Os dados do mercado formal de trabalho no Brasil revelam que o número de demissões ainda é superior ao de admissões. De janeiro de 2015 até junho de 2018 (42 meses), em somente cinco meses as admissões foram superiores as demissões. Em junho, foram admitidos 8.901 empregados e demitidos 9.502, representando um saldo de -602. O número acumulado desde janeiro de 2014 indica uma redução no número de postos de trabalhos de 40.282.
O gráfico abaixo mostra a evolução comparativa entre o setor contábil - composto por auditores e contadores, técnicos em contabilidade e escriturários - e a economia como um todo. Os gráfico mostra visualmente que a crise no mercado de trabalho contábil acompanhou o que estava ocorrendo na economia até meados do ano passado. A partir desta data, enquanto observava uma "recuperação" no mercado de trabalho com um todo, o setor contábil continuava com mais demissões que admissões.
É bem verdade que existem setores com pior desempenho. Um levantamento divulgado no Estado de S Paulo mostra que empregos vinculados a construção civil estão entre os que mais demitiram.
A tabela acima faz um resumo comparativo do que ocorreu. Um dado adicional do desempenho do mercado de trabalho de junho é que o saldo foi positivo entre aqueles com curso superior completo (+35) ou incompleto (+63), mas negativo para os trabalhadores com curso médio completo ou incompleto (-615 e -84, nesta ordem).
Mostrando postagens com marcador desemprego. Mostrar todas as postagens
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24 julho 2018
20 junho 2018
Crise passa na economia, mas continua no setor contábil
Em maio de 2018, o setor contábil novamente demitiu mais empregados que contratou. Foram admitidos 9.340 e demitidos 10.143, representando uma diferença de 803 empregos a menos no mercado formal de emprego. Desde janeiro 2014, o número de redução de empregos foi de 39.685. Não é o pior resultado, já que o desempenho de março e janeiro deste ano. A questão é que a economia como um todo contratou mais que demitiu. E isto ocorre desde janeiro de 2018 deste ano. Nos últimos 17 meses, somente quatro tiveram um sinal negativo no saldo de movimentação na economia, enquanto no setor contábil foram 14 meses com mais demissões que contratações. Em outras palavras, parece que a crise está passando na economia, mas persiste no setor contábil.
Além disto, as demissões no setor contábil acontecem com trabalhadores com um tempo de experiência longo (35 meses em média em maio de 2018 versus 24 meses para a economia) e uma idade de 32 anos. É interessante notar que no passado a economia obtida com a contratação, comparando o salário médio do trabalhador admitido e o salário do demitido, já foi maior no passado; em maio foi de 16%.
Em maio, aqueles com curso superior completo tiveram um saldo de movimentação positivo. Em termos de ocupação, apenas os técnicos apresentaram saldo positivo. Nos demais casos, o saldo foi negativo.
Além disto, as demissões no setor contábil acontecem com trabalhadores com um tempo de experiência longo (35 meses em média em maio de 2018 versus 24 meses para a economia) e uma idade de 32 anos. É interessante notar que no passado a economia obtida com a contratação, comparando o salário médio do trabalhador admitido e o salário do demitido, já foi maior no passado; em maio foi de 16%.
Em maio, aqueles com curso superior completo tiveram um saldo de movimentação positivo. Em termos de ocupação, apenas os técnicos apresentaram saldo positivo. Nos demais casos, o saldo foi negativo.
02 março 2018
Uma boa notícia no emprego do setor contábil
Como janeiro é sempre um mês onde o desempenho é positivo, não é possível afirmar se temos aqui uma reversão de tendência. Nos últimos meses a economia tem mostrado uma reversão no mercado de trabalho, indicando que a recessão talvez tenha terminado; entretanto, isto não teve reflexo, pelo menos até dezembro de 2017, entre as pessoas que trabalham com contabilidade. O gráfico a seguir mostra isto de maneira clara.
Já em termos acumulados, os números indicam que desde janeiro de 2014 até os dias atuais o mercado contábil perdeu mais de 40 mil vagas. O gráfico a seguir faz uma comparação entre o desempenho na área contábil comparando com a economia. Para fins de comparação, dividimos os números da economia por 100, mas é nítido a diferença no comportamento das linhas nos últimos meses.
Salário - Como é normal, o salário dos funcionários demitidos é maior que os admitidos. A diferença salarial, que tinha chegado a 25% em dezembro, baixou para 22,7%, um número ainda elevado, bem acima do que ocorria em 2014, por exemplo, quando a diferença estava abaixo de 20%.
Tempo de Emprego - O tempo de emprego dos empregados demitidos também reduziu, para 36 meses. Este número ainda é expressivo, mas é o menor desde março do ano passado. A exemplo dos outros números, ainda é cedo para indicar uma tendência.
Idade média - A idade média dos admitidos ficou em 30,33 anos, enquanto os demitidos tinham uma idade média de 32,62 anos.
Quando a análise é feita em termos de gênero, formação e tipo de emprego, em todos os níveis ocorreu uma melhoria em janeiro. A única exceção foi a movimentação dos técnicos, próxima de zero, mas negativa. Além disto, como acompanhamos em parte, a movimentação de professores de contabilidade também foi negativa em janeiro, um comportamento tipicamente sazonal.
26 janeiro 2018
O Mercado de Trabalho bate vários recordes e isto não é bom
Depois de uma confusão no governo, onde os dados de emprego foram divulgados antes da data agendada, finalmente o Ministério do Trabalho liberou a informação para o mês de dezembro do mercado formal brasileiro. Como tem sido praxe, este blog faz um levantamento do setor contábil. E como previmos, o resultado de dezembro continuou sendo ruim, encerrando um ano em que somente em janeiro o número de admitidos superou os que foram demitidos. Em dezembro foram contratados 5.556 e demitidos 8.042, perfazendo um resultado negativo de 2.486, o pior do ano e o terceiro pior desde que começamos a acompanhar a série, em janeiro de 2014. Em termos acumulados, foram reduzidas 42.683 vagas de trabalho, o que revela o péssimo momento do mercado contábil.
A diferença de salário entre os demitidos e os admitidos subiu para 25%, indicando uma forte economia para as pessoas jurídicas na troca de empregado. Outro recorde negativo foi batido em dezembro: o tempo médio de carteira assinada dos demitidos chegou quase a 40 meses de emprego, indicando que o corte está atingindo inclusive os trabalhadores com mais experiência. E com consonância a este dado, a idade média dos demitidos nunca foi tão elevada: 33,11 anos. O desempenho foi tão ruim, que não poupou gênero, grau de instrução e tipo de emprego: em todas as analises que efetuamos o número de demitidos foi superior.
O consolo é que o desempenho da economia também foi ruim. Mas não é suficiente para ficarmos tranquilos.
A diferença de salário entre os demitidos e os admitidos subiu para 25%, indicando uma forte economia para as pessoas jurídicas na troca de empregado. Outro recorde negativo foi batido em dezembro: o tempo médio de carteira assinada dos demitidos chegou quase a 40 meses de emprego, indicando que o corte está atingindo inclusive os trabalhadores com mais experiência. E com consonância a este dado, a idade média dos demitidos nunca foi tão elevada: 33,11 anos. O desempenho foi tão ruim, que não poupou gênero, grau de instrução e tipo de emprego: em todas as analises que efetuamos o número de demitidos foi superior.
O consolo é que o desempenho da economia também foi ruim. Mas não é suficiente para ficarmos tranquilos.
25 janeiro 2018
27 dezembro 2017
Mais destruição de vagas em Novembro
Somente hoje o Ministério do Trabalho disponibilizou a base de dados do Caged para consulta referente ao desempenho do setor formal da economia. No geral, após sete meses de desempenho positivo, a economia demitiu mais que contratou.
No setor contábil, composto pelos contadores, auditores, escriturários e técnicos em contabilidade, o desempenho seguiu o padrão dos meses anteriores. E isto significa notícia ruim: afinal, em 2017, somente em janeiro o resultado foi positivo.
O gráfico acima mostra que a linha vermelha, dos demitidos, tem estado acima da linha azul, de contratação, nos últimos meses. Em termos acumulados, o mês de novembro suplantou a barreira das 40 mil vagas destruídas desde janeiro de 2014. Isto representa quase 10% do total. Um ponto positivo é que a diferença salarial entre demitidos e admitidos foi de 15%, o meno´r nível desde início de 2016. Isto pode ser um sinal que o ciclo de demissão para contratar profissional com menor salário pode estar reduzindo. Ou talvez seja uma situação atípica.
Com a grande quantidade de demissões desde 2014, os trabalhos que estão sendo mandados para rua possuem cada vez mais experiências. O trabalhador demitido em novembro tinha em média 37 meses de emprego, um número similar aos dos meses anteriores.
Em novembro o problema do emprego atingiu todo perfil de empregado. Assim, o saldo negativo independente do gênero do trabalhador, seu nível de escolaridade ou o tipo de emprego.
O gráfico é um comparativo que temos feito nos últimos meses para mostrar que enquanto a economia parece ter revertido a tendência de queda no emprego formal (linha vermelha) o mesmo não se pode dizer do setor contábil (linha azul).
O que esperar de dezembro? - Tradicionalmente dezembro tem sido bom para a contratação de trabalhadores no setor contábil. Em 2016 foi o segundo pior mês, mas em 2014 e 2015 foi de longe o pior. Em novembro de 2016 o saldo foi menos 1824, perto dos menos 1731 deste ano; já em dezembro o saldo foi 3.274, negativo.
No setor contábil, composto pelos contadores, auditores, escriturários e técnicos em contabilidade, o desempenho seguiu o padrão dos meses anteriores. E isto significa notícia ruim: afinal, em 2017, somente em janeiro o resultado foi positivo.
O gráfico acima mostra que a linha vermelha, dos demitidos, tem estado acima da linha azul, de contratação, nos últimos meses. Em termos acumulados, o mês de novembro suplantou a barreira das 40 mil vagas destruídas desde janeiro de 2014. Isto representa quase 10% do total. Um ponto positivo é que a diferença salarial entre demitidos e admitidos foi de 15%, o meno´r nível desde início de 2016. Isto pode ser um sinal que o ciclo de demissão para contratar profissional com menor salário pode estar reduzindo. Ou talvez seja uma situação atípica.
Com a grande quantidade de demissões desde 2014, os trabalhos que estão sendo mandados para rua possuem cada vez mais experiências. O trabalhador demitido em novembro tinha em média 37 meses de emprego, um número similar aos dos meses anteriores.
Em novembro o problema do emprego atingiu todo perfil de empregado. Assim, o saldo negativo independente do gênero do trabalhador, seu nível de escolaridade ou o tipo de emprego.
O gráfico é um comparativo que temos feito nos últimos meses para mostrar que enquanto a economia parece ter revertido a tendência de queda no emprego formal (linha vermelha) o mesmo não se pode dizer do setor contábil (linha azul).
O que esperar de dezembro? - Tradicionalmente dezembro tem sido bom para a contratação de trabalhadores no setor contábil. Em 2016 foi o segundo pior mês, mas em 2014 e 2015 foi de longe o pior. Em novembro de 2016 o saldo foi menos 1824, perto dos menos 1731 deste ano; já em dezembro o saldo foi 3.274, negativo.
24 novembro 2017
20 novembro 2017
Número ruins - ainda - de emprego no setor contábil
O Ministério do Trabalho divulgou hoje os dados do mercado de trabalho formal no Brasil. Como tem ocorrido nos últimos meses, temos acompanhado o setor contábil, através do mercado de contadores e auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. Nos jornais a manchete de que foram criadas mais de 70 mil novas vagas na economia.
A figura a seguir mostra o comparativo entre a economia e o setor contábil. Para fazer esta comparação, dividimos os números da economia por 100. Como já era notado nos meses anteriores, o comportamento do mercado de trabalho na contabilidade não acompanhou o que está ocorrendo na economia. Pelo contrário, o número de demitidos continua superando o número dos admitidos. Em outubro foram 7688 versus 8199, aumentando para quase 38.500 o número de vagas destruídas desde janeiro de 2014. A diferença é tão grande entre os números da economia e do setor contábil que começamos a achar que a crise é estrutural do setor.
Os números de outubro de 2017 do setor contábil são parecidos com os do ano passado, quando a economia estava em recessão. A exceção do saldo, cuja diferença reduziu bastante, mas ainda continua negativo.
Um aspecto que merece destaque: um segmento onde a contratação superou a demissão foi entre os profissionais de nível superior incompleto ou nível superior completo.
19 outubro 2017
Mais Demitidos que Admitidos no setor Contábil: Alguém se importa?
O Ministério do Trabalho disponibilizou hoje os dados do mercado de trabalho formal de setembro de 2017. Em termos da economia, tivemos pelo sexto mês consecutivo mais contratações do que demissões. De abril deste ano até setembro foram criadas 210 mil novas vagas. É bem verdade que isto não representa uma recuperação nos níveis antes da crise econômica, mas parece que o pior já passou.
Mas no setor contábil, a coleta que este blog faz do mercado de trabalho mostra que a recuperação ainda não chegou. Dos noves meses deste ano, somente em janeiro o número de contratados superou as demissões. Em 2017 foram destruídas 6.166 vagas de emprego no setor; considerando janeiro de 2014 como marco inicial o número de demitidos supera os admitidos em quase 38 mil: 37.955.
Em setembro a crise atingiu principalmente as mulheres (-146 versus -41 dos homens), os escriturários (-132) e com instrução até o ensino médio completo (-594). O salário dos demitidos era 23,2% maior que dos novos contratados, dentro do padrão dos últimos meses, mas muito acima dos valores de 2014, por exemplo, quando a diferença era de 15,1%. Quanto maior a crise, maior a diferença salarial entre aqueles que perderam o emprego e aqueles que consiguiram carteira assinada. O tempo de emprego também é afetado pela crise: tende a aumentar quando a crise aumenta; no caso do setor contábil, as pessoas que perderam emprego possuíam um tempo médio de 38,77 meses (em setembro de 2015, por exemplo, era de 31,88 meses). Quanto a idade, tanto os admitidos quanto os demitidos tiveram um aumento na média.
Mas no setor contábil, a coleta que este blog faz do mercado de trabalho mostra que a recuperação ainda não chegou. Dos noves meses deste ano, somente em janeiro o número de contratados superou as demissões. Em 2017 foram destruídas 6.166 vagas de emprego no setor; considerando janeiro de 2014 como marco inicial o número de demitidos supera os admitidos em quase 38 mil: 37.955.
Em setembro a crise atingiu principalmente as mulheres (-146 versus -41 dos homens), os escriturários (-132) e com instrução até o ensino médio completo (-594). O salário dos demitidos era 23,2% maior que dos novos contratados, dentro do padrão dos últimos meses, mas muito acima dos valores de 2014, por exemplo, quando a diferença era de 15,1%. Quanto maior a crise, maior a diferença salarial entre aqueles que perderam o emprego e aqueles que consiguiram carteira assinada. O tempo de emprego também é afetado pela crise: tende a aumentar quando a crise aumenta; no caso do setor contábil, as pessoas que perderam emprego possuíam um tempo médio de 38,77 meses (em setembro de 2015, por exemplo, era de 31,88 meses). Quanto a idade, tanto os admitidos quanto os demitidos tiveram um aumento na média.
22 setembro 2017
Desemprego continua aumentando no Setor Contábil
Ontem o Ministério do Trabalho disponibilizou os dados de agosto do Caged com informações sobre o emprego formal. Como tem sido praxe, este blog compilou os dados do setor contábil para verificar o comportamento do setor neste quesito. E como tem acontecido nos últimos meses, o número dos demitidos superou o número dos admitidos: de janeiro de 2015 até agosto de 2017, somente em três meses o sinal foi positivo. E o resultado do mês foi o segundo pior do ano, com uma diferença de 1266 postos de trabalho a menos. E tendo por base os dados dos anos anteriores, este quadro talvez mude somente em outubro.
Em termos acumulados, de janeiro de 2014 até o último mês, foram reduzidas quase 38 mil vagas. Os dados são ruins mesmo. Enquanto a economia como um todo já encontra-se no quinto mês seguido de recuperação, agosto representou o sétimo mês seguido onde as demissões foram maiores que as admissões. No gráfico a seguir fizemos uma comparação entre o setor contábil e a economia. A linha azul mostra que a relação entre admissão e demissão do setor contábil continua uma tendência decrescente. A linha vermelha é esta relação para o geral da economia, dividido por cem para permitir a comparação. É nítida que o mercado de trabalho formal no Brasil melhorou nos últimos meses, revertendo uma tendência de queda.
Como tem acontecido, o salário médio dos demitidos é superior ao dos admitidos. Mas a diferença é a menor do ano, podendo indicar que o processo de demissão para contratar com salário menor já não ocorre com tanta intensidade. Em agosto a diferença foi de 20,6%.
O tempo de emprego dos trabalhadores demitidos no setor foi de quase 38 meses (versus 25 na economia), o segundo maior número da série, mas menor que o recorde do mês anterior. Tanto o fato da diferença salarial ter diminuído, quando a queda no tempo de emprego, são notícias boas, que podem sinalizar uma reversão futura no mercado de trabalho.
A análise por gênero, instrução e tipo de ocupação permite detalhar onde o problema do emprego é mais elevado: nas mulheres, pessoas com o ensino médio completo e nos escriturários. Para finalizar, 74% das demissões foram sem justa causa.
Em termos acumulados, de janeiro de 2014 até o último mês, foram reduzidas quase 38 mil vagas. Os dados são ruins mesmo. Enquanto a economia como um todo já encontra-se no quinto mês seguido de recuperação, agosto representou o sétimo mês seguido onde as demissões foram maiores que as admissões. No gráfico a seguir fizemos uma comparação entre o setor contábil e a economia. A linha azul mostra que a relação entre admissão e demissão do setor contábil continua uma tendência decrescente. A linha vermelha é esta relação para o geral da economia, dividido por cem para permitir a comparação. É nítida que o mercado de trabalho formal no Brasil melhorou nos últimos meses, revertendo uma tendência de queda.
Como tem acontecido, o salário médio dos demitidos é superior ao dos admitidos. Mas a diferença é a menor do ano, podendo indicar que o processo de demissão para contratar com salário menor já não ocorre com tanta intensidade. Em agosto a diferença foi de 20,6%.
O tempo de emprego dos trabalhadores demitidos no setor foi de quase 38 meses (versus 25 na economia), o segundo maior número da série, mas menor que o recorde do mês anterior. Tanto o fato da diferença salarial ter diminuído, quando a queda no tempo de emprego, são notícias boas, que podem sinalizar uma reversão futura no mercado de trabalho.
A análise por gênero, instrução e tipo de ocupação permite detalhar onde o problema do emprego é mais elevado: nas mulheres, pessoas com o ensino médio completo e nos escriturários. Para finalizar, 74% das demissões foram sem justa causa.
19 agosto 2017
Fato da Semana: Desemprego
Fato: Desemprego no setor contábil
Data: 15 de agosto
Contextualização - O Blog Contabilidade Financeira consolida os números do mercado de trabalho formal do setor contábil, a partir das informações do Caged. Desde que começamos a fazer este acompanhamento, os resultados que medem a relação entre demitidos e admitidos acompanham os números da economia.
Nos últimos meses isto não está ocorrendo. Enquanto na economia o resultado é positivo, ou seja, o número de admitidos é maior que o dos demitidos, o inverso ocorreu no setor contábil. Para uma área que "não existia desemprego" e "sempre haverá espaço para quem quiser trabalhar com contabilidade" os números mostram uma situação preocupante.
Relevância - Desde 2014 somente três meses o número de admitidos foi superior ao de demitidos. A princípio, não é possível afirmar se o comportamento é estrutural ou não.
Notícia boa para contabilidade? Não. O descolamento do comportamento da economia é preocupante, pois pode revelar uma mudança estrutural no setor, com menor número de vagas nos próximos anos.
Desdobramentos - Pelos números dos anos anteriores, a recuperação só deverá ocorrer no último trimestre do ano, talvez em novembro.
Mas a semana só teve isto? Mais divulgação de balanços e também a não divulgação da CSN.
Data: 15 de agosto
Contextualização - O Blog Contabilidade Financeira consolida os números do mercado de trabalho formal do setor contábil, a partir das informações do Caged. Desde que começamos a fazer este acompanhamento, os resultados que medem a relação entre demitidos e admitidos acompanham os números da economia.
Nos últimos meses isto não está ocorrendo. Enquanto na economia o resultado é positivo, ou seja, o número de admitidos é maior que o dos demitidos, o inverso ocorreu no setor contábil. Para uma área que "não existia desemprego" e "sempre haverá espaço para quem quiser trabalhar com contabilidade" os números mostram uma situação preocupante.
Relevância - Desde 2014 somente três meses o número de admitidos foi superior ao de demitidos. A princípio, não é possível afirmar se o comportamento é estrutural ou não.
Notícia boa para contabilidade? Não. O descolamento do comportamento da economia é preocupante, pois pode revelar uma mudança estrutural no setor, com menor número de vagas nos próximos anos.
Desdobramentos - Pelos números dos anos anteriores, a recuperação só deverá ocorrer no último trimestre do ano, talvez em novembro.
Mas a semana só teve isto? Mais divulgação de balanços e também a não divulgação da CSN.
15 agosto 2017
Desemprego: mais um episódio da saga
Na semana passada o governo liberou as informações sobre o emprego formal na economia brasileira. O resultado foi uma variação positiva, onde pelo quarto mês consecutivo, ao número de admitidos superou o de demitidos.
Entretanto, o governo não tinha liberado as informações específicas, o que ocorreu no dia de ontem. Com isto, este blog segregou o desempenho do emprego do setor contábil, incluindo contadores, auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. E a notícia não é muito boa: novamente o emprego no setor contábil divergiu da economia como um todo, já que o número de demitidos foi superior ao dos admitidos, indicando uma destruição de vagas. Em julho de 2017 foram admitidos 8 mil novos empregados e demitidos 8.305, reduzindo o número de vagas em 305. O valor acumulado, desde janeiro de 2014, mostra uma variação negativa de 36.502 vagas destruídas, um número impressionante para a quantidade de trabalhadores. De janeiro de 2015 até julho de 2017 todos os meses, exceto três (janeiro/2015, outubro/2015 e janeiro/2017), este comportamento - de destruição de vagas - se repetiu.
Também novamente em julho, o salário dos demitidos foi superior ao dos admitidos: R$2.839,97 versus R$2311,81, uma diferença de 23%. Os trabalhadores demitidos tinham 37,64 meses de carteira assinada. Nestes dois quesitos (diferença salarial e tempo de trabalho dos demitidos), os resultados do mês são melhores do que do mês anterior, mas piores do que no mesmo mês do ano anterior.
Os novos contratados possuem uma idade média de 30,54 anos, versus 32,85 anos dos demitidos. Por gênero a crise tem provocado mais efeito entre as mulheres e isto se repetiu no mês de julho: a variação negativa foi de -169 entre as mulheres e -136 entre os homens. Em média no setor contábil as demissões entre as mulheres correspondem a 60% do total. (Aqui um comentário importante: no total da economia, a criação de vagas ocorreu entre os homens, mas não entre as mulheres: enquanto se criou 37.617 vagas para os homens, a diferença entre admitidos e demitidos nas mulheres foi -1.717. O mercado de trabalho aparentemente discrimina as mulheres)
Por grau de instrução, o único extrato positivo foi dos trabalhadores com curso superior completo, a exemplo do que ocorreu em maio deste ano.
Em suma: o comportamento do emprego no setor contábil está no sentido oposto ao da economia.
Entretanto, o governo não tinha liberado as informações específicas, o que ocorreu no dia de ontem. Com isto, este blog segregou o desempenho do emprego do setor contábil, incluindo contadores, auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. E a notícia não é muito boa: novamente o emprego no setor contábil divergiu da economia como um todo, já que o número de demitidos foi superior ao dos admitidos, indicando uma destruição de vagas. Em julho de 2017 foram admitidos 8 mil novos empregados e demitidos 8.305, reduzindo o número de vagas em 305. O valor acumulado, desde janeiro de 2014, mostra uma variação negativa de 36.502 vagas destruídas, um número impressionante para a quantidade de trabalhadores. De janeiro de 2015 até julho de 2017 todos os meses, exceto três (janeiro/2015, outubro/2015 e janeiro/2017), este comportamento - de destruição de vagas - se repetiu.
Também novamente em julho, o salário dos demitidos foi superior ao dos admitidos: R$2.839,97 versus R$2311,81, uma diferença de 23%. Os trabalhadores demitidos tinham 37,64 meses de carteira assinada. Nestes dois quesitos (diferença salarial e tempo de trabalho dos demitidos), os resultados do mês são melhores do que do mês anterior, mas piores do que no mesmo mês do ano anterior.
Os novos contratados possuem uma idade média de 30,54 anos, versus 32,85 anos dos demitidos. Por gênero a crise tem provocado mais efeito entre as mulheres e isto se repetiu no mês de julho: a variação negativa foi de -169 entre as mulheres e -136 entre os homens. Em média no setor contábil as demissões entre as mulheres correspondem a 60% do total. (Aqui um comentário importante: no total da economia, a criação de vagas ocorreu entre os homens, mas não entre as mulheres: enquanto se criou 37.617 vagas para os homens, a diferença entre admitidos e demitidos nas mulheres foi -1.717. O mercado de trabalho aparentemente discrimina as mulheres)
Por grau de instrução, o único extrato positivo foi dos trabalhadores com curso superior completo, a exemplo do que ocorreu em maio deste ano.
Em suma: o comportamento do emprego no setor contábil está no sentido oposto ao da economia.
25 julho 2017
Mercado de Trabalho Contábil continua em crise.
Segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e compilados por este blog, o número de admitidos com carteira assinada em junho de 2017 foi novamente inferior ao de demitidos no mercado de trabalho contábil: 8.104 versus 9.124. O gráfico a seguir mostra a evolução desta série desde início de 2014. É possível perceber que desde fevereiro de 2015 o número de admitidos tem sido inferior ao de demitidos, com a exceção de outubro de 2015 e de janeiro de 2017.
O gráfico a seguir mostra o tamanho da crise de emprego no setor contábil. Usando dados acumulados, o gráfico deixa claro que no período analisado foram reduzidas mais de 36 mil vagas no setor.
Um padrão que tem sido constante é o fato do salário dos admitidos ser inferior ao dos demitidos. Em razão da crise, esta diferença tem ficado acima de 20%. Isto significa dizer que as pessoas que estão sendo contratadas recebem um salário inferior. Em junho a diferença foi de R$563 ou 24,9%, um percentual bem próximo aos 26,9% de junho de 2016, a maior diferença que registramos.
Com respeito ao tempo de emprego dos demitidos, junho marcou um tempo médio de quase 39 meses. Este valor foi o maior registrado na série histórica e tem mostrado uma tendência crescente. Com o aumento da crise, as demissões estão ocorrendo com os funcionários mais antigos, com mais de três anos de trabalho.
Outro fato registrado nos outros meses é a substituição do trabalhador mais antigos pelo mais jovem. A idade média dos demitidos foi de 32,68 contra 30,34 anos dos admitidos.
O gráfico abaixo registra a comparação do setor contábil com a economia. Em junho de 2017 enquanto a economia contratava, a crise do emprego continuava no setor contábil. Existem duas possíveis explicações para esta diferença no comportamento. A primeira é o fato de que está ocorrendo um aumento de produtividade no setor, com a crescente automoção no trabalho. Ou seja, existe uma mudança estrutural. A segunda possível explicação, que talvez seja a mais correta, é que o mercado de trabalho foi positivo em junho na economia em termos de criação de emprego graças ao setor agropecuário. Os dados do Ministério do Trabalho mostram que este foi o único setor onde a relação entre admitidos e demitidos foi positiva na economia.
O atual mês não é tradicionalmente contratante. Isto significa dizer que provavelmente no próximo mês o número de demitidos continuará sendo maior que o de admitidos.
O gráfico a seguir mostra o tamanho da crise de emprego no setor contábil. Usando dados acumulados, o gráfico deixa claro que no período analisado foram reduzidas mais de 36 mil vagas no setor.
Um padrão que tem sido constante é o fato do salário dos admitidos ser inferior ao dos demitidos. Em razão da crise, esta diferença tem ficado acima de 20%. Isto significa dizer que as pessoas que estão sendo contratadas recebem um salário inferior. Em junho a diferença foi de R$563 ou 24,9%, um percentual bem próximo aos 26,9% de junho de 2016, a maior diferença que registramos.
Com respeito ao tempo de emprego dos demitidos, junho marcou um tempo médio de quase 39 meses. Este valor foi o maior registrado na série histórica e tem mostrado uma tendência crescente. Com o aumento da crise, as demissões estão ocorrendo com os funcionários mais antigos, com mais de três anos de trabalho.
Outro fato registrado nos outros meses é a substituição do trabalhador mais antigos pelo mais jovem. A idade média dos demitidos foi de 32,68 contra 30,34 anos dos admitidos.
O gráfico abaixo registra a comparação do setor contábil com a economia. Em junho de 2017 enquanto a economia contratava, a crise do emprego continuava no setor contábil. Existem duas possíveis explicações para esta diferença no comportamento. A primeira é o fato de que está ocorrendo um aumento de produtividade no setor, com a crescente automoção no trabalho. Ou seja, existe uma mudança estrutural. A segunda possível explicação, que talvez seja a mais correta, é que o mercado de trabalho foi positivo em junho na economia em termos de criação de emprego graças ao setor agropecuário. Os dados do Ministério do Trabalho mostram que este foi o único setor onde a relação entre admitidos e demitidos foi positiva na economia.
O atual mês não é tradicionalmente contratante. Isto significa dizer que provavelmente no próximo mês o número de demitidos continuará sendo maior que o de admitidos.
20 junho 2017
Mercado de Trabalho da contabilidade: a crise ainda não passou
Enquanto na economia o número de trabalhadores admitidos no mercado de trabalho formal foi superior ao número dos demitidos, o mesmo não ocorreu na contabilidade. Em maio foram 34 mil contratações a mais que as demissões na economia como um todo, um número menor que do mês passado (quase 60 mil), mas ainda sim positivo.
Na contabilidade, o número positivo de janeiro criou uma ilusão que a crise no setor contábil estava passando. Mas desde então, o número de empregados demitidos superou os admitidos. E em maio atingiu um valor acumulado de 35 mil vagas reduzidas no setor em razão dos 8.190 admitidos e 9.233 demitidos em maio. Como é normal, o salário médio dos contratados é inferior ao dos demitidos: uma diferença de R$526 ou 23,6%.
Outra notícia ruim é o aumento do tempo médio de emprego dos demitidos, atingindo o valor máximo desde que começamos a computar este valor: 37,37 meses em maio de 2017 versus 33,65 meses de maio do ano passado. Isto significa que a crise não está poupando os empregados mais antigos e experientes. Um fato que comprova isto é que a idade média dos demitidos em maio foi de 32,56 anos, a segunda maior da série. E a idade média dos contratados é a maior da série: 30,60 anos. Ou seja, o mercado de trabalho tem demitido os empregados mais velhos e a idade média dos contratados tem aumentado com o tempo.
Em termos das características do trabalhador, o mês de maio só não foi ruim para aqueles com curso superior completo.
Na contabilidade, o número positivo de janeiro criou uma ilusão que a crise no setor contábil estava passando. Mas desde então, o número de empregados demitidos superou os admitidos. E em maio atingiu um valor acumulado de 35 mil vagas reduzidas no setor em razão dos 8.190 admitidos e 9.233 demitidos em maio. Como é normal, o salário médio dos contratados é inferior ao dos demitidos: uma diferença de R$526 ou 23,6%.
Outra notícia ruim é o aumento do tempo médio de emprego dos demitidos, atingindo o valor máximo desde que começamos a computar este valor: 37,37 meses em maio de 2017 versus 33,65 meses de maio do ano passado. Isto significa que a crise não está poupando os empregados mais antigos e experientes. Um fato que comprova isto é que a idade média dos demitidos em maio foi de 32,56 anos, a segunda maior da série. E a idade média dos contratados é a maior da série: 30,60 anos. Ou seja, o mercado de trabalho tem demitido os empregados mais velhos e a idade média dos contratados tem aumentado com o tempo.
Em termos das características do trabalhador, o mês de maio só não foi ruim para aqueles com curso superior completo.
21 abril 2017
Saga do Desemprego Continua no Setor Contábil
Segundo dados do Ministério do Trabalho, divulgados esta semana e coletados por este blog, o problema do desemprego no setor contábil continua. No mercado de trabalho formal foram contratados 8.221 profissionais em março e demitidos 9.790, indicando uma variação negativa de 1.569 vagas.
É interessante lembrar que em janeiro de 2017 tivemos o primeiro mês com criação de vagas no mercado de trabalho formal do setor contábil desde outubro de 2015. Em fevereiro foi a vez dos dados globais apresentarem criação de vagas, a primeira desde março de 2015. De 2014 para cá foram quase 3 milhões de vagas de empregos que foram destruídas na economia brasileira. No setor contábil foram 33.450 vagas a menos de janeiro de 2014 até março de 2017.
Assim, a reversão de tendência ocorrida em janeiro no setor contábil (e em fevereiro na economia) parece muito mais algo passageiro. Os números do mês são ruins: o salário dos demitidos é 22% mais alto do que o salário dos admitidos e o tempo médio de emprego dos demitidos está aumentando (36,83 meses em média) indicando que a crise também ocorre nos funcionários com maior experiência de trabalho. O pior é que o número de demitidos foi sempre maior do que os admitidos, não importa o gênero, o grau de escolaridade e o tipo de trabalho. Em nove categorias pesquisadas (gênero, escolaridade e tipo), em todas tivemos destruição de vagas de trabalho.
É interessante lembrar que em janeiro de 2017 tivemos o primeiro mês com criação de vagas no mercado de trabalho formal do setor contábil desde outubro de 2015. Em fevereiro foi a vez dos dados globais apresentarem criação de vagas, a primeira desde março de 2015. De 2014 para cá foram quase 3 milhões de vagas de empregos que foram destruídas na economia brasileira. No setor contábil foram 33.450 vagas a menos de janeiro de 2014 até março de 2017.
Assim, a reversão de tendência ocorrida em janeiro no setor contábil (e em fevereiro na economia) parece muito mais algo passageiro. Os números do mês são ruins: o salário dos demitidos é 22% mais alto do que o salário dos admitidos e o tempo médio de emprego dos demitidos está aumentando (36,83 meses em média) indicando que a crise também ocorre nos funcionários com maior experiência de trabalho. O pior é que o número de demitidos foi sempre maior do que os admitidos, não importa o gênero, o grau de escolaridade e o tipo de trabalho. Em nove categorias pesquisadas (gênero, escolaridade e tipo), em todas tivemos destruição de vagas de trabalho.
16 março 2017
Emprego: boa notícia para economia, má notícia para o setor
Saiu hoje os dados de emprego formal do Caged, coletados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O governo comemorou o resultado, já que desde março de 2015 o número de demitidos superava o de admitidos. Ou seja, o mercado de trabalho não estava criando vagas para os trabalhadores. O número acumulado estava chegando perto de três milhões de vagas destruídas. Em fevereiro foram admitidos 1.250 mil empregados e demitidos 1.215 mil, o que dá um saldo positivo de 35,6 mil vagas criadas.
Apesar dos dados, é difícil dizer que existe uma reversão do comportamento ruim do mercado de trabalho. Em 2014 tivemos neste mês o melhor desempenho; mas em 2016, foi um dos piores meses do ano. Um ponto negativo se destaca nos dados divulgados: foi o pior mês para os trabalhadores antigos. Enquanto em janeiro de 2014 o tempo médio de serviço do empregado demitido era de 16, 02 meses, este número aumentou ao longo do tempo atingindo 23,84 meses em fevereiro de 2017. Isto é um indício de que as empresas começaram demitindo os empregados com menos tempo de casa e nos últimos meses estão mandando para rua os mais antigos.
Setor Contábil – Como comentamos anteriormente, em janeiro o saldo da movimentação no setor contábil foi positivo pela primeira vez desde outubro de 2015. Mas em fevereiro, foram demitidos 8702 empregados, um número 1.109 acima dos admitidos. O valor acumulado de destruição de vagas chegou bem perto dos 32 mil. A diferença salarial entre os admitidos e os demitidos chegou a quase 25%, um número bastante elevado. Já o tempo de emprego do empregado demitido reduziu um pouco em relação aos meses anteriores: 35,52 em fevereiro e 35,56 em janeiro. A diferença de idade entre quem entrou e quem saiu também reduziu em fevereiro.
A variação no emprego de fevereiro ocorreu principalmente entre as mulheres (-698), quem tinha ensino médio completo (-587) e contadores e auditores (-571). Mas o número foi negativo em todos os grupos.
Professores – O único grupo no setor contábil que não teve um resultado ruim em fevereiro foram dos professores, já que ocorreram mais contratações do que demissões. Mas como o mercado de trabalho deste grupo é muito sazonal, o blog prefere analisar os números acumulados em doze meses. Isto elimina a sazonalidade e permite uma análise mais adequada. Com isto, nos últimos doze meses mais professores foram demitidos do que contratados, a exemplo do que ocorreu no setor contábil e na economia. O tempo médio de emprego dos professores demitidos tem apresentado crescimento expressivo, atingindo em fevereiro de 2017 47,1 meses (versus 35,52 do setor contábil como um todo).
Apesar dos dados, é difícil dizer que existe uma reversão do comportamento ruim do mercado de trabalho. Em 2014 tivemos neste mês o melhor desempenho; mas em 2016, foi um dos piores meses do ano. Um ponto negativo se destaca nos dados divulgados: foi o pior mês para os trabalhadores antigos. Enquanto em janeiro de 2014 o tempo médio de serviço do empregado demitido era de 16, 02 meses, este número aumentou ao longo do tempo atingindo 23,84 meses em fevereiro de 2017. Isto é um indício de que as empresas começaram demitindo os empregados com menos tempo de casa e nos últimos meses estão mandando para rua os mais antigos.
Setor Contábil – Como comentamos anteriormente, em janeiro o saldo da movimentação no setor contábil foi positivo pela primeira vez desde outubro de 2015. Mas em fevereiro, foram demitidos 8702 empregados, um número 1.109 acima dos admitidos. O valor acumulado de destruição de vagas chegou bem perto dos 32 mil. A diferença salarial entre os admitidos e os demitidos chegou a quase 25%, um número bastante elevado. Já o tempo de emprego do empregado demitido reduziu um pouco em relação aos meses anteriores: 35,52 em fevereiro e 35,56 em janeiro. A diferença de idade entre quem entrou e quem saiu também reduziu em fevereiro.
A variação no emprego de fevereiro ocorreu principalmente entre as mulheres (-698), quem tinha ensino médio completo (-587) e contadores e auditores (-571). Mas o número foi negativo em todos os grupos.
Professores – O único grupo no setor contábil que não teve um resultado ruim em fevereiro foram dos professores, já que ocorreram mais contratações do que demissões. Mas como o mercado de trabalho deste grupo é muito sazonal, o blog prefere analisar os números acumulados em doze meses. Isto elimina a sazonalidade e permite uma análise mais adequada. Com isto, nos últimos doze meses mais professores foram demitidos do que contratados, a exemplo do que ocorreu no setor contábil e na economia. O tempo médio de emprego dos professores demitidos tem apresentado crescimento expressivo, atingindo em fevereiro de 2017 47,1 meses (versus 35,52 do setor contábil como um todo).
11 março 2017
Fato da Seman: Boas notícias no Emprego
Fato: Boas notícias no emprego
Data: 6 março
Contextualização
O governo federal é informado mensalmente os funcionários admitidos e demitidos pelas empresas. Geralmente na terceira semana do mês subsequente, a informação é divulgada, permitindo o acompanhamento do mercado de trabalho. Usando esta informação, o blog Contabilidade Financeira faz um trabalho de compilação dos dados para o setor contábil, verificando a evolução do número de contratados e o número de demitidos.
Desde que começamos a compilar e divulgar este dados, o número tem sido, de uma forma geral, ruim. Ou seja, geralmente o saldo entre admissões e demissões é negativo. Conforme mostramos na semana, a crise na economia também possui reflexo na contabilidade, atingindo homens e mulheres, jovens e idosos, experientes ou não, com curso superior ou somente ensino médio e assim por diante.
A informação de janeiro somente foi divulgada em março, provavelmente por conta dos feriados de fevereiro. E pela primeira vez, desde outubro de 2015, ocorreram mais contratações que demissões. Em termos acumulados, desde janeiro de 2014 foram demitidos mais de trinta mil funcionários a mais do que foram contratados.
Relevância
Ainda é cedo para dizer que existe uma reversão. Afinal, geralmente janeiro é um mês onde esta relação é positiva. Mas os números coletados permite ter uma esperança de que atingimos o fundo do poço em dezembro de 2016.
A análise que fizemos também não mostra que o problema seja estrutural; ou seja, que a automoção esteja matando as vagas no setor. Pelo menos por enquanto.
Notícia boa para contabilidade?
Sim. Outro fato importante é que na economia como um todo não ocorreu esta recuperação.
Desdobramentos
No mês passado dizemos aqui que o saldo de janeiro continuaria negativo. Erramos. Quanto a movimentação de fevereiro, que deve sair em breve, acreditamos que haverá uma tendência ao padrão dos últimos meses voltar.
Mas a semana só teve isto?
A notícia que a CVM determinou que a Petrobras deve refazer suas demonstrações foi o outro fato importante da semana. É bem verdade que da entidade demorou anos que fazer esta exigência, mas antes tarde do que nunca.
Data: 6 março
Contextualização
O governo federal é informado mensalmente os funcionários admitidos e demitidos pelas empresas. Geralmente na terceira semana do mês subsequente, a informação é divulgada, permitindo o acompanhamento do mercado de trabalho. Usando esta informação, o blog Contabilidade Financeira faz um trabalho de compilação dos dados para o setor contábil, verificando a evolução do número de contratados e o número de demitidos.
Desde que começamos a compilar e divulgar este dados, o número tem sido, de uma forma geral, ruim. Ou seja, geralmente o saldo entre admissões e demissões é negativo. Conforme mostramos na semana, a crise na economia também possui reflexo na contabilidade, atingindo homens e mulheres, jovens e idosos, experientes ou não, com curso superior ou somente ensino médio e assim por diante.
A informação de janeiro somente foi divulgada em março, provavelmente por conta dos feriados de fevereiro. E pela primeira vez, desde outubro de 2015, ocorreram mais contratações que demissões. Em termos acumulados, desde janeiro de 2014 foram demitidos mais de trinta mil funcionários a mais do que foram contratados.
Relevância
Ainda é cedo para dizer que existe uma reversão. Afinal, geralmente janeiro é um mês onde esta relação é positiva. Mas os números coletados permite ter uma esperança de que atingimos o fundo do poço em dezembro de 2016.
A análise que fizemos também não mostra que o problema seja estrutural; ou seja, que a automoção esteja matando as vagas no setor. Pelo menos por enquanto.
Notícia boa para contabilidade?
Sim. Outro fato importante é que na economia como um todo não ocorreu esta recuperação.
Desdobramentos
No mês passado dizemos aqui que o saldo de janeiro continuaria negativo. Erramos. Quanto a movimentação de fevereiro, que deve sair em breve, acreditamos que haverá uma tendência ao padrão dos últimos meses voltar.
Mas a semana só teve isto?
A notícia que a CVM determinou que a Petrobras deve refazer suas demonstrações foi o outro fato importante da semana. É bem verdade que da entidade demorou anos que fazer esta exigência, mas antes tarde do que nunca.
09 março 2017
Desemprego: análise comparativa
Este blog tem realizado mensalmente uma análise do mercado de trabalho no setor contábil. Usando dados do mercado formal de emprego, disponibilizado pelo Ministério do Trabalho, fazemos uma compilação dos dados de contadores e auditores, técnicos em contabilidade e escriturários, além de uma análise específica dos professores.
O trabalho tem mostrado uma crise profunda no mercado de trabalho do profissional, com um grande número de vagas sendo reduzida. Outros aspectos também estão presentes neste levantamento. A nossa análise é temporal e coletados dados desde janeiro de 2014. Esta postagem procura comparar o comportamento do setor contábil com a economia como um todo. A comparação será sempre feita com os dados gerais, do qual o setor contábil representa uma parcela menor que 1% do total. Fizemos a comparação de três variáveis mais relevantes: a destruição de vagas no mercado formal com a crise econômica, a diferença salarial entre o admitido e o demitido e o tempo médio de emprego do trabalhador demitido.
Saldo do Emprego – A relação entre o número de funcionários admitidos nas empresas e o número de demitidos apresenta um excelente índice sobre o mercado de trabalho. Quando a relação numérica é positiva isto significa que estão sendo criados novas vagas; sendo negativo, existe um processo de destruição de vagas, seja por conta de uma crise econômica ou por outros motivos, como a automação de postos de trabalho. Numa economia com taxa de crescimento populacional positiva espera-se que o saldo do emprego seja positivo, já que é necessário criar novos postos de trabalho para as pessoas que estão entrando no mercado de trabalho.
O que temos observado no setor contábil é uma grande destruição de vagas. Em outras palavras, o saldo do emprego tem sido negativo, em especial nos últimos meses. De janeiro de 2014 até o último mês este saldo indica um valor negativo acima de 30 mil negativos, sendo este o número de vagas destruídas no setor. Isto contradiz os otimistas que gostam de afirmar que não existe crise de emprego na contabilidade ou que sempre haverá emprego para o profissional.
O gráfico a seguir faz um comparativo entre o setor contábil e a economia como um todo. Para fazer este gráfico tivemos um problema: a diferença entre as unidades. Enquanto no setor contábil estamos falando de milhares de empregos, na economia são milhões. Para possibilitar a comparação, dividimos os valores do geral por cem e os valores ficaram, pelo menos visualmente, bastante aproximados.
O que interessa observar no gráfico é se o comportamento do saldo do emprego no setor contábil tem sido aproximadamente o mesmo da economia. Caso a destruição de vagas no setor contábil seja mais drástica, podemos ter aqui outros aspectos explicando a crise de emprego, como a automação do trabalho, que é um problema estrutural.
A figura mostra que o comportamento do mercado de trabalho do setor contábil tem sido aproximadamente o mesmo da economia como um todo. O saldo do emprego tornou-se, de forma acumulada, negativo a partir de 2015. Inicialmente o comportamento foi aproximadamente o mesmo; posteriormente, o setor contábil teve uma grande piora neste índice e posteriormente ocorreu o inverso. De qualquer forma, a correlação existente entre os dois grupos é de 0,98, um valor muito elevado.
Entretanto, o fato de usarmos os valores acumulados termina por disfarçar as diferenças. Por exemplo, em janeiro a economia teve um saldo negativo de 41 mil vagas, enquanto o setor contábil teve um saldo positivo, pela primeira vez desde outubro de 2015, de 1.017. Quando se calcula a regressão com os dados mensais (e não acumulados desde janeiro de 2014), a correlação cai para 0,45. De qualquer forma, podemos dizer que de uma maneira geral o comportamento do mercado de trabalho do profissional contábil tem seguido o desempenho da economia.
Diferença salarial entre Admitido e Demitido – O salário médio do profissional demitido tem sido mais elevado que o novo empregado. Em situação de crise, com o mercado de trabalho com uma grande oferta de trabalhadores, as empresas se aproveitam para cortar custos. Para calcular isto, dividimos o salário médio do demitido pelo salário médio do novo contratado e subtraímos a unidade. Expressamos os valores em percentuais.
No setor contábil, a diferença percentual média de salário tem sido de 18%, mas já chegou a 28%. Esta diferença também existe na economia como um todo: o salário do demitido é maior que o novo contratado.
Entretanto, a diferença percentual entre os salários tem sido menor: 12%, com um valor máximo de 20% em dezembro de 2016. A correlação desta diferença, ao longo do tempo, foi de 0,39.
Existem várias possíveis razões para explicar o fato da diferença ser maior no setor contábil. Primeiro lugar, talvez os níveis mínimos de remuneração determinados na economia sejam mais relevantes do que aqueles praticados na contabilidade. Uma convenção coletiva de um porteiro determina sua remuneração e o valor praticado no mercado talvez não seja tão distinto do montante da convenção coletiva. Assim, as possibilidades de economia são maiores num escritório de contabilidade do que num condomínio. Segundo lugar, e como iremos perceber mais adiante, o tempo médio do empregado demitido no setor contábil é maior que no geral. Assim, este empregado deve ter incorporado a sua remuneração algumas gratificações, que não serão pagas para o recém contratado. Terceiro, talvez a concorrência no setor contábil seja mais acirrada do que imaginamos. Um pequeno escritório pode aproveitar este momento para demitir o funcionário com maior custo e contratar outro por um valor menor; reduzindo custo, poderá manter o custo dos serviços a um nível mais compatível que as empresas podem pagar. Quarto, pode estar existindo uma substituição de cargos. Talvez esteja existindo uma demissão de profissionais mais caros (contadores, por exemplo) e sendo contratados auxiliares, que irão exercer a mesma função do demitido.
De qualquer forma calculamos o salário médio do demitido no setor contábil e comparamos com esta informação para a economia. Em média, o salário do demitido na contabilidade é de quase 60% maior que da economia como um todo, refletindo o fato de ser um emprego com uma remuneração adequada. Mas esta diferença já foi de 70% no final de 2014 e chegou a 47% em janeiro último.
Tempo Médio de Emprego – O tempo médio de emprego reflete quantos meses o empregado que foi demitido estava no emprego. Profissionais com elevada rotatividade possuem um tempo médio reduzido. A medida que a crise persiste, profissionais mais antigos também são demitidos. Em média o tempo de emprego dos demitidos no setor contábil tem sido de 32 meses, mas existe uma tendência de aumento ao longo do tempo. (O coeficiente angular entre este índice e o tempo é de 0,28, indicando que a cada mês o tempo médio de emprego cresce 0,28)
A correlação entre as variáveis é de 0,51 e o tempo de emprego da economia tem sido menor que no setor contábil: média de quase 20 meses. (além disto, o coeficiente angular é de 0,20, indicando uma taxa de crescimento menor que no setor contábil)
Assim, de uma maneira geral, o tempo médio de emprego do demitido do setor contábil é maior que da economia. Na nossa área, os demitidos são funcionários com maior tempo de casa, que deveriam ter mais estabilidade. E que ao longo do tempo já receberam mais promoções – com impacto no salário.
Conclusão – De uma forma geral, o comportamento do mercado de trabalho do setor contábil está coerente com o que tem ocorrido na economia. As diferenças parecem muito mais resultantes das características do emprego, que conduzem a um salário maior que a média e um tempo de emprego mais elevado.
O trabalho tem mostrado uma crise profunda no mercado de trabalho do profissional, com um grande número de vagas sendo reduzida. Outros aspectos também estão presentes neste levantamento. A nossa análise é temporal e coletados dados desde janeiro de 2014. Esta postagem procura comparar o comportamento do setor contábil com a economia como um todo. A comparação será sempre feita com os dados gerais, do qual o setor contábil representa uma parcela menor que 1% do total. Fizemos a comparação de três variáveis mais relevantes: a destruição de vagas no mercado formal com a crise econômica, a diferença salarial entre o admitido e o demitido e o tempo médio de emprego do trabalhador demitido.
Saldo do Emprego – A relação entre o número de funcionários admitidos nas empresas e o número de demitidos apresenta um excelente índice sobre o mercado de trabalho. Quando a relação numérica é positiva isto significa que estão sendo criados novas vagas; sendo negativo, existe um processo de destruição de vagas, seja por conta de uma crise econômica ou por outros motivos, como a automação de postos de trabalho. Numa economia com taxa de crescimento populacional positiva espera-se que o saldo do emprego seja positivo, já que é necessário criar novos postos de trabalho para as pessoas que estão entrando no mercado de trabalho.
O que temos observado no setor contábil é uma grande destruição de vagas. Em outras palavras, o saldo do emprego tem sido negativo, em especial nos últimos meses. De janeiro de 2014 até o último mês este saldo indica um valor negativo acima de 30 mil negativos, sendo este o número de vagas destruídas no setor. Isto contradiz os otimistas que gostam de afirmar que não existe crise de emprego na contabilidade ou que sempre haverá emprego para o profissional.
O gráfico a seguir faz um comparativo entre o setor contábil e a economia como um todo. Para fazer este gráfico tivemos um problema: a diferença entre as unidades. Enquanto no setor contábil estamos falando de milhares de empregos, na economia são milhões. Para possibilitar a comparação, dividimos os valores do geral por cem e os valores ficaram, pelo menos visualmente, bastante aproximados.
O que interessa observar no gráfico é se o comportamento do saldo do emprego no setor contábil tem sido aproximadamente o mesmo da economia. Caso a destruição de vagas no setor contábil seja mais drástica, podemos ter aqui outros aspectos explicando a crise de emprego, como a automação do trabalho, que é um problema estrutural.
A figura mostra que o comportamento do mercado de trabalho do setor contábil tem sido aproximadamente o mesmo da economia como um todo. O saldo do emprego tornou-se, de forma acumulada, negativo a partir de 2015. Inicialmente o comportamento foi aproximadamente o mesmo; posteriormente, o setor contábil teve uma grande piora neste índice e posteriormente ocorreu o inverso. De qualquer forma, a correlação existente entre os dois grupos é de 0,98, um valor muito elevado.
Entretanto, o fato de usarmos os valores acumulados termina por disfarçar as diferenças. Por exemplo, em janeiro a economia teve um saldo negativo de 41 mil vagas, enquanto o setor contábil teve um saldo positivo, pela primeira vez desde outubro de 2015, de 1.017. Quando se calcula a regressão com os dados mensais (e não acumulados desde janeiro de 2014), a correlação cai para 0,45. De qualquer forma, podemos dizer que de uma maneira geral o comportamento do mercado de trabalho do profissional contábil tem seguido o desempenho da economia.
Diferença salarial entre Admitido e Demitido – O salário médio do profissional demitido tem sido mais elevado que o novo empregado. Em situação de crise, com o mercado de trabalho com uma grande oferta de trabalhadores, as empresas se aproveitam para cortar custos. Para calcular isto, dividimos o salário médio do demitido pelo salário médio do novo contratado e subtraímos a unidade. Expressamos os valores em percentuais.
No setor contábil, a diferença percentual média de salário tem sido de 18%, mas já chegou a 28%. Esta diferença também existe na economia como um todo: o salário do demitido é maior que o novo contratado.
Entretanto, a diferença percentual entre os salários tem sido menor: 12%, com um valor máximo de 20% em dezembro de 2016. A correlação desta diferença, ao longo do tempo, foi de 0,39.
Existem várias possíveis razões para explicar o fato da diferença ser maior no setor contábil. Primeiro lugar, talvez os níveis mínimos de remuneração determinados na economia sejam mais relevantes do que aqueles praticados na contabilidade. Uma convenção coletiva de um porteiro determina sua remuneração e o valor praticado no mercado talvez não seja tão distinto do montante da convenção coletiva. Assim, as possibilidades de economia são maiores num escritório de contabilidade do que num condomínio. Segundo lugar, e como iremos perceber mais adiante, o tempo médio do empregado demitido no setor contábil é maior que no geral. Assim, este empregado deve ter incorporado a sua remuneração algumas gratificações, que não serão pagas para o recém contratado. Terceiro, talvez a concorrência no setor contábil seja mais acirrada do que imaginamos. Um pequeno escritório pode aproveitar este momento para demitir o funcionário com maior custo e contratar outro por um valor menor; reduzindo custo, poderá manter o custo dos serviços a um nível mais compatível que as empresas podem pagar. Quarto, pode estar existindo uma substituição de cargos. Talvez esteja existindo uma demissão de profissionais mais caros (contadores, por exemplo) e sendo contratados auxiliares, que irão exercer a mesma função do demitido.
De qualquer forma calculamos o salário médio do demitido no setor contábil e comparamos com esta informação para a economia. Em média, o salário do demitido na contabilidade é de quase 60% maior que da economia como um todo, refletindo o fato de ser um emprego com uma remuneração adequada. Mas esta diferença já foi de 70% no final de 2014 e chegou a 47% em janeiro último.
Tempo Médio de Emprego – O tempo médio de emprego reflete quantos meses o empregado que foi demitido estava no emprego. Profissionais com elevada rotatividade possuem um tempo médio reduzido. A medida que a crise persiste, profissionais mais antigos também são demitidos. Em média o tempo de emprego dos demitidos no setor contábil tem sido de 32 meses, mas existe uma tendência de aumento ao longo do tempo. (O coeficiente angular entre este índice e o tempo é de 0,28, indicando que a cada mês o tempo médio de emprego cresce 0,28)
A correlação entre as variáveis é de 0,51 e o tempo de emprego da economia tem sido menor que no setor contábil: média de quase 20 meses. (além disto, o coeficiente angular é de 0,20, indicando uma taxa de crescimento menor que no setor contábil)
Assim, de uma maneira geral, o tempo médio de emprego do demitido do setor contábil é maior que da economia. Na nossa área, os demitidos são funcionários com maior tempo de casa, que deveriam ter mais estabilidade. E que ao longo do tempo já receberam mais promoções – com impacto no salário.
Conclusão – De uma forma geral, o comportamento do mercado de trabalho do setor contábil está coerente com o que tem ocorrido na economia. As diferenças parecem muito mais resultantes das características do emprego, que conduzem a um salário maior que a média e um tempo de emprego mais elevado.
06 março 2017
Desemprego: Enfim uma boa notícia
Pela primeira vez desde outubro de 2015 o número de empregados admitidos superou o de demitidos no setor contábil, segundo dados coletados pelo blog a partir da base de dados do mercado formal do Caged, do Ministério do Trabalho. Em 2016 o número de demissões superou o de admissões em quase 23 mil postos de trabalho. De janeiro de 2014 até dezembro o mercado contábil reduziu em 32 mil vagas.
Em janeiro foram admitidos 9.789 novos empregados e demitidos 8.772, o que representa uma variação positiva de 1.017, um número muito próximo ao de outubro de 2015. Em janeiro passado fizemos a seguinte previsão:
Janeiro deverá ser um mês melhor. Mas não apostamos não mudança no sinal, ou seja, que o número de admitidos seja superior ao demitidos.
Acertamos na primeira parte e felizmente erramos na segunda: ocorreu uma mudança no sinal e esta é a boa notícia. É bem verdade que dos 37 meses da série histórica que estamos acompanhando, somente em oito o número de demitidos foi menor que dos admitidos; e destes meses, três são janeiros: 2014, 2015 e 2017, todos com mais mil vagas de diferença entre os admitidos e os demitidos.
Apesar da principal fonte de mão de obra do setor ser de mulheres, o aumento de vagas beneficiou principalmente os homens: 541 admitidos a mais que os demitidos, versus 476 das mulheres. A boa noticia de janeiro beneficiou também aqueles com curso superior completo (+926), em detrimento das pessoas com menor instrução (-97 até o ensino médio completo).
A diferença salarial entre os admitidos e os demitidos foi de 24% no mês de janeiro, a quinta maior diferença mensal desde janeiro de 2014. Enquanto um novo contratado passou a ganhar um salário médio de R$2.170,26, o empregado demitido tinha um salário de R$2.681,82 ou R$511,56 a mais. Além de ganhar menos, o admitido tem uma idade média menor (30,4 anos) do que o demitido (32,39 anos). Mas depois de três meses consecutivos de aumento, o tempo médio de emprego do empregado demitido diminuiu para 35,56 meses.
Em janeiro foram admitidos 9.789 novos empregados e demitidos 8.772, o que representa uma variação positiva de 1.017, um número muito próximo ao de outubro de 2015. Em janeiro passado fizemos a seguinte previsão:
Janeiro deverá ser um mês melhor. Mas não apostamos não mudança no sinal, ou seja, que o número de admitidos seja superior ao demitidos.
Acertamos na primeira parte e felizmente erramos na segunda: ocorreu uma mudança no sinal e esta é a boa notícia. É bem verdade que dos 37 meses da série histórica que estamos acompanhando, somente em oito o número de demitidos foi menor que dos admitidos; e destes meses, três são janeiros: 2014, 2015 e 2017, todos com mais mil vagas de diferença entre os admitidos e os demitidos.
Apesar da principal fonte de mão de obra do setor ser de mulheres, o aumento de vagas beneficiou principalmente os homens: 541 admitidos a mais que os demitidos, versus 476 das mulheres. A boa noticia de janeiro beneficiou também aqueles com curso superior completo (+926), em detrimento das pessoas com menor instrução (-97 até o ensino médio completo).
A diferença salarial entre os admitidos e os demitidos foi de 24% no mês de janeiro, a quinta maior diferença mensal desde janeiro de 2014. Enquanto um novo contratado passou a ganhar um salário médio de R$2.170,26, o empregado demitido tinha um salário de R$2.681,82 ou R$511,56 a mais. Além de ganhar menos, o admitido tem uma idade média menor (30,4 anos) do que o demitido (32,39 anos). Mas depois de três meses consecutivos de aumento, o tempo médio de emprego do empregado demitido diminuiu para 35,56 meses.
29 dezembro 2016
Desemprego no setor contábil continua aumentando. E deve continuar piorando.
A divulgação dos dados de emprego formal referente ao mês de novembro pelo governo federal, a partir do Caged, mostra que a situação do setor contábil continua piorando. Em novembro foram admitidas 6.364 pessoas no setor (considerando aqui contadores, auditores, escriturários de contabilidade e técnicos em contabilidade); ao mesmo tempo, foram desligadas 8.188 pessoas, sendo 71,4% delas sem justa causa. Se em agosto foram admitidas 7.868 pessoas, este número diminuiu nos meses seguintes: 7.296, em setembro, 6.858 em outubro e atingindo um valor 20% menor em novembro. O mês de novembro foi o quarto pior do ano em termos de redução de postos de trabalho formal. Na contagem que fazemos acumulada de janeiro de 2014 até o mês de novembro temos um total de menos 28,5 mil vagas no setor.
Como é praxe, o salário dos admitidos é bem menor que dos demitidos: em novembro era 20% menor, algo próximo ao que ocorreu nos meses anteriores. Em novembro confirmou uma tendência ruim: o tempo médio de emprego das pessoas desligadas cresceu, atingindo o ponto máximo de 36,28 meses. Isto significa dizer que as pessoas que estão sendo demitidas são aquelas com uma grande experiência no serviço. Além disto, novembro de 2016 teve outro recorde negativo: desde que este blog passou a acompanhar as informações do Caged, foi a maior idade média dos demitidos (32,77 anos), o que de certa forma confirma o dado anterior.
Também novamente, o número de mulheres demitidas foi superior ao dos homens. Isto fez com que a movimentação líquida do emprego no gênero feminino, representado pela diferença entre admissão e demissão, fosse de -1.259, versus -565 dos homens. Note também que crise atingiu mais os profissionais com curso médio completo e os escriturários.
Para finalizar, talvez os dados de dezembro sejam ainda piores. Em 2015 e em 2014 dezembro foi o pior mês em termos de destruição de vagas: -3.118 e -2.416.
Como é praxe, o salário dos admitidos é bem menor que dos demitidos: em novembro era 20% menor, algo próximo ao que ocorreu nos meses anteriores. Em novembro confirmou uma tendência ruim: o tempo médio de emprego das pessoas desligadas cresceu, atingindo o ponto máximo de 36,28 meses. Isto significa dizer que as pessoas que estão sendo demitidas são aquelas com uma grande experiência no serviço. Além disto, novembro de 2016 teve outro recorde negativo: desde que este blog passou a acompanhar as informações do Caged, foi a maior idade média dos demitidos (32,77 anos), o que de certa forma confirma o dado anterior.
Também novamente, o número de mulheres demitidas foi superior ao dos homens. Isto fez com que a movimentação líquida do emprego no gênero feminino, representado pela diferença entre admissão e demissão, fosse de -1.259, versus -565 dos homens. Note também que crise atingiu mais os profissionais com curso médio completo e os escriturários.
Para finalizar, talvez os dados de dezembro sejam ainda piores. Em 2015 e em 2014 dezembro foi o pior mês em termos de destruição de vagas: -3.118 e -2.416.
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