Por Isabel Sales
Virou bagunça mesmo. A Cláudia Cruz e o professor César comentaram sobre o encontro de contabilidade pública em um cruzeiro. Muitos pontos interessantes foram levantados. Ok. Agora recebo um e-mail sobre o encontro da mulher contabilista também em cruzeiro. Tem alguma coisa acontecendo que eu não sei? O presidente do CFC é dono de alguma empresa dessas ou tem ações ou sei lá o que? Alguém em um cargo de grande poder decisório tem algum tipo de fetiche?
Por que vou te contar viu... Tudo bem que muita gente vai pra congresso e encontro por causa da farra, mas sempre tem aqueles
o/ que querem participar, aprender, acrescentar e etc. Coquetel e farra podem fazer parte. E por favor, façam! Mas acho uma audácia ser o ponto principal. Ainda mais porque os gente-como-a-gente, que vão pagando do próprio bolsinho, com as melhores intenções, saem perdendo. Quem ganha (além dos donos do cruzeiro, dos donos do fetiche e afins) é aquele funcionário que por algum motivo é o sorteado da vez para ir pela empresa.
Política de pão e circo. Todos nós sabemos que muitas, muitas, muitas empresas pagam para os funcionários participarem destes eventos (eu, por exemplo, já fui várias vezes). Mas... sinceramente? Eu não aguentaria ficar presa em um barquinho no meio do oceano com certos colegas de trabalho. ;) Há de se impor limites. Mas né meu povo, esta sou eu.
Agora entremos no fator mulher: por que quando o encontro é o feminino só há palestra não contábil? [Eu já me recusei a ir nesse encontro fanfarrão, sendo patrocinada, porque me senti ofendida. Encontro de contabilista com um folder da Fafá de Belém? Ahham. Ah! E as palestras eram sobre globalização ou o futuro da profissão. Algo vago para se dizer que tinha contabilidade (a palavra, ao menos) no evento. Acho que todas as palestrantes eram mulheres também. Importante, não?]. E por que na "nossa vez" tem que rolar propaganda de amor e colocar coraçõezinhos? E o mais básico: por que existe um encontro só para mulheres? Por que? Por que???
Ow, tem muita coisa nessa história de encontro que eu não entendo. Um dia vou pedir para o presidente do CFC sentar comigo e me explicar, assim, como quem estivesse me ensinando o bê-á-bá. Sorte dele que eu fui uma cidadã muito má e andei esquecendo de votar na última eleição...