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03 abril 2020

Implicações do Covid-19 nas Demonstrações

O texto a seguir foi preparado pelo Accountancy Europe. Mas é uma boa dica para aqueles que não sabem como agir.

Assuntos profissionais
A pandemia de coronavírus (SARS-CoV-19) continua a se espalhar em muitos países, inclusive na Europa. A Organização Mundial da Saúde (link is external) (OMS) e as autoridades nacionais podem ser consultadas quanto às implicações para a saúde das pessoas. Essa crise também tem efeitos econômicos significativos nas empresas, por exemplo, devido a restrições de produção, comércio e consumo ou devido a proibições de viagens.

Esses efeitos econômicos têm impacto nas demonstrações contábeis e de auditoria das empresas ou dos grupos envolvidos. Esta publicação destaca algumas dessas implicações potenciais. No entanto, o impacto nas empresas será diferente e as empresas e seus auditores devem considerar como isso afeta seus negócios e analisá-los regularmente. O desenvolvimento, a duração e o impacto do coronavírus não podem ser previstos. De qualquer forma, os contadores e os auditores devem lembrar às empresas das várias iniciativas nacionais de assistência as empresas.

Abaixo, exploramos os efeitos do coronavírus na:

  • contabilidade e relatórios para empresas em 31 de dezembro de 2019 
  • contabilidade e relatórios para empresas no final de ano de 2020 
  • auditoria das demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2019 e depois 
  • assuntos práticos para a auditoria das demonstrações financeiras

Efeitos na contabilidade e nos relatórios das empresas em 31 de dezembro de 2019

Os padrões de relatórios como o International Accounting Standard (IAS), o International Financial Reporting Standards (IFRS) e os princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP) devem ser totalmente respeitados. Além disso, as empresas devem considerar ir além para responder a seus reais desafios contábeis causados ​​pelo coronavírus de maneira sensata e prática.

Condições refletivas que existiam na data do balanço

Em 31 de dezembro de 2019, a China alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre vários casos de uma forma incomum de pneumonia em Wuhan. No entanto, informações substanciais sobre o que agora foi identificado como coronavírus só vieram à luz no início de 2020.

Continuidade
 

As empresas afetadas adversamente pelo coronavírus, como por exemplo as pequenas empresas ou das áreas de viagens, lazer e hospitalidade e aviação, precisam considerar questões de continuidade. Eles precisam considerar a possibilidade de executar várias análises de sensibilidade possíveis, para determinar se há alguma incerteza material sobre sua capacidade de continuar, como uma preocupação constante. Isso pode resultar em divulgações adicionais, especialmente se houver uma incerteza relevante. Em algumas circunstâncias, pode ser necessário considerar se é apropriado preparar as contas tendo por base a continuidade. Para isso, a empresa deve considerar todas as informações disponíveis sobre o impacto nas negociações futuras. Em relação ao prazo, é necessário considerar pelo menos os primeiros doze meses após a data do balanço ou após a data em que as demonstrações financeiras serão assinadas. Mas um prazo mais longo é aconselhável. Essa avaliação de continuidade operacional deve ser atualizada continuamente até a data em que as demonstrações contábeis são aprovadas.

Eventos pós-balanço não ajustáveis

O requisito geral é que o balanço reflita a posição no final do período do relatório. Portanto, para empresas na Europa com final de ano de 31 de dezembro de 2019, o surgimento de coronavírus é um evento não ajustável, uma vez que o surto ocorreu em janeiro de 2020.

A natureza de qualquer evento relevante não ajustáveis e uma estimativa de seu efeito financeiro devem ser divulgadas em nota explicativa. Portanto, as empresas precisam considerar o impacto do coronavírus em seus negócios, que variará de acordo com as circunstâncias específicas em que opera. Isso inclui que as divulgações articulam um impacto potencial no próximo período do relatório.

Outras divulgações no relatório da administração

As empresas também devem considerar se devem se referir ao possível impacto do coronavírus quando relatam os principais riscos e incertezas no relatório da administração. Em princípio, eles devem relatar isso quando possíveis desenvolvimentos adicionais podem levar a desvios negativos nas previsões da empresa.

Período após a data de encerramento


'Eventos após o final do período de relatório' incluem todos os eventos até a data em que as demonstrações financeiras são autorizadas para emissão. É importante incorporar uma abrangente revisão pós-balanço no relatório do final do ano.

Efeitos na contabilidade e nos relatórios para empresas com final de ano em 2020
À medida que avançamos em 2020, mais informações são reveladas sobre a escala e o impacto do coronavírus. Pode ser necessário um maior grau de julgamento ao identificar as condições nas datas dos balanços após 2019 e, portanto, avaliar se os desenvolvimentos são eventos de ajuste ou não. O coronavírus geralmente é um evento de ajuste para qualquer período do relatório encerrado a partir de 31 de janeiro de 2020.

As empresas precisarão revisar, além da preocupação continuada, todas as áreas das contas sujeitas a julgamento e incerteza de estimativa, incluindo:

  • estimativas contábeis [1] 
  • mensurações do valor justo 
  • imparidade de ativos 
  • avaliações de perda de crédito esperadas 
  • contabilidade de hedge 
  • outros requisitos de divulgação de demonstrações financeiras.
O impacto de violações de covenants, cláusulas contratuais onerosas e planos de reestruturação também merece consideração.

Efeitos nas demonstrações financeiras de auditoria em 31 de dezembro de 2019 e posteriores
 

A conformidade com as normas internacionais de auditoria (IAS) deve continuar na íntegra, mesmo sob pressão de prazos alterados. Além disso, os auditores devem recuar e procurar responder ainda mais aos desafios específicos de auditoria que o coronavírus causa para as empresas e seus relatórios.

Impacto do coronavírus na avaliação de riscos de uma empresa por um auditor

A avaliação de risco do auditor, e se isso precisa ser revisado devido à ameaça de novos riscos significativos a, por exemplo, liquidez da empresa. Como a situação atual é muito fluida, será necessário reconsiderar constantemente durante a auditoria. Mais orientações podem ser encontradas na ISA 315, Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante.

Obtendo evidência de auditoria

Os auditores devem considerar como reunir evidência de auditoria apropriada e suficiente. Nesse sentido, os auditores devem reconhecer que podem precisar alterar a abordagem de auditoria e desenvolver procedimentos alternativos, particularmente em trabalhos de auditoria de grupo com subsidiárias às quais o acesso é restrito. Isso continua sendo necessário para poder relatar ou considerar modificar a opinião da auditoria. O auditor deve considerar o maior uso da tecnologia no compartilhamento de dados ou na hospedagem de reuniões virtuais. A evidência de auditoria ISA 500 fornece mais detalhes.

Implicações para a avaliação do auditor da continuidade operacional

Este será, sem dúvida, o foco principal de muitas auditorias atuais e futuras, dado que a incerteza sobre a economia global e as perspectivas imediatas para muitas empresas aumentaram. O ISA 570 permanece aplicável.

Por exemplo, a avaliação da gerência sobre continuidade operacional pode precisar incluir:

  • atualização de previsões e sensibilidade conforme apropriado, considerando fatores de risco identificados e diferentes resultados possíveis
  • revisão da conformidade da aliança projetada em diferentes cenários 
  • alterar os planos da gerência para ações futuras 
  • expansão da evidenciação
O impacto das perspectivas futuras da empresa no relatório do auditor

O auditor deve considerar as dificuldades que a administração pode ter para preparar projeções futuras, reconhecendo a situação altamente incerta e fluida. De fato, essas projeções podem mudar significativamente em um curto espaço de tempo. É essencial que o auditor use julgamento profissional e ceticismo. Eles precisam ter cuidado para garantir que quaisquer projeções reflitam a situação como e quando um relatório de auditoria deve ser assinado. Consulte Eventos subsequentes do ISA 560 para obter mais detalhes.

Considerar a adequação das divulgações da administração sobre o impacto do coronavírus

O auditor precisa garantir que as divulgações da administração descrevam adequadamente as perspectivas da empresa e como os usuários das demonstrações financeiras podem ser afetados. Tudo isso enquanto reconhece o alto grau atual de incerteza. Os auditores também precisam considerar suas responsabilidades em relação a outras informações apresentadas pela administração com as demonstrações financeiras. Isso está coberto na ISA 720 (responsabilidades do auditor relacionadas a outras informações ).

Efeitos potenciais no relatório do auditor

As implicações para o relatório do auditor podem incluir [2]:

  • Para entidades de interesse público, um Key Audit Matter (KAM) relacionado ao trabalho de auditoria adicional necessário devido ao surto de coronavírus. Por exemplo, para descrever a abordagem da auditoria de grupo, explique que não há incerteza material ou incerteza relativa à continuidade 
  • Um parágrafo de "ênfase", por exemplo, para destacar um evento subsequente significativo divulgado nas demonstrações financeiras ou uma incerteza significativa resultante do surto 
  • Uma incerteza material em relação a um parágrafo de continuidade operacional 
  • Uma qualificação ou opinião adversa, por exemplo, em relação a divulgações inadequadas ou a incertezas nas demonstrações contábeis 
  • Uma opinião qualificada, ou uma isenção de opinião, devido à limitação do escopo quando não é possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. Por exemplo, quando os inventários não podiam ser atendidos pessoalmente.
Implicações práticas para a auditoria das demonstrações financeiras
Discussões proativas dos auditores com seus clientes

Aconselha-se aos auditores que sejam proativos e discutam com seus clientes o impacto do coronavírus na empresa, seus negócios, operações, cronograma de relatórios e cronograma de auditoria relacionado, incluindo seus respectivos planos de contingência. Existe o risco de atrasos porque a empresa pode ser interrompida na preparação das informações.

Questões logísticas na preparação de contas e na realização de auditorias

Algumas empresas e auditores estão enfrentando dificuldades práticas na preparação de contas e na realização de auditorias. Isso provavelmente afetará como as empresas de auditoria auditarão essas empresas. Dadas as viagens, as reuniões e o acesso cada vez mais restritos aos locais da empresa, os auditores precisam desenvolver procedimentos de auditoria alternativos para reunir evidências de auditoria apropriadas e suficientes.

Considerações sobre revisão de auditoria de grupo

Os auditores de grupo precisam considerar como planejam revisar o trabalho dos auditores de componentes para atender aos requisitos das normas. Isso deve incluir considerar se procedimentos alternativos devem ser usados, por exemplo, onde a viagem é restrita.

Circunstâncias imprevistas

Quando a auditoria não puder ser executada, por exemplo, devido a um confinamento ou o auditor responsável pela assinatura adoecer, é recomendável também entrar em contato com o regulador relevante para obter orientação sobre as próximas etapas.

25 abril 2019

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 1


  • Apresentamos várias postagens sobre como as empresas comentaram sobre as eleições de 2018 nas suas demonstrações contábeis
  • Nesta postagem, destacamos que a maioria sequer mencionou este fato

As demonstrações contábeis devem procurar relatar o que ocorreu com uma determinada empresa. Entre as informações prestadas existem possibilidades da gestão informar como o ambiente externo afetou o desempenho e algumas das decisões tomadas.

Usando os dados de algumas demonstrações com exercício findo em 31/12/2018, o blog fez uma seleção de trechos onde alguns dos fatos que ocorreram no ano foram considerados por parte das empresas.

Vamos começar com as eleições presidenciais. Este é um assunto delicado, já que as empresas tendem a evitar tomar partido de uma determinada corrente. Mesmo assim, algumas empresas dedicaram algumas linhas ao assunto. Em alguns casos a palavra foi citada, mas associada a eleição do Conselho de Administração ou outro assunto interno. Deixamos de lado isto, assim quando aparece um termo associado a “escolha”.

É importante salientar que as empresas citadas estão de parabéns. Ignorar um fato político tão relevante é uma atitude ruim. Ser genérico, falando em “incertezas” também não ajuda, já que sempre teremos incertezas no cenário econômico e político. Esta foi a atitude da maioria das grandes empresas brasileiras que divulgaram balanço: esconder o fato “eleição” como se não tivesse existido. E corresponde também a uma das principais conclusões que chegamos ao olhar as demonstrações contábeis.

Um caso curioso. O Santander Capitalização (assim como a Evidence Previdência) não falou das eleições no Brasil. Mas falou das eleições na Argentina. Aparentemente este fato é mais relevante que as nossas eleições. Veja o trecho:

Contudo, o Banco pondera que o ambiente internacional ainda deverá ser fonte de preocupação, com novos eventos importantes já programados e com potencial de adicionar nervosismo aos mercados, tais como a conclusão do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e a eleição presidencial na Argentina. Nesse contexto, o Santander acredita na possibilidade de que o ambiente internacional acabe se sobrepondo levemente ao quadro doméstico e provoque elevação branda do risco-país. 

20 março 2017

Curso de Contabilidade Básica Como identificar o que influenciou o resultado de uma empresa

Quando uma empresa apresenta uma melhora ou um desempenho pior no seu resultado, a análise das demonstrações contábeis pode ajudar a identificar a razão deste fato. De uma maneira geral é possível identificar as causas de um resultado melhor ou pior a partir de uma análise comparativa. Vamos mostrar como isto pode ser feito para uma instituição financeira. O balanço e a demonstração de resultado de uma instituição financeira geralmente é um pouco diferente de uma empresa comercial ou industrial e usamos este exemplo para mostrar que a análise na sua essência se mantém.

Apresentamos, na figura a seguir, a demonstração do resultado do exercício (DRE) do Banco do Brasil.
O item (1) mostra que o resultado da entidade caiu de 14,4 bilhões para 8 bilhões ou seja, reduziu 6,4 bilhões. Mas o que provocou a piora deste desempenho? Observe no item (2) que o resultado bruto da intermediação financeira aumentou de 22 bilhões para 31,9 bilhões ou quase 10 bilhões a mais. E que o resultado operacional também aumentou, de 6,3 para 14,1 bilhões ou 7,8 bilhões a mais. Assim, a redução pode ser parcialmente explicada pelo resultado operacional, já que “outras receitas/despesas operacionais” aumentou, de 15,7 para 17,9 bilhões. Mas, mesmo assim, não pode ser uma explicação: afinal o lucro diminuiu e o resultado operacional aumentou.

Assim, a explicação pelo que reduziu o resultado está entre a linha “resultado operacional” e “lucro líquido”. Entre estas duas linhas, temos: resultado não operacional, imposto de renda e contribuição social e participações. A explicação para a redução do lucro deve estar numa destas três linhas, ou em duas delas ou em todas.

Vamos tentar fazer uma análise de cada uma dessas linhas que compõem a estrutura da DRE:

Resultado não operacional = este item era R$5,9 bilhões em 2015 e caiu para R$0,2 bilhão em 2016
Imposto de Renda = era positivo em 5,7 bilhões e ficou negativo em 3,6 bilhões
Participações = o valor somado em 2015 era de R$3,57 e caiu para 2,7 bilhões, o que não explica o desempenho.

Podemos perceber que, embora a DRE já nos tenha trazido informações relevantes sobre a alteração do resultado do Banco do Brasil, ela ainda não traz explicações muito precisas sobre a resposta à pergunta que propomos responder.

Assim, buscamos verificar se há informações adicionais apresentadas nas Notas Explicativas. Lá encontramos explicações adicionais sobre o que ocorreu no “resultado não operacional” e no “imposto de renda”. O resultado não operacional está melhor explicado numa nota explicativa, a de número 22. A seguir a reprodução desta nota explicativa:

O que se destaca na nota? A linha de ganhos de capital, para 2015, tem um valor de quase 6 bilhões. No ano seguinte o valor é de 210 milhões somente. Existe uma nota que explica esta discrepância: ganho da parceria estratégica com a Cielo.

O próximo valor a ser investigado é do imposto. Veja na primeira figura que a nota explicativa correspondente é a 24a. A seguir a reprodução da nota:

Novamente, é necessário que o usuário observe as grandes variações. Neste caso, uma variação de 9,3 bilhões, já que o imposto de renda era positivo (5,7 bilhões) e passou para um valor negativo (3,6 bilhões). Ao observar a nota explicativa pode-se perceber que ocorreu uma grande mudança na linha “diferenças temporais” do ativo fiscal diferido, de quase dez bilhões.

Assim, de maneira resumida, o resultado do Banco do Brasil foi decorrente de uma operação de ganho de capital com a Cielo e de diferenças temporais do ativo fiscal diferido, todas ocorridas em 2015.

Percebam que foi possível fazer toda essa análise e respondermos a pergunta inicial apenas comparando os valores dos dois exercícios sociais. Mas outras respostas podem ser retiradas das demonstrações contábeis, por meio da análise dos índices. Caso queira aprender um pouco mais sobre esse assunto, não deixe de estudar o capítulo 5 do Curso de Contabilidade Básica, volume 1. Lá você entenderá melhor como a DRE é apresentada e o significado de cada um dos componentes que vimos aqui e que compõe a estrutura dessa demonstração. Além disso, apresentamos dois indicadores de análise da DRE. Não deixe de conferir!!

07 março 2017

Curso de Contabilidade Básica: Os dois modelos da DFC

No capítulo 6 do volume 2 do nosso livro (Curso de Contabilidade Básica, César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues, Atlas), vocês aprendem como elaborar e analisar a Demonstração dos Fluxos de Caixa. Essa demonstração contábil apresenta as informações que movimentaram o grupo do disponível (caixa e equivalentes de caixa) de uma empresa, ou seja, os valores que foram recebidos de clientes, seja em dinheiro ou debitados na sua conta corrente; os pagamentos realizados seja por meio de ordem bancária ou em cheques. Essa demonstração é dividida em três fluxos: 1. o fluxo de caixa gerado (ou consumido) pelas atividades operacionais; 2. pelas atividades de investimento; e 3. Pelas atividades de financiamento.

Lembramos também que ela pode ser elaborada de duas formas. A primeira é partir do lucro líquido da empresa subtrair e somar valores para chegar ao fluxo oriundo das atividades operacionais. Este método é denominado de indireto. A segunda forma é apontar os pagamentos e recebimentos, sem associar com nenhuma conta da demonstração do resultado. Esta forma de DFC recebe a denominação de método direto.

É importante destacar que a diferença entre as duas formas está apenas na maneira de obter o fluxo das atividades operacionais. Nas demais partes da DFC não existe diferença entre os métodos.

Há certa preferência pelo método direto, pois torna-se mais fácil saber quanto uma empresa obteve de caixa com seus clientes, por exemplo. No método indireto isto não é claro. No entanto, na prática, a maioria das empresas preferem evidenciar o método indireto. É como se, na teoria, o método direto fosse o preferido e na prática o método indireto o mais usado.

Recentemente a empresa Unimed Seguros divulgou suas demonstrações contábeis usando o método direto, o que é raro. Reproduzimos a seguir esta demonstração:

Observe que a primeira linha da DFC tem-se “recebimentos de planos de saúde”, seguido de “outros recebimentos operacionais” e uma série de “pagamentos”. O caixa das atividades operacionais da empresa foi negativo em 39 milhões em 2016 e 53 milhões em 2015.

A seguir tem-se a DFC agora pelo método indireto:

Esta demonstração foi apresentada pela empresa na nota explicativa 22. Na realidade, a empresa apresentou somente a “conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa”. A demonstração começa com “lucro líquido do exercício”, a última linha da demonstração do resultado. E prossegue com “ajustes” para se chegar ao caixa oriundo das operações, os mesmos 39 milhões e 53 milhões, negativos. O método direto pode fornecer mais informações, mas o indireto explica a razão da empresa ter obtido lucro, mas não gerado caixa nas suas operações.

De qualquer forma, o analista teria uma boa fonte de análise nas demonstrações apresentadas anteriormente. Mas não podemos dizer a mesma coisa para a informação de outro seguradora, a Líder, responsável por cuidar do DPVAT, contribuição que quem possui automóvel é obrigado a pagar. Eis como a empresa apresentou a informação:


O fluxo das atividades operacionais foi, em 2016, 473 mil reais, versus 673 mil em 2015. Mas a empresa juntou os dois métodos numa única tabela. No início tem-se o método direto, com o recebimento de clientes e pagamentos de impostos e movimentação nas aplicações financeiras. Depois a empresa apresenta o caixa de financiamento e a variação no caixa e equivalentes. Na segunda metade da tabela a empresa inicia no lucro líquido para, subtraindo e acrescentando valores, chegar ao mesmo caixa das operações obtido anteriormente. Se o leitor achou confuso, realmente ficou. Até entender que a empresa está apresentando a mesma informação de duas maneiras distintas numa única tabela leva-se um bom tempo.

Outro destaque que também pode ser feito nessa demonstração é que a Líder não gera ou consome fluxo de caixa oriundos de investimentos em nenhum dos dois anos. E que em 2016 suas atividades de financiamento (pagamento de dividendos) consumiram valores de caixa superiores ao caixa das atividades operacionais, levando a uma variação negativa de caixa (consumiu-se mais do que se gerou) e zerando o saldo final de caixa e equivalentes.

Como podemos perceber, não basta apenas que vocês, estudantes e futuros contadores aprendam a fazer essa demonstração da forma correta. É necessário que os usuários também consigam entender e analisá-la bem, para que se cumpra realmente o papel de informar... E uma demonstração contábil confusa, como podemos observar a da Líder aqui apresentada, não ajudaria muito o leitor a tomar decisão ou formar juízo sobre essa segunda empresa. Assim, se você tem interesse de aprender ainda mais sobre o assunto, não deixe de estudar esse capítulo!! ;)

16 janeiro 2017

Comunicação

John Kay faz uma análise da evolução do capitalismo e a relação com a contabilidade. Para ele, a tentativa de impor um padrão para todas as empresas levou a relatórios longos demais, que muitas vezes mais escondem do que mostram a informação relevante. Relatórios contábeis narrativos não resolve a questão, pois não garante que a informação seja útil e verdadeira. Talvez nem a contabilidade e nem os reguladores sejam os atores principais para resolver a questão da qualidade da informação.

The accounting firms and accounting standards bodies have a principal role to play in elaborating what is good and bad in narrative reporting, but such material is by its nature subjective and qualitative, and not readily amenable to prescriptive regulation.

Para Kay, o fato do relatório annual não ser mais o principal meio de comunicação com o público é um sinal de que há um problema. Hoje as empresas se comunicam através dos sítios na internet:

We have not rethought financial reporting for a world in which the internet is a primary vehicle of communication, in which the typical large business is no longer a manufacturing business but a knowledge factory, and in which the structure of asset ownership is increasingly dominated by a few large intermediaries.  Instead, we have bolted on new requirements to an existing structure, creating a clumsy framework which does not serve any of its underlying functions well.

23 outubro 2015

Demonstrações Contábeis ainda são úteis? Sim!

As demonstrações contábeis divulgam o desempenho passado das empresas. No entanto, quando os investidores tomam a decisão de comprar ou vender uma ação , eles estão interessados no desempenho futuro. Além disso, a mensuração contábil é sujeita a uma série de escolhas arbitrárias e não é capaz de capturar o valor dos ativos intangíveis. Por consequência, há distorções nos números divulgados, o que pode prejudicar a capacidade de indicar a perfomance de uma empresa.

O mundo vive uma era de abundância de informações. O custo de produzir, disseminar e obter informação diminuiu drasticamente. Assim, os investidores e analistas de mercados têm acesso a uma série de dados, informações e notícias sobre as empresas. Num ambiente como esse, será que as demonstrações contábeis são úteis para alguma coisa?

Para responder essa pergunta Beaver(1968) sugeriu quantificar a nova informação oriunda das demonstrações no momento de sua divulgaão, mensurando a mudança no preço da ação da fima após esse evento. Se a informação for velha, o mercado terá incorporado essa informação e o movimento será mínimo.

Num artigo bem recente  Beaver e colaboradores usaram essa análise com uma amostra de 700 mil demonstrações trimestrais de 1970 a 2011. O objetivo foi verificar se houve movimentação siginificativa das ações após a divulgação da demonstração de resultado. Os autores constataram que as mudanças de preços foram mais expressivas perto do dia de divulgação. A volatilidade dos preço das ações no período de divulgação foi em média de 2,54, enquanto no período que não houve divulgação foi de 1,58. Além disso, observaram que no período de 2002 a 2011 a volatilidade dos preços no dia de anúncio aumentou substancialmente. Em outras palavras, o valor da informação contábil cresceu na era da Internet. Isso talvez possa ser explicado por mudanças nos padrões contabéis e/ou mudanças regulatórias que aumentaram a confiança do público nas informações.

Fonte aqui


The Information Content of Earnings Announcements: New Insights from Intertemporal and Cross-Sectional Behavior
By William H. Beaver, Maureen McNichols, Zach Z. Wang


March 14,2015Working Paper No. 3338

This study examines the information content of quarterly earnings announcements. We first use a nonparametric approach to investigate whether quarterly earnings announcements are informative between 1971 and 2011 and find unequivocal evidence that earnings announcements convey significantly more information relative to non-announcement periods. We also find that the information content increases over time with a dramatic increase from 2001 onward, a period that includes the implementation of Sarbanes Oxley reforms and the worst economic downturn since the Great Depression. We then investigate cross-sectional variation in information content. We find that the information content of earnings announcements is positively associated with profitability, firm size and analyst coverage.

Fonte: aqui

06 agosto 2015

Melhoria na Evidenciação

O Financial Executives Research Foundation (ferf) e empresa de auditoria EY estão conduzindo uma pesquisa, que pode ser respondida aqui, sobre as iniciativas que as empresas estão fazendo para melhorar as demonstrações. A pesquisa iniciou no dia 10 de julho e já apresenta alguns resultados interessantes, parcialmente divulgados aqui

Os respondentes indicaram que existe um esforço no sentido de melhorar as informações. A figura apresenta alguns destes resultados.Observe o destaque para três pontos: redução de informações desatualizadas, redução de redundâncias e de informação pouco expressiva. Também é interessante notar que 31% das empresas estão trabalhando na redução das narrativas; em seu lugar, mais figuras.

06 janeiro 2015

Ilusão da comparabilidade e "auditibilidade" nas Demonstrações Financeiras

Tom Selling, membro do Standing Advisory Group do PCAOB, argumenta que não há comparabilidade e "auditibilidade" das demonstrações financeiras. A argumentação é embasada com um exemplo sobre o teste de impairment. O texto é excelente.

My inspirations for this post are the maiden speech of the SEC’s new chief accountant James Schnurr, and the joy of paying only $2.02/gallon at the pump.
As for Mr. Schnurr, I plan to dissect his remarks more fully in a blog post to come, but for now I’ll confine my review to his mentioning comparability of financial statements no less than seven times, e.g., “Comparability is a hallmark of U.S. financial reporting…”
As to the relevance of my satisfying gas station experience, the financial reporting implications of the 50% decline in oil prices over the past six months make for a timely illustration for why Mr. Schnurr’s statements about comparability are nothing more than hot air.

Why Comparability of Financial Statements is an Illusion

There are many, many reasons why financial reports are not comparable.  Tops on my list, though somewhat off topic, is the absence of adjustments for inflation.  No respectable economist would ever dream of comparing trends in costs or revenues without adjusting for inflation; so it really irks me that in accounting, we never adjust for inflation.
Truly, by ignoring the necessity for inflation adjustments, it makes the accounting profession (including our august chief accountant) look like a bunch of simpletons.  Some will argue over implementation details, but accounting for inflation is no harder or easier than dealing with multiple currencies (yet, see here and here for how the FASB managed to screw that up, too).
Adjustments for inflation are merely a pre-condition for making comparisons. Let’s get back to the drop in O&G prices that have made many of us joyous, but must surely frustrate the managers of companies whose recent investment decisions were predicated on higher and steadier prices.  These managers have many hard operational and strategic choices to make; and to make matters worse for them — e.g., the threat to their earnings-based bonus checks — they also have to deal with the accounting question of asset “impairment.”

[...]

But seriously, the above example plainly illustrates that even the most assiduous application of GAAP will not produce comparable information.  Impairment is just one of many examples that we can all think of.

Why Financial Statement Audits are an Illusion
Which brings me to the second, and main point that I want to make: the impairment test is not auditable.  

[...]

Financial accounting standards like the one for the impairment of long-lived financial assets defeats, instead of promotes, comparability.  And, especially when facts and circumstances indicate to any extent that the past is not indicative of the future, not even the most independent and technically competent auditor on the planet could reliably assess the “reasonableness” of management’s estimates of variables like future oil prices.

[...]

Nothing I have written here concerning the lack of comparability of financial statements is something that Mr. Schnurr doesn’t already know.  Instead of disingenuously blowing smoke about comparability being a hallmark of U.S. GAAP he should at least be raising real issues and getting the PCAOB and FASB to actually do something about them.

05 janeiro 2015

Demonstrações Contábeis no R

Este post é uma pequena demonstração da utilização do programa R pra obtenção de demonstrações contábeis de empresas brasileiras. O código está na primeira parte do post. O output do R vem logo em seguida O pacote utilizado é o quantmod, que está em fase de renovação, pois as atualizações estavam paradas. As demonstrações podem ser obtidas pelo Yahoo Finance ou Google Finance a partir do ano de 2007.

Neste post, criei o objeto acoes com o símbolos de 6 empresas (CIELO,PETROBRAS,BRADESCO,CIA DE DISTRIBUIÇÃO,AMBEV, e BMFBOVESPA). Apresento o procedimento via Yahoo para a ação da Cia de Distribuição. Os dados das outras empresas que estão no objeto acoes podem ser obtidas com uma simples mudança do símbolo da ação desejada. É importante ressaltar que as informações são gratuitas, estão em inglês, mas não sei qual é o grau de confiabilidade.

O quantmod tem funções que permitem a execução de uma série de modelagens quantitativas em finanças. Assim, no fim do post apresento a série do preço de fechamento das ações da Cia de Distribuição.




#Instale e carregue o pacote Quantmod
library(quantmod)
 
#Faça o download das ações via Yahoo Finance 
acoes<-c("CIEL3F.SA","PETR4.SA","BBDC4F.SA","PCAR4F.SA","ABEV3.SA","BVMF3.SA")
getSymbols(acoes, src="yahoo",from="2007-01-01", to="2014-01-01")
 
 
 
#Vamos obter as seguintes demonstrações contábeis do Pão de Açúcar:1) Demonstrações de Resultados (Income Statements - IS).
#2 Balanço (Balance Sheets - BS) 3) Demonstração dos Fluxos de Caixa. (Cash Flow Statements - CF)
# AnuaL (Annual - A).# Trimestral. (Quarterly - Q).
 
#Obtêm as informações financeiras(preço de abertura,fechamento,volume,fechamento ajustado etc) de PCAR4.
getFin("PCAR4")
 
#Dividendos
PAO<-("PCAR4F.SA")
getDividends(PAO,src="yahoo")
 
#Visualize a Demonstração de Resultado Trimestral
viewFin(PCAR4.f,"IS", "Q")
 
#Obtenha o Balanço Anual para PCAR4
viewFin(PCAR4.f,"BS", "A")
 
#Obtenha as Demonstração dos Fluxos de Caixa Anual
viewFin(PCAR4.f,"CF", "A")
 
#Gráfico do preço de fechamento de PCAR4
chart_Series(Cl(PCAR4F.SA))
 
#Preço de Fechamento das últimas 3 Semanas
PCAR4F.SA<-last(PCAR4F.SA, "3 weeks")
chart_Series(Cl(PCAR4F.SA))
 
 
#Os mesmos comandos podem ser usados para outras ações listadas no objeto acoes. 


> getDividends(PAO,src="yahoo")
               [,1]
2010-04-30 0.393723
2010-05-18 0.080000
2010-08-04 0.080000
2010-11-18 0.800000
2011-08-02 0.090000
2011-11-16 0.090000
2012-04-30 0.410246
2012-06-12 0.110000
2012-08-01 0.110000
2012-11-13 0.110000
2013-04-18 0.653088
2013-05-06 0.130000
2013-08-01 0.130000
2013-10-28 0.130000
2014-04-17 0.588935
2014-05-06 0.140000

#Visualize a Demonstração de Resultado Trimestral
> viewFin(PCAR4.f,"IS", "Q")
Quarterly Income Statement for PCAR4
                                                 2014-09-30 2014-06-30 2014-03-31 2013-12-31 2013-09-30
Revenue                                            15648.67   15202.90   15008.64   16887.39   14106.85
Other Revenue, Total                                     NA         NA         NA         NA         NA
Total Revenue                                      15648.67   15202.90   15008.64   16887.39   14106.85
Cost of Revenue, Total                             11621.47   11253.87   11249.82   12666.14   10417.26
Gross Profit                                        4027.20    3949.03    3758.82    4221.25    3689.59
Selling/General/Admin. Expenses, Total              2894.91    2846.23    2729.12    2655.82    2673.36
Research & Development                                   NA         NA         NA         NA         NA
Depreciation/Amortization                            206.81     191.29     191.29     196.40     200.97
Interest Expense(Income) - Net Operating                 NA         NA         NA         NA         NA
Unusual Expense (Income)                              12.83      22.75       0.91      38.57      -7.50
Other Operating Expenses, Total                        5.04      42.16      26.68     260.09      23.57
Total Operating Expense                            14714.05   14328.84   14176.13   15798.06   13292.08
Operating Income                                     934.62     874.06     832.51    1089.33     814.77
Interest Income(Expense), Net Non-Operating              NA         NA         NA         NA         NA
Gain (Loss) on Sale of Assets                            NA         NA         NA         NA         NA
Other, Net                                          -562.25    -277.62    -283.31    -117.92    -431.80
Income Before Tax                                    557.12     512.92     493.49     761.46     503.21
Income After Tax                                     389.69     358.44     338.44     687.44     356.53
Minority Interest                                   -113.51     -94.14     -94.48    -195.72     -74.42
Equity In Affiliates                                     NA         NA         NA         NA         NA
Net Income Before Extra. Items                       276.18     264.30     243.96     491.72     282.11
Accounting Change                                        NA         NA         NA         NA         NA
Discontinued Operations                                  NA         NA         NA         NA         NA
Extraordinary Item                                       NA         NA         NA         NA         NA
Net Income                                           276.18     264.30     243.96     491.72     282.11
Preferred Dividends                                      NA         NA         NA         NA         NA
Income Available to Common Excl. Extra Items         276.18     264.30     243.96     491.72     282.11
Income Available to Common Incl. Extra Items         276.18     264.30     243.96     491.72     282.11
Basic Weighted Average Shares                            NA         NA         NA         NA         NA
Basic EPS Excluding Extraordinary Items                  NA         NA         NA         NA         NA
Basic EPS Including Extraordinary Items                  NA         NA         NA         NA         NA
Dilution Adjustment                                    0.00         NA         NA         NA         NA
Diluted Weighted Average Shares                      265.08     264.91     264.91     265.23     263.88
Diluted EPS Excluding Extraordinary Items              1.04       1.00       0.92       1.85       1.07
Diluted EPS Including Extraordinary Items                NA         NA         NA         NA         NA
Dividends per Share - Common Stock Primary Issue       0.00       0.00       0.00         NA       0.00
Gross Dividends - Common Stock                           NA         NA         NA         NA         NA
Net Income after Stock Based Comp. Expense               NA         NA         NA         NA         NA
Basic EPS after Stock Based Comp. Expense                NA         NA         NA         NA         NA
Diluted EPS after Stock Based Comp. Expense              NA         NA         NA         NA         NA
Depreciation, Supplemental                               NA         NA         NA         NA         NA
Total Special Items                                      NA         NA         NA         NA         NA
Normalized Income Before Taxes                           NA         NA         NA         NA         NA
Effect of Special Items on Income Taxes                  NA         NA         NA         NA         NA
Income Taxes Ex. Impact of Special Items                 NA         NA         NA         NA         NA
Normalized Income After Taxes                            NA         NA         NA         NA         NA
Normalized Income Avail to Common                        NA         NA         NA         NA         NA
Basic Normalized EPS                                     NA         NA         NA         NA         NA
Diluted Normalized EPS                                 1.14       1.14       0.99       2.20       1.05
attr(,"col_desc")
[1] "3 months ending 2014-09-30" "3 months ending 2014-06-30" "3 months ending 2014-03-31" "3 months ending 2013-12-31"
[5] "3 months ending 2013-09-30"

 
> #Obtenha o Balanço Anual para PCAR4.
> viewFin(PCAR4.f,"BS", "A")
Annual Balance Sheet for PCAR4
                                             2013-12-31 2012-12-31 2011-12-31 2010-12-31
Cash & Equivalents                              8024.06    6595.64    4969.95    3400.43
Short Term Investments                            24.45       0.00       0.00     600.61
Cash and Short Term Investments                 8391.63    7086.25    4969.95    4418.61
Accounts Receivable - Trade, Net                2515.67    2646.08    5111.94    4047.23
Receivables - Other                                  NA         NA         NA         NA
Total Receivables, Net                          3651.02    3728.57    6299.27    5205.57
Total Inventory                                 6381.54    5759.65    5552.77    4823.77
Prepaid Expenses                                  92.28      66.79     105.79     225.12
Other Current Assets, Total                       93.27      39.04      23.05       0.00
Total Current Assets                           18609.74   16680.30   16950.83   14673.07
Property/Plant/Equipment, Total - Gross        14083.14   12580.84     341.55   10370.19
Accumulated Depreciation, Total                -5029.54   -4466.34         NA   -3575.85
Goodwill, Net                                   2653.10    2058.34         NA    1975.09
Intangibles, Net                                3047.56    2917.22    4939.36    2940.89
Long Term Investments                            309.53     362.43     340.12     239.93
Other Long Term Assets, Total                   1988.14    2624.36    2342.61    2141.71
Total Assets                                   38008.35   34832.11   33443.45   29772.26
Accounts Payable                                8547.54    6240.36    5953.20    5368.74
Accrued Expenses                                 907.55     864.75     867.26     628.18
Notes Payable/Short Term Debt                      0.00       0.00       0.00       0.00
Current Port. of LT Debt/Capital Leases         5171.42    4211.15    4917.50    2915.12
Other Current liabilities, Total                2386.24    2075.01    1437.68    2011.40
Total Current Liabilities                      17012.75   13391.27   13175.64   10923.44
Long Term Debt                                  4123.34    6118.57    6046.11    5490.69
Capital Lease Obligations                        198.51     162.54     194.79     101.24
Total Long Term Debt                            4321.85    6281.10    6240.90    5591.94
Total Debt                                      9493.27   10492.25   11158.40    8507.05
Deferred Income Tax                             1060.85    1137.38    1114.87    1028.99
Minority Interest                               3228.77    2573.23    2469.15    2477.27
Other Liabilities, Total                        2900.93    2954.41    2817.60    2727.31
Total Liabilities                              28525.16   26337.38   25818.17   22748.94
Redeemable Preferred Stock, Total                    NA         NA         NA         NA
Preferred Stock - Non Redeemable, Net                NA         NA         NA         NA
Common Stock, Total                             6764.30    6710.03    6129.40    5579.26
Additional Paid-In Capital                           NA         NA         NA         NA
Retained Earnings (Accumulated Deficit)         2756.22    1784.69    1495.87    1444.06
Treasury Stock - Common                              NA         NA         NA         NA
Other Equity, Total                              -37.33         NA         NA         NA
Total Equity                                    9483.19    8494.73    7625.27    7023.32
Total Liabilities & Shareholders&#39; Equity   38008.35   34832.11   33443.45   29772.26
Shares Outs - Common Stock Primary Issue             NA         NA         NA         NA
Total Common Shares Outstanding                  264.22     263.17     260.03     257.63
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[1] "As of 2013-12-31" "As of 2012-12-31" "As of 2011-12-31" "As of 2010-12-31"

> #Obtenha as Demonstração dos Fluxos de Caixa Anual
> viewFin(PCAR4.f,"CF", "A")
Annual Cash Flow Statement for PCAR4
                                       2013-12-31 2012-12-31 2011-12-31 2010-12-31
Net Income/Starting Line                  1396.21    1156.44     719.66     585.93
Depreciation/Depletion                     865.42     834.11     706.49     446.13
Amortization                                   NA         NA         NA         NA
Deferred Taxes                              89.09     193.35     -57.12      32.47
Non-Cash Items                            1909.30    1033.15    1280.23     523.10
Changes in Working Capital                 631.93    2082.21   -1521.19   -1226.24
Cash from Operating Activities            4891.95    5299.26    1128.06     361.38
Capital Expenditures                     -1849.61   -1393.39   -1454.28   -1480.26
Other Investing Cash Flow Items, Total    -176.92      54.51    -171.22      52.27
Cash from Investing Activities           -2026.53   -1338.88   -1625.50   -1427.99
Financing Cash Flow Items                 5371.28    6297.69    6582.05    3863.34
Total Cash Dividends Paid                 -452.66    -186.39    -183.47    -151.41
Issuance (Retirement) of Stock, Net         16.24      21.31      22.97      35.12
Issuance (Retirement) of Debt, Net       -6519.35   -7976.69   -4772.16   -1204.38
Cash from Financing Activities           -1584.49   -1844.08    1649.39    2542.67
Foreign Exchange Effects                       NA         NA         NA         NA
Net Change in Cash                        1280.92    2116.30    1151.96    1476.07
Cash Interest Paid, Supplemental           720.51     913.10     336.13     182.81
Cash Taxes Paid, Supplemental                  NA         NA         NA         NA
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[1] "12 months ending 2013-12-31" "12 months ending 2012-12-31" "12 months ending 2011-12-31" "12 months ending 2010-12-31"

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