Eis uma história interessante. Executivos seniores do Deutsche Bank foram demitidos por tentar ter um desembolso de US$1 mil durante uma viagem que fizeram à Nova Iorque. Em alguns bancos, a política para situações como esta é realmente "tolerância zero". Assume que se um empregado é capaz de buscar um desembolso falso ou inadequado, ele também será capaz de cometer outras infrações.
Para os funcionários do Deutsche Bank, a demissão representou uma perda estimada de 6 milhões de compensações diferidas. Ao longo do tempo, os funcionários de um banco recebem bônus pelo seu desempenho. O bônus não é pago imediato, mas postergado para prender o empregado à instituição. Mas caso o funcionário cometa algum deslize e seja demitido, o banco não paga o valor devido.
(Isto tem um aspecto contábil interessante. Quando da compensação obtida, tem-se um passivo. Mas caso exista algum problema, como foi o caso dos funcionários, a obrigação futura deixa de existir. Imagina-se que a chance do problema seja reduzida, assim o passivo inicialmente deve ser reconhecido, até como uma forma de prudência contábil. Há algumas discussões interessantes aqui).
A situação fica mais apimentada quando se descobre que o recibo de mil dólares, que provocou a perda de 6 milhões para os ex-funcionários, é que o mesmo é de um estabelecimento chamado Sapphire New York, um clube de strip da cidade. Mas como o clube opera um restaurante, talvez se possível imaginar que os ex-funcionários estivessem ali para almoçar. Só que o restaurante opera o estilo "sushi corporal", onde os clientes podem comer peixe cru a partir do corpo de uma stripper. O caso só foi adiante quando um funcionário subalterno, que acompanhava os três funcionários superiores, confessou que a despesa ocorreu no clube de stip, não no restaurante. O subalterno não foi demitido, por enquanto.
Segundo o banco, "o Deutsche Bank investiga minuciosamente as alegações de possível má conduta de maneira abrangente e sem viés. Não toleramos violações de nosso Código de Conduta ou Política da Empresa e tomamos medidas corretivas conforme apropriado, com base na gravidade das circunstâncias. O Banco se recusa a comentar mais sobre as circunstâncias desse assunto em particular."