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12 maio 2016

Eletrobrás

Segundo o Estadão chama a atenção para o problema da Eletrobrás, que deve atrasar a entrega do balanço nos EUA:

O impasse é considerado mais emergencial porque a estatal tem prazo até o próximo dia 18 de maio para apresentar à SEC formulário referente ao balanço de 2014, que está pedente. A empresa já admitiu ontem em comunicado ao mercado financeiro que poderá não cumprir o prazo de entrega da documentação dos exercícios de 2014 e 2015 e evitar a deslistagem dos seus ADRs, negociados no mercado norte-americano. Caso isso ocorra, fontes do governo avaliam que há risco também de desaceleração da dívida da empresa. Isso significa que os credores da estatal poderão, na prática, cobrar antecipadamente dívidas da companhia.

19 maio 2011

Conheça a Eletrobras

Conheça a Eletrobras – por Isabel Sales

Em consequência a postagem de ontem sobre a Eletrobras, deixe-me fazer um breve resumo pra vocês. Segundo a Wikipédia, a Eletrobras é uma sociedade de economia mista de capital aberto, sob controle acionário do Governo Federal (conforme a nota explicativa 15.1, integrante das demonstrações contábeis de 2010, 52% das ações ordinárias pertencem à União Federal) e foi criada em 1962 para coordenar todas as empresas do setor elétrico. Na década de 1990, com a reestruturação do setor, as responsabilidades da empresa foram restritas e consequentemente foi criada, em 1996, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), em 1998 o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), em 2004 a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e, também em 2004, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Segundo o sítio da Eletrobras, atualmente a empresa atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e lidera um sistema composto por 12 subsidiárias (ou controladas), 1 empresa de participação, um centro de pesquisas e metade do capital da Itaipu Binacional.

Alguns dados encontrados no balanço social consolidado de 2010:
Há um total de 24.967 empregados. Desses, 77% são homens e 1.416 têm mais do que 60 anos (os adeptos dos programas de demissão voluntária que, até onde sei, será apenas para os que podem se aposentar – o PDV será uma das formas aplicadas pela empresa para melhorar a sua situação financeira). Ademais, há 8.172 empregados terceirizados. Interessante notar que existem 24 empregados analfabetos, apesar da empresa investir cerca de R$ 24.255 mil em educação.

Para entender melhor sobre a empresa, leia:
Capitalização das estatais: aqui.
Balanço da Eletrobras (post de 2009): aqui.
Dividendos: aqui.
Valor residual: aqui.

21 agosto 2009

Balanço da Eletrobrás

Atraso no balanço e perda bilionária pesam na ação da Eletrobrás
Por Graziella Valenti, Josette Goulart e Silvia Rosa, de São Paulo
Valor Econômico - 20/8/2009

O balanço do segundo trimestre da Eletrobrás, divulgado ontem, trouxe dúvidas extras à tradicional complexidade associada aos resultados da estatal.

Uma redução do "ativo regulatório" maior do que a esperada pelo mercado, que resultou num efeito negativo de R$ 1 bilhão, teve como resultado prático uma queda de 3,3% nas ações ordinárias da companhia num dia em que o Índice Bovespa subiu 0,7%.

O ajuste, lançado na receita da companhia, pesou na última linha do balanço da estatal, que teve prejuízo de R$ R$ 2,1 bilhões, ante lucro de R$ 142,8 milhões em igual intervalo de 2008.

As ações já tinham caído no fim da semana passada, com o atraso na divulgação do balanço [1]. O prazo legal para entrega dos números era dia 15.

De acordo com Astrogildo Quental, diretor financeiro e de relações com investidores da estatal, o motivo da demora foram questionamentos do auditor independente, a PricewaterhouseCoopers (PwC), sobre uma disputa antiga entre a construtora Mendes Júnior e a Chesf, sua controlada.

"Eles [PwC] pediram uns dias a mais." A partir deste ano, todas as companhias controladas são auditadas pela mesma firma.

Mas o que deixou os analistas perplexos foi uma questão matemática. A companhia afirmou no balanço que o impacto negativo do ativo regulatório acumulado no semestre foi de R$ 2,4 bilhões. Porém, a soma dos montantes divulgados no primeiro e no segundo trimestre dá R$ 1,95 bilhão, deixando os analistas em busca dos quase R$ 500 milhões de diferença. A explicação não está claramente detalhada no comunicado sobre as demonstrações financeiras. [2]

A justificativa da perda também não é das mais fáceis, nem para os especialistas. De forma simplificada, trata-se da marcação a valor de mercado do crédito que a Eletrobrás possui pelo financiamento de Itaipu. Parte desse crédito, que é em dólar, é corrigido pela inflação americana. Como os indicadores para isso foram negativos nos últimos meses, por conta da recessão naquele país, o valor da correção desse crédito caiu.

Itaipu tem uma dívida de US$ 18 bilhões com o governo federal e com a Eletrobrás, que financiaram a construção da usina. Desse total, US$ 6 bilhões são compromissos da usina binacional com a estatal brasileira. Essa dívida era, até o fim de 2007, corrigida por juros da ordem de 7% ao ano mais os índices de inflação americana. Desde o ano passado, porém, foram retirados da correção da dívida de Itaipu os índices inflacionários dos Estados Unidos. Mas, para isso não afetar a Eletrobrás, esse crédito foi transformado numa conta chamada ativo regulatório, que vai direto para a tarifa de repasse da energia de Itaipu, separada da dívida.

Quando foi feita essa segregação, no fim de 2007, o valor do ativo regulatório era da ordem de R$ 4 bilhões. No fechamento de junho, esse total havia sido reduzido para R$ 2,7 bilhões, fruto da variação dos índices americanos.

Contudo, esse crédito será pago num prazo de 14 anos, até 2023. Portanto, trata-se do valor presente da expectativa desse ganho ao longo do tempo. Até sua efetiva concretização, tal impacto poderá não existir ou ser até mesmo positiva. "Num intervalo tão grande, inflação é sempre positiva. Não há recessão que dure tanto", ressaltou Quental, diretor financeiro e de relações com investidores da estatal.

Além do efeito sobre a correção pelos indicadores americanos, como o crédito é em dólar, o valor em reais também sofreu com a valorização da moeda nacional. No total, a empresa tem recebíveis de US$ 7 bilhões, e o efeito negativo da queda do dólar foi de R$ 2,9 bilhões no balanço trimestral.

Quanto à diferença do ativo regulatório entre o acumulado no semestre e a soma dos valores divulgados para o primeiro e segundo trimestres, a explicação é que o conceito inclui a recomposição da tarifa emergencial, herança ainda da época do apagão e isso não foi detalhado no texto.

Mas não foi só a comunicação que trouxe insatisfação no balanço do segundo trimestre. Além da variação cambial, a queda na demanda por energia, em função do desaquecimento da economia doméstica, também afetou o resultado das empresas controladas. "A geração de caixa também foi muito fraca, em função da queda do consumo de energia, principalmente no setor industrial", afirmou Rosângela Ribeiro, analista da SLW Corretora.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) somou R$ 1,1 bilhão de abril a junho, 13,8% menor do que de igual intervalo do ano passado. "O resultado geral foi muito fraco, com custos superiores ao esperado e a linha de resultado final prejudicada pelo câmbio", escreveu Renato Pinto, analista da Fator Corretora.

Apesar do desaquecimento dos números trimestrais, a Eletrobrás encerrou junho com uma posição de caixa de R$ 12 bilhões, ante R$ 8,7 bilhões um ano antes. Para Pinto, da Fator, esse montante dá mostras de que ela teria condições de pagar os bilionários dividendos em atraso. Contudo, o tem não anima os analistas. "A questão fica cada vez mais distante de uma conclusão em 2009, o que poderá agravar ainda mais a performance das ações", destaca Rafael Quintanilha, da Brascan Corretora.

O balanço trouxe ainda uma ressalva do auditor quanto aos créditos tributários de R$ 1,3 bilhão que a estatal tem, por conta da compra de energia aquisição por suas empresas controladas do segmento de distribuição situadas na região Norte. A auditoria destaca que a companhia não apresentou estudo sobre as condições e o tempo de realização desses créditos, o que, na prática, dificultou a averiguação da necessidade de ajuste sobre esse montante.

A ausência do estudo deve-se à expectativa de que o tema seja tratado na Medida Provisória 466, que irá alterar a conta de consumo de combustíveis. A expectativa de Quental é que fique mais claro para as companhias a validade, no tempo, de tais créditos, garantindo sua utilização.


[1] Desconfiado, o mercado puniu antecipadamente a empresa. Onde há fumaça, há fogo.
[2] Esta imprecisão e a complexidade da empresa gera mais desconfiança.

29 abril 2009

Questão contábil ou política?

A Eletrobrás se queixa de que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) mudou a metodologia da contabilidade dos R$ 18 bilhões em créditos que a estatal tem a receber de Itaipu Binacional até 2023. Em vez de entrarem na conta da elétrica, os repasses passaram a ser contabilizados diretamente no caixa do Tesouro. Isso, na prática, está provocando uma perda anual de R$ 1,5 bilhão no superávit da Eletrobrás.

É diante dessa mudança e da proposta arrojada de dobrar os investimentos este ano, que a estatal de energia está reivindicando o mesmo tratamento dispensado pelo governo à Petrobrás. Há duas semanas, a equipe econômica deixou a estatal petrolífera fora do cálculo do superávit primário, liberando-a para investir mais R$ 15 bilhões este ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recusa-se, porém, a examinar a possibilidade de estender a medida à Eletrobrás no curto prazo. Ele entende que, antes de reivindicar tratamento igualitário, a companhia energética deve apresentar a mesma eficiência da Petrobrás.

A direção da Eletrobrás não contesta o fato de não ter a mesma governança corporativa que a Petrobrás. Mas o diretor financeiro e de relações com investidores, Astrogildo Quental, faz questão de destacar que a Eletrobrás já está trabalhando duro para atingir o nível de excelência e os resultados positivos da Petrobrás.

“O Plano de Ações Estratégicas, aprovado em março pelo conselho da estatal, é a prova concreta de que a Eletrobrás está trabalhando para ser a Petrobrás do setor elétrico, como quer o presidente Lula”, afirma Quental. No que se refere à governança corporativa, a estatal energética está implementando a gestão de risco e um novo sistema de controle, que inclui a criação de critérios normativos para impedir nomeações políticas que não atendam aos requisitos técnicos dos respectivos cargos. A Eletrobrás já está listada na bolsa de Valores de Nova York. Trabalha, agora, para alcançar o índice Dow Jones, que só a Petrobrás e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig ) possuem atualmente.

Quental não reclama de os créditos de Itaipu serem contabilizados pelo Tesouro, mas considera justa a postulação de ao menos flexibilizar a meta fiscal da empresa este ano. “Não posso transferir o crédito e ficar com a mesma meta, a menos que eu aperte mais e corte os investimentos”, pondera. “A empresa pode cumprir metas de superávit, mas não pode ser amarrada agora”, insiste.

A grande preocupação da direção da estatal é cumprir o programa de investimentos. No ano passado, foram executados R$ 4 bilhões, para uma meta de investir R$ 6 bilhões.

Este ano, será empenhado todo o esforço para executar R$ 8 bilhões de investimentos.

A avaliação geral, no entanto, é de que isso não será possível caso a Eletrobrás seja mesmo forçada a cumprir a meta de superávit de R$ 1,6 bilhão em 2009. Não, a menos que o Tesouro volte à regra anterior de contabilizar o bilhão e meio de reais em créditos de Itaipu à estatal.

INVESTIMENTOS

O programa de investimentos para os próximos quatro anos, até 2012, soma R$ 30 bilhões. A contabilidade da holding, que reúne sete empresas de geração e transmissão de energia e outras quatro de distribuição Brasil afora, mostra que, a despeito da crise, praticamente não houve redução na receita. Técnicos do setor observam que a área industrial recuperou um pouco sua produção e a energia consumida.

Os problemas estão localizados em setores de produção específicos, como o alumínio. Nesse caso, as plantas no Norte e Nordeste, que são atendidas pela Eletronorte e pela Chesf, estão sendo pressionadas pelos produtores afetados pela crise, que derrubou os preços do metal no mercado externo. Em alguns casos, houve até acréscimo nas vendas, mas os produtores reclamam que o saldo é negativo porque eles vendem mais, mas a receita é menor.

Eletrobrás briga por R$ 1,5 bilhão
Christiane Samarco - 29 Abril 2009
O Estado de São Paulo

14 abril 2008

Eletrobrás


Eletrobrás quer poder financeiro
Empresa tem R$ 78 bilhões de patrimônio e R$ 30 bilhões de valor de mercado, situação oposta à da Vale
Irany Tereza & Suely Caldas - O Estado de São Paulo - 14/04/2008

A Eletrobrás passou, há uma semana, por sua mais profunda transformação desde que começou a operar, em 1962. A lei 11.651, que lhe deu poderes semelhantes aos da Petrobrás, o maior grupo empresarial brasileiro, conferiu autoridade à soberania da empresa, mas não o respaldo de mercado. A companhia recuperou o que havia perdido no período de privatizações, nos anos 90, e ainda teve ganhos extras no controle de suas oito subsidiárias. Mas não ganhou musculatura financeira.

O sistema Eletrobrás, que tenta há quatro anos negociar ações na Bolsa de Nova York, esbarra no rigor da Security Exchange Commission (SEC), o temido órgão de controle do mercado acionário americano. Entre as principais dificuldades, está a ingerência política que sempre marcou a gestão do grupo.

O engenheiro eletricista José Antonio Muniz Lopes, atual presidente da Eletrobrás, apesar da qualificação técnica, não foge à regra: apadrinhado do senador peemedebista José Sarney, ele garante que tem a fórmula para corrigir os problemas das seis distribuidoras federalizadas, que hoje são o calcanhar-de-aquiles do grupo. "Este ano vamos chegar à ADR2 (American Depositary Receipts de nível 2, os títulos negociados em Nova York). Estamos chegando perto", afirma Lopes. O que falta, então? O executivo titubeia. Diz que não sabe "o detalhe exatinho" e cita "alguns passos dessa tal governança corporativa, criação de alguns comitês, alguma forma de fazer a contabilidade mais explícita". Mas, garante, sai este ano: "O pessoal do financeiro me falou que chegamos lá."

(...) Muniz vai enfrentar outro delicado problema: cobrar a enorme dívida da CEA (distribuidora do Amapá) com a Eletronorte. O principal defensor da CEA é o senador pelo Amapá, José Sarney, justamente quem indicou Muniz para a presidência da Eletrobrás. O desempenho financeiro da CEA é tão caótico que, há quase um ano, a Aneel pediu a caducidade da concessão que o governo federal se recusa até hoje a conceder, por influência direta de Sarney. O atual governador, Valdez Goes (PDT), aliado de Sarney, baixou decreto concedendo energia gratuita para todos os habitantes com renda per capita até um salário mínimo, o que abrange a grande maioria da população. Sem faturamento, a CEA também não paga a Eletronorte, que lhe fornece energia. Lopes admite que a Eletrobrás, apesar do caixa superavitário, "está perdendo valor de mercado". O lucro de R$ 1,547 bilhão em 2007, que representou crescimento de 33% ante o ano anterior, foi atribuído por ele a questões conjunturais. "O lucro foi muito em cima de um cálculo atuarial do fundo de pensão de Furnas. Mas, se o dólar não tivesse caído tanto, teríamos um resultado melhor por causa dos recebíveis de Itaipu", comenta, referindo-se à receita em dólares proveniente da usina binacional, que ainda paga o investimento de sua construção à Eletrobrás.

(...) Se hoje a Eletrobrás tem R$ 78 bilhões de patrimônio e apenas R$ 30 bilhões de valor do mercado - uma relação escandalosamente ruim se comparada a empresas como a Vale, que tem R$ 57 bilhões de patrimônio e R$ 200 bilhões de valor de mercado -, isso vai mudar, diz Lopes, que se fia num plano estratégico, traçado por consultoria internacional, para definir, até o fim do ano, as novas diretrizes da empresa.


Grifo meu.

02 dezembro 2006

Eletrobrás

Reportagem de hoje do Estado de S. Paulo informa que a CVM deseja apurar a movimentação ocorrida com a ação da Eletrobrás (CVM apura alta de ação da Eletrobrás, de Mônica Ciarelli)

A notícia de venda de ações do governo no controle da companhia, constante de um projeto entregue ao Ministério de Minas e Energia, apesar da empresa não ter divulgado um fato relevante sobre o assunto, parece que já era de conhecimento de algum comprador.

Será verdade? O gráfico mostra o comportamento da ação nos três últimos meses e o volume negociado. Observe o aumento no preço e no volume.