ 5 bilhões,
além da prisão de executivos.
O Valor Econômico http://www.valor.com.br/politica/3774246/empreiteiras-deverao-pagar-multas-acima-de-r-1-bilhao
informou que alguns executivos estão pensando em assinar acordos, que incluiria
as empresas onde trabalham. Estes acordos envolveria o Ministério Público, o
Cade e a CGU. A lei estabelece algumas vantagens que podem garantir esta
assinatura, mas permanecem algumas punições, como multas.
Vamos supor que se tenha um acordo entre uma empresa e o Ministério
Público. Assim o passivo deveria ser registrado na assinatura do acordo, onde
se terá o valor do passivo. Nesta data se a empresa for de capital aberto deve
divulgar o fato relevante, com o lançamento contábil, debitando resultado e
creditando passivo.
Não terminamos. Existe um grande problema neste caso:
Os textos dos acordos
serão mantidos sob sigilo enquanto as investigações estiverem em curso. O
objetivo é proteger as informações prestadas pelas companhias e, com base
nelas, fazer novas diligências. Os textos só serão revelados quando houver a
abertura de ação penal contra os suspeitos, o que só deve ocorrer no ano que
vem.
Assim, não é possível fazer o lançamento e divulgação na
data da assinatura. Este é um caso onde a regra “Essência sob a Forma” não
vale. A forma predomina.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
24 novembro 2011
Leasing
Um total de R$ 78 bilhões entraria no passivo da Petrobras caso as mudanças nas regras de contabilização de leasing, em estudo pelo Conselho Internacional de Padrões Contábeis (Iasb, na sigla em inglês), passassem a vigorar hoje.
O valor diz respeito aos contratos de leasing operacional dos equipamentos utilizados pela gigante do setor de petróleo no terceiro trimestre e representa 13,4% dos R$ 582 bilhões em passivos que a companhia acumulava ao fim do período e 24,6% de seu patrimônio líquido (R$ 331 bilhões).
Em meio a inúmeras controvérsias, a alteração das normas do padrão contábil internacional (IFRS) não deve vigorar antes de 2015 e o texto final ainda deve mudar para contemplar as sugestões feitas durante o período de audiência pública, encerrado em dezembro do ano passado.
Mas a simulação utilizando os números da Petrobras dá a medida do impacto que a mudança pode ter sobre o retrato financeiro das companhias em todo o mundo.
Pela norma atual, o arrendamento mercantil (leasing) é dividido em duas categorias: o financeira e o operacional.
A modalidade financeira implica o aluguel de um bem com uma opção de compra ao fim do contrato. Grosso modo, é o leasing comumente utilizado para a aquisição de automóveis: com as parcelas quitadas, o veículo passa a ser de propriedade do arrendatário.
No Brasil, esse tipo de operação passou a entrar no balanço das empresas como dívida a partir da adoção do padrão contábil internacional, no ano passado. As amortizações são contabilizadas como despesas financeiras, com registro do bem no balanço patrimonial da companhia nos ativos e nos passivos.
Outra categoria, conhecida como leasing operacional, engloba as operações de arrendamento que não contemplam a opção de compra ao fim do período. Na prática, trata-se de uma operação de aluguel no sentido mais estrito do termo: paga-se parcelas periódicas pelo direito de uso de determinado bem.
Até que a nova norma sobre o leasing seja aprovada, o arrendamento operacional permanece nas demonstrações financeiras apenas como despesa administrativa e não é contabilizado no balanço patrimonial.
A proposta do Iasb é eliminar a diferenciação entre as duas modalidades de leasing. A lógica por trás da alteração é que o aluguel de bens engloba um "direito de uso", que deve ser contabilizado no ativo, com o consequente registro da obrigação de pagamento nos passivos, de acordo com Edison Arisa, coordenador técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e sócio de auditoria da PricewaterhouseCoopers (PwC).
A orientação segue a diretriz de primazia "da essência sobre a forma", conceito que rege o padrão internacional de contabilidade.
Nem todas as empresas discriminam o valor de seus contratos de arrendamento operacional nas notas explicativas que acompanham o balanço, como a Petrobras. Mas, segundo Arisa, é possível prever que a indústria extrativa deve ser uma das mais afetadas no país, uma vez que os gastos com a compra de equipamentos nesse setor poderia ser muito oneroso para as companhias. "É comum que as empresas que exploram recursos naturais aluguem equipamentos pesados por meio de contratos de leasing operacional."
(...) Com o reconhecimento das operações de arrendamento operacional como dívida, a despesa com amortizações passa a ser contabilizada na conta financeira e não mais como gasto administrativo.
Com isso, cresce o lucro operacional das empresas - isto é, aquele antes dos dispêndios com pagamento de juros -, com proporcional efeito na rubrica financeira.
Efeito leasing* Valor Econômico - 23 nov 2011 - via aqui
O valor diz respeito aos contratos de leasing operacional dos equipamentos utilizados pela gigante do setor de petróleo no terceiro trimestre e representa 13,4% dos R$ 582 bilhões em passivos que a companhia acumulava ao fim do período e 24,6% de seu patrimônio líquido (R$ 331 bilhões).
Em meio a inúmeras controvérsias, a alteração das normas do padrão contábil internacional (IFRS) não deve vigorar antes de 2015 e o texto final ainda deve mudar para contemplar as sugestões feitas durante o período de audiência pública, encerrado em dezembro do ano passado.
Mas a simulação utilizando os números da Petrobras dá a medida do impacto que a mudança pode ter sobre o retrato financeiro das companhias em todo o mundo.
Pela norma atual, o arrendamento mercantil (leasing) é dividido em duas categorias: o financeira e o operacional.
A modalidade financeira implica o aluguel de um bem com uma opção de compra ao fim do contrato. Grosso modo, é o leasing comumente utilizado para a aquisição de automóveis: com as parcelas quitadas, o veículo passa a ser de propriedade do arrendatário.
No Brasil, esse tipo de operação passou a entrar no balanço das empresas como dívida a partir da adoção do padrão contábil internacional, no ano passado. As amortizações são contabilizadas como despesas financeiras, com registro do bem no balanço patrimonial da companhia nos ativos e nos passivos.
Outra categoria, conhecida como leasing operacional, engloba as operações de arrendamento que não contemplam a opção de compra ao fim do período. Na prática, trata-se de uma operação de aluguel no sentido mais estrito do termo: paga-se parcelas periódicas pelo direito de uso de determinado bem.
Até que a nova norma sobre o leasing seja aprovada, o arrendamento operacional permanece nas demonstrações financeiras apenas como despesa administrativa e não é contabilizado no balanço patrimonial.
A proposta do Iasb é eliminar a diferenciação entre as duas modalidades de leasing. A lógica por trás da alteração é que o aluguel de bens engloba um "direito de uso", que deve ser contabilizado no ativo, com o consequente registro da obrigação de pagamento nos passivos, de acordo com Edison Arisa, coordenador técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e sócio de auditoria da PricewaterhouseCoopers (PwC).
A orientação segue a diretriz de primazia "da essência sobre a forma", conceito que rege o padrão internacional de contabilidade.
Nem todas as empresas discriminam o valor de seus contratos de arrendamento operacional nas notas explicativas que acompanham o balanço, como a Petrobras. Mas, segundo Arisa, é possível prever que a indústria extrativa deve ser uma das mais afetadas no país, uma vez que os gastos com a compra de equipamentos nesse setor poderia ser muito oneroso para as companhias. "É comum que as empresas que exploram recursos naturais aluguem equipamentos pesados por meio de contratos de leasing operacional."
(...) Com o reconhecimento das operações de arrendamento operacional como dívida, a despesa com amortizações passa a ser contabilizada na conta financeira e não mais como gasto administrativo.
Com isso, cresce o lucro operacional das empresas - isto é, aquele antes dos dispêndios com pagamento de juros -, com proporcional efeito na rubrica financeira.
Efeito leasing* Valor Econômico - 23 nov 2011 - via aqui
06 junho 2008
Forma e essência
Crianças pequenas pensam que colegas com óculos são mais espertas e mais honestas. Olha a essência prevalecendo sob a forma.
Fonte: aqui
07 maio 2008
A questão da forma
A figura abaixo mostra a percentagem de pessoas em diferentes países que aceitam doar seus órgãos depois da morte. A diferença entre os quatro primeiros países e os seguintes é enorme. O que provoca essa diferença? Certamente não é o aspecto cultural, pois Dinamarca e Suécia possuem origens próximas e a diferença é substancial.
A razão da diferença está na forma como as pessoas comunicam para a saúde pública se são ou não são doadores. Nos quatro primeiros países a forma de comunicação é no sentido "opt-in", ou seja, se a pessoa não informar ao governo ela não será considerada doadora. Nos outros países a forma é "opt-out", onde o default é a doação. Ou seja, se a pessoa não informar nada, assume-se que ela é doadora.
Dan Ariely considera esse um exemplo de como pequenas mudanças podem trazer enormes efeitos sobre as pessoas. Por coincidência, Ariely comenta um trabalho de Slovic que pergunta qual a razão do impacto da morte de um bebê chamado Jessica enquanto 800 mil pessoas foram mortas em Darfur em cem dias e isso não trouxe impacto na opinião pública. (Parece com o drama da morte de Isabella, atualmente no Brasil).
A razão da diferença está na forma como as pessoas comunicam para a saúde pública se são ou não são doadores. Nos quatro primeiros países a forma de comunicação é no sentido "opt-in", ou seja, se a pessoa não informar ao governo ela não será considerada doadora. Nos outros países a forma é "opt-out", onde o default é a doação. Ou seja, se a pessoa não informar nada, assume-se que ela é doadora.
Dan Ariely considera esse um exemplo de como pequenas mudanças podem trazer enormes efeitos sobre as pessoas. Por coincidência, Ariely comenta um trabalho de Slovic que pergunta qual a razão do impacto da morte de um bebê chamado Jessica enquanto 800 mil pessoas foram mortas em Darfur em cem dias e isso não trouxe impacto na opinião pública. (Parece com o drama da morte de Isabella, atualmente no Brasil).
09 abril 2008
Desenhando melhores escolhas
Segundo Thaler e Sunstein, num artigo publicado no L A Times (2/4/2008, Designing better choices ou aqui) a escolha a arquitetura pode influenciar nas decisões humanas. Um exemplo apresentado diz respeito a um problema nos banheiros masculinos do aeroporto de Amsterdam, já que os homens não tinham muita precisão e atenção quando iam fazer suas necessidades. Ao colocar uma imagem em cada mictório os problemas reduziram em 80%.
Outro exemplo diz respeito a questão da doação de órgãos. Geralmente o estado assume que as pessoas mortas não querem doar seus órgãos. Se existisse um consentimento pressumido (pressuposição de que todo morto doará seus órgãos) poderia melhorar a quantidade de pessoas salvas com implantes.
10 outubro 2007
A forma é importante?
Aprendemos que na contabilidade deve prevalecer a essência sob a forma. Mas será a forma importante? Aparentemente sim.
Estudo realizado por este autor e seu orientando, Diogo Lima, usando questionário aplicado com diversas questões mostrou que a forma pode influenciar o processo decisório das pessoas. O trabalho foi apresentado no último Enanpad:
Estudo realizado por este autor e seu orientando, Diogo Lima, usando questionário aplicado com diversas questões mostrou que a forma pode influenciar o processo decisório das pessoas. O trabalho foi apresentado no último Enanpad:
Foram realizados seis experimentos, apresentados sob forma de questionário, estruturados em dois estudos. No Estudo I, composto pelos experimentos 1, 2 e 6, o objetivo foi verificar se os diferentes tratamentos contábeis para avaliação e evidenciação de alguns elementos afetam, de forma significante, as decisões. O Estudo II, composto dos experimentos 3, 4 e 5, buscou verificar se a utilização de recursos textuais e/ou gráficos na apresentação de informações financeiras pode alterar a percepção e, conseqüente, decisão dos indivíduos. Os resultados dos estudos evidenciam que os participantes da pesquisa tiveram suas escolhas influenciadas pelo critério de avaliação de estoques e evidenciação de P&D utilizados e pelo reconhecimento dos efeitos da inflação na elaboração das demonstrações contábeis, bem como pela utilização de recursos textuais e/ou gráficos na apresentação dos relatórios financeiros, comprovando o efeito formulação em cinco das seis situações apresentadas.
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