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26 agosto 2014

Contrabando e o Senhor Mercado

O governo, ao tentar fazer "política econômica" dando incentivos a determinados setores da sociedade, termina por gerar distorções. Estes efeitos colaterais da intervenção do governo são imediatamente aproveitados pelo mercado. Na Venezuela temos a gasolina mais barata do mundo graças a presença forte da PDVSA e do excesso de petróleo. A distorção em manter o preço abaixo do praticado em outros países provoca efeitos. No texto a seguir apresenta-se o "contrabando" de gasolina para outros países:
(Fotografia, aqui)

O contrabando de gasolina produzida na Venezuela para países vizinhos é atualmente um dos maiores problemas que o governo do presidente Nicolás Maduro enfrenta. Analistas econômicos estimam que, na fronteira com a Colômbia, esse mercado ilegal movimente mais dinheiro que o narcotráfico.

"Esses lucros são tão grandes que se estima que o contrabando de gasolina produza mais lucro do que o tráfico de drogas", disse ontem ao Estado o economista Rafael Quiroz, especialista em petróleo e professor da Universidade Central da Venezuela. Entre 2002 e 2003, Quiroz dirigiu o escritório da presidência da Petróleos de Venezuela (PDVSA), a estatal que controla a produção do insumo no país.

De acordo com o analista, os contrabandistas de combustível conseguem lucros de "mais de 10.000%" ao comercializar ilegalmente o produto venezuelano na Colômbia. "Temos a gasolina mais barata do mundo (em termos de vendas ao consumidor)", disse Quiroz, explicando que a extrema depreciação do bolívar em relação ao dólar e o baixo valor da moeda venezuelana em relação ao peso colombiano - que vale cerca de 40 vezes mais do que o dinheiro da Venezuela - contribui para que os ganhos dos traficantes seja tão alto.

Alertando que "faltam fontes confiáveis", o economista Juan Socías, diretor do Grupo Soluciones, calcula que até 400 mil pessoas - cerca de 300 mil do lado colombiano da fronteira e "pouco menos de 100 mil" do lado venezuelano - vivam atualmente do contrabando de gasolina.

O especialista explicou que a discrepância entre o preço do combustível praticado na Venezuela e no restante da América Latina, que em média chega a US$ 1,29 por litro, é responsável "essa distorção natural".

"O contrabando de gasolina é evidente. Nas estradas da Colômbia (próximo à fronteira com a Venezuela) é possível encontrar pessoas vendendo gasolina colombiana durante todo o dia. Essa magnitude do tráfico é realmente muito grande", disse Socías.


Apreensão. Segundo Quiroz, "no eixo fronteiriço" entre as cidades venezuelanas de Ureña e San Antonio del Táchira e a região de Cúcuta, no Departamento (Estado) colombiano de Norte de Santander, "pode haver desemprego, mas não há desocupação".


De acordo com ele, no entanto, o contrabando de gasolina venezuelana não se destina somente à Colômbia, mas também para países caribenhos e ilhas vizinhas, principalmente Curaçau, Aruba, Bonaire, Jamaica e as Ilhas Cayman. O analista afirmou que, dos cerca de 150 mil barris de gasolina contrabandeados diariamente para fora da Venezuela, 70 mil vão para a Colômbia e os 80 mil restantes, para o Caribe.

O vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, informou no sábado que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) apreendeu 63 mil litros de combustível e 10 toneladas de alimentos durante uma operação realizada na região da fronteira, no município venezuelano de Mara, no Estado de Zulia, na divisa com o território colombiano.

De acordo com Arreaza, um major do Exército venezuelano foi morto na noite da sexta-feira quando dava apoio às operações contra o contrabando na região da fronteira entre os dois países.

Desde o dia 11, o governo da Venezuela tem fechado as passagens fronteiriças com a Colômbia com a intenção de coibir a passagem ilegal de diversos produtos para o país vizinho, principalmente gasolina e alimentos. Segundo o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Diosdado Cabello, as operações contra esse tipo de crime têm ocorrido diariamente.

Confrontos. O vice-presidente afirmou ainda que os alimentos apreendidos nas operações da semana passada eram, principalmente, gêneros de primeira necessidade, como arroz, óleo e açúcar. De acordo com Arreaza, os produtos, com preços subsidiados, foram encontrados em 20 casas e seriam redistribuídos em mercados particulares de Zulia com valores reajustados.

Segundo o general Vladimir Padrino López, 111 pessoas já foram detidas desde o início das operações contra o contrabando - 61 delas tiveram prisões preventivas decretadas e deverão aguardar pelo início do julgamento na cadeia. De acordo com as autoridades venezuelanas, a última operação na região apreendeu na região de fronteira quase 200 mil cápsulas de diclofenaco sódico (anti-inflamatório) e mais de 102 mil pílulas de amoxicilina (antibiótico) - duas pessoas foram presas.

No sábado, houve um confronto entre contrabandistas e forças militares na cidade de Guajira. Os criminosos queimaram um carro da FANB. Foi o segundo ataque a unidades do Exército, que foram enviadas à fronteira com a Colômbia para combater o contrabando.

30 março 2009

Espanha muda cálculo do PIB

La economía ilegal también cuenta. La revisión de la contabilidad nacional que se ha puesto en marcha en toda la Unión Europea (UE) obligará a incluir actividades como la prostitución, el contrabando y el tráfico de drogas en el cálculo del producto interior bruto (PIB). La fecha prevista para su aplicación es el año 2011 o 2012.
La norma afectará a todos los países de la UE, como ocurre en la actualidad. Formará parte del cambio de base de la contabilidad nacional, que ahora se denomina SEC-95 (Sistema Europeo de Cuentas). Son ajustes que los institutos de estadística realizan para incorporar nuevas actividades y criterios.

En el caso de la economía ilegal, algunas estimaciones sitúan su valor en dos o tres puntos del PIB. Es decir, una vez que se incluyan esas actividades, el volumen del PIB de los países de la UE subirá en torno a ese porcentaje. Ello tendrá implicaciones, por ejemplo, en la contribución que los países hacen al Presupuesto de la UE en base al denominado cuarto recurso (renta nacional bruta). Al elevarse el PIB, la contribución aumentará, aunque en otras ocasiones en que se ha producido una revisión, los efectos han sido neutros. En la actualidad, la contabilidad nacional se calcula con la base 2000. La siguiente será la base 2008, que incluirá, además de la economía ilegal, datos que España ya calcula, como precios de importación y exportación.

El PIB incluirá la prostitución, el tráfico de drogas y el contrabando
El País – Nacional - 0 (1ª Ed. Madrid) – 28 – 30/03/2009