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Mostrando postagens com marcador disclosure. Mostrar todas as postagens
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20 outubro 2022

Medida contábil que ajuda a prever a saída de um executivo

 Bem estranho isto: 

We find that accounting charges for goodwill impairment, which imply a deterioration in the capabilities of acquired assets to generate expected cash flows, provide useful indicators of CEO underperformance. The results show that the size and presence of a goodwill impairment charge are positively associated with forced, but not voluntary, CEO turnovers. This implies that goodwill impairment provides information before CEO changes occur. We also find that goodwill impairment has incremental power to predict forced turnover when it is unexpected based on book value relative to market value of equity and when it runs counter to overall firm performance. The association between goodwill impairment and forced CEO turnover varies with audit quality, consistent with the importance of the perceived reliability of accounting information for its effect on CEO retention decisions. Given that the FASB recently considered eliminating annual goodwill impairment testing (FASB, 2022) whereas the IASB not only prefers impairment testing but is considering requiring additional related disclosures (IASB, 2020), our evidence on the informativeness of goodwill impairment charges is timely.


O teste de impairment poderia ser um preditor da saída forçada de um CEO? Para Arnold Cowan, Cynthia Jeffrey e Qian Wang, no artigo "Does writing down goodwill imperil a CEO's job?", a ser publicado no Journal of Accounting and Public Policy, a resposta seria sim. Isto fortalece a posição de que o teste deve ser mantido - apoiando a posição do Iasb, segundo os autores. Via aqui. Foto: Noah Windler

27 fevereiro 2019

Provisão para Caixa


  • Surgiu uma notícia que a Caixa estaria preparando uma provisão de 7 bilhões para o balanço do quarto trimeste
  • Amortizações no início de uma gestão é algo comum 
  • É sempre bom lembrar que a prudência voltou a fazer parte da estrutura conceitual. 

Segundo notícia da Forbes, a Caixa Econômica Federal estaria preparando uma provisão de 7 bilhões para “perdas esperadas com calotes no financiamento imobiliário e com a desvalorização de imóveis que foram retomados pelo banco”. Até o terceiro trimestre, o lucro da entidade seria 11,5 bilhões. A decisão seria a partir de uma ordem do novo presidente da Caixa.

A medida resulta da ordem de Guimarães [novo presidente da Caixa] para adoção de uma abordagem contábil mais conservadora em relação a possíveis prejuízos do maior financiador imobiliário do país, que tinha uma carteira no setor de R$ 440 bilhões em setembro. (...)

A decisão sobre a provisão extra está criando insatisfação dentro do banco. Entre altos diretores da Caixa envolvidos na confecção das demonstrações contábeis, a ordem de Guimarães está sendo interpretada como uma desautorização às práticas adotadas até a virada do ano, que tinham aval de auditores independentes, do Banco Central e do Tribunal de Contas da União (TCU).

“Mas é pior do que isso, ele [Guimarães] está mudando a prática contábil sobre uma gestão que não é dele”, disse a fonte. “Se fosse fraude, ele deveria comunicar isso para as autoridades competentes, mas não é o caso”, disse.

Mas a movimentação de Guimarães, que tomou posse no começo de janeiro, também tem incomodado funcionários da Caixa que tomaram conhecimento do assunto, uma vez que a provisão extra significará redução do montante que será distribuído aos empregados na forma de participação dos lucros.

A prática de um novo gestor tornar a contabilidade mais conservadora é algo corriqueiro no mundo dos negócios. Isto permite que no futuro o gestor tenha "mais folga" para lidar com os eventuais problemas. Além disto, é uma maneira de marcar o início da gestão - cinicamente "culpando" a gestão passada pelos problemas.

Assim, o argumento que o novo presidente estaria mudando a prática contábil sobre uma gestão passada não procede.

É sempre bom lembrar que o exercício da prudência é agora novamente um item da estrutura conceitual. Ser mais prudente não pode ser condenado como uma "desautorização das práticas adotadas". (Ops, esqueci que o CPC ainda não traduziu a estrutura do Iasb)

27 agosto 2018

Aramco: temendo a evidenciação

Na novela que se tornou a oferta pública de ações da empresa estatal de petróleo da Arábia Saudita, a Aramco, um fato curioso. Segundo a Reuters, não haverá a oferta por um motivo simples. O rei, pai do príncipe, saiu da sua quase aposentadoria para dizer não. O motivo:

Os interlocutores do rei disseram-lhe que o IPO, longe de ajudar o reino, o enfraqueceria. Sua principal preocupação era que um IPO traria divulgação pública completa dos detalhes financeiros da Aramco, disseram as fontes.

Evidenciação é para os fortes.

15 junho 2015

Revisões de disclosure dos fundos de hedge: da pra acreditar?

In this paper, we closely examine hedge fund disclosures to these publicly available databases, and provide empirical evidence to underpin the current debate on hedge fund disclosure regulation. We are particularly interested in whether these voluntary disclosures by hedge funds are reliable guides to their past performance. We attempt to answer this question by tracking changes to statements of performance in these databases recorded at different points in time between 2007 and 2011. In each “vintage” of these databases, hedge funds provide information on their performance from the time they began reporting to the database until the most recent period. We find evidence that, in successive vintages of these databases, older performance records (going as far back as 15 years) of hedge funds are routinely revised. This behavior is widespread: 49% of the 12,128 hedge funds in our sample revised their previous returns by at least 0.01% at least once, nearly 30% of funds revised a previous monthly return by at least 0.5%, and over 20% revised a previous monthly return by at least 1%. These are very substantial changes, comparable to or exceeding the average monthly return in our sample period of 0.62%.
While positive revisions are also commonplace, negative revisions are more common and larger when they occur, that is, on average, initially provided returns present a more rosy picture of hedge fund performance than final performance figures. This suggests that prospective investors could be wooed into making decisions based on initially reported histories that are then subsequently revised. Moreover, the revisions are not random. Indeed, we find that information on the characteristics and past performance of hedge funds can predict their propensity to revise. For example, funds-of-hedge-funds and hedge funds in the Emerging Markets style are significantly more likely to revise their histories of returns than Managed Futures funds. Larger funds, more volatile funds, and less liquid funds are also more likely to revise.
Several characteristics of revising funds suggest the nature of incentives that may drive revising behavior. For example, a fund experiencing a change in management company or manager is 10% more likely to revise its past returns, holding all else constant. Following such events, we hypothesize that new management might be interested in a “fresh start,” revamping the accounting, marking-to-market, auditing, and compliance practices of their newly acquired funds, thus resulting in a sequence of revisions to past returns.Another important characteristic associated with revising behavior is the presence of a high-water mark in the fund. Managers may have greater incentives to revise past returns downwards (or simply to correct previous valuation errors only in the positive direction) when they are well below their high-water marks, so as to reset the level at which they begin earning performance fees. Consistent with this explanation, we find that funds with a high-water mark are 13% more likely to revise than those without a high-water mark. Moreover, when funds with a high-water mark revise returns, their average return revision is −62 basis points. In contrast, funds without a high-water mark provision have average return revisions of +40 basis points. This allows for a refinement of our finding that the unconditional average return revision is negative: funds with an incentive to revise returns below high-water marks revise downwards on average, whereas funds without high-water marks revise returns upwards, making past returns appear higher in subsequent revisions.

[...]

Fonte: PATTON, A. J., RAMADORAI, T. and STREATFIELD, M. (2015), Change You Can Believe In? Hedge Fund Data Revisions. The Journal of Finance, 70: 963–999. doi: 10.1111/jofi.12240

24 agosto 2014

Justiça obriga BNDES a publicar informações sobre seus empréstimos


Justiça obriga BNDES a dar detalhes de seus empréstimos à população

Banco se negava a fornecer informações sobre crédito, inclusive, ao Ministério Público; segundo juíza, sigilo bancário não se aplica quando se trata de dinheiro público

Veja.com, 21/08/2014


Prédio do BNDES no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP/VEJA)

Segundo juíza, sigilos bancário e empresarial não se aplicam quando se trata de dinheiro público
A Justiça Federal do Distrito Federal condenou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a tornar públicas todas as informações sobre empréstimos concedidos a empresas públicas ou privadas nos últimos dez anos — e de hoje em diante. O BNDES alega sigilo bancário como argumento para não fornecer informações sobre os empréstimos. Contudo, a juíza Adverci Rates Mendes de Abreu, da 20ª Vara, concluiu que o sigilo não deve ser cumprido quando se trata de dinheiro público.
Entre as informações que deverão ser públicas nos termos da Lei de Acesso à Informação estão os valores emprestados, os prazos do investimento, o grau de risco, as taxas de juros, os valores de aquisição de ações, a forma de captação do recurso utilizado, as garantias exigidas, os critérios ou justificativas de indeferimento de eventuais pedidos de apoio financeiro e a compatibilidade do apoio concedido com as linhas de investimento do Banco.

A sentença também condena o BNDES a repassar ao Ministério Público Federal as informações requisitadas sobre as atividades realizadas pela instituição ou suas sua subsidiária – a BNDESPAR, algo que não ocorria até então. A multa de descumprimento da sentença é de 50 mil reais por dia.

A decisão foi tomada após análise da ação civil pública que questionava o banco por sua atuação na tentativa de fusão entre o Carrefour e o Pão de Açúcar, operação na qual o BNDES investiria 4,5 bilhões de reais. O banco tem utilizado, ao longo da década, dinheiro público emprestado a juros subsidiados para financiar grupos privados sem qualquer função de desenvolvimento social. Questionado pelo MP à época, o banco se negou a passar informações sobre o negócio. Em julho, a instituição autorizou 2,7 bilhões de reais para a B2W, empresa de e-commerce dona de Lojas Americanas e Submarino. O banco também financiou a construção do porto de Mariel, em Cuba, sem informar o exato destino dos recursos.

22 abril 2014

É a qualidade do disclosure, estúpido !

When Bill Clinton was running for president for the first time, one of the catch phrases of his campaign was, “It’s the economy, stupid”. One of the things meant by this (with Bill Clinton, you’re never sure if you’ve captured all of the intended meanings) was that people should focus on the main issue and stop talking about the many smaller peripheral issues that can distract voters from what is important. That’s the way I feel about many earnings press releases I read.


Take, for example, Walgreens recently released second quarter 2014 earnings. Readers of this blog will know that I often write about Walgreens, but when you write, its best to write about something you know, and having worked at Walgreens, I think I know it better than the average investor (I also own the stock). There are a lot of things going on in the second quarter earnings release, and to a certain extent, Walgreens finds itself boxed in by all the adjusted earnings they’ve reported in the past. 


[...]

However, what really caught my eye in the earnings release was a claim of combined synergies for Walgreen and its strategic partner, Alliance Boots, of approximately $236 million in the first half of fiscal year 2014. When I see a claim for such a big number, a red flag always goes up in my mind and I start looking for where all this money has filtered into the earnings statement. After all, if you are claiming a synergy, you either have to be buying better and thus reducing your cost of goods, or lowering your expenses, reducing your selling, general and administrative expense.

[...]


Which brings me full circle. These types of claims detract from and make it look as if the company is trying to obscure what is really going on - “Look at the great synergies we’re getting, not at the fact that earnings are down”. So my advice to companies that engage in this sort of junky accounting is: “It’s the quality of disclosure, stupid.”