Em uma entrevista com a historiadora Caitlin Rosenthal, a discussão sobre o tratamento do ser humano como mercadoria. Eis um trecho:
(...) o artigo explora quatro estudos de caso sobre como as pessoas escravizadas eram precificadas e avaliadas. Os três primeiros mostram o processo de comoditização, revelando como os proprietários de escravos viam os escravos não como indivíduos, mas como unidades fungíveis de capital e trabalho. Isto incluía (1) inventários de pessoas escravizadas, (2) listas de preços que classificavam os escravos em categorias comercializáveis e (3) um sistema que classificava as pessoas escravizadas como ¼, ½, ¾ ou inteiras (...) o que permitia aos proprietários de escravos fazer comparações entre diversos grupos de pessoas. A seção (4) do artigo explora a auto compra, examinando como funcionava a precificação quando as próprias pessoas escravizadas participavam de mercados para comprar sua liberdade. Este último gênero de negociação mostra que os proprietários transformaram seu poder sobre os escravos em poder de monopólio, usando-o para extrair preços acima do mercado daqueles que buscavam comprar sua liberdade.
É importante destacar que Rosenthal escreveu um livro com o título Accounting for Slavery: Masters and Management.Ainda sobre o mesmo assunto, a Slate publicou um texto onde analisou a estreita ligação do trono inglês com a escravidão. O texto mostra como os reis britânicos lucraram, na história, com o comércio de escravos. No final:
Nos últimos dias, o duque e a duquesa de Sussex [príncipe Harry e a atriz negra Meghan Markle] argumentaram que, à luz do movimento Black Lives Matter, é hora de a Grã-Bretanha lidar com seu passado “desconfortável”. Mas a monarquia britânica continua se recusando a reconhecer seus laços históricos com o comércio de escravos e a opressão racial.