Esta é uma história bastante interessante de como a informação pode ser aliada para combater o desvio do dinheiro público.
A Indonésia é um dos maiores países do mundo em termo populacionais. São 250 milhões de pessoas que vivem em diversas ilhas da Ásia. Nos anos 90, o governo da Indonésia criou um programa de distribuição de arroz chamado Raskin. Com este programa, o governo queria garantir a alimentação das pessoas pobres, em um enorme programa social. O problema é que o programa não estava funcionando, já que menos da metade do arroz chegava ao destino. O produto deveria chegar com um preço de um quinto do valor de mercado, com cerca de 15 quilos de arroz por mês por família.
O produto não chegava as famílias necessitadas ou chegava por um preço superior. Para resolver o problema, em lugar de solução complexa, um grupo de pesquisadores sugeriu que a solução seria encaminhar as informações aos beneficiários do Raskin através de correspondência. Esta informava que a pessoa estava no programa, qual a quantidade que deveria receber e o preço que deveria ser pago. A informação mudou o processo de barganha.
O conceito aplicado é o de common knowledge ou conhecimento comum. Através da correspondência, o beneficiário sabia do programa; e o responsável pela distribuição agora sabia que o beneficiário também sabia. É o “eu sei que você sabe que eu sei”. Os líderes locais deixaram de ter monopólio da informação. E não podiam mais decidir quanto arroz e qual o preço que cada família deveria receber.
A quantidade de arroz que chegava no destino final aumentou substancialmente.
Leia mais:
Abhijit Banerjee; Rema Hanna; Jordan Kyle; Benjamin A. Olken e Sudarno Sumarto. Tangible Information and Citizen Empowerment: Identification Cards and Food Subsidy Programs in Indonesia. Journal of Political Economy. Apr 2018
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