Por mais que você tome aquele café da manhã reforçado, horas depois de arregaçar as mangas para trabalhar a fome já despertou? É nesse período, entre as refeições principais, que muita gente acaba enganando o estômago com café (e açúcar!) ou exagerando nos petiscos gordinhos. Para não cair nessa cilada, o jeito é manter sempre à mão uma opção de lanche saudável. A consultora de reeducação alimentar Aline Möller, da Fit Gourmet, reuniu sugestões perfeitas para essas ocasiões: "variar o cardápio, investindo em uma lista de compras diversificada e rica em ingredientes naturais é, junto com o planejamento, a chave para conseguir driblar a rotina corrida sem descuidar do corpo", ensina. Confira, a seguir, as sugestões da especialista para colocar o plano em prática.
Frutas frescas
"As menos sensíveis são as mais fáceis de carregar na bolsa. Nesse quesito, a dupla maçã e banana são infalíveis", brinca a profissional. Melão, melancia, mamão, pêssego, pera, mexerica... não importa qual seja a sua preferida. O cardápio é extenso e isso é ótimo para variar ao longo da semana. "Sempre ensino os meus clientes a carregar um potinho com uma fruta para um lanche da manhã e da tarde na bolsa acaba fazendo parte da rotina", esclarece.
Frutas secas
As versões secas de diversas frutas concentram ainda mais fibras, vitaminas e minerais do que sua própria versão natural. Das clássicas às mais exóticas, elas saciam a fome e dão mais energia, mas fique atenta para apostar nas versões açucaradas.
Iogurte
Se o seu ambiente de trabalho tiver geladeira e permitir que você guarde alguns itens por lá, vale investir no laticínio. A preferência aqui fica para o desnatado, que ajuda a equilibrar a flora intestinal, favorecendo a absorção dos nutrientes.
Oleaginosas
"O cuidado com elas está na quantidade", alerta Aline. A gordura boa deve ser consumida com moderação. Amêndoas, macadâmias, nozes... todas podem entrar na dieta, contanto que as maiores não ultrapassem de duas unidades por lanche e as menores por volta de cinco unidades.
Bolos
"Sempre sugiro receitas gostosas, só que mais litghs. O bolo de quinoa com frutas secas e farinha de arroz ou o de coco feito com farinha de coco são algumas boas opções para levar ao trabalho", explica a profissional.
Barrinhas
O consumo delas merece cuidado, mas seu mérito está na digestão lenta e no auxílio de ganho de massa magra. Por isso, as barrinhas saciam a fome por mais tempo. O importante aqui é ler o rótulo para evitar as opções com açúcar, gorduras saturadas ou trans e sódio.
Chás
"Enquanto o suco tem a desvantagem de perder algumas vitaminas ao longo do tempo, o chá traz o benefício de poder ser levado de casa para o trabalho sem grandes perdas", diz Aline, que recomenda preparar a bebida pela manhã e levar para tomá-la ao longo do dia.
[...]
Controlar a fome é seu maior desafio? O melão continua sendo um grande aliado. Rico em pectina, um tipo de fibra na forma de gel, ele aumenta rapidamente a sensação de saciedade. Experimente incluir pedaços da fruta na salada: o apetite diminui bastante logo no começo da refeição, evitando que você exagere nos pratos mais pesados. A dieta também fica mais gostosa: com textura macia e sabor levemente adocicado, o melão combina com as folhas verdes, especialmente as ardidinhas como rúcula e agrião.
Fonte: Aqui
Mostrando postagens com marcador cuidados com a saúde. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cuidados com a saúde. Mostrar todas as postagens
25 junho 2013
Fisco e Cigarro
O Judiciário tem aplicado uma norma da época do regime militar para manter o fechamento de indústrias de cigarros inadimplentes com a Receita Federal. Em decisões recentes, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em Brasília, confirmaram o direito do Fisco de cassar os registros das empresas. Medida que, na prática, as impede de funcionar.
Na quinta-feira, a Corte Especial do TRF, por sete votos a cinco, determinou o fechamento da Cia Sulamericana de Tabacos, devedora de R$ 402 milhões em PIS, Cofins e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo a Receita, nos últimos quatro anos, a companhia recolheu apenas 20% dos tributos devidos.
Segundo a Receita, oito fábricas foram fechadas por inadimplência desde 2008. Nenhuma conseguiu quitar as dívidas e voltar a funcionar. Atualmente, 14 empresas possuem registro especial e estão autorizadas a produzir cigarros e tabaco no Brasil. O Fisco também exige o registro para os produtores e vendedores de bebidas alcoólicas e biodiesel, além do papel utilizado em livros e jornais, imune ao pagamento de tributos.
Pelo Decreto-Lei nº 1.593, de 1977, a Receita Federal foi autorizada a cassar registros das empresas de cigarros devedoras de tributos federais. Sem mudanças na essência, a norma foi posteriormente alterada pela Lei nº 9.822, de 1999. Apesar da previsão legal, as indústrias têm recorrido ao Judiciário para questionar os atos do Fisco. Alegam sanção política ou tentam comprovar que possuem a certidão de regularidade fiscal.
Em maio, o Supremo declarou a norma constitucional. Com isso, chancelou a decisão da Receita de fechar a American Virginia Indústria Comércio Importação e Exportação de Tabacos, dona de uma dívida de R$ 2 bilhões com o Fisco. A decisão, porém, não foi unânime. Os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello classificaram a medida como coercitiva para forçar o pagamento de tributos.
Com sede em Duque de Caxias (RJ), a Cia Sulamericana de Tabacos alega no Judiciário que dos 18 débitos que justificaram o cancelamento do registro - publicado em maio de 2012 - 12 haviam sido incluídos no Refis da Crise (Lei nº 11.941, de 2009). Porém, dos R$ 402 milhões exigidos, R$ 238,9 milhões não estavam sujeitos ao programa de parcelamento de débitos ficais do governo.
O julgamento do caso entrou noite adentro da quinta-feira. Depois de quase uma hora e meia, a maioria dos desembargadores da Corte Especial do TRF concluiu que a inadimplência da empresa decorre da "opção de não pagar tributos" e viola a economia e a saúde públicas, além de gerar concorrência desleal com companhias que arcam com uma carga tributária de 70% sobre o valor do produto. "A produção de cigarros no Brasil é tolerada com uma tributação parafiscal alta destinada à custear os gastos da União com doenças decorrentes do fumo", disse a desembargadora Selene de Almeida, primeira a votar a favor do fechamento da Sulamericana. "Mas torna-se intolerável se a empresa deixa de recolher os tributos", completou.
Pelo rastreamento da Receita, de março de 2008 ao mesmo mês de 2012, a Sulamericana teria produzido 328 milhões carteiras de cigarro. Produção que deveria gerar aos cofres públicos de R$ 242 milhões. No período, porém, a empresa teria recolhido R$ 47 milhões, segundo o Fisco.
Alguns desembargadores, porém, discordaram do entendimento da maioria. "Precisamos aplicar o direito, e não dar decisões moralistas", disse o desembargador Olindo Menezes. "A Fazenda diz que a continuidade da empresa representa ofensa à economia pública. Me parece justamente o contrário. Se parar de produzir, aí sim o rombo não será coberto", afirmou o desembargador Carlos Moreira Alves. Atualmente, a Sulamericana possui cerca de 200 funcionários.
Para a procuradora regional da Fazenda Nacional, Cristina Luisa Hedler, a decisão reforça o entendimento do Supremo de considerar os custos com saúde e a concorrência na análise de casos semelhantes. "A tendência, acredito, é que os tribunais levem em conta esses valores", diz.
Na quinta-feira, porém, a mesma Corte Especial manteve liminar que permite à Cibrasa Indústria e Comércio de Tabacos, situada no bairro da Penha (RJ), a continuar aberta. No caso, os desembargadores consideram que a empresa apresentou regularidade fiscal "condizente à sua capacidade". "Desde 2010, a empresa está aberta, mas a duras penas. Não há isonomia na base de cálculo do IPI entre as empresas", afirma o advogado da Cibrasa, Homero Flesch.
Em 2010, a Corte Especial do TRF também manteve o fechamento da Sudamax Indústria e Comércio de Cigarros, determinado pela Receita em outubro de 2006. A decisão foi unânime. O desembargador Moreira Alves disse, na quinta-feira, arrepender-se do voto. "Estou me penitenciando", disse, durante o julgamento do caso Sulamericana.
A advogada da Sulamericana, Vera Carla Cruz Silveira, afirma que recorrerá da decisão no próprio TRF e tentará levar a discussão ao Supremo. "É uma luta", disse. "A Fazenda insiste em dizer que o leading case no Supremo é favorável a ela. Mas a verdade é que o julgamento deve ser feito caso a caso", diz Vera, que também defende a Ficet Indústria e Comércio de Cigarros e Importação e Exportação, fechada em agosto de 2011.
Justiça aceita que Receita feche fábricas com débitos - Bárbara Pombo - Valor Econômico - 24/06/2013
15 junho 2013
Como estudar sozinho em casa
Dicas rápidas e simples que sairam na Superinteressante. Dica de Rafael Bevilaqua, a quem agradecemos.
(Clique na imagem para ampliá-la).
(Clique na imagem para ampliá-la).
Labels:
auditoria,
Beatles,
concentração,
cuidados com a saúde,
dicas,
Estudar,
estudar em casa,
falácia,
horário,
metas,
pos-graduação,
pós-graduação,
sono
02 junho 2013
Aumente sua produtividade
Barulho da rua, telefone tocando, colegas puxando papo. O profissional até quer trabalhar, mas não consegue! O problema é que, não importa o que aconteça, no fim do dia, uma lista de tarefas precisa estar cumprida. Mas como ser mais produtivo (e não passar do horário de trabalho todo dia)? A especialista em carreira e fundadora da consultoria Working Simply, Carson Tate, afirma que há algumas regrinhas a serem seguidas, que podem facilitar o trabalho e, de quebra, tornar o dia menos estressante. Em artigo publicado pela Forbes, ela dá algumas dicas:
Aprenda a interpretar o seu relógio biológico - Organize o seu dia de acordo com o seu ritmo. O ideal, segundo a consultora, é realizar as tarefas mais difíceis na hora em que se sente mais disposto. Para a maioria dos profissionais, isso acontece no período da manhã, mas, lembra Carson, cada um tem o seu tempo.
Saiba priorizar suas tarefas - De acordo com a especialista, priorizar tarefas requer muito esforço mental. Por isso, se possível, ela aconselha que o planejamento da semana seja feito no sábado ou no domingo, quando normalmente a pessoa está mais relaxada. Calcule o tempo necessário para cada tarefa e dê prioridade àquelas mais importantes.
Agrupe as tarefas similares - O cérebro aprende e executa tarefas mais difíceis ao organizá-las de forma similar. Sendo assim, Carson sugere que afazeres parecidos sejam agrupados para otimizar a produção.
Crie uma rotina - Como explicou no item anterior, a especialista lembra que o cérebro é ótimo em executar atividades padrão. Por isso, criar uma rotina no seu dia a dia vai torná-lo mais eficiente e produtivo.
Faça intervalos - Assim como na hora da ginástica, é preciso dar uma paradinha para respirar e alongar, após realizar tarefas complexas que requerem esforço mental. É crucial que se faça pequenos intervalos para o cérebro descansar, afirma Carson.
Faça a lista dos 5 minutos - Se você está cansado ou estressado e sem energia para cumprir grandes tarefas, crie uma lista com pequenos afazeres que levem cinco minutos ou menos para serem realizados.
Não faça tudo ao mesmo tempo - Evite fazer muita coisa ao mesmo tempo ou trocar rapidamente de uma tarefa para outra. Dessa maneira, nenhuma das atividades terá sua atenção completa e é possível até que você se esqueça de alguns detalhes, muitas vezes importantes.
Anote suas ideias - Anote todas as suas ideias para não perdê-las. Isso vale também para as tarefas a cumprir. Colocá-las no papel ajuda a pessoa a se organizar e realizá-las, aconselha Carson.
Tente tornar as tarefas rotineiras divertidas - Um dos maiores motivos de ficar adiando o que se tem a fazer é que as pessoas acham as tarefas chatas e não se motivam para realizá-las. O ideal, segundo a especialista, é tentar tornar a rotina mais divertida. Invista num ambiente agradável, talvez com um pouco de música.
Aproveite os momentos de ‘enrolação’ - Pode parecer estranho, mas, segundo Carson, a procrastinação não é a pior inimiga da produtividade. Ela manda um sinal importante: qual o motivo de ficar enrolando? qual tarefa vale mais a pena completar? Use essas informações para otimizar o trabalho e, assim, ser mais produtivo.
Fonte: http://oglobo.globo.com/emprego/dicas-para-profissional-se-tornar-mais-produtivo-8543692#ixzz2Ut3L6M8e
20 abril 2013
Kakenya Ntaiya: Uma menina que exigiu a escola
Kakenya Ntaiya fez um acordo com seu pai: Ela se submeteria ao tradicional rito de passagem Maassai, a circuncisão feminina, se ele a deixasse frequentar o ensino médio. Ntaiya conta sua corajosa história até chegar à faculdade, e seu trabalho junto aos mais velhos de sua vila, para construir uma escola para meninas na comunidade. É a jornada educacional de alguém que mudou o destino de 125 jovens mulheres. (Filmado no TEDxMidAtlantic.)
05 abril 2013
10 dicas para identificar o plágio
Além dos programas de caçam plágio, um leitor poderá desconfiar que um texto seja plagiado a partir de algumas dicas. Apresento, a seguir, uma lista incompleta de alguns dos indícios:
1. O nível do texto é superior à capacidade do autor – Isto pode ocorrer quando você conhece quem escreveu o texto. Se o trabalho que você estiver lendo tiver uma qualidade muito acima do que você esperaria daquela pessoa, isto pode ser um sinal de plágio;
2. O texto mudou de estilo e de qualidade – O texto segue um estilo normal e, de repente torna-se muito técnico. O novo trecho tem grande chance de ter sido copiado de alguém. Outra situação próxima a esta é a mudança brusca de assunto.
3. A análise dos dados para num ano sem uma explicação plausível – Li um artigo este ano em que os autores fizeram uma análise de algumas demonstrações financeiras no ano de 2010. Não existia nenhuma razão de fazer a análise para 2010 se existiam informações disponíveis de 2011.
4. Citações difíceis de serem obtidas – Existem algumas obras que dificilmente as pessoas conseguem acesso, como artigos antigos e livros com edições esgotadas.
5. Não existe vínculo entre as partes – Alguns textos parecem Frankenstein: as partes não estão interligadas, a análise de dados não tem uma coerência com o referencial teórico e assim por diante.
6. Citações defasadas – Quando não existe nenhuma obra recente sobre o assunto no trabalho: isto pode ser um sinal de que o autor buscou em terceiros sua citação.
7. Tradução em citações literais – Alguns textos possuem citações literais de obras em outras línguas. Em geral que faz ele próprio a tradução, informa que a tradução é própria.
8. Tema pouco usual na literatura acadêmica brasileira – Há meses fui convidado a avaliar um artigo encaminhado para um periódico nacional. O assunto era pouco usual na nossa literatura, assim como a abordagem usada – baseada excessivamente em modelagem. O texto era uma tradução de um artigo publicado em língua inglesa.
9. Gráficos com baixa resolução – Se no trabalho aparecer uma figura, um gráfico, uma tabela ou fórmula com baixa resolução visual desconfie. Pode ter sido usado o Control C + Control V.
10. A formatação difere das regras pré-estabelecidas – Eis um caso típico: foi solicitado expressamente para usar as normas da ABNT na citação e o texto traz citações pelas normas da APA. Qual a razão para o autor desobedecer as normas?
1. O nível do texto é superior à capacidade do autor – Isto pode ocorrer quando você conhece quem escreveu o texto. Se o trabalho que você estiver lendo tiver uma qualidade muito acima do que você esperaria daquela pessoa, isto pode ser um sinal de plágio;
2. O texto mudou de estilo e de qualidade – O texto segue um estilo normal e, de repente torna-se muito técnico. O novo trecho tem grande chance de ter sido copiado de alguém. Outra situação próxima a esta é a mudança brusca de assunto.
3. A análise dos dados para num ano sem uma explicação plausível – Li um artigo este ano em que os autores fizeram uma análise de algumas demonstrações financeiras no ano de 2010. Não existia nenhuma razão de fazer a análise para 2010 se existiam informações disponíveis de 2011.
4. Citações difíceis de serem obtidas – Existem algumas obras que dificilmente as pessoas conseguem acesso, como artigos antigos e livros com edições esgotadas.
5. Não existe vínculo entre as partes – Alguns textos parecem Frankenstein: as partes não estão interligadas, a análise de dados não tem uma coerência com o referencial teórico e assim por diante.
6. Citações defasadas – Quando não existe nenhuma obra recente sobre o assunto no trabalho: isto pode ser um sinal de que o autor buscou em terceiros sua citação.
7. Tradução em citações literais – Alguns textos possuem citações literais de obras em outras línguas. Em geral que faz ele próprio a tradução, informa que a tradução é própria.
8. Tema pouco usual na literatura acadêmica brasileira – Há meses fui convidado a avaliar um artigo encaminhado para um periódico nacional. O assunto era pouco usual na nossa literatura, assim como a abordagem usada – baseada excessivamente em modelagem. O texto era uma tradução de um artigo publicado em língua inglesa.
9. Gráficos com baixa resolução – Se no trabalho aparecer uma figura, um gráfico, uma tabela ou fórmula com baixa resolução visual desconfie. Pode ter sido usado o Control C + Control V.
10. A formatação difere das regras pré-estabelecidas – Eis um caso típico: foi solicitado expressamente para usar as normas da ABNT na citação e o texto traz citações pelas normas da APA. Qual a razão para o autor desobedecer as normas?
31 março 2013
Para uma vida menos estressante
E em tempos de renovação, neste clima de páscoa, 10 dicas fofas para se estressar menos:
- Compartilhe algo que te faça rir;
- Nade no mar;
- Lembre-se que todos nós erramos;
- Diga não quando necessário;
- Prepare uma refeição do zero;
- Diga a alguém que o ama;
- Coloque a sua música favorita;
- Faça mais do que é importante para você; [corra, se alongue, nade, caminhe, ande de bicicleta]
- Tenha orgulho de quem você é; [você realmente é uma pessoa fantástica]
- Comemore quando as coisas vão bem!
A imagem com as dicas foi lançada na Austrália, em homenagem à semana da saúde mental (em outubro de 2012). Um transtorno ou uma desordem mental interfere significativamente com as habilidades cognitivas, emocionais e sociais de uma pessoa. Existem vários tipos de enfermidades, que ocorrem em variados graus de severidade. Não vamos entrar em detalhes ou nos percentuais de pessoas afetadas por depressão, ansiedade, burnout... Não nos cabe isso. A intenção é passar uma mensagem de otimismo porque todos nós estamos sujeitos a uma vida estressante e frequentemente nos esquecemos de parar e respirar um pouco. Por isso pare, respire e hoje faça ao menos uma coisa emocionalmente construtiva para você.
Caso o seu problema seja um pouco mais sério e precise conversar, procure o Centro de Valorização da Vida. Há apoio emocional por telefone ou de forma virtual. (Você também pode ser voluntário!)
Créditos,
Contabilidade Financeira
26 fevereiro 2013
Mudanças hormonais e enxaquecas
“That no one dies of migraine seems to someone deep in an attack as an ambiguous blessing.” |
Embora não haja cura, a enxaqueca pode ser administrada de forma eficaz com a ajuda de um médico. Muitos medicamentos estão disponíveis para prevenção e alívio da dor e as mudanças no estilo de vida podem eliminar alguns gatilhos que causam a dor de cabeça, ressalta Michael Moskowitz, professor de neurologia da Harvard Medical School, em Boston, em um comunicado da Sociedade de Pesquisa em Saúde da Mulher.
Mais: aqui e aqui.
12 fevereiro 2013
Gentileza gera bem estar
A velha máxima “é melhor dar do que receber” pode ter um fundo científico: segundo estudo recente feito nos Estados Unidos, pessoas que ajudam os outros têm menos chances de morrer quando lidam com situações altamente estressantes (como doenças, assalto, perda de emprego, dificuldades financeiras ou morte de um familiar).
Durante cinco anos, 846 participantes relataram aos pesquisadores o tempo que haviam passado nos 12 meses anteriores ajudando amigos, vizinhos ou parentes que não viviam com eles – entre os tipos de auxílio prestados estavam tarefas como fazer compras, ajudar a fazer reparos em casa ou cuidar de crianças.
“Quando consideramos idade, saúde e variáveis psicossociais, a regressão de Cox (o mais usado método de análise de sobrevivência) para mortalidade revelou uma interação significativa entre o comportamento de auxiliar, eventos estressantes, morbidade e mortalidade”, explica Michael J. Poulin, da Universidade de Buffalo (EUA).
“Nos cinco anos do estudo, descobrimos que quando lidavam com situações estressantes, aqueles que ajudaram os outros no ano anterior tinham menos chances de morrer do que aqueles que não ajudaram”.
Embora ajudar pensando nos benefícios próprios não seja propriamente “generoso”, o aumento na expectativa de vida (ou, mais precisamente, a redução das chances de morrer por estresse) pode ser um consolo na hora de fazer uma tarefa chata pelo bem do seu vizinho.
Fonte: aqui
Durante cinco anos, 846 participantes relataram aos pesquisadores o tempo que haviam passado nos 12 meses anteriores ajudando amigos, vizinhos ou parentes que não viviam com eles – entre os tipos de auxílio prestados estavam tarefas como fazer compras, ajudar a fazer reparos em casa ou cuidar de crianças.
“Quando consideramos idade, saúde e variáveis psicossociais, a regressão de Cox (o mais usado método de análise de sobrevivência) para mortalidade revelou uma interação significativa entre o comportamento de auxiliar, eventos estressantes, morbidade e mortalidade”, explica Michael J. Poulin, da Universidade de Buffalo (EUA).
“Nos cinco anos do estudo, descobrimos que quando lidavam com situações estressantes, aqueles que ajudaram os outros no ano anterior tinham menos chances de morrer do que aqueles que não ajudaram”.
Embora ajudar pensando nos benefícios próprios não seja propriamente “generoso”, o aumento na expectativa de vida (ou, mais precisamente, a redução das chances de morrer por estresse) pode ser um consolo na hora de fazer uma tarefa chata pelo bem do seu vizinho.
Fonte: aqui
14 dezembro 2012
Saúde Mental
Rubem Alves
Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.
Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maikóvski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. van Gogh se matou. Wittgenstein se alegrou ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakóvski suicidou.
Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos.
Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias se comportam bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado, nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme!), ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, que tenha a coragem de pensar o que nunca pensou. Pensar é coisa muito perigosa...
Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idiotas de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. É claro que nenhuma mamãe consciente quererá que o seu filho seja como van Gogh ou Maiakóvski. O desejável é que seja executivo de grande empresa, na pior das hipóteses funcionário do Banco do Brasil ou da CPFL. Preferível ser elefante ou tartaruga a ser borboleta ou condor. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego. Mas nunca ouvi falar de político que tivesse stress ou depressão, com excessão do Suplicy. Andam sempre fortes e certos de si mesmos, em passeatas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.
Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos.
Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas se chama hardware, literalmente coisa dura e a outra se denomina software, coisa mole. A hardware é constituída por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. A software é constituída por entidades espirituais - símbolos, que formam os programas e são gravados nos disquetes.
Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos, o cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo espirituais, sendo que o programa mais importante é linguagem.
Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele. Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso de símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.
Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos do Drummond e o corpo fica excitado.
Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e acessórios, o software, tenha a capacidade de ouvir a música que ele toca, e de se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta, e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei, no princípio: a música que saía do seu software era tão bonita que o seu hardware não suportou.
A beleza pode fazer mal à saúde mental. Sábias, portanto, são as empresas estatais, que têm retratos dos governadores e presidentes espalhados por todos os lados: eles estão lá para exorcizar a beleza e para produzir o suave estado de insensibilidade necessário ao bom trabalho.
Dadas essas reflexões científicas sobre a saúde mental, vai aqui uma receita que, se seguida à risca, garantirá que ninguém será afetado pelas perturbações que afetaram os senhores que citei no início, evitando assim o triste fim que tiveram.
Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente perigosos. Já o roque pode ser tomado à vontade, sem contra indicações. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do Dr. Lair Ribeiro, por que arriscar-se a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. A saúde mental é um estômago que entra em convulsão sempre que lhe é servido um prato diferente. Por isso que as pessoas de boa saúde mental têm sempre as mesmas idéias. Essa cotidiana ingestão do banal é condição necessária para a produção da dormência da inteligência ligada à saúde mental. E, aos domingos, não se esqueca do Sílvio Santos e do Gugu Liberato.
Seguindo esta receita você terá uma vida tranquila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, ao invés de ter o fim que tiveram os senhores que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já não mais saberá como eles eram.
Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.
Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maikóvski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. van Gogh se matou. Wittgenstein se alegrou ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakóvski suicidou.
Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos.
Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias se comportam bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado, nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme!), ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, que tenha a coragem de pensar o que nunca pensou. Pensar é coisa muito perigosa...
Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idiotas de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. É claro que nenhuma mamãe consciente quererá que o seu filho seja como van Gogh ou Maiakóvski. O desejável é que seja executivo de grande empresa, na pior das hipóteses funcionário do Banco do Brasil ou da CPFL. Preferível ser elefante ou tartaruga a ser borboleta ou condor. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego. Mas nunca ouvi falar de político que tivesse stress ou depressão, com excessão do Suplicy. Andam sempre fortes e certos de si mesmos, em passeatas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.
Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos.
Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas se chama hardware, literalmente coisa dura e a outra se denomina software, coisa mole. A hardware é constituída por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. A software é constituída por entidades espirituais - símbolos, que formam os programas e são gravados nos disquetes.
Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos, o cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo espirituais, sendo que o programa mais importante é linguagem.
Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele. Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso de símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.
Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos do Drummond e o corpo fica excitado.
Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e acessórios, o software, tenha a capacidade de ouvir a música que ele toca, e de se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta, e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei, no princípio: a música que saía do seu software era tão bonita que o seu hardware não suportou.
A beleza pode fazer mal à saúde mental. Sábias, portanto, são as empresas estatais, que têm retratos dos governadores e presidentes espalhados por todos os lados: eles estão lá para exorcizar a beleza e para produzir o suave estado de insensibilidade necessário ao bom trabalho.
Dadas essas reflexões científicas sobre a saúde mental, vai aqui uma receita que, se seguida à risca, garantirá que ninguém será afetado pelas perturbações que afetaram os senhores que citei no início, evitando assim o triste fim que tiveram.
Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente perigosos. Já o roque pode ser tomado à vontade, sem contra indicações. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do Dr. Lair Ribeiro, por que arriscar-se a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. A saúde mental é um estômago que entra em convulsão sempre que lhe é servido um prato diferente. Por isso que as pessoas de boa saúde mental têm sempre as mesmas idéias. Essa cotidiana ingestão do banal é condição necessária para a produção da dormência da inteligência ligada à saúde mental. E, aos domingos, não se esqueca do Sílvio Santos e do Gugu Liberato.
Seguindo esta receita você terá uma vida tranquila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, ao invés de ter o fim que tiveram os senhores que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já não mais saberá como eles eram.
27 outubro 2012
Off Topic: Apoio Emocional
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, nos últimos 45 anos, a taxa de suicídio cresceu 60% no mundo. Isso significa que, a cada ano, um milhão de pessoas tiram a própria vida – uma taxa de mortalidade de 16 por 100 mil habitantes, ou o mesmo que uma morte a cada 40 segundos. A notícia fica ainda pior por conta da expectativa de que esse número dobre até 2020.
Segundo dados da OMS, ao longo da vida, 17,1% dos brasileiros “pensaram seriamente em por fim à vida”, 4,8% chegaram a elaborar um plano para tanto, e 2,8% efetivamente tentaram o suicídio.
A média brasileira é de 25 suicídios por dia, número só inferior ao de mortes no trânsito e homicídios. Vale lembrar que o número real de suicídios pode ser bem maior, visto que muitas vezes estes casos são relatados como mortes acidentais.
Esses dados assustadores vêm acompanhados de um pedido da OMS para que os governos tratem esse problema de forma urgente.
Se o número de suicídios é alto, o número de tentativas é 20 vezes maior: 5% da população mundial vai tentar tirar a própria vida pelo menos uma vez durante sua existência. Isso torna o suicídio a maior causa de mortes evitáveis no mundo, matando mais que os homicídios e as guerras (somados).
A situação também é mais comum em países mais pobres, que também são os países menos preparados para prevenir o suicídio. Isso não significa que não tenha gente engajada em melhorar a qualidade de vida dos suicidas.
O CVV (Centro de Valorização da Vida), por exemplo, é uma das organizações não governamentais (ONG) mais antigas do Brasil. Essa instituição, fundada em 1962, se baseia essencialmente no trabalho voluntário de milhares de pessoas distribuídas por todas as regiões do Brasil.
A missão do CVV, como seu nome sugere, é valorizar a vida. Sua principal iniciativa é o Programa de Apoio Emocional realizado por telefone, chat, e-mail, VoIP, correspondência ou pessoalmente.
“Oferecemos apoio emocional, com o objetivo de valorizar a vida de todas as pessoas, prevenindo, assim, que estas pensem em tirar suas próprias vidas”, conta Adriana Rizzo, voluntária do CVV, que também faz parte da equipe de divulgação da ONG.
O atendimento é gratuito e funciona 24 horas na maioria das cidades em que há um posto CVV. As pessoas podem conversar sobre todos os assuntos que considerarem importantes pra elas.
Como o serviço é anônimo, o CVV não tem identificador de chamada e os voluntários não pedem dados pessoais dos que buscam ajuda, é difícil colocar em números quantas vidas foram salvas pelo programa. Mas que muitas já foram, não há dúvida.
“Algumas pessoas que buscam nosso atendimento voltam a nos procurar para agradecer, mas isto não é esperado nem exigido por nós. Em época de fim de ano, elas nos procuram para agradecer e desejar um feliz natal, feliz ano novo”, diz Rizzo.
No quê o programa da CVV se baseia? Rizzo explica que o trabalho da ONG é eficaz porque se baseia em uma necessidade humana básica, que é a de se comunicar. “Sabemos que quando alguém não se comunica com outras pessoas, não tem esta oportunidade, os acontecimentos do dia a dia vão se acumulando e por vezes isto pode levar ao isolamento, depressão e pensamentos suicidas”, afirma.
A voluntária acredita que conversando e compartilhando suas dores e alegrias, as pessoas se sentem compreendidas, melhores e mais leves para continuar a viver.
Esse “senso comum”, aliás, tem base científica. A ciência está cheia de exemplos de situações nas quais os laços sociais desempenharam um fator muito importante na saúde e bem-estar físico e mental das pessoas.
Por exemplo, um estudo mostrou que pessoas com círculo social limitado (poucos amigos íntimos) tornam ou veem seus problemas maiores do que realmente são. Outra pesquisa sugeriu que relações sociais são tão importantes para a saúde como outros fatores de risco comuns, como tabaco, exercício físico e obesidade.
Já outros tipos de estudo fizeram associações entre a família e amigos e como isso ajudou as pessoas a superarem problemas. O suporte de um amigo, por exemplo, pode ajudar alguém a perder peso. O apoio da família é capaz de ajudar uma adolescente anoréxica a se recuperar melhor e mais rapidamente. Uma família amorosa pode ser fundamental para o bom desenvolvimento cerebral de uma criança no início da vida, assim como ser sociável na infância leva a felicidade na vida adulta.
Esses são só alguns exemplos de como a comunicação, o apoio e os laços sociais são importantes para nos manter saudáveis. O CVV pode não estar fazendo ciência de propósito, mas com certeza está colaborando para a vida humana.
Voluntariando
Achou o serviço interessante? Gostaria de se voluntariar? Os voluntários da CVV são pessoas comuns, com mais de 18 anos, que não precisam ter nenhuma formação especial, apenas vontade de ajudar alguém.
Se quiser entrar para o programa, basta participar de um curso gratuito para seleção de voluntários que acontece em todos os postos de atendimento do Brasil, várias vezes ao ano. Veja os endereços dos postos.
Se você precisa de ajuda, escolha a forma de comunicação que mais lhe agrada e entre em contato com a ONG. Você será atendido por um voluntário com o maior respeito e anonimato. Eles não estão lá para lhe aconselhar ou julgar, mas sim para lhe ouvir.
Os voluntários são devidamente treinados para conversar com qualquer pessoa que procure ajuda e apoio emocional e guardarão estrito sigilo sobre tudo que for dito, independente do meio selecionado.
Quer mais informações? Acesse o site da CVV, ou siga a instituição no Facebook ou Twitter.
Fonte: Hyperscience
Segundo dados da OMS, ao longo da vida, 17,1% dos brasileiros “pensaram seriamente em por fim à vida”, 4,8% chegaram a elaborar um plano para tanto, e 2,8% efetivamente tentaram o suicídio.
A média brasileira é de 25 suicídios por dia, número só inferior ao de mortes no trânsito e homicídios. Vale lembrar que o número real de suicídios pode ser bem maior, visto que muitas vezes estes casos são relatados como mortes acidentais.
Esses dados assustadores vêm acompanhados de um pedido da OMS para que os governos tratem esse problema de forma urgente.
Se o número de suicídios é alto, o número de tentativas é 20 vezes maior: 5% da população mundial vai tentar tirar a própria vida pelo menos uma vez durante sua existência. Isso torna o suicídio a maior causa de mortes evitáveis no mundo, matando mais que os homicídios e as guerras (somados).
A situação também é mais comum em países mais pobres, que também são os países menos preparados para prevenir o suicídio. Isso não significa que não tenha gente engajada em melhorar a qualidade de vida dos suicidas.
O CVV (Centro de Valorização da Vida), por exemplo, é uma das organizações não governamentais (ONG) mais antigas do Brasil. Essa instituição, fundada em 1962, se baseia essencialmente no trabalho voluntário de milhares de pessoas distribuídas por todas as regiões do Brasil.
A missão do CVV, como seu nome sugere, é valorizar a vida. Sua principal iniciativa é o Programa de Apoio Emocional realizado por telefone, chat, e-mail, VoIP, correspondência ou pessoalmente.
“Oferecemos apoio emocional, com o objetivo de valorizar a vida de todas as pessoas, prevenindo, assim, que estas pensem em tirar suas próprias vidas”, conta Adriana Rizzo, voluntária do CVV, que também faz parte da equipe de divulgação da ONG.
O atendimento é gratuito e funciona 24 horas na maioria das cidades em que há um posto CVV. As pessoas podem conversar sobre todos os assuntos que considerarem importantes pra elas.
Como o serviço é anônimo, o CVV não tem identificador de chamada e os voluntários não pedem dados pessoais dos que buscam ajuda, é difícil colocar em números quantas vidas foram salvas pelo programa. Mas que muitas já foram, não há dúvida.
“Algumas pessoas que buscam nosso atendimento voltam a nos procurar para agradecer, mas isto não é esperado nem exigido por nós. Em época de fim de ano, elas nos procuram para agradecer e desejar um feliz natal, feliz ano novo”, diz Rizzo.
No quê o programa da CVV se baseia? Rizzo explica que o trabalho da ONG é eficaz porque se baseia em uma necessidade humana básica, que é a de se comunicar. “Sabemos que quando alguém não se comunica com outras pessoas, não tem esta oportunidade, os acontecimentos do dia a dia vão se acumulando e por vezes isto pode levar ao isolamento, depressão e pensamentos suicidas”, afirma.
A voluntária acredita que conversando e compartilhando suas dores e alegrias, as pessoas se sentem compreendidas, melhores e mais leves para continuar a viver.
Esse “senso comum”, aliás, tem base científica. A ciência está cheia de exemplos de situações nas quais os laços sociais desempenharam um fator muito importante na saúde e bem-estar físico e mental das pessoas.
Por exemplo, um estudo mostrou que pessoas com círculo social limitado (poucos amigos íntimos) tornam ou veem seus problemas maiores do que realmente são. Outra pesquisa sugeriu que relações sociais são tão importantes para a saúde como outros fatores de risco comuns, como tabaco, exercício físico e obesidade.
Já outros tipos de estudo fizeram associações entre a família e amigos e como isso ajudou as pessoas a superarem problemas. O suporte de um amigo, por exemplo, pode ajudar alguém a perder peso. O apoio da família é capaz de ajudar uma adolescente anoréxica a se recuperar melhor e mais rapidamente. Uma família amorosa pode ser fundamental para o bom desenvolvimento cerebral de uma criança no início da vida, assim como ser sociável na infância leva a felicidade na vida adulta.
Esses são só alguns exemplos de como a comunicação, o apoio e os laços sociais são importantes para nos manter saudáveis. O CVV pode não estar fazendo ciência de propósito, mas com certeza está colaborando para a vida humana.
Voluntariando
Achou o serviço interessante? Gostaria de se voluntariar? Os voluntários da CVV são pessoas comuns, com mais de 18 anos, que não precisam ter nenhuma formação especial, apenas vontade de ajudar alguém.
Se quiser entrar para o programa, basta participar de um curso gratuito para seleção de voluntários que acontece em todos os postos de atendimento do Brasil, várias vezes ao ano. Veja os endereços dos postos.
Se você precisa de ajuda, escolha a forma de comunicação que mais lhe agrada e entre em contato com a ONG. Você será atendido por um voluntário com o maior respeito e anonimato. Eles não estão lá para lhe aconselhar ou julgar, mas sim para lhe ouvir.
Os voluntários são devidamente treinados para conversar com qualquer pessoa que procure ajuda e apoio emocional e guardarão estrito sigilo sobre tudo que for dito, independente do meio selecionado.
Quer mais informações? Acesse o site da CVV, ou siga a instituição no Facebook ou Twitter.
Fonte: Hyperscience
10 setembro 2012
02 setembro 2012
Horas de sono por noite
Sim. Eu preciso de oito horas (ou nove) de sono por noite. E você?
Somos frequentemente aconselhados a dormir cedo, e profundamente por oito horas para que tenhamos boa saúde. Entretanto, segundo o medicalxpress é um mito acreditar que cada um deve dormir as tais oito horas seguidas por noite.
“O período do sono é composto por ciclos de 90 minutos. Acordar entre esses ciclos é parte normal do padrão de sono e se torna mais comum a medida que envelhecemos. É hora de esclarecer o mito do sono contínuo e esperançosamente aliviar um pouco da ansiedade que vem ao ficar acordado no meio da noite” .
Então quais são as alternativas ao sono contínuo?
Siesta
Uma a duas horas de sono no início da tarde, seguido por um período mais longo de cinco a seis horas a noite. Tal como os mamíferos e pássaros, os seres humanos tendem a estar mais alertas no fim da tarde e ao anoitecer, e menos ativos no meio da tarde.
“Nossa tendência à siesta, ou queda de atenção após o almoço continuamente ocorrem naqueles que não tiram cochilos à tarde. Isso tem menos a ver com o exagero na hora do almoço e mais a ver com os ciclos circadianos, que controlam nosso relógio biológico, a produção de hormônios, a temperatura e a função digestiva durante um período de 24 horas”.
Sono bifásico
Esse padrão consiste em um sono inicial de quatro horas e meia, em seguida passa-se uma a duas horas acordado, para adormecer novamente por mais três horas. Isso corresponde a três ciclos de sono mais dois ciclos de sono de 90 minutos, com o intervalo de uma hora.
Não consegue dormir? Não se preocupe.
Hoje em dia a gente espera passar pouco tempo acordado na cama, desmaiando logo que nos deitamos e despertando apenas quando o despertador toca. Esse mito faz com que fiquemos preocupados se nos encontramos acordados no meio da noite. Essa preocupação pode levar, gradualmente, à insônia.
Os seres humanos podem dormir em cronogramas diferentes, com pouca diferença na competência desperta. Pesquisadores do sono por todo o mundo experimentaram um número de diferentes cronogramas de sono: dormir por 20 minutos a cada hora; dormir uma hora a cada três horas; dormir por dez horas a cada 28 horas. Os participantes sobrevivem facilmente em todos esses cronogramas apesar da inaplicabilidade no nosso mundo 24-horas.
A melhor qualidade de sono é obtida durante a nossa fase circadiana baixa – quando a temperatura corporal e a taxa metabólica estão mais baixas. Para a maioria das pessoas, isso ocorre tarde da noite. Mas assim como outras espécies, os humanos podem ser adormecidos oportunistas e satisfazer a necessidade de sono quando tiver a oportunidade (não deixe seu orientador saber disso).
Não há dúvidas que o mito de dormir profundamente por oito horas seguidas é uma imposição cultural recente. E embora satisfaça nosso estilo de vida moderno, tem as suas desvantagens. O maior impacto negativo é o poder de tornar pessoas comm boa qualidade de sono – mas que experimentaram o acordar normal durante a noite, em insones.
Somos frequentemente aconselhados a dormir cedo, e profundamente por oito horas para que tenhamos boa saúde. Entretanto, segundo o medicalxpress é um mito acreditar que cada um deve dormir as tais oito horas seguidas por noite.
“O período do sono é composto por ciclos de 90 minutos. Acordar entre esses ciclos é parte normal do padrão de sono e se torna mais comum a medida que envelhecemos. É hora de esclarecer o mito do sono contínuo e esperançosamente aliviar um pouco da ansiedade que vem ao ficar acordado no meio da noite” .
Então quais são as alternativas ao sono contínuo?
Siesta
Uma a duas horas de sono no início da tarde, seguido por um período mais longo de cinco a seis horas a noite. Tal como os mamíferos e pássaros, os seres humanos tendem a estar mais alertas no fim da tarde e ao anoitecer, e menos ativos no meio da tarde.
“Nossa tendência à siesta, ou queda de atenção após o almoço continuamente ocorrem naqueles que não tiram cochilos à tarde. Isso tem menos a ver com o exagero na hora do almoço e mais a ver com os ciclos circadianos, que controlam nosso relógio biológico, a produção de hormônios, a temperatura e a função digestiva durante um período de 24 horas”.
Sono bifásico
Esse padrão consiste em um sono inicial de quatro horas e meia, em seguida passa-se uma a duas horas acordado, para adormecer novamente por mais três horas. Isso corresponde a três ciclos de sono mais dois ciclos de sono de 90 minutos, com o intervalo de uma hora.
Não consegue dormir? Não se preocupe.
Hoje em dia a gente espera passar pouco tempo acordado na cama, desmaiando logo que nos deitamos e despertando apenas quando o despertador toca. Esse mito faz com que fiquemos preocupados se nos encontramos acordados no meio da noite. Essa preocupação pode levar, gradualmente, à insônia.
Os seres humanos podem dormir em cronogramas diferentes, com pouca diferença na competência desperta. Pesquisadores do sono por todo o mundo experimentaram um número de diferentes cronogramas de sono: dormir por 20 minutos a cada hora; dormir uma hora a cada três horas; dormir por dez horas a cada 28 horas. Os participantes sobrevivem facilmente em todos esses cronogramas apesar da inaplicabilidade no nosso mundo 24-horas.
A melhor qualidade de sono é obtida durante a nossa fase circadiana baixa – quando a temperatura corporal e a taxa metabólica estão mais baixas. Para a maioria das pessoas, isso ocorre tarde da noite. Mas assim como outras espécies, os humanos podem ser adormecidos oportunistas e satisfazer a necessidade de sono quando tiver a oportunidade (não deixe seu orientador saber disso).
Não há dúvidas que o mito de dormir profundamente por oito horas seguidas é uma imposição cultural recente. E embora satisfaça nosso estilo de vida moderno, tem as suas desvantagens. O maior impacto negativo é o poder de tornar pessoas comm boa qualidade de sono – mas que experimentaram o acordar normal durante a noite, em insones.
22 agosto 2012
Aumente a sua disposição
1. TOME CAFÉ DA MANHÃ
Um dos retratos mais comuns das pessoas engolfadas pela rotina estressante é o de sair de casa sem comer nada. Isso vai minando a saúde. Como se trata de acumular energia para o dia, e não apenas para as primeiras horas da manhã prefira alimentos equilibrados nos nutrientes. Ricos em carboidratos, mas que contenham também proteínas e gorduras saudáveis. Tais como frutas, aveia, ovo – sim, ovo é uma boa pedida para o café da manhã – ou até o jantar do dia anterior, que geralmente é uma refeição consistente. Alimentos como pães e bolos vão dar uma alavancada no seu entusiasmo matinal, por algumas horas, e quando o açúcar acabar você ficará sem energia.
2. FORJE A ENERGIA AO SEU REDOR
Naqueles dias em que você acorda até com preguiça de existir, é uma boa pedida fingir que você está cheio de energia. Isso faz com que você realmente fique mais disposto, porque seu cérebro capta os sinais externos e internos que dizem isso. Comece lavando bem o rosto, use uma roupa limpa, clara, abra um sorriso para as pessoas. Mostre ao mundo exterior que você está entusiasmado. Mesmo que não seja realista, você acaba se influenciando.
3. VIVA O LADO POSITIVO
Essa é só entre você e a sua mente. Eleve seu estado de espírito. Não pense no que você perdeu, mas no que já ganhou. Não lamente o que você não tem, valorize o que tem. Sempre que você, ou (o que é mais comum) outra pessoa perceber que está de mau humor, pare e reflita. Afinal, porque eu estou de mau humor? Ache a causa e tente extraí-la, ou pelo menos amenizá-la. Elevar sua energia positiva depende mais de você do que do mundo que o cerca.
4. INVENTE COISAS NOVAS
Uma rotina sem nenhuma novidade vai minando seu humor e sua energia pouco a pouco. Um pouco de mudança na rotina é seguida da liberação de dopamina, que te prepara para a ação. É importante aprender coisas novas.
5. BEBA ALGO GELADO
Não é só uma questão de se manter hidratado, a temperatura baixa da bebida é um ótimo meio de dar uma despertada em você. A água é uma boa, mas se você beber chá ou café gelado terá um efeito duplicado, porque as bebidas contêm cafeína.
6. BEBA CAFÉ CONTINUAMENTE
Mais eficaz do que mergulhar a cara no bule de café, uma só vez pela manhã, e ir tomando pequenos goles ao longo do dia. Em intervalos de, digamos, uma hora, tome uma xícara. O efeito da cafeína é forte, mas efêmero.
7. NÃO MINTA
Mentir rouba muita energia psicológica. E o principal causador não é o momento da mentira em si, mas o constante sobressalto em que você fica, pensando no que vai falar, para que os outros não descubram sua mentira. Recomenda-se, contudo, evitar a franqueza extrema. Às vezes a verdade nua e sem rodeios pode magoar, mas você pode “esculpir” a sua verdade. Ao invés de dizer que seu colega de trabalho tem ideias de jerico, diga que ele tem ideias boas, mas aquela em especial pode não funcionar.
8. RESPIRE FUNDO
A respiração profunda é mais eficiente do que a respiração curta para dar uma revitalizada. Existe uma verdadeira fórmula médica, chamada de “4-7-8” para nos ensinar como respirar fundo: coloque a ponta da sua língua contra o céu da boca atrás dos dentes superiores e expire completamente pela boca, para produzir o som de uma lufada. Em seguida, feche a boca e inspire profundamente pelo nariz em quatro segundos, segure a respiração por sete, depois expire pela boca por oito segundos. Repita a operação pelo menos três vezes e procure sempre “levar o ar para a barriga” . Se você está estressado, é o melhor remédio: essa respiração profunda injeta mias oxigênio em suas células, reduz a frequência cardíaca, diminui a pressão sanguínea e melhora a circulação, resultando em um aumento de energia.
9. ORGANIZE SEU ESPAÇO
Seja seu quarto, seu escritório ou seu consultório, mantenha o espaço organizado. É muito mais estimulante trabalhar em um lugar limpo e arrumado, onde as coisas estão em ordem, do que no meio de uma bagunça. Cole frases com seus objetivos na parede, escreva no caderno, ponha na tela do fundo desktop, incentive-se! Essa frase pode ser algo simples e imediato como “quero terminar esse relatório ainda hoje”, ou algo mais sucinto e duradouro, como “estude!”. O importante é ter um estímulo visual.
10. COMBINE MÚSICA COM EXERCÍCIOS
Quando estiver correndo no parque ou fazendo polichinelos em casa, um ritmo frenético no fone de ouvido é realmente uma boa pedida. A maioria das academias pensa nisso, daí a escolha criteriosa para as Playlists que tocam no ambiente enquanto o pessoal está malhando. É claro que você não vai se exercitar ouvindo a marcha fúnebre; precisa ser um ritmo alegre, que te empurre para cima. Se quiser, pode estender o benefício da música animada para além dos exercícios, ouvindo no trabalho ou no estudo, desde que não tire a concentração.
11. TENTE TRANSFORMAR TUDO EM EXERCÍCIO
Todos sabem como é muito difícil para algumas pessoas tirar uma ou mias horas do seu dia para se dedicar ao exercício físico (que envolve não apenas o tempo da atividade em si, mas o deslocamento até o parque/academia, aquecimento, alongamento, etc.). Por isso, esteja sempre em movimento. No trabalho, dê periodicamente uma volta andando por onde puder. Mova os braços e pernas, interrompa o expediente por uns cinco minutos para se alongar um pouco. Mexa-se.
12. COMA CHOCOLATE ESCURO
Há uma lenda popular que alimentos ricos em açúcar fornecem uma carga contínua e inabalável de energia. Deve-se tomar cuidado com isso: o açúcar, por si só, abastece o corpo com energia instantânea, mas efêmera: você experimenta um pico de energia corporal que cai rapidamente. O chocolate escuro contém o estimulante teobromina, um alcaloide que demora a ser consumido pelo organismo, e fornece, portanto, uma energia mais duradoura.
13. MANTENHA-SE HIDRATADO
O cansaço precede a desidratação como a lua precede o sol. Não estar hidratado é uma porta para baixar o metabolismo rapidamente, o que faz sua energia ir lá para baixo. Mas para se hidratar não adianta ficar só na água; é preciso consumir potássio, que regula a circulação de líquidos no organismo. Água de coco, banana, abacate e batata, são recomendados para essa função.
Fonte: HyperScience
Um dos retratos mais comuns das pessoas engolfadas pela rotina estressante é o de sair de casa sem comer nada. Isso vai minando a saúde. Como se trata de acumular energia para o dia, e não apenas para as primeiras horas da manhã prefira alimentos equilibrados nos nutrientes. Ricos em carboidratos, mas que contenham também proteínas e gorduras saudáveis. Tais como frutas, aveia, ovo – sim, ovo é uma boa pedida para o café da manhã – ou até o jantar do dia anterior, que geralmente é uma refeição consistente. Alimentos como pães e bolos vão dar uma alavancada no seu entusiasmo matinal, por algumas horas, e quando o açúcar acabar você ficará sem energia.
2. FORJE A ENERGIA AO SEU REDOR
Naqueles dias em que você acorda até com preguiça de existir, é uma boa pedida fingir que você está cheio de energia. Isso faz com que você realmente fique mais disposto, porque seu cérebro capta os sinais externos e internos que dizem isso. Comece lavando bem o rosto, use uma roupa limpa, clara, abra um sorriso para as pessoas. Mostre ao mundo exterior que você está entusiasmado. Mesmo que não seja realista, você acaba se influenciando.
3. VIVA O LADO POSITIVO
Essa é só entre você e a sua mente. Eleve seu estado de espírito. Não pense no que você perdeu, mas no que já ganhou. Não lamente o que você não tem, valorize o que tem. Sempre que você, ou (o que é mais comum) outra pessoa perceber que está de mau humor, pare e reflita. Afinal, porque eu estou de mau humor? Ache a causa e tente extraí-la, ou pelo menos amenizá-la. Elevar sua energia positiva depende mais de você do que do mundo que o cerca.
4. INVENTE COISAS NOVAS
Uma rotina sem nenhuma novidade vai minando seu humor e sua energia pouco a pouco. Um pouco de mudança na rotina é seguida da liberação de dopamina, que te prepara para a ação. É importante aprender coisas novas.
5. BEBA ALGO GELADO
Não é só uma questão de se manter hidratado, a temperatura baixa da bebida é um ótimo meio de dar uma despertada em você. A água é uma boa, mas se você beber chá ou café gelado terá um efeito duplicado, porque as bebidas contêm cafeína.
6. BEBA CAFÉ CONTINUAMENTE
Mais eficaz do que mergulhar a cara no bule de café, uma só vez pela manhã, e ir tomando pequenos goles ao longo do dia. Em intervalos de, digamos, uma hora, tome uma xícara. O efeito da cafeína é forte, mas efêmero.
7. NÃO MINTA
Mentir rouba muita energia psicológica. E o principal causador não é o momento da mentira em si, mas o constante sobressalto em que você fica, pensando no que vai falar, para que os outros não descubram sua mentira. Recomenda-se, contudo, evitar a franqueza extrema. Às vezes a verdade nua e sem rodeios pode magoar, mas você pode “esculpir” a sua verdade. Ao invés de dizer que seu colega de trabalho tem ideias de jerico, diga que ele tem ideias boas, mas aquela em especial pode não funcionar.
8. RESPIRE FUNDO
A respiração profunda é mais eficiente do que a respiração curta para dar uma revitalizada. Existe uma verdadeira fórmula médica, chamada de “4-7-8” para nos ensinar como respirar fundo: coloque a ponta da sua língua contra o céu da boca atrás dos dentes superiores e expire completamente pela boca, para produzir o som de uma lufada. Em seguida, feche a boca e inspire profundamente pelo nariz em quatro segundos, segure a respiração por sete, depois expire pela boca por oito segundos. Repita a operação pelo menos três vezes e procure sempre “levar o ar para a barriga” . Se você está estressado, é o melhor remédio: essa respiração profunda injeta mias oxigênio em suas células, reduz a frequência cardíaca, diminui a pressão sanguínea e melhora a circulação, resultando em um aumento de energia.
9. ORGANIZE SEU ESPAÇO
Seja seu quarto, seu escritório ou seu consultório, mantenha o espaço organizado. É muito mais estimulante trabalhar em um lugar limpo e arrumado, onde as coisas estão em ordem, do que no meio de uma bagunça. Cole frases com seus objetivos na parede, escreva no caderno, ponha na tela do fundo desktop, incentive-se! Essa frase pode ser algo simples e imediato como “quero terminar esse relatório ainda hoje”, ou algo mais sucinto e duradouro, como “estude!”. O importante é ter um estímulo visual.
10. COMBINE MÚSICA COM EXERCÍCIOS
Quando estiver correndo no parque ou fazendo polichinelos em casa, um ritmo frenético no fone de ouvido é realmente uma boa pedida. A maioria das academias pensa nisso, daí a escolha criteriosa para as Playlists que tocam no ambiente enquanto o pessoal está malhando. É claro que você não vai se exercitar ouvindo a marcha fúnebre; precisa ser um ritmo alegre, que te empurre para cima. Se quiser, pode estender o benefício da música animada para além dos exercícios, ouvindo no trabalho ou no estudo, desde que não tire a concentração.
11. TENTE TRANSFORMAR TUDO EM EXERCÍCIO
Todos sabem como é muito difícil para algumas pessoas tirar uma ou mias horas do seu dia para se dedicar ao exercício físico (que envolve não apenas o tempo da atividade em si, mas o deslocamento até o parque/academia, aquecimento, alongamento, etc.). Por isso, esteja sempre em movimento. No trabalho, dê periodicamente uma volta andando por onde puder. Mova os braços e pernas, interrompa o expediente por uns cinco minutos para se alongar um pouco. Mexa-se.
12. COMA CHOCOLATE ESCURO
Há uma lenda popular que alimentos ricos em açúcar fornecem uma carga contínua e inabalável de energia. Deve-se tomar cuidado com isso: o açúcar, por si só, abastece o corpo com energia instantânea, mas efêmera: você experimenta um pico de energia corporal que cai rapidamente. O chocolate escuro contém o estimulante teobromina, um alcaloide que demora a ser consumido pelo organismo, e fornece, portanto, uma energia mais duradoura.
13. MANTENHA-SE HIDRATADO
O cansaço precede a desidratação como a lua precede o sol. Não estar hidratado é uma porta para baixar o metabolismo rapidamente, o que faz sua energia ir lá para baixo. Mas para se hidratar não adianta ficar só na água; é preciso consumir potássio, que regula a circulação de líquidos no organismo. Água de coco, banana, abacate e batata, são recomendados para essa função.
Fonte: HyperScience
02 agosto 2012
Depressão
"O que está pesando é a vida".
Queridos leitores, achei interessante publicar esta entrevista que passou na CBN pensando nos tantos alunos (de todos os níveis, desde a graduação até o doutorado) que sofrem com depressão ou com a frustração confundida com a doença. Dica de José de Assis Tito, um querido e futuro membro da minha família.
Debate com Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria e Miguel Chalub, psiquiatra e professor da UFRJ e UERJ.
O interessante é que eles destacam a depressão não apenas existente, mas a que possivelmente existirá. Assim, é importante se cuidar para evitar os problemas psicológicos (há incentivo, inclusive, de campanha para esclarecimento do público).
Então lembre-se:
- Faça exercícios físicos;
- Se alimente bem;
- Tenha horário para descansar, para lazer, para cuidar de você;
- Não leve a vida tão a sério (trânsito, filas, etc).
Sempre haverá um artigo a ser escrito, um trabalho a ser melhorado, uma tarefa para melhorar o currículo. Mais importante que isso é ter equilibrio, agir com harmonia e se priorizar.
Queridos leitores, achei interessante publicar esta entrevista que passou na CBN pensando nos tantos alunos (de todos os níveis, desde a graduação até o doutorado) que sofrem com depressão ou com a frustração confundida com a doença. Dica de José de Assis Tito, um querido e futuro membro da minha família.
Debate com Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria e Miguel Chalub, psiquiatra e professor da UFRJ e UERJ.
O interessante é que eles destacam a depressão não apenas existente, mas a que possivelmente existirá. Assim, é importante se cuidar para evitar os problemas psicológicos (há incentivo, inclusive, de campanha para esclarecimento do público).
Então lembre-se:
- Faça exercícios físicos;
- Se alimente bem;
- Tenha horário para descansar, para lazer, para cuidar de você;
- Não leve a vida tão a sério (trânsito, filas, etc).
Sempre haverá um artigo a ser escrito, um trabalho a ser melhorado, uma tarefa para melhorar o currículo. Mais importante que isso é ter equilibrio, agir com harmonia e se priorizar.
30 março 2012
Entrevista com Daron Acemoglu
De acordo com Ideas/Repec, Daron Acemoglu, economista turco e professor do MIT, está entre os 10 economistas mais citados do mundo e, em 2005, foi premiado com o prêmio John Bates Clark Medal. Atua nas áreas de crescimento e desenvolvimento econômico, desigualdade de renda e capital humano. Sua fama está relacionada aos trabalhos que realiza acerca do impacto do ambiente político sobre o crescimento econômico.
Na última semana, juntamente com James Robinson lançou o livro Why Nations Fail:The Origins of Power, Prosperity and Poverty. A principal tese do livro é que o sistema político e suas instituições são a chave para o crescimento e desenvolvimento econômico e explicam as diferenças de renda entre as nações. Países que têm o que eles chamam de sistema político "inclusivo" - aqueles que estendem os direitos políticos e de propriedade tão amplamente quanto possível e, ao mesmo tempo, fazem cumprir as leis e fornecem alguma infra-estrutura pública - experimentam maior crescimento no longo prazo. Por outro lado, Acemoglu e Robinson afirmam que os países com sistema político "extrativista" - em que o poder é exercido por uma pequena elite - ou não conseguem crescer de forma ampla ou definham após curtos períodos de expansão econômica.
Segundo Acemoglu, o crescimento econômico depende de inovação tecnológica generalizada. Mas, a inovação somente se sustenta nos países em que promovem os direitos políticos e de propriedade, dando às pessoas mais incentivo para inventar coisas..O NYT publicou uma resenha otimista sobre o trabalho, enquanto a The Economist fez algumas criticas negativas sobre a tese do livro. Porém, a resenha mais interessante é de Francis Fukuyama.
Na entrevista abaixo, Acemoglu fala de desigualdade de renda e comenta sobre cinco livros que tratam do tema. Eis alguns trechos interessantes:
Inequality is in the news a lot right now. How should we be thinking about it and trying to get our heads around it?
Inequality is one of the things that has changed quite a lot in the United States and other economies over the last three decades or so. A lot of things don’t change radically, but inequality has. Understanding why that has happened and what it implies for our society is important. So it’s a good thing that it’s in the news, it’s an important topic and there is no reason for it to be taboo. Having said that, there is no broad consensus among social scientists about how to talk about inequality, and the average economist probably thinks about it very differently than the average layman. I’m not saying one is right and one is wrong, but the conversation needs to be expanded to bring these different viewpoints to the table.
What’s the economist’s view?
The default position of economists is that inequality reflects the unequal human capital or productive capabilities of different workers. If you start with that premise – that what people earn is commensurate with their contribution to their employer, and also perhaps to society – then greater inequality tells you something about how people’s productivities have evolved over time...We’ve seen a big increase in inequality, measured in various ways, and this reflects the fact that the top people, the more educated, high earners have become more skilled. Technology has favoured them, globalisation has favoured them, and inequality has increased for that reason.
Let’s go through your books. Your first choice is The Race between Education and Technology, published by Harvard University Press. You mentioned in an earlier email to me that it is “a must-read for anyone interested in inequality”. Tell me more.
Acemoglu: It highlights in a very clear manner what determines the productivities of different individuals and different groups. It takes its cue from a phrase that the famous Dutch economist, Jan Tinbergen coined. The key idea is that technological changes often increase the demand for more skilled workers, so in order to keep inequality in check you need to have a steady increase in the supply of skilled workers in the economy. He called this “the race between education and technology”. If the race is won by technology, inequality tends to increase, if the race is won by education, inequality tends to decrease.
One is that technology has become even more biased towards more skilled, higher earning workers than before. So, all else being equal, that will tend to increase inequality. Secondly, we’ve been going through a phase of globalisation. Things such as trading with China – where low-skill labour is much cheaper – are putting pressure on low wages. Third, and possibly most important, is that the US education system has been failing terribly at some level. We haven’t been able to increase the share of our youth that completes college or high school. It’s really remarkable, and most people wouldn’t actually guess this, but in the US, the cohorts that had the highest high-school graduation rates were the ones that were graduating in the middle of the 1960s. Our high-school graduation rate has actually been declining since then. If you look at college, it’s the same thing. This is hugely important, and it’s really quite shocking. It has a major effect on inequality, because it is making skills much more scarce then they should be.
One of the things they point out is that top income shares in the US and the UK started to increase during the Reagan and Thatcher administrations. Isn’t rising inequality just the result of Reagan and Thatcher reducing taxes on the rich?
I personally don’t think that’s the main thing, though it certainly played a role. It played a role for capital income. When you look at the top 0.1%, many of them are capital earners. So if you tax capital heavily, then the rich are not going to have as much capital left and capital income is not going to be as unequally distributed. There is a very mechanical effect from taxation there. But there are two other, more subtle, effects from taxation. One is that more progressive taxation – higher taxes at the top – may discourage people from working very hard and putting in effort. That will reduce their earnings and thus inequality. That may be inefficient, but it’s one of the things that happen when you have high taxes. Secondly, it might change the way in which people bargain with their companies and engage in “rent-seeking” activities in order to increase their pay or their bonuses. In the extreme – and I don’t think this contributes a lot, but just to illustrate – if top incomes were taxed at 99%, then no CEO would be tempted to do semi-illegal things in order to increase his pay, because there would be nothing to gain from doing so. If the top tax rate is 30%, on the other hand, and CEOs get pay from options, they may be tempted to do things like the Enron CEO, Kenneth Lay, did, because they get a lot of money in return. So while high tax rates at the top may inefficiently reduce these people’s labour supply, it may also reduce their rent-seeking activities.
OK, so to get more of a sense of your own view, let’s talk about your book, Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity and Poverty.
In terms of understanding this top inequality, I mentioned the possibility that it might be about politics. How should we think about politics? What are the levers of politics? For that we need a conceptual framework and that’s what this book tries to provide. It’s co-authored with my long-term collaborator and friend Jim Robinson – and it’s not about US or UK or Canadian inequality. It runs through several thousand years of history, and tries to explain how societies work and why, often, they fail to generate prosperity for their citizens. It’s a very political story.
...The absolutist institutions created a very unequal distribution of political power and a very unequal distribution of economic gains in society and the two became synergistic – the very unequal distribution of political power locked in a very unequal distribution of economics gains. This created a vicious circle, but the conflict it engendered sometimes led to a breaking down of the institutions that this unequal distribution depended on, opening the way for more open institutions, which are one of the engines of prosperity.
Na última semana, juntamente com James Robinson lançou o livro Why Nations Fail:The Origins of Power, Prosperity and Poverty. A principal tese do livro é que o sistema político e suas instituições são a chave para o crescimento e desenvolvimento econômico e explicam as diferenças de renda entre as nações. Países que têm o que eles chamam de sistema político "inclusivo" - aqueles que estendem os direitos políticos e de propriedade tão amplamente quanto possível e, ao mesmo tempo, fazem cumprir as leis e fornecem alguma infra-estrutura pública - experimentam maior crescimento no longo prazo. Por outro lado, Acemoglu e Robinson afirmam que os países com sistema político "extrativista" - em que o poder é exercido por uma pequena elite - ou não conseguem crescer de forma ampla ou definham após curtos períodos de expansão econômica.
Segundo Acemoglu, o crescimento econômico depende de inovação tecnológica generalizada. Mas, a inovação somente se sustenta nos países em que promovem os direitos políticos e de propriedade, dando às pessoas mais incentivo para inventar coisas..O NYT publicou uma resenha otimista sobre o trabalho, enquanto a The Economist fez algumas criticas negativas sobre a tese do livro. Porém, a resenha mais interessante é de Francis Fukuyama.
Na entrevista abaixo, Acemoglu fala de desigualdade de renda e comenta sobre cinco livros que tratam do tema. Eis alguns trechos interessantes:
Inequality is in the news a lot right now. How should we be thinking about it and trying to get our heads around it?
Inequality is one of the things that has changed quite a lot in the United States and other economies over the last three decades or so. A lot of things don’t change radically, but inequality has. Understanding why that has happened and what it implies for our society is important. So it’s a good thing that it’s in the news, it’s an important topic and there is no reason for it to be taboo. Having said that, there is no broad consensus among social scientists about how to talk about inequality, and the average economist probably thinks about it very differently than the average layman. I’m not saying one is right and one is wrong, but the conversation needs to be expanded to bring these different viewpoints to the table.
What’s the economist’s view?
The default position of economists is that inequality reflects the unequal human capital or productive capabilities of different workers. If you start with that premise – that what people earn is commensurate with their contribution to their employer, and also perhaps to society – then greater inequality tells you something about how people’s productivities have evolved over time...We’ve seen a big increase in inequality, measured in various ways, and this reflects the fact that the top people, the more educated, high earners have become more skilled. Technology has favoured them, globalisation has favoured them, and inequality has increased for that reason.
Let’s go through your books. Your first choice is The Race between Education and Technology, published by Harvard University Press. You mentioned in an earlier email to me that it is “a must-read for anyone interested in inequality”. Tell me more.
Acemoglu: It highlights in a very clear manner what determines the productivities of different individuals and different groups. It takes its cue from a phrase that the famous Dutch economist, Jan Tinbergen coined. The key idea is that technological changes often increase the demand for more skilled workers, so in order to keep inequality in check you need to have a steady increase in the supply of skilled workers in the economy. He called this “the race between education and technology”. If the race is won by technology, inequality tends to increase, if the race is won by education, inequality tends to decrease.
One is that technology has become even more biased towards more skilled, higher earning workers than before. So, all else being equal, that will tend to increase inequality. Secondly, we’ve been going through a phase of globalisation. Things such as trading with China – where low-skill labour is much cheaper – are putting pressure on low wages. Third, and possibly most important, is that the US education system has been failing terribly at some level. We haven’t been able to increase the share of our youth that completes college or high school. It’s really remarkable, and most people wouldn’t actually guess this, but in the US, the cohorts that had the highest high-school graduation rates were the ones that were graduating in the middle of the 1960s. Our high-school graduation rate has actually been declining since then. If you look at college, it’s the same thing. This is hugely important, and it’s really quite shocking. It has a major effect on inequality, because it is making skills much more scarce then they should be.
One of the things they point out is that top income shares in the US and the UK started to increase during the Reagan and Thatcher administrations. Isn’t rising inequality just the result of Reagan and Thatcher reducing taxes on the rich?
I personally don’t think that’s the main thing, though it certainly played a role. It played a role for capital income. When you look at the top 0.1%, many of them are capital earners. So if you tax capital heavily, then the rich are not going to have as much capital left and capital income is not going to be as unequally distributed. There is a very mechanical effect from taxation there. But there are two other, more subtle, effects from taxation. One is that more progressive taxation – higher taxes at the top – may discourage people from working very hard and putting in effort. That will reduce their earnings and thus inequality. That may be inefficient, but it’s one of the things that happen when you have high taxes. Secondly, it might change the way in which people bargain with their companies and engage in “rent-seeking” activities in order to increase their pay or their bonuses. In the extreme – and I don’t think this contributes a lot, but just to illustrate – if top incomes were taxed at 99%, then no CEO would be tempted to do semi-illegal things in order to increase his pay, because there would be nothing to gain from doing so. If the top tax rate is 30%, on the other hand, and CEOs get pay from options, they may be tempted to do things like the Enron CEO, Kenneth Lay, did, because they get a lot of money in return. So while high tax rates at the top may inefficiently reduce these people’s labour supply, it may also reduce their rent-seeking activities.
OK, so to get more of a sense of your own view, let’s talk about your book, Why Nations Fail: The Origins of Power, Prosperity and Poverty.
In terms of understanding this top inequality, I mentioned the possibility that it might be about politics. How should we think about politics? What are the levers of politics? For that we need a conceptual framework and that’s what this book tries to provide. It’s co-authored with my long-term collaborator and friend Jim Robinson – and it’s not about US or UK or Canadian inequality. It runs through several thousand years of history, and tries to explain how societies work and why, often, they fail to generate prosperity for their citizens. It’s a very political story.
...The absolutist institutions created a very unequal distribution of political power and a very unequal distribution of economic gains in society and the two became synergistic – the very unequal distribution of political power locked in a very unequal distribution of economics gains. This created a vicious circle, but the conflict it engendered sometimes led to a breaking down of the institutions that this unequal distribution depended on, opening the way for more open institutions, which are one of the engines of prosperity.
Labels:
auditoria,
Beatles,
cuidados com a saúde,
desenvolvimento,
desigualdade,
dicas,
economia,
economista,
entrevista,
falácia,
história da contabilidade,
livros,
Mestrado,
prosperity and poverty,
TED,
teste da semana,
why the nations fail: the origins of power
28 março 2012
Entrevista com Byron Reeves
Byron Reeves, professor da Universidade de Stanford,é especialista na estudo da influência dos jogos sobre o comportamento dos profissionais. É autor de mais de 100 artigos sobre mídia e psicologia.Além disso, é co-fundador do H-Star Institute, centro de pesquisa, que estuda a relação das pessoas e da tecnologia.Na entrevista, ele trata da influência dos jogos no comportamento dos profissionais dentro das corporações:
Valor: Como os videogames influenciam a maneira como as pessoas trabalham?
Byron Reeves: Há 17 anos estou tentando entender de que forma o entretenimento e os jogos estão mudando as relações profissionais. É possível extrair ingredientes muito interessantes dos jogos que podem ser identificados em certos comportamentos no ambiente de trabalho. As evidências que temos é que eles deixam as pessoas mais engajadas. Muitas das tarefas que as pessoas realizam hoje são pesadas e repetitivas. Por isso, é difícil para elas enxergarem um propósito maior naquilo que estão fazendo. Os jogos incentivam a produtividade, no sentido de que neles as pessoas sabem exatamente de que forma estão contribuindo para o todo, para a realização de um objetivo maior.
Valor: A cultura dos jogos tende a acirrar a competitividade entre os profissionais?
Reeves: Essa nova geração de pessoas que jogam videogame está muito familiarizada com a competição. No entanto, ela acontece de uma maneira menos séria do que as gerações anteriores conheceram. A grande velocidade dos jogos faz com que as pessoas se adaptem mais facilmente a novas disputas. Muitos dos jogos, inclusive, envolvem times, então a competição não é apenas entre indivíduos. Você colabora com uma equipe e compete com outra. São movimentos importantes para a nova dinâmica dos negócios. Hoje, os jogos são a maior forma de entretenimento que existe, especialmente nos Estados Unidos. São produtos que as pessoas chegam a usar 40 horas por semana e a idade média dos jogadores é de 35 anos. É algo que todo mundo está fazendo ou se familiarizando.
Valor: É possível transferir o entusiasmo e a concentração que as pessoas têm quando jogam em casa para o ambiente de trabalho?
Reeves: Sim, é muito importante captar essa energia. Esse caminho é fundamental para a tecnologia interativa nos negócios. Muitas vezes, as companhias desenvolvem ferramentas poderosas onde todos estão conectados, mas que não são divertidas. Geralmente, as pessoas se perguntam porque não podem ter no trabalho coisas mais parecidas com as que usam em casa.
Valor: É também um treino de estratégia para os líderes?
Reeves: Toda a ação nos videogames é estratégica. Mas uma coisa interessante é que ela envolve sempre tentativa e erro. No jogo, você não marca um encontro para o próximo mês a fim de pensar em como vai agir. Não é assim que funciona.
Valor: Existe um espaço maior para erros?
Reeves: Nos jogos, o fracasso é esperado e é bom, pois é possível aprender com ele. Quando se tem uma ideia, ela é colocada em prática imediatamente. Caso não funcione, você pensa em outra ação e, assim, experimenta alternativas rapidamente.
Valor: Precisar repetir muitas vezes um movimento até descobrir como passar para uma nova fase ajuda a pessoa a ser mais paciente? Isso funciona no trabalho?
Reeves: No jogo você tenta, tenta e tenta de novo. Uma característica dos videogames difícil de se conseguir no mundo corporativo é que neles você tem um feedback instantâneo e permanente. No trabalho, o retorno sobre o que você faz pode aparecer só no fim do trimestre, do semestre ou do ano.
Valor: Como os videogames podem ajudar as organizações a conquistar novos mercados e a vencer competidores?
Reeves: Engajando seus empregados. Imagine que seu trabalho se passa dentro de um jogo. Você faz parte de um time, recebe pontos e reconhecimento sobre todos os aspectos da sua atuação e sabe como as coisas estão indo. O mais interessante, porém, é que você se envolve na história da companhia. Mesmo em grandes organizações com cem mil funcionários, até a menor contribuição tem valor. No jogo, é possível saber claramente qual é a minha responsabilidade e a minha participação no sucesso do todo. Sei exatamente o que eu fiz para que as coisas funcionassem e sou reconhecido por isso. Sinto-me, dessa maneira, parte da história. Isso é algo extremamente valioso e que as organizações deveriam usar em seu favor.
Valor: Como os videogames influenciam a maneira como as pessoas trabalham?
Byron Reeves: Há 17 anos estou tentando entender de que forma o entretenimento e os jogos estão mudando as relações profissionais. É possível extrair ingredientes muito interessantes dos jogos que podem ser identificados em certos comportamentos no ambiente de trabalho. As evidências que temos é que eles deixam as pessoas mais engajadas. Muitas das tarefas que as pessoas realizam hoje são pesadas e repetitivas. Por isso, é difícil para elas enxergarem um propósito maior naquilo que estão fazendo. Os jogos incentivam a produtividade, no sentido de que neles as pessoas sabem exatamente de que forma estão contribuindo para o todo, para a realização de um objetivo maior.
Valor: A cultura dos jogos tende a acirrar a competitividade entre os profissionais?
Reeves: Essa nova geração de pessoas que jogam videogame está muito familiarizada com a competição. No entanto, ela acontece de uma maneira menos séria do que as gerações anteriores conheceram. A grande velocidade dos jogos faz com que as pessoas se adaptem mais facilmente a novas disputas. Muitos dos jogos, inclusive, envolvem times, então a competição não é apenas entre indivíduos. Você colabora com uma equipe e compete com outra. São movimentos importantes para a nova dinâmica dos negócios. Hoje, os jogos são a maior forma de entretenimento que existe, especialmente nos Estados Unidos. São produtos que as pessoas chegam a usar 40 horas por semana e a idade média dos jogadores é de 35 anos. É algo que todo mundo está fazendo ou se familiarizando.
Valor: É possível transferir o entusiasmo e a concentração que as pessoas têm quando jogam em casa para o ambiente de trabalho?
Reeves: Sim, é muito importante captar essa energia. Esse caminho é fundamental para a tecnologia interativa nos negócios. Muitas vezes, as companhias desenvolvem ferramentas poderosas onde todos estão conectados, mas que não são divertidas. Geralmente, as pessoas se perguntam porque não podem ter no trabalho coisas mais parecidas com as que usam em casa.
Valor: É também um treino de estratégia para os líderes?
Reeves: Toda a ação nos videogames é estratégica. Mas uma coisa interessante é que ela envolve sempre tentativa e erro. No jogo, você não marca um encontro para o próximo mês a fim de pensar em como vai agir. Não é assim que funciona.
Valor: Existe um espaço maior para erros?
Reeves: Nos jogos, o fracasso é esperado e é bom, pois é possível aprender com ele. Quando se tem uma ideia, ela é colocada em prática imediatamente. Caso não funcione, você pensa em outra ação e, assim, experimenta alternativas rapidamente.
Valor: Precisar repetir muitas vezes um movimento até descobrir como passar para uma nova fase ajuda a pessoa a ser mais paciente? Isso funciona no trabalho?
Reeves: No jogo você tenta, tenta e tenta de novo. Uma característica dos videogames difícil de se conseguir no mundo corporativo é que neles você tem um feedback instantâneo e permanente. No trabalho, o retorno sobre o que você faz pode aparecer só no fim do trimestre, do semestre ou do ano.
Valor: Como os videogames podem ajudar as organizações a conquistar novos mercados e a vencer competidores?
Reeves: Engajando seus empregados. Imagine que seu trabalho se passa dentro de um jogo. Você faz parte de um time, recebe pontos e reconhecimento sobre todos os aspectos da sua atuação e sabe como as coisas estão indo. O mais interessante, porém, é que você se envolve na história da companhia. Mesmo em grandes organizações com cem mil funcionários, até a menor contribuição tem valor. No jogo, é possível saber claramente qual é a minha responsabilidade e a minha participação no sucesso do todo. Sei exatamente o que eu fiz para que as coisas funcionassem e sou reconhecido por isso. Sinto-me, dessa maneira, parte da história. Isso é algo extremamente valioso e que as organizações deveriam usar em seu favor.
Labels:
auditoria,
Beatles,
byron reeves,
cuidados com a saúde,
dicas,
entrevista,
falácia,
história da contabilidade,
Jogo,
Jogos,
Mestrado,
Stanford,
TED,
teste da semana
15 março 2012
Entrevista com Nicholas Lardy
Nicholas R. Lardy é um dos maiores especialistas em economia chinesa e, recentemente, lançou um livro sobre a sustantabilidade do crescimento econômico chinês após a crise financeira de 2008.Dois capítulos estão disponíveis aqui. Na entrevista abaixo, o economista norte-americano considera que as principais distorções econômicas na China são: juros negativos pagos nos depósitos bancários, alta taxa de poupança, baixo consumo e câmbio subvalorizado. Eis alguns trechos interessantes:
O crescimento da China corre o risco de sofrer uma lenta e prolongada desaceleração, alerta o pesquisador Nicholas Lardy. As taxas de expansão, hoje na casa dos 9% ou 10% ao ano, podem cair à metade, com severas consequências para várias partes do mundo, incluindo o Brasil.
Valor: O programa de estímulo feito pela China durante a crise financeira de 2008 criou novos desequilíbrios na economia?
Lardy: O programa de estímulo teve características positivas, mas também fragilidades e desvantagens. É preciso reconhecer que, sem ele, o crescimento chinês poderia ter caído muito. O crescimento já estava se desacelerando no terceiro trimestre de 2008 e, sem o programa de estímulo, a China teria vários trimestres de baixo crescimento, talvez ao redor de 4% ou 5%. O pacote não foi perfeito, mas, ainda assim, foi muito melhor do que a alternativa de deixar a economia desacelerar.
Valor: Mas o estímulo não contribuiu para criar uma bolha no mercado imobiliário?
Lardy: Uma das grandes lições do Ocidente, nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, é que, se você tiver uma distorção financeira, há uma tendência para acumular posições insustentáveis no lado dos ativos. O mesmo princípio se aplica na China. Os juros reais dos depósitos bancários têm sido, na média, negativos nos últimos oito anos. A taxa de câmbio se mantém subvalorizada, menos agora do que quatro anos atrás, mas ainda assim subvalorizada. Essas são as duas maiores distorções na China. Elas levaram a investimentos em excesso na indústria, já que a taxa de câmbio subvalorizada torna as manufaturas mais lucrativas, às custas dos serviços. Os juros negativos nos depósitos levaram as famílias a investir grande parte de suas economias em imóveis. Os setores imobiliário e industrial se tornaram inflados. Em algum momento haverá uma correção. Não diria que necessariamente será o estouro de uma bolha, mas pode ser uma correção que levará muitos anos.
Valor: Governos locais tomaram grandes empréstimos para investir em infraestrutura. Poderá haver uma crise fiscal?
Lardy: O uso de companhias de investimento dos governos locais criou um problema, mas não creio em crise fiscal. O retorno econômico de muitos desses projetos de investimento deverá ser razoavelmente alto. O problema é que foram financiados com dinheiro de curto prazo, e muitos terão retorno financeiro apenas no longo prazo. Esses projetos deveriam ser financiados por empréstimos de longo prazo ou pelo orçamento. Agora, o governo está dizendo para os bancos rolarem esses empréstimos. Outro problema é que, em muitos casos, as tarifas cobradas por esses projetos de infraestrutura são muito baixas. Os sistemas de metrô estão perdendo dinheiro, assim como os serviços de saneamento básico. É preciso reformar o sistema de tarifas, para refletirem os verdadeiros custos e para serem subsidiadas pelo orçamento dos governos.
Valor: Projetos gigantescos, como a rede de trens de alta velocidade, são sustentáveis?
Lardy: O sistema de trens de alta velocidade será muito bom para a China no longo prazo. Mas o retorno desses projetos deve aparecer daqui a pelo menos uma década, quando uma parte maior do sistema ferroviário estiver construída. Esse é mais um projeto que tem retorno de longo prazo, mas o prazo médio do seu financiamento é de cerca de dois anos.
Valor: Por que os chineses poupam tanto?
Lardy: A taxa de poupança tem sido alta por décadas, mas aumentou ainda mais a partir de 2004, quando os juros em depósitos bancários se tornaram negativos. Os chineses não têm sistemas adequados de seguro-saúde e social. Por isso, tendem a poupar para terem um auto-seguro. Conforme as taxas de juros se tornaram negativas, os chineses intensificaram essa tendência. Essa é também uma das razões por que o consumo na China é tão baixo.
Valor: Por que os juros caíram ao território negativo?
Lardy: A China não tinha taxas de juros tão baixas antes de 2003. O governo adotou a estratégia de subvalorizar o câmbio, e o Banco Central teve que se engajar em intervenções maciças no mercado de câmbio. Para manter a inflação sob controle, foi preciso fazer operações de esterilização. Eles mantiveram os juros baixos como forma de minimizar os custos dessas operações de esterilização. Outra preocupação é evitar que, com os juros altos, fluxos de capitais sejam atraídos. Eles têm controles de capitais, mas controles não são perfeitos, e investidores querem colocar dinheiro na China por causa da expectativa de apreciação cambial. Há ainda a preocupação de manter o sistema bancário lucrativo, para absorver a inadimplência nos empréstimos. Em 2002 e 2003, o governo teve que recapitalizar os maiores bancos estatais, incluindo o uso maciço de dinheiro público para se livrar de empréstimos inadimplentes. O governo decidiu manter uma grande margem entre os custos de captação dos bancos e os juros cobrados nos empréstimos, e por isso criaram um sistema com um teto para os juros pagos nos depósitos bancários e um piso nos juros dos empréstimos.
Valor: O superávit em conta corrente da China diminuiu em 2011, e a taxa de câmbio vem se apreciando. A China está finalmente reequilibrando seu setor externo?
Lardy: O superávit em conta corrente foi de 2,8% do PIB no ano passado, uma redução bastante substancial em relação ao pico de 2007, quando chegou a 10,8% do PIB. A taxa de câmbio ponderada pelas trocas comerciais vem se apreciando de forma significativa desde 2005. Além disso, o crescimento de muitos dos parceiros comerciais da China se desacelerou bastante. O crescimento da China se desacelerou um pouco, mas a diferença entre o crescimento da China e de seus maiores parceiros comerciais se tornou maior. Isso reduziu a demanda por produtos exportados pela China, em comparação com a demanda por produtos importados.
Valor: Parece haver algum consenso sobre o que fazer para reequilibrar a economia chinesa. Mas há vontade política para tanto?
Lardy: Os obstáculos de política econômica são substanciais. A taxa de câmbio permanece subvalorizada há pelo menos oito anos. Ela beneficiou o setor manufatureiro, tornando-o mais lucrativo. Os juros negativos nos depósitos deram um tremendo empurrão no setor imobiliário, que se tornou muito maior e mais poderoso. O tipo de distorção que surgiu na economia chinesa gerou benefícios para algumas regiões geográficas e setores econômicos às custas de outros. Os setores que ganharam estão bem representados no governo e vão se opor a mudanças. As famílias são as grandes perdedoras, porque o rendimento que receberam do setor financeiro é bem mais baixo do que deveria ser. Mas elas não têm representação no sistema político e não estão organizadas. Então, as reformas devem levar um longo tempo para ser implementadas.
O crescimento da China corre o risco de sofrer uma lenta e prolongada desaceleração, alerta o pesquisador Nicholas Lardy. As taxas de expansão, hoje na casa dos 9% ou 10% ao ano, podem cair à metade, com severas consequências para várias partes do mundo, incluindo o Brasil.
Valor: O programa de estímulo feito pela China durante a crise financeira de 2008 criou novos desequilíbrios na economia?
Lardy: O programa de estímulo teve características positivas, mas também fragilidades e desvantagens. É preciso reconhecer que, sem ele, o crescimento chinês poderia ter caído muito. O crescimento já estava se desacelerando no terceiro trimestre de 2008 e, sem o programa de estímulo, a China teria vários trimestres de baixo crescimento, talvez ao redor de 4% ou 5%. O pacote não foi perfeito, mas, ainda assim, foi muito melhor do que a alternativa de deixar a economia desacelerar.
Valor: Mas o estímulo não contribuiu para criar uma bolha no mercado imobiliário?
Lardy: Uma das grandes lições do Ocidente, nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, é que, se você tiver uma distorção financeira, há uma tendência para acumular posições insustentáveis no lado dos ativos. O mesmo princípio se aplica na China. Os juros reais dos depósitos bancários têm sido, na média, negativos nos últimos oito anos. A taxa de câmbio se mantém subvalorizada, menos agora do que quatro anos atrás, mas ainda assim subvalorizada. Essas são as duas maiores distorções na China. Elas levaram a investimentos em excesso na indústria, já que a taxa de câmbio subvalorizada torna as manufaturas mais lucrativas, às custas dos serviços. Os juros negativos nos depósitos levaram as famílias a investir grande parte de suas economias em imóveis. Os setores imobiliário e industrial se tornaram inflados. Em algum momento haverá uma correção. Não diria que necessariamente será o estouro de uma bolha, mas pode ser uma correção que levará muitos anos.
Valor: Governos locais tomaram grandes empréstimos para investir em infraestrutura. Poderá haver uma crise fiscal?
Lardy: O uso de companhias de investimento dos governos locais criou um problema, mas não creio em crise fiscal. O retorno econômico de muitos desses projetos de investimento deverá ser razoavelmente alto. O problema é que foram financiados com dinheiro de curto prazo, e muitos terão retorno financeiro apenas no longo prazo. Esses projetos deveriam ser financiados por empréstimos de longo prazo ou pelo orçamento. Agora, o governo está dizendo para os bancos rolarem esses empréstimos. Outro problema é que, em muitos casos, as tarifas cobradas por esses projetos de infraestrutura são muito baixas. Os sistemas de metrô estão perdendo dinheiro, assim como os serviços de saneamento básico. É preciso reformar o sistema de tarifas, para refletirem os verdadeiros custos e para serem subsidiadas pelo orçamento dos governos.
Valor: Projetos gigantescos, como a rede de trens de alta velocidade, são sustentáveis?
Lardy: O sistema de trens de alta velocidade será muito bom para a China no longo prazo. Mas o retorno desses projetos deve aparecer daqui a pelo menos uma década, quando uma parte maior do sistema ferroviário estiver construída. Esse é mais um projeto que tem retorno de longo prazo, mas o prazo médio do seu financiamento é de cerca de dois anos.
Valor: Por que os chineses poupam tanto?
Lardy: A taxa de poupança tem sido alta por décadas, mas aumentou ainda mais a partir de 2004, quando os juros em depósitos bancários se tornaram negativos. Os chineses não têm sistemas adequados de seguro-saúde e social. Por isso, tendem a poupar para terem um auto-seguro. Conforme as taxas de juros se tornaram negativas, os chineses intensificaram essa tendência. Essa é também uma das razões por que o consumo na China é tão baixo.
Valor: Por que os juros caíram ao território negativo?
Lardy: A China não tinha taxas de juros tão baixas antes de 2003. O governo adotou a estratégia de subvalorizar o câmbio, e o Banco Central teve que se engajar em intervenções maciças no mercado de câmbio. Para manter a inflação sob controle, foi preciso fazer operações de esterilização. Eles mantiveram os juros baixos como forma de minimizar os custos dessas operações de esterilização. Outra preocupação é evitar que, com os juros altos, fluxos de capitais sejam atraídos. Eles têm controles de capitais, mas controles não são perfeitos, e investidores querem colocar dinheiro na China por causa da expectativa de apreciação cambial. Há ainda a preocupação de manter o sistema bancário lucrativo, para absorver a inadimplência nos empréstimos. Em 2002 e 2003, o governo teve que recapitalizar os maiores bancos estatais, incluindo o uso maciço de dinheiro público para se livrar de empréstimos inadimplentes. O governo decidiu manter uma grande margem entre os custos de captação dos bancos e os juros cobrados nos empréstimos, e por isso criaram um sistema com um teto para os juros pagos nos depósitos bancários e um piso nos juros dos empréstimos.
Valor: O superávit em conta corrente da China diminuiu em 2011, e a taxa de câmbio vem se apreciando. A China está finalmente reequilibrando seu setor externo?
Lardy: O superávit em conta corrente foi de 2,8% do PIB no ano passado, uma redução bastante substancial em relação ao pico de 2007, quando chegou a 10,8% do PIB. A taxa de câmbio ponderada pelas trocas comerciais vem se apreciando de forma significativa desde 2005. Além disso, o crescimento de muitos dos parceiros comerciais da China se desacelerou bastante. O crescimento da China se desacelerou um pouco, mas a diferença entre o crescimento da China e de seus maiores parceiros comerciais se tornou maior. Isso reduziu a demanda por produtos exportados pela China, em comparação com a demanda por produtos importados.
Valor: Parece haver algum consenso sobre o que fazer para reequilibrar a economia chinesa. Mas há vontade política para tanto?
Lardy: Os obstáculos de política econômica são substanciais. A taxa de câmbio permanece subvalorizada há pelo menos oito anos. Ela beneficiou o setor manufatureiro, tornando-o mais lucrativo. Os juros negativos nos depósitos deram um tremendo empurrão no setor imobiliário, que se tornou muito maior e mais poderoso. O tipo de distorção que surgiu na economia chinesa gerou benefícios para algumas regiões geográficas e setores econômicos às custas de outros. Os setores que ganharam estão bem representados no governo e vão se opor a mudanças. As famílias são as grandes perdedoras, porque o rendimento que receberam do setor financeiro é bem mais baixo do que deveria ser. Mas elas não têm representação no sistema político e não estão organizadas. Então, as reformas devem levar um longo tempo para ser implementadas.
06 março 2012
Entrevista com Jeffrey Sachs
Jeffrey Sachs, um dos economistas mais importantes e influentes do mundo, concedeu entrevista ao Valor Econômico, onde trata de desenvolvimento sustentável e da Rio+20. Eis alguns pontos interessantes:
Valor: O senhor disse em discurso nas Nações Unidas que a Rio+20 deveria ser honesta e admitir as mais de duas décadas de fracasso global na área ambiental. O que quis dizer?
Jeffrey Sachs: A conferência do Rio em 1992 foi uma grande conquista da legislação ambiental internacional. Três grandes tratados ambientais saíram de lá: a Convenção do Clima, a da Biodiversidade e a do Combate à Desertificação. Quando olhamos para tudo isso 20 anos depois, temos três fundamentos da lei internacional, mas sem muito resultado. A mudança climática piorou dramaticamente e não temos um arcabouço no qual trabalhar. Registramos perdas gigantes em biodiversidade e enfrentamos secas cada vez mais fortes nas regiões áridas. Acho que é justo dizer que nos últimos 20 anos houve muito debate sobre legislação e acordos, mas não muito progresso em ações concretas. Penso que teríamos de sair da Rio+20 com caminhos práticos. Em outras palavras: esses problemas não devem ser deixados mais ao crivo de advogados. É preciso encontrar abordagens de desenvolvimento sustentável que façam sentido, que sejam mensuráveis e possíveis de replicar. É disso que se trata.
Valor: Mudando de assunto: o Brasil descobriu um volume imenso de petróleo no mar. Poderia trilhar o caminho errado, do passado?
Sachs: Há dois pontos bem diferentes quando se pensa sobre o que fazer com o petróleo no mar. O primeiro é como explorar esse petróleo de maneira segura. Os EUA viveram um enorme desastre nesse campo em 2010 e frequentemente essas empresas são desonestas, míopes, corrompem os legisladores. Os EUA têm um sistema regulatório todo corrompido por empresas que cortaram custos onde não deviam, comportaram-se mal e terminamos com um grande desastre. Mesmo em um país como o Japão, vimos como o sistema que controlava uma usina nuclear era horrivelmente mal gerenciado. Então, a primeira coisa que eu diria é que o Brasil deveria ter um sistema de gerenciamento ambiental muito sério, capacitado e técnico. O segundo ponto é sobre o que vamos fazer com o petróleo nesse mundo. Claro, continuaremos usando petróleo por algumas décadas ainda e evidentemente o Brasil vai explorar seu petróleo. Mas é preciso colocar a questão do combustível fóssil dentro de uma moldura climática séria.
Valor: Estamos vivendo o fim do capitalismo?
Sachs: Penso que precisamos modernizar o capitalismo. Veja as economias que, na minha opinião, têm o melhor desempenho: Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda e Alemanha.
Valor: Por que o senhor escolhe essas?
Sachs: Porque equilibram mercado com políticas sociais e ambientais. Fazem isso de maneiras diferentes e não são perfeitas, mas são países altamente produtivos, orientados pelo mercado, com baixa desigualdade, taxas bem baixas de pobreza, igualdade entre homens e mulheres. São generosos nas licenças-maternidade e paternidade e nas férias porque acreditam em uma vida equilibrada. São economias baseadas em mercados dentro de regimes capitalistas, mas não são a face implacável do capitalismo. Os governos dos países escandinavos têm níveis de corrupção muito baixos porque não deixam os negócios ditarem a política, deixam os governos regulamentarem os negócios. Acho que são bons modelos. Não são perfeitos, mas mostram que podemos ter uma economia de mercado e ao mesmo tempo uma sociedade muito humana. Os EUA são um modelo muito pobre neste momento. É corrupto, altamente desigual, ambientalmente negligente e tem preços excessivos no sistema de saúde porque deixaram o setor privado dominar a nossa política. É um exemplo de mercado que foi longe demais. Os modelos escandinavos são de sociedades equilibradas, éticas e moderadas. Espero que esses países continuem muito prósperos. Neste momento eles estão muito bem, dão ótimas condições de vida às pessoas, mostram como evitar a corrupção e provam, no meu ponto de vista, que é possível ter um capitalismo não imprudente. Eles usam a bandeira da social-democracia. Isso, na minha cabeça, são boas descrições.
Valor: O senhor disse em discurso nas Nações Unidas que a Rio+20 deveria ser honesta e admitir as mais de duas décadas de fracasso global na área ambiental. O que quis dizer?
Jeffrey Sachs: A conferência do Rio em 1992 foi uma grande conquista da legislação ambiental internacional. Três grandes tratados ambientais saíram de lá: a Convenção do Clima, a da Biodiversidade e a do Combate à Desertificação. Quando olhamos para tudo isso 20 anos depois, temos três fundamentos da lei internacional, mas sem muito resultado. A mudança climática piorou dramaticamente e não temos um arcabouço no qual trabalhar. Registramos perdas gigantes em biodiversidade e enfrentamos secas cada vez mais fortes nas regiões áridas. Acho que é justo dizer que nos últimos 20 anos houve muito debate sobre legislação e acordos, mas não muito progresso em ações concretas. Penso que teríamos de sair da Rio+20 com caminhos práticos. Em outras palavras: esses problemas não devem ser deixados mais ao crivo de advogados. É preciso encontrar abordagens de desenvolvimento sustentável que façam sentido, que sejam mensuráveis e possíveis de replicar. É disso que se trata.
Valor: Mudando de assunto: o Brasil descobriu um volume imenso de petróleo no mar. Poderia trilhar o caminho errado, do passado?
Sachs: Há dois pontos bem diferentes quando se pensa sobre o que fazer com o petróleo no mar. O primeiro é como explorar esse petróleo de maneira segura. Os EUA viveram um enorme desastre nesse campo em 2010 e frequentemente essas empresas são desonestas, míopes, corrompem os legisladores. Os EUA têm um sistema regulatório todo corrompido por empresas que cortaram custos onde não deviam, comportaram-se mal e terminamos com um grande desastre. Mesmo em um país como o Japão, vimos como o sistema que controlava uma usina nuclear era horrivelmente mal gerenciado. Então, a primeira coisa que eu diria é que o Brasil deveria ter um sistema de gerenciamento ambiental muito sério, capacitado e técnico. O segundo ponto é sobre o que vamos fazer com o petróleo nesse mundo. Claro, continuaremos usando petróleo por algumas décadas ainda e evidentemente o Brasil vai explorar seu petróleo. Mas é preciso colocar a questão do combustível fóssil dentro de uma moldura climática séria.
Valor: Estamos vivendo o fim do capitalismo?
Sachs: Penso que precisamos modernizar o capitalismo. Veja as economias que, na minha opinião, têm o melhor desempenho: Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda e Alemanha.
Valor: Por que o senhor escolhe essas?
Sachs: Porque equilibram mercado com políticas sociais e ambientais. Fazem isso de maneiras diferentes e não são perfeitas, mas são países altamente produtivos, orientados pelo mercado, com baixa desigualdade, taxas bem baixas de pobreza, igualdade entre homens e mulheres. São generosos nas licenças-maternidade e paternidade e nas férias porque acreditam em uma vida equilibrada. São economias baseadas em mercados dentro de regimes capitalistas, mas não são a face implacável do capitalismo. Os governos dos países escandinavos têm níveis de corrupção muito baixos porque não deixam os negócios ditarem a política, deixam os governos regulamentarem os negócios. Acho que são bons modelos. Não são perfeitos, mas mostram que podemos ter uma economia de mercado e ao mesmo tempo uma sociedade muito humana. Os EUA são um modelo muito pobre neste momento. É corrupto, altamente desigual, ambientalmente negligente e tem preços excessivos no sistema de saúde porque deixaram o setor privado dominar a nossa política. É um exemplo de mercado que foi longe demais. Os modelos escandinavos são de sociedades equilibradas, éticas e moderadas. Espero que esses países continuem muito prósperos. Neste momento eles estão muito bem, dão ótimas condições de vida às pessoas, mostram como evitar a corrupção e provam, no meu ponto de vista, que é possível ter um capitalismo não imprudente. Eles usam a bandeira da social-democracia. Isso, na minha cabeça, são boas descrições.
Labels:
Alemanha,
Brasil,
capitalismo,
cuidados com a saúde,
desenvolvimento,
dicas,
economia,
economista,
entrevista,
história da contabilidade,
Mestrado,
petróleo,
sustentabilidade,
TED,
teste da semana
05 março 2012
Entrevista com Eugene Fama
Eugene Fama é um economista norte-americano considerado o "pai das finanças modernas" e reconhecido por suas contribuições teóricas e empíricas para a Hipótese dos Mercados Eficientes (HME). Separadamente , Paul Samuelson e Fama propuseram os fundamentos da teoria que, posteriormente, ficou conhecida como HME. Em 1965, Samuelson afirmou que não existem estratégias capazes de gerar ganhos anormais no mercado, enquanto Fama propôs que os preços incorporam toda a informação relevante. Ou seja, as ideias se complementam, pois se os preços refletem toda a informação disponível, os agentes econõmicos não conseguirão obter ganhos anormais.
Destarte surgiu o paradoxo dos Mercados Eficientes , expressão cunhada por Peter Bernstein, que afirma que se todos os agentes considerassem que o mercado é eficiente, não existiria sentido buscar ganhos anormais, ou seja, não seria possível "bater o mercado". Ora, se isso fosse verossímel, eles iriam se posicionar de forma passiva diante do mercado.E, por consequência, o mesmo deixaria de ser eficiente e, por exemplo, não existiria sentindo em estudar análise de balanço. Em suma, a HME necessita de indíviduos céticos e desconfiados quanto à suas proposições ,e talvez por isso, torne-a interessante e instigante, ao menos para os acadêmicos, que se "divertem" realizando uma série de testes. É uma proposição assaz venerável que, em breve, talvez, proporcione o Nobel de Economia para E. Fama.
Em 1991, Fama afirmou que a HME considera que os preços do mercado refletem toda a informação disponível, até o ponto em que, os custos marginais de aquisição da informação não superem os benefícios marginais.
Destarte surgiu o paradoxo dos Mercados Eficientes , expressão cunhada por Peter Bernstein, que afirma que se todos os agentes considerassem que o mercado é eficiente, não existiria sentido buscar ganhos anormais, ou seja, não seria possível "bater o mercado". Ora, se isso fosse verossímel, eles iriam se posicionar de forma passiva diante do mercado.E, por consequência, o mesmo deixaria de ser eficiente e, por exemplo, não existiria sentindo em estudar análise de balanço. Em suma, a HME necessita de indíviduos céticos e desconfiados quanto à suas proposições ,e talvez por isso, torne-a interessante e instigante, ao menos para os acadêmicos, que se "divertem" realizando uma série de testes. É uma proposição assaz venerável que, em breve, talvez, proporcione o Nobel de Economia para E. Fama.
Em 1991, Fama afirmou que a HME considera que os preços do mercado refletem toda a informação disponível, até o ponto em que, os custos marginais de aquisição da informação não superem os benefícios marginais.
Toda teoria é uma supersimplificação da realidade ,e como tal, não é perfeita, mas não deve ser descartada. Aliás,a hipótese por si só não é testável,pois deve ser empiricamente testada em conjunto com algum modelo de precificação de ativo ou modelo de equilíbrio. Entretanto, o inverso também é verdadeiro. Ou seja, grande parte dos modelos de risco-retorno não pode ser testado sem considerar a eficiência do mercado. Tudo o que foi dito neste parágrafo é conhecido como joint hypothesis problem.
Apesar de ser falha, controversa e com inúmeras limitações, a HME ainda é útil para o entendimento do mercado de capitas, o retorno dos ativos financeiros e a dinâmica dos preços. Vários estudos em economia e finanças tratam dessa hipótese, então para maiores detalhes técnicos e material bibliográfico consulte o seguinte site: Efficient Markets Hypothesis.
Na entrevista, Fama comenta sobre a Hipótese dos Mercados Eficientes, a evolução das finanças, as possíveis causas da crise financeira de 2008 , o artigo My Life in Finance e alguns temas sobre macroeconomia. Destaquei alguns pontos, mas recomendo a leitura e/ou audição da entrevista na íntegra.
Inicialmente, Fama explica o que é um mercado de capitais eficiente e de forma clara e objetiva trata das três formas de testes que utilizou para testar a HME: fraca, semi-forte e forte.É interessante observar que ele se "arrependeu" de ter utilizado essa nomenclatura (taxonomia), pois estava apenas tentando categorizar os testes que realizava nos anos 70. Não obstante, essa taxonomia tornou-se clássica e ainda é citada em muitas pesquisas.
Russ: And so when we say markets are efficient, what do you mean by that?
Guest: What you mean is that prices at any point in time reflect all available information.
Russ: Now that idea--what's the distinction between the weak form and the strong form that people talk about?
Guest: Two words that I used in 1970 that I came to regret. Because I was trying to categorize various tests that were done. So, I called weak form tests, tests that only used past prices and returns to predict future prices and returns. And I called semi-strong form tests, tests that used other kinds of public information to predict returns, like an earnings announcement or something like that. And then I called strong form tests, tests that look at all available information;
Russ: And empirically, where do we stand today, do you believe and what has been established about those various hypotheses?
Guest: Well, believe it or not, the weak form one has been the one that has been subject to the most, what people call anomalies, in finance. Things that are inconsistent with either market efficiency or some model of risk and return. The big one at the moment is what people call momentum--prices seem to move in the same direction for short periods of time. So, the winners of last year tend to be winners for a few more months, and the losers tend to be losers for a few more months.
In the strong form tests, Ken French and I just published a paper called "Luck Versus Skill in Mutual Fund Performance," and basically looked at performance of the whole mutual fund industry--in the aggregate, together, and fund by fund, and try to distinguish to what extent returns are due to luck versus skill.
And the evidence basically says the tests it's skill in the extreme. But you've got skill in both extremes. That's something people have trouble accepting. But it comes down to a simple proposition, which is that active management in trying to pick stocks has to be a zero sum game, because the winners have to win at the expense of losers. And that's kind of a difficult concept. But it shows up when you look at the cross section of mutual fund returns, in other words the returns for all funds over very long periods of time. What you find is, if you give them back all their costs, there are people in the left tail that look too extreme and there are people in the right tail that look too extreme, and the right tail and left tail basically offset each other. If you look at the industry as a whole; the industry basically holds a market portfolio. That's all before costs. If you look at returns to investors then there is no evidence that anybody surely has information sufficient to cover their costs.
Em seguida, comenta sobre a posição dos investidores acerca da eficiência do mercado. É de fato o trecho mais interessante.
Russ: A friend of mine who is a hedge fund manager--before I made this call I asked him what he would ask you, and he said, well, his assessment is that efficient markets explain some tiny proportion of volatility of stock prices but there's still plenty of opportunity for a person to make money before markets adjust. And of course in doing so, make that adjustment actually happen and bring markets to equilibrium. Somebody has to provide the information or act on the information that is at least public and maybe only semi-public. What's your reaction to that comment?
Guest: That's the standard comment from an active manager. It's not true. Merton Miller always liked to emphasize that you could have full adjustment to information without trading. If all the information were available at very low cost, prices could adjust without any trading taking place. Just bid-ask prices. So, it's not true that somebody has to do it. But the issue is--this goes back to a famous paper by Grossman and Stiglitz--the issue really is what is the cost of the information? And I have a very simple model in mind. In my mind, information is available, available at very low cost, then the cost function gets very steep. Basically goes off to infinity very quickly.
Russ: And therefore?
Guest: And therefore prices are very efficient because the information that's available is costless.
Russ: But what's the implication of that steep incline? That information is not very--
Guest: It doesn't pay to try to take advantage of additional information.
Russ: It's not very valuable.
Guest: No, it's very valuable. If you were able to perfectly predict the future, of course that would be very valuable. But you can't. It becomes infinitely costly to do that.
Russ: So, your assessment, that you just gave me of the state of our knowledge of this area, I would say remains what it's been for some time--that at the individual certainly there is no return to--prices reflect all publicly available information for practical purposes for an individual investor.
Guest: For an individual investor? Even for an institutional investor.
Russ: Correct. So, what proportion of the economics and finance areas do you think agree with that?
Guest: Finance has developed quite a lot in the last 50 years that I've been in it. I would say the people who do asset pricing--portfolio theory, risk and return--those people think markets are pretty efficient. If you go to people in other areas who are not so familiar with the evidence in asset pricing, well, then there is more skepticism. I attribute that to the fact that finance, like other areas of economics, have become more specialized. And people just can't know all the stuff that's available.
Russ: Sure.
Guest: There's an incredible demand for market inefficiency. The whole investment management business is based on the idea that the market is not efficient. I say to my students when they take my course: If you really believe what I say and go out and recruit and tell people you think markets are efficient, you'll never get a job.
Russ: Yes, it's true. And so there's a certain bias, you are saying, to how people assess the evidence.
Guest: There's a bias. The bias is based, among professional money managers, the bias comes from the fact that they make more money from portraying themselves as active managers.
Posteriormente, faz uma excelente crítica sobre as causas da crise financeira de 2008 e o fetiche contemporâneo por bolhas de ativos:
I was going to ask you about the current crisis.
Guest: I have some unusual views on that, too.
Russ: I'd say that the mainstream view--and I recently saw a survey that said--it was an esteemed panel of economists; you weren't on it but it was still esteemed, both in finance and out of finance. And they asked them whether prices reflected information and there was near unanimity. Some strongly agreed; some just agreed. But there was also near unanimity that the housing market had been a bubble.
Guest: The nasty b-word.
Russ: Yes; and was showing some form of what we might call irrationality.
Guest: Okay, so they had strong feelings about that, getting mad about the word bubble.
Russ: Why?
Guest: Because I think people see bubbles with 20-20 hindsight. The term has lost its meaning. It used to mean something that had a more or less predictable ending. Now people use it to mean a big swing in prices, that after the fact is wrong. But all prices changes after the fact are wrong. Because new information comes out that makes what people thought two minutes ago wrong two minutes later. Housing bubble--if you think there was a housing bubble, there might have been; if you had predicted it, that would be fine; but the reality is, all markets did the same thing at the same time. So you have to really face that fact that if you think it was a housing bubble, it was a stock price bubble, it was a corporate bond bubble, it was a commodities bubble. Are economists really willing to live with a world where there are bubbles in everything at the same time?
Russ: And your explanation then of that phenomenon?
Guest: My explanation is you had a big recession. I think you can explain almost everything just by saying you had a big recession. A really big recession.
...Guest: Okay, but it wasn't just housing. That was my point when we started. The same thing was going on in all asset markets.
Russ: Well, the timing isn't quite identical for all asset markets, right? The stock market--the housing market starts to collapse I think around early-mid-2006. Guest: It stops rising, right.
Russ: And then begins a steady decline.
Guest: That decline was nothing compared to the stock market decline.
Russ: But when did that happen? Guest: I don't know the exact timing. Russ: It's not around then. It's later.
Guest: The onset of the recession started with the collapse of the stock market. The recession and the collapse of the stock market, the corporate bond market, all of that basically coincides. But that also coincides with the collapse of the securitized bond market.
Russ: Mortgage-backed securities.
Guest: The subprime mortgages and all of that. Russ: Well, yes; that happens through 2007, 2008. I guess there is some parallel. So, you are going to reverse the causation.
Guest: I'm not saying I know. What I'm saying is I can tell the whole story just based on the recession. And I don't think you can come up with evidence that contradicts that. But I'm not saying I know I'm right. I don't know. I'm just saying people read the evidence through a narrow lens.
Russ: Yes, they do. Confirmation bias.
Guest: And the rhetoric acquires a life of its own; so there are books written that basically all say the same thing about the crisis.
Russ: And you are arguing that they have essentially cherry-picked the data.
Guest: Well, they just look at pieces of the data and the fact that the housing market collapsed is taken to be the cause; but the housing market could collapse for other reasons. People don't just decide that prices aren't high any more. They have to look at supply and demand somewhere in the background.
Russ: We did have people holding second and third homes who didn't have the income and capability of repaying the first one.
Guest: Sure. Standards were relaxed. But then you have to look on the supply side, the lending side. The people who were lending to these people had the information.
Em determinado momento , o economista é questionado sobre as finanças comportamentais. É oportuno lembrar que esta faz parte das finanças "tradicionais" , pois fornece subsídios para sua melhor compreensão. Em outras palavras, é uma teoria complementar e não substituta do que já existia antes. Veja a crítica de Fama:
Russ: But let's go back to finance. There's been a big trend in recent years towards what's called behavioral finance. What's your assessment of that?
Guest: I think the behavioral people are very good at describing microeconomic behavior--the behavior of individuals--that doesn't seem quite rational. I think they are very good at that. The jump from there to markets is much more shaky.
Russ: Explain.
Guest: There are two types of behavioral economists. There are guys like my friend and colleague Richard Thaler, who are solidly based in psychology, reasoned economics but he's become a psychologist, basically, and he is coming from the research in psychology. Now there are other finance people who are basically what I call anomaly chasers. What they are doing is scouring the data for things that look like market inefficiency, and they classify that as behavioral finance.
Russ: They don't tell you about the times they can't find the anomaly.
Guest: Exactly. In all economics research, there is a multiple comparisons problem that never gets stated.
Russ: A multiple what?
Guest: The fact that the data have been used by so many other people and the people using it now use it in so many different ways that they don't report, that you have no real statistical basis to evaluate and come to a conclusion.
Guest: Right. I've had people say to me that the people who do this anomaly stuff, when they come and give a paper and I'll say, when you do this, that, or the other thing, and they'll say Yes. And I'll say, why don't you report it? And they'll say it wasn't interesting.
Em seguida, Fama diz o que pessoas inteligentes deveriam conhecer sobre finanças e comenta sobre a importância do paper e da equação de Black- Scholes para as ciências econômicas. Num recente artigo publicado no jornal The Guardian, Ian Stewart discute a equação e suas possíveis consequências nefastas para a economia mundial. É uma análise interessante e muito questionável, que está presente em seu novo livro:17 Equations That Changed the World .
Guest: I'm obviously going to be biased. I think all of our stuff on efficient markets would qualify. I think there is a lot of stuff in the corporate area, corporate governance and all of that, a huge field--that has penetrated to the practical level. The Black-Scholes option pricing paper in view is the most important economics paper of the century.
Russ: Why?
Guest: Because every academic, every economist whether he went into finance or not, read that paper. And it created an industry. In the applied financial domain. What else can claim that? So, I think we've learned a lot about risk and return. Some of it is intuitive. But there is a lot of stuff on which stocks are more or less risky. A lot of stuff on international markets.
Por fim, fala sobre suas perspectivas futuras para as pesquisas em finanças , dá um recado aos cientistas, fala um pouso sobre sua tese de doutorado e comenta sobre o artigo, autobiografia e bibliografia: My Life in Finance.
Guest: Oh, absolutely. What I say to my students is: I'm showing you the stuff that people have done in the last 30 years, but in 20 years, it may all be irrelevant; so the best I can do is to train you about how to think about these things, so you can absorb stuff that comes along in the future that may overturn what's there now. That's what makes this profession fun, I think--the fact that stuff can get overturned.
Russ: Of course, if we only have the illusion of understanding, or what Hayek called the pretense of knowledge, we could be doing some dangerous and stupid things under the guise of thinking we are making progress. So, you do have to be careful. Where do you think in the near future finance is going?
Guest: Oh, gee, I don't know. That's part of the fun of it. You just don't know. I wouldn't have been able to predict 30 years ago the stuff that evolved during those intervening 30 years. No way.
Russ: It's kind of a random walk.
Guest: I don't think it pays to think about it very much. There's so much serendipity in what happens in research. My best stuff has always been--I didn't start thinking about writing a great paper. I started thinking about a little problem; it just kept working in circles into a bigger problem. Or had offshoots that were related. I've beaten many topics to death, with the consequence I've got a lot of recognition; what started as a little thing developed into something much bigger. That's not a predictable process. Lots of little things end up as nothing.
Russ: And?
Guest: A student comes to me, a Ph.D. student, and says: I want to write a great paper. You can't start out to do that. You have to pick a problem and hope it works out into something that will get you a job, and hopefully a good one. But if you start saying: I want to come up with a great topic, you won't come up with anything.
Russ: You recently wrote a very nice essay, "My Life in Finance," that gives an overview of some of your contributions and some of your thinking along the way and all those little problems. You started out by talking about your thesis topic, where you had five ideas and Merton Miller said four of them weren't very good. Did you ever go back to any of those four?
Guest: No, actually. Merton was incredible. He had a great eye for stuff that would work and wouldn't work. I went to Belgium for two years to teach, and I came back and showed him the stuff I'd been working on, and I think he discarded like 8 out of 10 things. He was right on all of them.
Russ: Such is life.
Guest: It taught me that nobody can work in a vacuum. You really need colleagues around you to enrich your work. You get credit for it in the end, but there are a lot of inputs from other people that go into it in the meantime.
Apesar de ser falha, controversa e com inúmeras limitações, a HME ainda é útil para o entendimento do mercado de capitas, o retorno dos ativos financeiros e a dinâmica dos preços. Vários estudos em economia e finanças tratam dessa hipótese, então para maiores detalhes técnicos e material bibliográfico consulte o seguinte site: Efficient Markets Hypothesis.
Na entrevista, Fama comenta sobre a Hipótese dos Mercados Eficientes, a evolução das finanças, as possíveis causas da crise financeira de 2008 , o artigo My Life in Finance e alguns temas sobre macroeconomia. Destaquei alguns pontos, mas recomendo a leitura e/ou audição da entrevista na íntegra.
Inicialmente, Fama explica o que é um mercado de capitais eficiente e de forma clara e objetiva trata das três formas de testes que utilizou para testar a HME: fraca, semi-forte e forte.É interessante observar que ele se "arrependeu" de ter utilizado essa nomenclatura (taxonomia), pois estava apenas tentando categorizar os testes que realizava nos anos 70. Não obstante, essa taxonomia tornou-se clássica e ainda é citada em muitas pesquisas.
Russ: And so when we say markets are efficient, what do you mean by that?
Guest: What you mean is that prices at any point in time reflect all available information.
Russ: Now that idea--what's the distinction between the weak form and the strong form that people talk about?
Guest: Two words that I used in 1970 that I came to regret. Because I was trying to categorize various tests that were done. So, I called weak form tests, tests that only used past prices and returns to predict future prices and returns. And I called semi-strong form tests, tests that used other kinds of public information to predict returns, like an earnings announcement or something like that. And then I called strong form tests, tests that look at all available information;
Russ: And empirically, where do we stand today, do you believe and what has been established about those various hypotheses?
Guest: Well, believe it or not, the weak form one has been the one that has been subject to the most, what people call anomalies, in finance. Things that are inconsistent with either market efficiency or some model of risk and return. The big one at the moment is what people call momentum--prices seem to move in the same direction for short periods of time. So, the winners of last year tend to be winners for a few more months, and the losers tend to be losers for a few more months.
In the strong form tests, Ken French and I just published a paper called "Luck Versus Skill in Mutual Fund Performance," and basically looked at performance of the whole mutual fund industry--in the aggregate, together, and fund by fund, and try to distinguish to what extent returns are due to luck versus skill.
And the evidence basically says the tests it's skill in the extreme. But you've got skill in both extremes. That's something people have trouble accepting. But it comes down to a simple proposition, which is that active management in trying to pick stocks has to be a zero sum game, because the winners have to win at the expense of losers. And that's kind of a difficult concept. But it shows up when you look at the cross section of mutual fund returns, in other words the returns for all funds over very long periods of time. What you find is, if you give them back all their costs, there are people in the left tail that look too extreme and there are people in the right tail that look too extreme, and the right tail and left tail basically offset each other. If you look at the industry as a whole; the industry basically holds a market portfolio. That's all before costs. If you look at returns to investors then there is no evidence that anybody surely has information sufficient to cover their costs.
Em seguida, comenta sobre a posição dos investidores acerca da eficiência do mercado. É de fato o trecho mais interessante.
Russ: A friend of mine who is a hedge fund manager--before I made this call I asked him what he would ask you, and he said, well, his assessment is that efficient markets explain some tiny proportion of volatility of stock prices but there's still plenty of opportunity for a person to make money before markets adjust. And of course in doing so, make that adjustment actually happen and bring markets to equilibrium. Somebody has to provide the information or act on the information that is at least public and maybe only semi-public. What's your reaction to that comment?
Guest: That's the standard comment from an active manager. It's not true. Merton Miller always liked to emphasize that you could have full adjustment to information without trading. If all the information were available at very low cost, prices could adjust without any trading taking place. Just bid-ask prices. So, it's not true that somebody has to do it. But the issue is--this goes back to a famous paper by Grossman and Stiglitz--the issue really is what is the cost of the information? And I have a very simple model in mind. In my mind, information is available, available at very low cost, then the cost function gets very steep. Basically goes off to infinity very quickly.
Russ: And therefore?
Guest: And therefore prices are very efficient because the information that's available is costless.
Russ: But what's the implication of that steep incline? That information is not very--
Guest: It doesn't pay to try to take advantage of additional information.
Russ: It's not very valuable.
Guest: No, it's very valuable. If you were able to perfectly predict the future, of course that would be very valuable. But you can't. It becomes infinitely costly to do that.
Russ: So, your assessment, that you just gave me of the state of our knowledge of this area, I would say remains what it's been for some time--that at the individual certainly there is no return to--prices reflect all publicly available information for practical purposes for an individual investor.
Guest: For an individual investor? Even for an institutional investor.
Russ: Correct. So, what proportion of the economics and finance areas do you think agree with that?
Guest: Finance has developed quite a lot in the last 50 years that I've been in it. I would say the people who do asset pricing--portfolio theory, risk and return--those people think markets are pretty efficient. If you go to people in other areas who are not so familiar with the evidence in asset pricing, well, then there is more skepticism. I attribute that to the fact that finance, like other areas of economics, have become more specialized. And people just can't know all the stuff that's available.
Russ: Sure.
Guest: There's an incredible demand for market inefficiency. The whole investment management business is based on the idea that the market is not efficient. I say to my students when they take my course: If you really believe what I say and go out and recruit and tell people you think markets are efficient, you'll never get a job.
Russ: Yes, it's true. And so there's a certain bias, you are saying, to how people assess the evidence.
Guest: There's a bias. The bias is based, among professional money managers, the bias comes from the fact that they make more money from portraying themselves as active managers.
Posteriormente, faz uma excelente crítica sobre as causas da crise financeira de 2008 e o fetiche contemporâneo por bolhas de ativos:
I was going to ask you about the current crisis.
Guest: I have some unusual views on that, too.
Russ: I'd say that the mainstream view--and I recently saw a survey that said--it was an esteemed panel of economists; you weren't on it but it was still esteemed, both in finance and out of finance. And they asked them whether prices reflected information and there was near unanimity. Some strongly agreed; some just agreed. But there was also near unanimity that the housing market had been a bubble.
Guest: The nasty b-word.
Russ: Yes; and was showing some form of what we might call irrationality.
Guest: Okay, so they had strong feelings about that, getting mad about the word bubble.
Russ: Why?
Guest: Because I think people see bubbles with 20-20 hindsight. The term has lost its meaning. It used to mean something that had a more or less predictable ending. Now people use it to mean a big swing in prices, that after the fact is wrong. But all prices changes after the fact are wrong. Because new information comes out that makes what people thought two minutes ago wrong two minutes later. Housing bubble--if you think there was a housing bubble, there might have been; if you had predicted it, that would be fine; but the reality is, all markets did the same thing at the same time. So you have to really face that fact that if you think it was a housing bubble, it was a stock price bubble, it was a corporate bond bubble, it was a commodities bubble. Are economists really willing to live with a world where there are bubbles in everything at the same time?
Russ: And your explanation then of that phenomenon?
Guest: My explanation is you had a big recession. I think you can explain almost everything just by saying you had a big recession. A really big recession.
...Guest: Okay, but it wasn't just housing. That was my point when we started. The same thing was going on in all asset markets.
Russ: Well, the timing isn't quite identical for all asset markets, right? The stock market--the housing market starts to collapse I think around early-mid-2006. Guest: It stops rising, right.
Russ: And then begins a steady decline.
Guest: That decline was nothing compared to the stock market decline.
Russ: But when did that happen? Guest: I don't know the exact timing. Russ: It's not around then. It's later.
Guest: The onset of the recession started with the collapse of the stock market. The recession and the collapse of the stock market, the corporate bond market, all of that basically coincides. But that also coincides with the collapse of the securitized bond market.
Russ: Mortgage-backed securities.
Guest: The subprime mortgages and all of that. Russ: Well, yes; that happens through 2007, 2008. I guess there is some parallel. So, you are going to reverse the causation.
Guest: I'm not saying I know. What I'm saying is I can tell the whole story just based on the recession. And I don't think you can come up with evidence that contradicts that. But I'm not saying I know I'm right. I don't know. I'm just saying people read the evidence through a narrow lens.
Russ: Yes, they do. Confirmation bias.
Guest: And the rhetoric acquires a life of its own; so there are books written that basically all say the same thing about the crisis.
Russ: And you are arguing that they have essentially cherry-picked the data.
Guest: Well, they just look at pieces of the data and the fact that the housing market collapsed is taken to be the cause; but the housing market could collapse for other reasons. People don't just decide that prices aren't high any more. They have to look at supply and demand somewhere in the background.
Russ: We did have people holding second and third homes who didn't have the income and capability of repaying the first one.
Guest: Sure. Standards were relaxed. But then you have to look on the supply side, the lending side. The people who were lending to these people had the information.
Em determinado momento , o economista é questionado sobre as finanças comportamentais. É oportuno lembrar que esta faz parte das finanças "tradicionais" , pois fornece subsídios para sua melhor compreensão. Em outras palavras, é uma teoria complementar e não substituta do que já existia antes. Veja a crítica de Fama:
Russ: But let's go back to finance. There's been a big trend in recent years towards what's called behavioral finance. What's your assessment of that?
Guest: I think the behavioral people are very good at describing microeconomic behavior--the behavior of individuals--that doesn't seem quite rational. I think they are very good at that. The jump from there to markets is much more shaky.
Russ: Explain.
Guest: There are two types of behavioral economists. There are guys like my friend and colleague Richard Thaler, who are solidly based in psychology, reasoned economics but he's become a psychologist, basically, and he is coming from the research in psychology. Now there are other finance people who are basically what I call anomaly chasers. What they are doing is scouring the data for things that look like market inefficiency, and they classify that as behavioral finance.
Russ: They don't tell you about the times they can't find the anomaly.
Guest: Exactly. In all economics research, there is a multiple comparisons problem that never gets stated.
Russ: A multiple what?
Guest: The fact that the data have been used by so many other people and the people using it now use it in so many different ways that they don't report, that you have no real statistical basis to evaluate and come to a conclusion.
Guest: Right. I've had people say to me that the people who do this anomaly stuff, when they come and give a paper and I'll say, when you do this, that, or the other thing, and they'll say Yes. And I'll say, why don't you report it? And they'll say it wasn't interesting.
Em seguida, Fama diz o que pessoas inteligentes deveriam conhecer sobre finanças e comenta sobre a importância do paper e da equação de Black- Scholes para as ciências econômicas. Num recente artigo publicado no jornal The Guardian, Ian Stewart discute a equação e suas possíveis consequências nefastas para a economia mundial. É uma análise interessante e muito questionável, que está presente em seu novo livro:17 Equations That Changed the World .
Guest: I'm obviously going to be biased. I think all of our stuff on efficient markets would qualify. I think there is a lot of stuff in the corporate area, corporate governance and all of that, a huge field--that has penetrated to the practical level. The Black-Scholes option pricing paper in view is the most important economics paper of the century.
Russ: Why?
Guest: Because every academic, every economist whether he went into finance or not, read that paper. And it created an industry. In the applied financial domain. What else can claim that? So, I think we've learned a lot about risk and return. Some of it is intuitive. But there is a lot of stuff on which stocks are more or less risky. A lot of stuff on international markets.
Por fim, fala sobre suas perspectivas futuras para as pesquisas em finanças , dá um recado aos cientistas, fala um pouso sobre sua tese de doutorado e comenta sobre o artigo, autobiografia e bibliografia: My Life in Finance.
Guest: Oh, absolutely. What I say to my students is: I'm showing you the stuff that people have done in the last 30 years, but in 20 years, it may all be irrelevant; so the best I can do is to train you about how to think about these things, so you can absorb stuff that comes along in the future that may overturn what's there now. That's what makes this profession fun, I think--the fact that stuff can get overturned.
Russ: Of course, if we only have the illusion of understanding, or what Hayek called the pretense of knowledge, we could be doing some dangerous and stupid things under the guise of thinking we are making progress. So, you do have to be careful. Where do you think in the near future finance is going?
Guest: Oh, gee, I don't know. That's part of the fun of it. You just don't know. I wouldn't have been able to predict 30 years ago the stuff that evolved during those intervening 30 years. No way.
Russ: It's kind of a random walk.
Guest: I don't think it pays to think about it very much. There's so much serendipity in what happens in research. My best stuff has always been--I didn't start thinking about writing a great paper. I started thinking about a little problem; it just kept working in circles into a bigger problem. Or had offshoots that were related. I've beaten many topics to death, with the consequence I've got a lot of recognition; what started as a little thing developed into something much bigger. That's not a predictable process. Lots of little things end up as nothing.
Russ: And?
Guest: A student comes to me, a Ph.D. student, and says: I want to write a great paper. You can't start out to do that. You have to pick a problem and hope it works out into something that will get you a job, and hopefully a good one. But if you start saying: I want to come up with a great topic, you won't come up with anything.
Russ: You recently wrote a very nice essay, "My Life in Finance," that gives an overview of some of your contributions and some of your thinking along the way and all those little problems. You started out by talking about your thesis topic, where you had five ideas and Merton Miller said four of them weren't very good. Did you ever go back to any of those four?
Guest: No, actually. Merton was incredible. He had a great eye for stuff that would work and wouldn't work. I went to Belgium for two years to teach, and I came back and showed him the stuff I'd been working on, and I think he discarded like 8 out of 10 things. He was right on all of them.
Russ: Such is life.
Guest: It taught me that nobody can work in a vacuum. You really need colleagues around you to enrich your work. You get credit for it in the end, but there are a lot of inputs from other people that go into it in the meantime.
Labels:
auditoria,
Beatles,
behavioral finance,
bolha,
crise,
crise financeira,
cuidados com a saúde,
dicas,
economia,
economia comportamental,
entrevista,
falácia,
fama,
finanças,
finanças comportamentais,
história da contabilidade,
mercado eficiente,
Mestrado,
TED,
teste da semana
Assinar:
Postagens (Atom)