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13 março 2022

Quanto é 2573 vezes 389?

A pergunta foi feita pelo Mathwithbaddrawings. Sem usar a calculadora, o site pede para você tentar. 

Sem a calculadora e antes de passar adiante, você conseguiu? 

O desafio tem uma lição de moral:

Precisamos estar no lugar dos nossos alunos. Não é grande coisa errar o problema e é perdoável que subestimamos sua dificuldade. (Você provavelmente também fez antes de ler este post.) Mas esses erros razoáveis e bem-intencionados se somaram a algo bastante terrível: forçando nossos alunos a fazer algo desnecessariamente difícil e pouco esclarecedor, por nenhuma razão específica. 

Uma turma é como um caminho de montanha. Definimos a trilha que nossos alunos devem seguir. Nós escolhemos a direção; nós desenhamos o mapa; e deixamos os marcadores ao longo do caminho para que eles não se percam. Onde eles enfrentarão lacunas, construímos pontes. Onde eles lutam para subir, construímos escadas. Onde eles podem se desviar, construímos grades (ou redes para pegá-las). 

Não temos tempo para verificar duas vezes cada centímetro do terreno. Mas se os levarmos a uma colina íngreme e difícil, é melhor garantirmos que vale a pena a luta. É fácil enviar crianças por um caminho infrutífero, especialmente quando você tem anos para esquecer as pedras e os obstáculos. 

É fácil fazer uma pergunta que pareça simples e que você não pode realmente fazer a si mesmo. Então esse é o meu argumento, um simples lembrete de que um professor é um guia de trilhas. Ele precisa testar o caminho periodicamente, mesmo que não especialmente se - ele é um especialista agora que não consegue mais se lembrar de como é andar pela estrada pela primeira vez.

A leitura deste texto ocorreu em um momento que tentava explicar para uma discente algo que parecia trivial. Mas será que era? Provavelmente a aluna nunca tinha feito aquela atividade e precisava ser um guia. 

Ah sim, errei a operação proposta. 

28 junho 2012

A contabilidade e seus escritores

Hoje em dia está absurdamente mais fácil publicar um livro. Nem editora é necessário caso você queira se aventurar por aí... Há sim editores e agentes literários, como também sites que incentivam a publicação de livros eletrônicos pelo próprio escritor. Isso me torna ainda mais crítica ao comprar algo - acho muito bom quando disponibilizam o primeiro capítulo da obra para que saibamos o nível da peça que estamos pensando em adquirir.

Enfim... recebi um e-mail de um leitor que me fez rir um bocado. Agradeço a contribuição e divido o momento "paciência zero" com vocês:


Pérola 1:

"MECANISMO DE DÉBITO E CRÉDITO

Como podemos notar, os fatos contábeis provocam aumentos e diminuições nos componentes patrimoniais. Para melhor entender esse mecanismo, vamos retornar à equação contábil: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Ora, se sempre haverá igualdade entre o Ativo e o Passivo + Patrimônio Líquido, podemos também afirmar matematicamente que

ATIVO - (PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO) = ZERO.

Ou seja: ATIVO - PASSIVO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ZERO.

Isso nos leva a concluir que o Ativo é o lado dos componentes positivos do patrimônio e o Passivo e Patrimônio Líquido, o lado dos componentes negativos.

[Comentário crítico: Se eu inverter a lógica matemática do amigo, e colocar que Passivo + Pl - Ativo é igual a zero, eu desconstruo o raciocínio do rapaz, né não!?]

Vejamos o exemplo a seguir: (desenho de um balanço patrimonial simples, com caixa e contas a pagar e capital). Sendo o ativo o lado positivo do patrimônio, as suas contas são positivas, isto é, os seus saldos são sempre positivos (denominados devedores). [Comentário crítico: Pronto, deu o nó geral na cabeça dos coleguinhas...] As contas do Passivo e Patrimônio Líquido, por sua vez, são negativas, isto é, seus saldos são sempre negativos (credores)."

Pérola 2:

"Lembre-se: Toda vez que tiver uma despesa, debitar a conta, toda vez que tiver uma receita, creditar a conta!"
[Comentário crítico: Tá, mas e o coleguinha que ler isso e pegar a conta "Despesa de assinatura paga antecipadamente"... ou "Receita antecipada de serviços"?????]

Ordem do dia: Tomem cuidado com os livros que utilizam! E senso crítico é um "must have".

26 junho 2012

Como fazer uma tabela


Como apresentar uma tabela

Esta postagem trata de algumas dicas para apresentar uma tabela mais legível para o leitor. Obviamente se sua intenção é evitar que o leitor preste atenção nos seus números, siga o conselho oposto.

O primeiro conselho é bastante óbvio: use sempre algarismos hindu-arábicos. Nunca utilize os algarismos romanos. A figura 1 ilustra isto:

Quanto tempo você levou para entender esta demonstração?

O segundo conselho é colocar os números do lado direito. Veja a figura 2:


A forma que torna a leitura mais fácil é a da primeira coluna. Centralizar os números ou alinhá-los à esquerda dificulta a leitura. O alinhamento à direita permite que o leitor rapidamente possa enxergar quais as contas mais relevantes.

A figura 3 exemplifica o tratamento da unidade de medida.

Na primeira coluna coloca a unidade de medida (real) somente na primeira linha e na linha do total. A segunda coluna apresenta a unidade de medida em cada linha. A terceira coluna não indica que os valores estão em reais. O mais correto seria a segunda coluna. Mas observe que a coluna está poluída com o símbolo do real em cada linha. A alternativa que torna a informação mais “limpa” é a terceira. A ausência da unidade de medida não é tão grave se existir, em algum lugar da tabela, uma informação para a unidade de medida. Na terceira coluna, com uma rápida olhada, podemos distinguir quais as linhas mais relevantes pelo valor apresentado.

O quarto conselho é aquele mais difícil de ser seguido. E o mais fácil de ser encontrado em apresentações tediosas e trabalhos acadêmicos com baixo nível de apresentação didática. Veja a figura a seguir e escolha a melhor apresentação para a informação:

Qual você escolheu? Se você achou que a primeira opção é a melhor forma de apresentar as informações, você realmente precisa repensar sua posição. É muito tedioso imaginar alguém preocupado em informar que a receita da empresa em 2009 foi de quatrocentos e cinquenta e três mil, oitocentos e quarenta e seis reais e trinta e cinco centavos. Observe a relevância dos centavos. (O leitor atento também que na última coluna a planilha fez um arredondamento errado.) Apesar da exatidão dos valores, uma quantidade excessiva de números numa tabela realmente desestimula qualquer leitor. A terceira tabela, em reais mil, é muito mais informativa das variações do lucro.

Uma variação nesta apresentação encontra-se na figura a seguir:

Trata-se de uma saída da planilha Excel para uma regressão. Observe que o R-Quadrado é de 0,056168098, com 9 casas decimais. A figura está muito poluída de números. Compare agora com uma nova figura:

A nova figura possui menos números, permitindo o leitor identificar rapidamente a relevância dos números. Além disto, para uma pessoa que terá que ler mais de dez páginas de um trabalho, menos números significa leitura menos cansativa. 

23 janeiro 2007

Escolhendo um livro de Economia

Escolhendo um livro para Economics 100 é igual a escolher uma pasta de dente. Existem muitos livros textos para escolher numa livraria como existem marcas de pasta de dentes num supermercado.

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