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17 dezembro 2020

Custo da eletricidade

 

Se for verdade é uma boa notícia. O custo - US$/MwH - da energia solar saiu de 359 dólares para 40, em 2019. Isto torna este tipo de energia o mais barato que existe hoje, com a vantagem de ser renovável. 

Se você quer saber como será o futuro, uma das perguntas mais úteis a se fazer é quais tecnologias seguem a Lei de Wright e quais não.

A maioria das tecnologias obviamente não segue a Lei de Wright - os preços das bicicletas, geladeiras ou usinas a carvão não caem exponencialmente à medida que produzimos mais deles. Mas aqueles que seguem a Lei de Wright - como computadores, energia solar fotovoltaica e baterias - são aqueles que devem ser observados. Eles podem ser encontrados inicialmente apenas em aplicações de nicho, mas algumas décadas depois eles estão em toda parte.

Se você não sabe que a tecnologia segue a Lei de Wright, você pode errar muito em suas previsões. No início da era da computação em 1943, o presidente da IBM, Thomas Watson, disse a famosa frase: “Acho que existe um mercado mundial para talvez cinco computadores”. Na faixa de preço dos computadores da época, isso talvez fosse perfeitamente verdade, mas o que ele não previu foi a rapidez com que o preço dos computadores cairia. De seu nicho inicial, quando talvez houvesse realmente apenas demanda por cinco computadores, eles se expandiram para mais e mais aplicativos e o ciclo virtuoso fez com que o preço dos computadores diminuísse cada vez mais. O progresso exponencial dos computadores expandiu seu uso de um pequeno nicho para a tecnologia definidora de nosso tempo.

04 janeiro 2020

Como Custos ajuda a explicar o setor de Streaming

Uma entrevista de Jimmy Iovine tem alguns detalhes interessantes. Iovine é executivo que ajudou a criar a empresa Beats e a Apple Music. Quando questionado sobre o maior problema do streaming de música (como Spotify, Apple Music, Amazon Music, entre outros) e afirmou que era a margem, que não aumenta. Fazendo uma comparação ele disse que na Netflix, ao contrário, “quanto mais assinantes você tiver, menor o custo”. Obviamente ele se refere ao custo unitário. E continua afirmando que “na transmissão de música, os custos seguem você”.

Isto é interessante pois lida com os conceitos básicos de custos: custo variável e custo fixo. O que Iovine disse é que no streaming de música, os custos são essencialmente variáveis. Ou seja, o que interessa é a margem de contribuição, que deve ser necessariamente positiva. Já na televisão, como é o caso da Netflix, as produções próprias fazem com que a existência dos custos associados ao produto exclusivo de cada canal possam ser absorvidos pelo preço. Assim, o aumento no número de assinantes permite a existência de uma economia de escala, que não existe na música.

No setor de música, Iovine destaca que os serviços são iguais. Assim, as músicas existentes na Amazon ou na Spotify são semelhantes. O mesmo parece não ocorrer na televisão: se gosto dos desenhos da Disney, tenho que assinar o streaming da Disney; se quero ver La Casa del Papel, devo assinar a Netflix. Em setores customizados, a guerra de preços pode ser fatal, já que não existe diferenciação no produto.

Ver a declaração dele aqui

01 novembro 2014

Poltronas de avião

Cada fileira de assentos na classe econômica costumava ter de 81 a 84 centímetros de espaço para um passageiro sentado, medido entre o encosto de uma poltrona e o encosto da poltrona da frente, uma métrica que o setor chama de “espaço entre as poltronas”. Mas agora muitas grandes aéreas reduziram o espaço para 79 centímetros. (...)

A United usa diferentes fabricantes de poltronas para diferentes tipos de aeronaves, mas um modelo comumente utilizado é o Recaro BL3520, uma poltrona padrão para a classe econômica que já ganhou prêmios de design do setor e também é usada pela Lufthansa e outras aéreas. Três poltronas juntas pesam 11 quilos por passageiro, ou 30% menos do que os modelos tradicionais comparáveis, segundo a Recaro. Uma nova versão com encosto ainda mais fino pesa cerca de 900 gramas menos por passageiro e amplia o espaço para os joelhos.

A United reduziu para 76 centímetros o espaço entre as poltronas na classe econômica colocando assentos finos nos Airbus A319 e A320, em parte com uma mudança do bolso no encosto. Junto com um encosto mais estreito, isso cria um espaço adicional de 4,5 centímetros para os joelhos, segundo a United. Mesmo com o espaço entre as fileiras reduzido em 2,5 centímetros, os passageiros ganham mais espaço, afirma a empresa.(...) (Wall Street Journal)


As medidas das empresas ajudam a ampliar a receita (aumentando o número de poltronas) e reduzindo o custo, com a redução do peso da aeronave. Do mesmo jornal, outra lição de custos, agora sobre economia de escala:



A Samsung também vai procurar fabricar os aparelhos de maneira mais econômica. "A chave é a eficiência, aumentar o número de componentes usados em todos os modelos de médio e baixo custo para podermos alavancar melhor as economias de escala", disse Kim.

08 março 2013

Custo por Genoma

O gráfico (obtido num artigo sobre Hadoop) mostra o custo por genoma, de 2001 até os dias de hoje. A linha reta é a lei de Moore, usada para indicar o custo decrescente dos chips. É nítido que o progresso científico conseguiu reduzir, em escala substancial, o custo de sequenciar um genoma humano: de 100 milhões para o preço de um carro usado.

19 novembro 2012

Economia de escala: eficiência e o tamanho das firmas

SOME things only get bigger. From boats and planes to skyscrapers and shopping malls, size records are routinely broken. Companies are operating at record scale, too. But if the trend towards growing ever larger is clear, the economics of bigness are far murkier. In some cases, like boats, greater size still promises greater efficiency, as fixed costs are spread over higher output. In others, like buildings, the gains from scale may be running out. Where do firms lie on this spectrum?


Container ships provide a good example of economies of scale in action. Introduced in the late 1950s, the first ships could carry 480 twenty-foot equivalent (TEU) containers. By 2006 the biggest could shift 15,000 TEUs. Cost factors explain the rise: transport adds nothing to the final value of a good so cost minimisation is all-important. Since the shipping cost per container keeps on falling as ship size rises, container ships are set to keep growing. A new range of 18,000 TEU ships is due to launch in 2013. Per container they will be the most efficient yet.
But it is possible to exhaust the savings that come with size. Between 1931 and 2007 the record for the world’s tallest building rose from 381 to 828 metres. At first, as buildings get taller, the fixed cost of land per square metre of office space falls. But other height-related changes offset this saving. The wind force on a building rises exponentially with height, meaning design becomes more complex and costly. A recent study* by Steve Watts and Neal Kalita of Davis Langdon, a consultancy, shows that construction costs per square metre rise as a building gets taller. In addition, the useable space per extra floor starts to fall as the central “core” of the building gets bigger. Most very tall buildings are at an inefficient scale, propelled skyward for reasons of prestige rather than efficiency. If developers were focused on cost alone, they would opt for clusters of mid-rise buildings.
Businesses have also been getting bigger. A snapshot of the American economy shows huge dispersion in firm size: around a third of American workers are employed by one of the 6m small firms with fewer than 100 workers, and another third are employed by one of the 980 large firms that have over 10,000 workers. But the long-run trend seems to be towards bigger companies. In a 1978 paper Robert Lucas of the University of Chicago documented how average firm size in America had increased over a 70-year period (see left-hand chart).

And at the very top end of the scale, the world’s biggest firms keep on getting bigger. This can happen gradually, as firms outdo their rivals, or suddenly as firms merge. Indeed, mergers are particularly important in explaining gigantism. In the past 15 years the assets of the top 50 American companies have risen from around 70% of American GDP to around 130% (see right-hand chart). All of the top ten American firms have been involved in at least one large merger or acquisition over the past 25 years.
So are businesses like boats or buildings: are they seeking out economies of scale, or are they too big to be efficient?
One way to answer this question is to estimate how output levels influence the costs of production in a competitive industry. This relationship—known as a “cost function”—can be tricky to establish because firms often have multiple inputs and outputs. Take farming. Estimating a cost function requires complex information on how each farm’s outputs (milk, meat and crops) and inputs (labour, energy, feed, capital) interact.
But once the cost function has been pinned down, it can be used to identify scale economies. If average costs fall as a firm of a given size grows bigger, this suggests economies of scale exist for firms of that size. Results vary by industry. American dairy farms, for example, have been getting bigger but a recent paper shows there are still economies of scale to exploit, especially at those many farms with fewer than 200 cattle. By contrast, rail-industry studies show dwindling economies of scale over time as companies have grown. Overall, estimated cost functions suggest the limits of scale may have been reached for some very large firms.
Merger studies support this. The “winner’s curse” describes the phenomenon of mergers destroying value for the shareholders of an acquiring firm. Research by McKinsey, a consultancy, provides one explanation: close to two-thirds of managers overestimate the economies of scale a merger will deliver, often overegging the benefits by more than 25%. Size can even drive costs up, if firms get too big to manage efficiently.
Top dogs and fat cats
If size does not keep driving down costs, why do big firms keep expanding? One possibility is that they are seeking to boost profits not by driving down costs but by raising prices. Buying up rivals softens competition and enables firms to charge more. American antitrust regulators recently looked back at past health-care mergers, and found that prices rose significantly after some deals. Another view is that mergers are driven by something other than profit. The “empire-building” theory holds that managers are out to increase the scale of their business whatever the cost in terms of creeping inefficiencies.
State safety nets can distort incentives, too. America’s leading three car manufacturers have all grown through mergers: each of them employs over 50,000 workers, and the government balked at letting them fail during the crisis. Some firms may be growing not to lower costs but to receive the comfort of implicit state support. A 2011 paper by Federal Reserve staff supports this conclusion, suggesting banks pay a premium to merge if the tie-up gives them “too-big-to-fail” status. None of these reasons for operating at a vast size is benign. All suggest that antitrust authorities should be much more sceptical about mergers that claim to be justified because of economies of scale.




08 novembro 2012

Gasto Público


Este texto  trata do gasto público brasileiro em comparação com 189 países. A autoria é do economista e consultor legislativo do senado Marcos José Mendes:


O presente artigo mostra  que, em comparação internacional, o gasto público 
brasileiro é elevado.


[...]O consumo final  do governo (G) representa os serviços individuais e coletivos 
prestados de forma gratuita (ou parcialmente gratuita) pelas três esferas de governo. Ele 
é medido pela remuneração dos servidores públicos, mais o consumo final  de bens e 
serviços pelo governo (por exemplo, o pagamento a um hospital privado que presta 
serviços ao SUS, o giz para sala de aula ou os canapés de uma recepção oficial), e pela 
depreciação do capital fixo do governo.

É importante observar que esse conceito não inclui as despesas de transferências 
(juros, aposentadorias e pensões, seguro-desemprego, bolsa-família).  Logo, ficam 
afastados dois argumentos usuais: os de que nosso governo gasta muito porque paga 
muito juro, ou de que gasta muito porque investe em política social (o “grosso” da 
política social, que é a previdência e assistência, está fora da conta de “G”). Veremos 
que, mesmo desconsiderando esses itens, o Brasil tem gasto elevado para o padrão 
internacional. 

Também não estão incluídas as empresas estatais (de economia mista ou 100% 
públicas). Somente as empresas dependentes de verbas dos tesouros federal, estadual e 
municipal são consideradas.

A variável  “G” restringe-se ao gasto corrente, não incluindo o investimento 
público. É, portanto,  grosso modo,  a despesa corrente de manutenção da máquina 
pública (salários mais consumo final de bens e serviços). 

A medida aqui utilizada é  o consumo do governo como proporção da absorção 
interna. A absorção interna é a soma de “G” com o consumo das famílias (C) e o 
investimento (I). Quanto maior a proporção G/(C+I+G), maior a preferência do país por 
consumo do governo em relação às opções de consumo privado ou investimento.


O Brasil fica em 61º lugar, em uma lista de 189 países, com um consumo do 
governo equivalendo a 19% da absorção interna; um pouco acima da média (17,9%) e 
da mediana (16,2%). A princípio, nada muito fora do padrão.
Porém, quando analisamos quais são os 60 países que estão  à  nossa frente, 
percebemos que há algo de errado com o Brasil. 

[..]

Somente dois países, entre os 61 com maior relação G/C+I+G, não se enquadram 
em nenhuma das características acima: Brasil e Suécia! E bem sabemos que não somos 
nenhuma Suécia, no que diz respeito à qualidade dos serviços públicos.  Ademais, a 
Suécia vem empreendendo, nos últimos anos, grande esforço para reduzir o tamanho de 
seu governo.

A tabela  a seguir mostra a situação do Brasil  e a de países com os quais 
normalmente nos comparamos. Os demais BRICs, que nos superam, estão encaixados em algumas características descritas acima. A diferença do Brasil para a média do grupo 
mostrado na tabela é de 4,7 pontos percentuais.



11 setembro 2012

Teste 583

A General Motors vende um carro elétrico denominado Volt. Para que o automóvel chegasse ao mercado foi necessário investimentos pré-operacionais de 1 a 1,2 bilhão de dólar. O custo de construir uma unidade do Volt deve ficar entre 20 a 32 mil por unidade, segundo estimativas realizadas por consultores independentes. O valor do custo de montagem é maior que um automóvel convencional (entre 12 a 15 mil dólares) dado a complexidade da tecnologia e ao fato de um carro elétrico ter as partes exclusivas.

Em razão da concorrência (inclusive dos automóveis convencionais), o preço inicial do Volt está em 18 mil. Considere um custo de montagem de 20 mil por unidade e que a empresa produziu 21,5 mil unidades do Volt. Além disto, a política energética do governo do EUA concede um beneficio de 7,5 mil por unidade para cada Volt vendido.

a) Com base nos dados, qual o valor do prejuízo por automóvel vendido?
b) Refaça os cálculos anteriores, deixando de lado o custo pré-operacionais.
c) Qual o montante de produção para que a empresa consiga obter o ponto de equilíbrio?

Resposta do Anterior: É a sigla para  International Ethics Standards Board for Accountants, que promove e desenvolve regras profissionais para os contadores. O IESBA sobrevive graças ao IFAC

08 dezembro 2011

Rafaele

O caça Rafale (fotografia) é um dos jatos que está concorrendo na licitação das Forças Armadas. No final do governo Lula, o lobby para compra do caça foi tão intenso que a decisão favorável a aeronave francesa foi anunciada pelo presidente. Entretanto, a pressão do ministro da justiça, Sr. Jobim, não foi suficiente para que o governo realmente fizesse a escolha final pelo produto francês.

Durante o atual governo a decisão foi postergada e não se tem notícia sobre quando será concretizada. Contra o caça francês quatro problemas: (1) é um das opções mais caras; (2) a experiência anterior com a França não foi muito positiva em termos de repassar tecnologia; (3) o produto não tinha muito teste prático; (4) existiam produtos melhores.

A questão do teste prático acredito que foi resolvida com os bombardeios na Líbia. As promessas de transferência de tecnologia, um dos principais obstáculos, ainda gera desconfiança.

Agora um notícia de que a produção deste caça poderá ser interrompida caso as compras não se concretizem. Isto ocorre em razão do fato de que o Rafale é usado somente pelas forças armadas franceses. Desde um estudo clássico do início da década de setenta, publicado no Journal of Finance, já se sabe que o preço final de um avião depende muito da economia de escala e da curva de aprendizagem. A inexistência de compradores estrangeiros faz com que não exista nem economia de escala nem aprendizagem na produção, fazendo com que o custo unitário do produto seja muito elevado.

15 setembro 2011

Economia de Escala em Conformidade


Este termo diz respeito a existência de um grande número de regulamentações que fazem com que reduza o estímulo a entrada de competidores no mercado.

Considere o setor de automóveis. Para que um produto seja aprovado pelas agências de regulação dos governos (municipais, estaduais e federais) é necessário que os fabricantes submetam a uma série de testes. Estes testes incluem aqueles relacionados com segurança e poluição. Um destes testes é verificar o efeito de uma batida sobre os passageiros. Ou seja, requer a destruição do automóvel. Assim, para ser vendida no país a empresa precisa destruir parte de sua frota. Isto tem um custo.

Quando o número de regulamentos aumenta, isto afasta potenciais competidores, que não tem condições financeiras de submeterem a estes testes.

A economia de escala em conformidade pode ser uma causa potencial para inexistência de modelos econômicos de automóveis, conforme explicado aqui; Pode ser também a causa para a perda de hábitos antigos, como comer galinha caipira (a galinha deve ser inspecionada e aprovada pelo governo; como o pequeno produto não possui condições de submeter a burocracia, a galinha caipira desaparece do mercado).

Foto: aqui

22 agosto 2011

Quanto custa o Iphone 4?

Por Pedro Correia


O Iphone é um dos produtos mais importantes para o faturamento da Apple. A empresa não fabrica qualquer um dos componentes e sequer faz a montagem do produto final - toda a produção é terceirizada,com a participação da Samsung, Foxconn, Micron, a Texas Instruments, AKM Semiconductor.

A figura abaixo mostra qual é o custo e origem de cada componente do Iphone.É interessante notar que, a Samsung, uma das maiores concorrentes da empresa de S.Jobs,é a que mais contribui para a construção do telefone. A atuação da Samsung como fornecedor de componentes para outras entidades, lhe proporciona uma eocnomia de escala ,e por consequência, a diminuição dos custos de produção de seus próprios produtos. Por outro lado, a estratégia da Apple é terceririzar a produção de componentes e montagem, pois isso a deixa livre para se concentrar nos seus pontos fortes: o design elegante, desenvolvimento de de hardware, software e serviços.

Segundo Nicholas Jackson,o preço médio de venda do iPhone 4 é de 560 dólares. Desse total, 7 dólares cobrem o custo de fabricação, $ 178 vai para os componentes,$ 7 fica com a Foxconn, e a Apple fica com 368 dólares. Esta análise é um tanto simplista, pois não considera outros gastos envolvidos na venda até o conumidor final, como: embalagem, transporte, publicidade, despesas gerais de varejo, os investimentos em pesquisa e processos de desenvolvimento de software do iPhone e os aplicativos da Apple.Estes são gastos adicionais significativos que precisam ser considerados antes da "fatia" da Apple.

Fonte: aqui

13 abril 2010

Preço


A imagem mostra o preço de um mesmo livro – o excelente Blink, de Gladwell, na mesma livraria, com dois preços: o livro importado custa quase metade do preço do custo do livro nacional. A única justificativa seria a economia de escala.

27 novembro 2009

Teste #185

David Beckham, Michael Owen, Joe Cole, Brad Pitt, Angelina Jolie, Michael Jackson, Naomi Campbell & Denzel Washington. O que estas pessoas têm em comum?

Resposta do Anterior: Economia de escala. O elevado número de cirurgias, mesmo num procedimento delicado como a cirurgia coronária, permite uma substancial redução de custos. Fonte: aqui

08 janeiro 2009

Custo

O texto a seguir mostra a questão do efeito da economia de escala no custo de produção. Em geral, uma produção de maior quantidade tende a reduzir o custo unitário. Uma das razões é o fato de que parte do custo é fixo.

Genérico antiaids produzido no País custa até 7 vezes mais que importado
Entre os motivos para a diferença estão menor escala de produção e dificuldades na política industrial farmacêutica
Lígia Formenti
Remédios genéricos anti-retrovirais produzidos no Brasil chegam a custar até sete vezes mais do que aqueles fabricados em outros países. A diferença, reconhecida pelo Ministério da Saúde, é fruto da produção em menor escala, da maior dificuldade em comprar matéria-prima e da falta histórica de uma política industrial farmacêutica.

Mas o preço alto também é atribuído, em parte, a uma espécie de "comodismo" dos laboratórios oficiais. "O setor sabe que é estratégico e, diante da segurança que essa situação lhe dá, nem sempre toma as medidas necessárias para se tornar mais competitivo", afirma a pesquisadora de economia em saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro Lia Hasenclever.

A organização Médicos Sem-Fronteiras há alguns anos informa preços de medicamentos usados por pacientes com aids. Comparando os valores apresentados pela organização com os do Programa Nacional de DST-Aids, nota-se uma variação significativa (mais informações nesta pág.). Essa desproporção já havia sido destacada antes em duas pesquisas, uma delas divulgada em dezembro de 2007. Questionado na época, o governo havia afirmado que os preços seriam reduzidos em 20% neste ano. A previsão foi cumprida, mas, mesmo assim, a desigualdade de valores continua.

A diferença entre os preços dos genéricos antiaids nacionais e indianos tornou-se significativa a partir de 2005. Um estudo feito por Alexandre Grangeiro, pela economista Luciana Teixeira e pelo pesquisador Francisco Bastos sobre a trajetória dos gastos com anti-retrovirais entre 1988 e 2005 mostrou que, neste último ano, preços dos remédios brasileiros destoavam da tendência internacional. Enquanto aqui os preços subiam, no exterior era registrada uma redução de até 53% nos valores. "A produção nacional é extremamente importante. Mas temos de perseguir preços mais baixos, vantajosos em todas as áreas, seja no mercado externo, seja no interno", diz Luciana, que também é consultora da Câmara dos Deputados.

Os laboratórios nacionais produzem 9 dos 17 remédios usados no coquetel para tratamento de pacientes com aids. A partir de 2009, mais um produto será acrescentado à lista, o Efavirenz, anti-retroviral produzido pela Merck que, em 2007, teve a licença compulsória decretada.

Os produtos feitos no Brasil representam pequena parcela do que é gasto com medicamento no Programa Nacional de DST-Aids. A maior fatia da verba, 72%, é consumida com remédios protegidos por patentes. "Essa é uma das razões que acabam desviando a atenção sobre o quanto custa o remédio produzido no País. Como a fatia é menor, a discussão sobre os preços acaba ficando em segundo plano", afirma Luciana. Mas há outra razão para que a discussão não seja enfrentada: a convicção de especialistas de que é preciso incentivar a produção nacional e o receio de que, ao apontar falhas na área, haja pressões para que a compra passe a ser feita com outros fornecedores.

OUTRO CAMINHO

"O fato de o preço de alguns produtos ser maior é um problema que precisa ser enfrentado, mas nem de longe deve se pensar em substituir a produção nacional por produtos mais baratos. O caminho a seguir é outro", diz Eloan dos Santos Pinheiro, ex-diretora de Farmanguinhos.

Grangeiro, que já foi coordenador do Programa Nacional de DST-Aids, tem avaliação semelhante. Ao fortalecer a indústria nacional, diz, o País ganha de várias maneiras: afasta o risco da dependência do mercado externo na área de medicamentos, fortalece a economia e garante bons argumentos para negociar preços dos antiaids protegidos por patentes. "Mas isso não exclui a necessidade de buscarmos uma indústria com preços mais competitivos." No seu estudo, Grangeiro aponta evidências do enfraquecimento da indústria nacional produtora de genéricos nos últimos anos. Uma das demonstrações desse processo, afirma, é justamente o aumento de preços desses medicamentos e também as falhas de distribuição, constatadas no período.

A coordenadora do Programa Nacional de DST-Aids, Mariângela Simão, atribui a diferença da tendência de preços a dois fatores - a produção dos genéricos indianos tem escala muito maior do que a brasileira e, naquele país, os encargos sociais são menores. "Tudo isso acaba refletindo no preço final", completa. Eloan destaca outro fator: quando a indústria indiana de genéricos começou a crescer, foi formado uma espécie de consórcio entre produtores de toda a cadeia, desde a matéria-prima até o produto final. "Há um ajuste do quanto deve ser produzido, há uma isenção de impostos em todo o processo, algo que não ocorre no Brasil."

CERTA CONDESCENDÊNCIA?

Eloan afirma que pode ter ocorrido, no passado, uma certa condescendência com laboratórios oficiais brasileiros que não baixaram os preços no momento que deveriam. "Não sabemos ao certo o que ocorreu. Mas o fato é que não há como transformar os preços competitivos de um momento para o outro." Ela avalia que, o ideal, seria estabelecer um cronograma para redução dos preços. A providência, ressalta, deveria ser acompanhada de uma série de outras iniciativas: sistema de compras, tributações, incentivos. "É preciso pensar na produção vertical. Matéria-prima, produtos intermediários, até chegar ao remédio final", diz. Coisa que hoje não ocorre.

Lia Hasenclever acredita que não adianta exigir mudança drástica. Ela ressalta, no entanto, que não há como mudar o tratamento de uma hora para outra. "É preciso dosar, caso contrário, o que pode ocorrer é um enfraquecimento ainda maior dos laboratórios." Como exemplo, cita a mudança, em 2006, no sistema de compras públicas. A partir daquele ano, drogas que antes eram compradas pelo ministério passaram a ser adquiridas por Estados e municípios. "O estabelecimento da concorrência de um momento para o outro acabou abalando as contas de muitos laboratórios." Uma medida, que, para Lia, foi perigosa. "Muitos laboratórios oficiais se queixam que estavam totalmente adaptados para determinada produção e, de repente, esse quantitativo foi alterado, para menos."

(Clique na imagem para visualizar melhor)

18 dezembro 2008

Custos e Montadoras

O problema das montadoras também pode ser considerado sob a ótica da teoria de custos. Em Some companies are too powerful to fail (Financial Times, 10/12/2008), John Kay faz um consideração interessante sobre a questão:

“Em automóveis, assim como em outras indústrias, economias de escala são tecnológicas e deseconomia de escala são humanas”.

15 outubro 2008

Por que as bananas são baratas?

Este assunto já foi postado anteriormente aqui, mas é interessante voltar ao assunto.

1) Venda de somente uma variedade => economia de escala
2) Canal de distribuição
3) Trabalhadores não possuem alguns direitos => isto reduz o custo
4) Não possui competição com outras frutas (tradicionalmente é mais barata que maçã e laranja)
5) Não existem problemas de doenças nas plantações

18 junho 2008

Economia de escala na Música

Em Máquina de produzir estrelas da Disney prepara sua nova aposta, de Peter Sanders para The Wall Street Journal, 17/06/2008, discute a produção de novos astros pela Walt Disney Co.

Enquanto uma rara tempestade primaveril tamborilava nas janelas, executivos da Hollywood Records, da Disney, trabalhavam recentemente com Demi Lovato e sua equipe de empresários para completar seu disco solo de estréia, que será lançado no fim do ano. Até lá, a empresa tem a esperança de que Lovato já será um nome conhecido no mundo dos pré-adolescentes, graças a uma ofensiva multimídia que é agressiva até para os padrões da Disney.
Para a Disney, há poucas tarefas tão cruciais quanto descobrir e desenvolver artistas talentosos que possam dar prosseguimento ao que se tornou uma das maiores minas de ouro de Hollywood: estrelas juvenis cuja capacidade de cantar, dançar e atuar pode ser aproveitada em várias plataformas. (...)
No coração do esforço para o lançamento de Lovato está “Camp Rock”, um musical do Disney Channel. O musical será lançado hoje em “pay per view” na TV a cabo nos EUA antes de ser veiculado em rápida seqüência no Disney Channel, Disney.com, na rede ABC e no canal a cabo ABC Family, quando será transmitido simultaneamente pela rádio Disney. A promoção também se estenderá a produtos com a marca “Camp Rock”, assim como à trilha sonora do filme. (...)
A Disney tem uma longa tradição de lançar jovens estrelas que ficam conhecidas durante anos, tanto de maneira positiva quanto negativa. Justin Timberlake, Christina Aguilera, Keri Russell, America Ferrera, Shia LaBeouf e — talvez a mais famosa da turma — Britney Spears, todos foram estrelas da Disney.
A empresa construiu nos últimos tempos uma série de franquias lucrativas que começam no Disney Channel e depois passam pelas várias divisões da empresa.
(...) Executivos da Disney negam que o sucesso seja resultado de uma linha de montagem de atores mirins. Em vez disso, dizem, é o produto de um longo processo de peneira no qual a empresa encontra bom material e então busca os atores apropriados, em geral em testes de seleção.

Banana: Custo e Consumo Futuro




Um texto interessante de Dan Koeppel (Yes, We Will Have No Bananas, New York Times, 18/06/2008, p. 21) mostra o predomínio da banana no gosto do estadunidense que custa para o consumidor a bagatela de um dólar o pound. O consumidor não pensa como isso é possível. A banana é originária de países tropicais, que ficam distantes do mercado consumidor. O custo de transporte é elevado, pois exige containers climatizados e não sobrevive muito tempo depois que são colhidas. Enquanto isso a maça, fruta tradicional de clima frio e do hemisfério norte, é produzida perto do consumidor, pode ficar meses sem perder e custa mais que a banana.

Talvez o nome responsável por esse milagre seja a United Fruit Company, hoje conhecida como Chiquita. A empresa construiu uma infra-estrutura de transporte que ajuda a explicar o custo reduzido da banana. Mas o controle exercido sobre a produção nos países da América Latina é relevante. No passado, exércitos foram usados para permitir manter o custo num nível baixo, como ocorreu em 1954 na Guatemala .

Outro aspecto é a questão genética. Os importadores vendem somente uma variedade de fruta, apesar de existirem mais de mil variedades de bananas. A Cavendish (foto) é um tipo de fruta que permite maior eficiência na produção, padroniza a qualidade e, com isso cria economia de escala.

04 janeiro 2007

TV finas e a redução do preço


O texto a seguir foi publicado no The Wall Street Journal. É um interessante estudo de caso que mistura marketing, curva de aprendizagem, economia de escala e custo. Para os professores usarem em sala de aula e debaterem esses conceitos.




Fabricantes de TVs finas tentam conter redução do preço
Evan Ramstad, The Wall Street Journal
3 January 2007
The Wall Street Journal Americas

SEUL — Agora que as televisões finas são um grande sucesso de vendas, as fabricantes de eletrônicos de consumo estão se perguntando como rechaçar as forças que podem transformá-las em commodities de baixa margem de lucro.

As vendas mundiais de TVs finas — que têm tela de cristal líquido ou plasma, em vez do tradicional tubo de imagem — dobraram em 2006 para cerca de 50 milhões de unidades, de acordo com estimativas preliminares. Isso representa mais de um quarto do mercado total. Analistas esperam que as vendas superem 70 milhões de unidades este ano. O produto apresenta a combinação mágica de altos volumes e margens de lucro com um preço final ainda alto: um modelo de 26 polegadas custa em média US$ 750 nos Estados Unidos, três vezes o preço de uma TV convencional de tubo do mesmo tamanho.

Mas a popularidade provocou uma guerra de preços. O preço das TVs finas caiu quase 40% em 2006, bem mais do que as fabricantes esperavam. As empresas de eletrônicos enfrentam agora a delicada tarefa de equilibrar custos de investimento, aumentos da produção e reduções de despesas para sustentar o crescimento da receita e do lucro.

Nos últimos 18 meses, as fabricantes se debateram para atender à demanda, construindo novas linhas de montagem ou mudando linhas de produção nas fábricas antigas. No terceiro trimestre de 2006, os modelos de plasma ou LCD passaram a ser a maioria dos televisores vendidos nos EUA, o maior mercado do mundo. A Europa alcançou este marco no segundo trimestre, e o Japão, em meados de 2005.

As TVs planas também viraram a principal força a moldar os destinos das maiores fabricantes de eletrônicos do mundo. A Matsushita Electric Industrial Co., dona da marca Panasonic, a Samsung Electronics Co. e a Sharp Corp., que entraram cedo — e com tudo — na onda das TVs finas, viram suas vendas e lucros subir. Aquelas que deixaram para depois — como a Sanyo Electric Co. e a TCL Corp. — cederam participação de mercado e lucratividade. O lucro da Sony Corp. recuperou-se nos últimos 12 meses depois que ela reformulou sua divisão de TVs em torno dos modelos finos.

A Samsung agora lidera o mundo em termos de produção de TVs de sua própria marca, com seu volume saltando 33% para 20 milhões de unidades em 2006. Ela provavelmente tirou da Sony a liderança mundial em receita com TVs no ano passado, embora os números finais só devam estar disponíveis daqui a várias semanas. A Samsung espera que sua receita com televisores em 2006 fique em torno de US$ 11 bilhões, ante US$ 6,5 bilhões um ano antes.

"Em alguns trimestres no passado, fomos número 1 em volume de produção, mas não podíamos nos considerar o verdadeiro líder porque não liderávamos em receita", diz Choi Gee Sung, presidente da divisão de eletrônicos da Samsung. "Agora, acho que podemos dizer isso."

Já há sinais de que os fabricantes estão buscando impedir que o produto passe pela rápida comoditização que afetou os aparelhos de DVD e outros eletrônicos. Um foi o fim, no ano passado, da construção desorganizada de fábricas para componentes de TVs finas.