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26 setembro 2022

Escrita ruim dos textos legais

Advogados geralmente acham que escrevem bem. Pelo menos aqui no Brasil isto é algo que vemos. Em língua inglesa, uma pesquisa mostrou que isto não é verdade. 

Despite their ever-increasing presence in everyday life, contracts remain notoriously inaccessible to laypeople. Why? Here, a corpus analysis (n ≈10 million words) revealed that contracts contain startlingly high proportions of certain difficult-to-process features–including low-frequency jargon, center-embedded clauses (leading to long-distance syntactic dependencies), passive voice structures, and non-standard capitalization–relative to nine other baseline genres of written and spoken English. Two experiments (N=184) further revealed that excerpts containing these features were recalled and comprehended at lower rates than excerpts without these features, even for experienced readers, and that center-embedded clauses inhibited recall more-so than other features. These findings (a) undermine the specialized concepts account of legal theory, according to which law is a system built upon expert knowledge of technical concepts; (b) suggest such processing difficulties result largely from working-memory limitations imposed by long-distance syntactic dependencies (i.e., poor writing) as opposed to a mere lack of specialized legal knowledge; and (c) suggest editing out problematic features of legal texts would be tractable and beneficial for society at-large.

Texto aqui. Eis um gráfico comparativo:


14 julho 2018

Escrita é originária da contabilidade?

James Scott, em Against the Grain, levanta a hipótese de que a escrita foi originária da contabilidade. Assim, a escrita foi inventada para que os primeiros estados tivessem condição de rastrear pessoas, terras e produção. Inicialmente, a escrita era uma ferramenta da contabilidade e com o passar do tempo passou a ser usada para escrever poesia e narrativas. Parece que Scott defende a ideia que o estado é tirânico e as pessoas viviam melhor no passado.

Um texto no Aeon, de Michael Erard, critica esta "hipótese administrativa" e condena a visão de que a escrita é vilã. E a contabilidade, inventada para ajudar os governos da antiguidade (Mesopotâmia, China etc) teria um papel preponderante.

if writing is the offspring of accounting and keeps the powerful in power, then let’s unshackle ourselves and return to purity.

13 dezembro 2010

Contador: Verbal ou Quantitativo?

Várias vezes, quando falei que sou professor de contabilidade, ouvi observações das pessoas sobre o fato do curso ser “quantitativo”. Entretanto, na minha experiência como professor, tenho notado que os alunos são avessos aos números. Por outro lado, os contadores geralmente possuem uma capacidade de expressão abaixo da média. Em ambientes com muitas pessoas, os contadores geralmente são tímidos.

Todas estas observações são empíricas e não podem ser comprovadas. Ou será que podem? Descobri um estudo comparativo entre diversas profissões, usando três escalas: quantitativa, verbal e escrita. Antes de continuar, é preciso fazer uma ressalva de que este estudo foi realizado no exterior, podendo não refletir o

Apesar de o estudo usar três dimensões, a relação entre a escrita e a habilidade verbal foi tão significativa (0,81) que as conclusões podem ser resumidas para duas escalas: a habilidade de lidar com os números e a habilidade de lidar com a expressão. As notícias não são boas para os contadores.

O primeiro gráfico mostra a relação entre o quantitativo e o verbal. O contador (“accounting”) está no menor nível da habilidade verbal – é isto mesmo – e no nível intermediário da habilidade quantitativa. Já os filósofos possuem uma grande capacidade verbal e uma capacidade quantitativa acima do contador.


O segundo gráfico mostra a relação entre a escrita e a habilidade quantitativa. Os resultados estão próximos ao obtido no gráfico anterior, já que a relação entre escrita e verbal é muito elevada. Observe o contador na parte de baixo do gráfico, em razão da péssima avaliação da escrita.


O autor do texto afirma que “os filósofos são os humanistas mais inteligentes, os físicos são os cientistas mais inteligentes e os economistas são os cientistas sociais mais inteligentes.

Leia mais: Verbal vs. mathematical aptitude in academics, Discover, 10 dez 2010