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28 fevereiro 2019

Volatilidade no Crescimento

  • A volatilidade do crescimento econômico dos países do mundo foi medida pelo desvio-padrão entre 2001 a 2017
  • Os países afetados pela guerra ou instabilidade política ou dependentes dos preços do petróleo foram aqueles que mais sofreram no período
  • Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil foi o mais volátil

Usando dados do Banco Mundial, Dan Kopf calculou a volatilidade do crescimento da economia dos países do mundo entre 2001 a 2017. Quanto maior o desvio-padrão do crescimento anual do PIB real, mais volátil é o país.

Os países com menor volatilidade são:

Indonésia = 0,7%
Vietnam
Austrália
Laos
Tanzânia

A Austrália, por exemplo, não tem nenhuma recessão desde 1991.

Os países mais voláteis

Líbia = 33,8%
Guiné Equatorial
Iraque
Macau
Azerbaijão

Conforme nota o autor, alguns países são dependentes de petróleo, experimentam uma guerra civil ou outro tipo de conflito. Entre os países voláteis em termos de crescimento, a surpresa é a Irlanda.

A instabilidade do crescimento econômico brasileiro é decorrente de uma combinação de instabilidade política, preços dos commodities e a crise de 2015 e 2016. Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil é que possui o crescimento mais volátil.

12 setembro 2017

Desastre natural e crescimento econômico

Los resultados de este estudio muestran que, solamente desastres de grandes proporciones tienen un impacto negativo en el PIB per cápita de un país tanto en el corto como en el largo plazo. Por ejemplo, diez años después de un gran desastre natural, el PIB per cápita promedio en los países afectados es un 10% más bajo que antes del desastre, mientras que, en países similares que no sufrieron el shock hubiera sido un 18% mayor.

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15 fevereiro 2016

Dambisa Moyo: O crescimento econômico enguiçou. Vamos consertá-lo



Crescimento econômico é, definitivamente, o desafio de nossos tempos; sem ele surgem instabilidades políticas e sociais, o progresso humano é estagnado, as sociedades se tornam ainda mais obscuras. Todavia, segundo a economista Dambisa Moyo, o capitalismo dogmático não está criando o crescimento que necessitamos. No vídeo é demonstrado que, tanto nos modelos estatais quanto nos voltados para modelos de mercado, o capitalismo está falhando em solver calamidades sociais, nutrindo corrupção e criando desigualdade de rendas. Moyo faz um levantamento do cenário econômico atual e sugere que pensemos no capitalismo como um espectro para que possamos misturar o melhor de diferentes modelos para promover o crescimento.

12 maio 2015

Fatos sobre crescimento econômico

Resumo:
 
 Why are people in the richest countries of the world so much richer today than 100 years ago? And why are some countries so much richer than others? Questions such as these define the field of economic growth. This paper documents the facts that underlie these questions. How much richer are we today than 100 years ago, and how large are the income gaps between countries? The purpose of the paper
is to provide an encyclopedia of the fundamental facts of economic growth upon which our theories are built, gathering them together in one place and updating the facts with the latest available data.
 
 Charles I. Jones - Stanford University
 

23 março 2015

O que é preciso para o Brasil crescer?


O que é preciso para crescer?

Fernando Dantas
21 março 2015 | 19:45

Novo centro de pesquisa sobre desenvolvimento da FGV tem como foco educação e eficiência. Políticas industriais serão questionadas.

Num momento de recessão e paralisia econômica, um novo “think tank” sobre crescimento está sendo criado: o Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico, ligado à presidência da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Por enquanto, três pesquisadores estão à frente do projeto: Pedro Cavalcanti Ferreira e João Victor Issler, professores da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE/FGV), e Roberto Castello Branco, ex-diretor e economista-chefe da Vale, hoje na FGV.
No dia 8 de abril, na FGV-Rio, haverá um seminário de inauguração do Centro, que contará com personalidades conhecidas como Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC), e Ricardo Paes de Barros, especialista em temas sociais com carreira no Ipea, mas atualmente no Insper.

O tema principal do centro não são as agruras conjunturais pelas quais o País está passando, mas sim o crescimento no médio e longo prazo. O foco é o Brasil mas o trabalho vai recorrer bastante a comparações internacionais.

Ferreira explica de forma bem clara a abordagem e a linha geral de pensamento que vai guiar a pesquisa. Para ele, o que explica a defasagem de desenvolvimento econômico entre o Brasil e os países mais ricos não é a falta de investimento ou as dificuldades da indústria, mas sim as deficiências da educação e problemas de produtividade, ou eficiência.

“Nossa abordagem é contrária à visão cepalina (de Cepal, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), heterodoxa, que busca incentivar investimentos em setores chaves”, ele diz. Segundo o economista, mais da metade da diferença de renda entre o Brasil e os países ricos provém da menor produtividade, uma boa parte vem da educação inferior e apenas uma pequena parcela deve-se a investimento em capital fixo.
“Não somos atrasados porque não temos boas estradas ou porque não temos investimento suficiente”, ele diz. É claro que Ferreira não nega a importância de estradas e investimento, mas considera que o aumento da eficiência econômica ampliaria o retorno do capital e faria o investimento aumentar.

Uma questão decisiva, na sua abordagem, é o setor de serviços. Ele nota que as economias avançadas vêm aumentando o setor de serviços, o que também é uma tendência em países emergentes como o Brasil. De maneira simplificada, os países saíram da predominância agrícola para a industrialização, concomitante à expansão dos serviços. Num momento mais recente, a indústria recua e os serviços aumentam ainda mais.
Ferreira já investigou a questão dos serviços, de forma comparativa, no Brasil e na Coreia do Sul. Há 50 anos, ele observa, ambos os países eram 65% agrícolas, mas hoje têm 65% a 70% da sua economia em serviços. “O problema é que os serviços coreanos são de altíssima produtividade e os nossos são muito pouco eficientes”, nota o economista.

A diferença está muito no tipo de serviço que predomina. Ferreira exemplifica com empregadas domésticas e guardadores de carro, tipicamente uma mão de obra pouco educada e de baixa eficiência, em contraste com segmentos como design, software, mercado financeiro, etc.

Segundo o pesquisador, o tipo de política pública que decorre de sua análise – e que é a visão do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico – é a promoção do avanço da educação em quantidade e qualidade e a agenda microeconômica de melhora do ambiente de negócios e de racionalização tributária e burocrática.

A má alocação de capital por políticas intervencionistas, seja de proteção, subsídios ou conteúdo local, é um entrave ao desenvolvimento. Ele cita a Sete Brasil, com o projeto de bilhões de dólares de construir plataformas de petróleo no Brasil que hoje estão custando duas vezes mais do que externamente. “Este capital poderia estar indo para outros setores em que somos mais competitivos”.

Uma das tarefas que o centro estabeleceu para si é medir a produtividade de setores e subsetores da economia. No caso dos serviços, são sete subsetores, e, por razões comparativas, também a produtividade na indústria e na agricultura – para as quais há mais dados – será estudada. Em todos os casos, trata-se da produtividade total dos fatores (PTF), e Issler, especialista em econometria, vem trabalhando em técnicas para vencer o desafio de fazer essas mensurações.

No site do centro, já é possível encontrar alguns estudos como um trabalho sobre os Brics, de Castello Branco, e sobre o desenvolvimento brasileiro no pós-guerra, de Ferreira e do economista Fernando Veloso, da FGV-Rio, entre outros. (fernando.dantas@estadao.com)

Fernando Dantas é jornalista da Broadcast

27 fevereiro 2015

Por que o Brasil cresce tão pouco em relação a outros emergentes?

Edmar Bacha - Phd em Yale- Folha de São Paulo

Podemos reparar que quase tudo em nossas casas é feito no Brasil: material de construção, móveis, eletrodomésticos, roupas, comida.

O raro produto importado é comprado a preços surreais. Isso nos parece natural. O espanto ocorre quando viajamos ao exterior e nos deparamos, nas lojas dos EUA e da Europa, com a grande quantidade de produtos fabricados em outros países e com a ausência quase completa de produtos made in Brazil.

Como me disse minha neta Luiza, de nove anos, em sua primeira viagem a Nova York: "Vovô, aqui tudo é bom e barato. Por que não é assim também no Brasil?".

Dedico a ela este texto, na expectativa de que o possa ler daqui a alguns anos com a mesma perplexidade com que os jovens hoje em dia nos escutam contar como era a hiperinflação antes do Real.

Robert Solow, Prêmio Nobel de Economia, é seguramente um dos economistas mais admirados do mundo. Em entrevista recente, disse não acreditar na estagnação da economia mundial.
E explicou: "A chave são economias como a Rússia, a Índia, a China, o Brasil. Nelas, as indústrias ainda têm que se modernizar para chegar ao nível de avanço tecnológico em que a Europa e a América do Norte já estão. Temos que esperar que essa convergência ocorra. Se não ocorrer, será provavelmente por razões políticas, e não por razões econômicas. Deixando a política de lado, sobre a qual é difícil dizer qualquer coisa inteligente, há ainda muito espaço para essa modernização".
Infelizmente, no Brasil não podemos deixar a política de lado, pois são inúmeros os impedimentos que ela coloca para a modernização. Eles incluem absurdos como a nomeação para ministro da Ciência e Tecnologia do ex-deputado Aldo Rebelo, que apresentou projeto de lei para proibir a adoção de novas tecnologias no setor público. Passam pela bizarrice da tomada de três pontos. E atingem o trágico com os escândalos em série na Petrobras, que revelam o extraordinário poder corruptor de uma política industrial baseada no monopólio estatal, na reserva de mercado e no conteúdo nacional.

São exemplos extremos de políticas de isolamento do país ao comércio internacional, que também se expressam na ausência de acordos comerciais com os países desenvolvidos, na atração das multinacionais para explorar o mercado interno, mas não para exportar a partir do Brasil, na paralisante burocracia portuária e alfandegária, nas altas tarifas aos importados, nas exageradas margens de preferência para as compras governamentais de produtos locais, nas políticas de adensamento produtivo (nome novo para a velha substituição de importações).

Disso tende a resultar uma taxa de câmbio supervalorizada que dificulta ainda mais as exportações e reduz a competitividade dos produtores brasileiros. Paradoxalmente, essa supervalorização fornece justificativa para o próprio protecionismo que está na raiz do câmbio valorizado.

Quando expressa sua confiança em que os emergentes atingirão o nível de renda per capita dos países hoje desenvolvidos, Robert Solow nos fala dos benefícios da interconexão entre as economias.
Da maior importância para o crescimento da produtividade nesses países são o acesso a novas tecnologias, produtos e insumos, as economias de escala que se obtêm num mercado ampliado e as reduções de custo que resultam da maior concorrência entre as empresas.

Não se trata apenas de teoria. Os países que conseguiram entrar para o Primeiro Mundo após a Segunda Guerra Mundial o fizeram com uma forte integração comercial com os países mais ricos.
Foi esse o caso de Israel e dos tigres asiáticos (Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong e Taiwan), cuja integração se baseou na exportação de produtos industriais.

Foi esse o caso da periferia da Europa (Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda), com exportações predominantemente de serviços. Foi esse também o caso da Austrália, da Nova Zelândia e da Noruega, cujas exportações são principalmente de produtos primários.

Não se conclua que o comércio internacional só beneficia países pequenos. Há também o exemplo da China, que renasceu a partir da década de 1980 com a decisão de Deng Xiaoping de abandonar o isolacionismo maoista e abrir o país para o comércio e o investimento estrangeiro.

Em contraste, o Brasil se mantém como uma das economias mais fechadas ao comércio internacional. Somos o último da fila, com a menor participação do comércio exterior no PIB entre os 179 países para os quais o Banco Mundial tem dados.

Não é porque sejamos um país grande. Os seis países maiores (EUA, China, Alemanha, Japão, França e Reino Unido) são também os seis maiores exportadores. O Brasil é apenas o 22º maior exportador. Temos 3,3% do PIB mundial, mas nossas exportações representam apenas 1,3% do total mundial.

Caso exemplar é a indústria automobilística brasileira. Protegida há seis décadas, mal exporta para nossos vizinhos. Em contraste, fábricas mexicanas, que produzem duas vezes mais por trabalhador, exportam para o lucrativo mercado americano e participam ativamente das cadeias globais de valor.
Com esse isolamento comercial, não é de estranhar que, além de baixa, a produtividade cresça pouco. Nos últimos 33 anos, a produtividade do trabalho no Brasil cresceu um minúsculo 0,3% ao ano, nos condenando a permanecer como um país de renda média. Enquanto isso, os demais emergentes vão nos ultrapassando, um a um.

Em entrevista recente, Ricardo Paes de Barros, ex-subsecretário da Secretaria de Assuntos Estratégicos, diz: "São mais de 500 políticas voltadas a elevar a produtividade...Então, não é falta de política, é preciso analisar melhor por qual motivo essas políticas não estão tendo o impacto que gostaríamos que elas tivessem".

A razão parece clara diante do que expus. As empresas no Brasil não têm motivos para aumentar a produtividade. Por um lado, são forçadas a comprar localmente insumos caros e obsoletos. Por outro, vendem seus produtos quase que só dentro do país, em mercados protegidos e com diminuta concorrência. Por isso o Brasil cresce tão pouco em relação a outros emergentes.

10 fevereiro 2014

Matemática e crescimento econômico

[...]

Neste mês, o Impa lança o Portal da Matemática, um banco de videoaulas na internet com a matéria do ensino básico. São aulas de 10 minutos dadas por professores selecionados pelo instituto. Quem conhece o portal americano Khan Academy — sucesso no mundo inteiro com aulas de várias disciplinas — sabe quanto a internet pode democratizar o conhecimento.

O Portal da Matemática deve ser útil também a professores, que poderão comparar suas aulas às de colegas. As iniciativas do Impa são mais que bem-vindas para atacar a falta de qualidade da educação básica no Brasil, uma das causas da baixa produtividade.

Um estudo do economista americano Eric Hanushek, pesquisador da Universidade Stanford, mostra uma relação direta entre o desempenho em testes de matemática e ciências e a capacidade de crescimento econômico das nações. Hanushek comparou testes de alunos de 50 países durante décadas.

A conclusão foi que paí­ses que, ao longo dos anos 60, conseguiram aumentar as notas de matemática e ciências meio ponto acima da média geral cresceram, em média, 1 ponto percentual ao ano durante os 40 anos seguintes. Ou seja, é preciso aprender a fazer conta para enriquecer.

Fonte: aqui

27 janeiro 2013

FEM: Crescimento Econômico - África e América Latina


O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, afirmou estar muito satisfeito com o crescimento econômico apresentado pelos países da África e da América Latina nos últimos cinco anos.

Em um discurso no Fórum Econômico Mundial, realizado na cidade suíça de Davos, Yong Kim previu que a África crescerá no próximo ano por volta de 5,5%. Segundo Yong Kim, a África investiu em 2000 16% do produto interno bruto (PIB) em investimentos e infraestrutura, percentagem que subiu para 22% em 2012. "Trabalhamos com estes países e fizeram muitas coisas bem: consolidação fiscal, investimento em saúde, educação e proteção social", disse o presidente do Banco Mundial.

Yong Kim considerou que as economias emergentes mostraram uma grande resistência nos últimos cinco anos e fizeram a maior contribuição ao crescimento econômico global.

O presidente do Banco Mundial também lembrou as elevadas taxas de desemprego entre os jovens, que são inclusive maiores entres as pessoas com educação universitária. Por outro lado, o presidente assinalou que é uma responsabilidade de todos os países conseguir um crescimento econômico que leve em conta a mudança climática.


Fonte: Aqui