Um texto do Valor destaca os problemas dos programas sucessivos de parcelamentos de dívida:
Muitas [empresas] se acostumaram a saldar parte das parcelas e suspender o pagamento, à espera de novo programa.
Isto corresponde a um incentivo ao não pagamento de tributos:
"O uso indevido de sucessivos Refis não educa o contribuinte", afirma Heleno Torres, professor de direito tributário.
Outro aspecto refere-se a questão da concorrência. A ação da Secretaria da Receita Federal é muito tímida:
Para enfrentar os devedores contumazes, a Receita criou em 2015 a cobrança administrativa especial, que é uma análise aprofundada da empresa, verificando indicadores como balanço, endividamento e distribuição de resultados e também benefícios concedidos a ela (...) Se a empresa tiver condições de pagar e não o fizer, esses benefícios são cassados.
É interessante que este texto foi publicado em um caderno especial sobre concorrência desleal.
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12 dezembro 2017
29 janeiro 2014
Diferença de salário entre homens e mulheres
Em diversos países do mundo existem mais mulheres do que homens com diploma de curso superior. Esta é uma tendência que também ocorre no Brasil . Doze por cento da população adulta feminina possui diploma de curso superior, mas somente dez por cento dos homens conseguiram concluir o terceiro grau.
Entretanto, apesar das mulheres terem melhor educação, isto não se reflete no mercado de trabalho. No Brasil, 91% dos homens com curso superior possuem emprego, contra 81% do gênero feminino. Os números da OCDE mostram que esta tendência também ocorre em países menos machistas. Como o diploma superior agrega renda – um brasileiro formado num curso superior recebe 2,5 vezes mais que aquele que completou o ensino médio – isto deveria significar que as mulheres teriam um salário médio maior. Mas isto não ocorre na prática: os homens ainda ganham mais por trabalho equivalente.
Existem diversas explicações para as diferenças entre os homens e as mulheres no momento de receber seus pagamentos mensais. A mais óbvia, a diferença decorre de um passado, onde a mulher era claramente discriminada. Esta diferença pode ter reduzido nos últimos anos, mas ainda não foi suficiente para igualdade salarial.
Uma explicação menos óbvia foi obtida de um experimento apresentado por três pesquisadores. Eles publicaram um anúncio oferecendo emprego. Para metade daqueles que se interessam o salário era fixo, de 15 dólares a hora. Para outra metade, existia uma parcela fixa, de doze dólares, e uma parcela variável, de seis dólares a hora, que seria obtido numa comparação com um colega. Assim, nesta segunda proposta, o valor esperado seria de 15 dólares ou $12 + 50% x $6. Ou seja, ambas as propostas possuíam um valor médio igual, mas a segunda proposta dependeria de uma competição. Ao comparar a aceitação da proposta os pesquisadores encontraram que as mulheres eram menos propensas a aceitar a oferta de competição.
Para os pesquisadores, isto pode ser um sinal de que as mulheres não estão muito interessadas em trabalho onde exista uma competição, ao contrário dos homens. Em outras palavras, mulheres possuem preferência diferente pela competição. Como os salários são resultantes de competição que ocorre no mercado de trabalho, isto poderia ser uma explicação para a persistência da diferença salarial entre as pessoas. Em lugar de preconceito, herança cultural e outras explicações, o experimento parece indicar que parte da diferença decorre das preferências do gênero, que talvez tenha sido marcada ao longo da evolução da nossa espécie. Assim, o esforço no sentido de reduzir esta diferença é de longo prazo.
Leia mais em
FLORY, Jeffrey; LEIBBRANDT, Andreas; LIST, John. Do Competitive Workplaces Deter Female Workers? A Large-Scale Natural Field Experiment on Gender Differences in Job-Entry Decisions, 2010.
Entretanto, apesar das mulheres terem melhor educação, isto não se reflete no mercado de trabalho. No Brasil, 91% dos homens com curso superior possuem emprego, contra 81% do gênero feminino. Os números da OCDE mostram que esta tendência também ocorre em países menos machistas. Como o diploma superior agrega renda – um brasileiro formado num curso superior recebe 2,5 vezes mais que aquele que completou o ensino médio – isto deveria significar que as mulheres teriam um salário médio maior. Mas isto não ocorre na prática: os homens ainda ganham mais por trabalho equivalente.
Existem diversas explicações para as diferenças entre os homens e as mulheres no momento de receber seus pagamentos mensais. A mais óbvia, a diferença decorre de um passado, onde a mulher era claramente discriminada. Esta diferença pode ter reduzido nos últimos anos, mas ainda não foi suficiente para igualdade salarial.
Uma explicação menos óbvia foi obtida de um experimento apresentado por três pesquisadores. Eles publicaram um anúncio oferecendo emprego. Para metade daqueles que se interessam o salário era fixo, de 15 dólares a hora. Para outra metade, existia uma parcela fixa, de doze dólares, e uma parcela variável, de seis dólares a hora, que seria obtido numa comparação com um colega. Assim, nesta segunda proposta, o valor esperado seria de 15 dólares ou $12 + 50% x $6. Ou seja, ambas as propostas possuíam um valor médio igual, mas a segunda proposta dependeria de uma competição. Ao comparar a aceitação da proposta os pesquisadores encontraram que as mulheres eram menos propensas a aceitar a oferta de competição.
Para os pesquisadores, isto pode ser um sinal de que as mulheres não estão muito interessadas em trabalho onde exista uma competição, ao contrário dos homens. Em outras palavras, mulheres possuem preferência diferente pela competição. Como os salários são resultantes de competição que ocorre no mercado de trabalho, isto poderia ser uma explicação para a persistência da diferença salarial entre as pessoas. Em lugar de preconceito, herança cultural e outras explicações, o experimento parece indicar que parte da diferença decorre das preferências do gênero, que talvez tenha sido marcada ao longo da evolução da nossa espécie. Assim, o esforço no sentido de reduzir esta diferença é de longo prazo.
Leia mais em
FLORY, Jeffrey; LEIBBRANDT, Andreas; LIST, John. Do Competitive Workplaces Deter Female Workers? A Large-Scale Natural Field Experiment on Gender Differences in Job-Entry Decisions, 2010.
24 novembro 2013
Competição entre fêmeas
(...) Em um experimento curioso, os cientistas chamaram pares de mulheres recém-casadas (que não se conheciam) para discutir com um cientista do sexo masculino a relação delas com seus maridos. O que elas não sabiam é que o verdadeiro experimento ocorreria no intervalo da discussão. No início do intervalo, o cientista saía da sala, enquanto as voluntárias tomavam um lanche. Durante o lanche, entrava na sala uma outra cientista, agora do sexo feminino, perguntando onde estava o cientista que havia saído da sala. Obtida a resposta, a cientista saía da sala. A discussão entre as duas voluntárias após a saída da cientista fêmea era gravada e filmada. Mas falta explicar um detalhe. Em metade das entrevistas, a cientista fêmea que entrava na sala vestia somente uma calça comprida e uma camiseta. Na outra metade das entrevistas, a mesma cientista vestia uma provocante minissaia, blusa decotada e botas. De resto, a interação entre a visitante e as voluntárias era idêntica.
O que os cientistas observaram é que a fêmea de calça e camiseta não provocava uma mudança na conversa e nunca despertava reações agressivas. Já a mesma mulher, de minissaia, causava quase sempre uma mudança na conversa entre as voluntárias que geralmente passavam a falar mal da visitante, muitas vezes insinuando suas más intenções com o entrevistador, comentando o mau gosto de suas roupas, enfim, denegrindo sua imagem. Os cientistas concluíram (você concorda?) que o diálogo agressivo e crítico entre as voluntárias após a visita da "vamp" é uma manifestação do espírito competitivo e agressivo das mulheres. Elas estariam tentando "proteger e não perder a posse" do macho que estava conduzindo a entrevista. A "vamp" era vista como uma ameaça, e a mesma mulher, vestida discretamente, não era identificada como potencial competidora. Observe que essas mulheres não se conheciam, eram casadas, e o macho em questão só havia passado uma hora na companhia das duas voluntárias.
Esses dois exemplos demonstram como ocorre a competição entre as fêmeas, muito mais sutil e indireta que a violência física, direta ou disfarçada, que observamos na competição entre os machos.
Essa coletânea de artigos mostra que o estudo da competição entre fêmeas ainda está na sua infância, mas já nos ajuda a entender o cisma com a sogra e a origem da fofoca.
MAIS INFORMAÇÕES: FEMALE COMPETITION AND AGRESSION: INTERDISCIPLINAR PERSPECTIVES. PHIL. TRANS. R. SOC. B 368:2130073 2013
FERNANDO REINACH - Estado de S. Paulo - 23 de novembro de 2013
O que os cientistas observaram é que a fêmea de calça e camiseta não provocava uma mudança na conversa e nunca despertava reações agressivas. Já a mesma mulher, de minissaia, causava quase sempre uma mudança na conversa entre as voluntárias que geralmente passavam a falar mal da visitante, muitas vezes insinuando suas más intenções com o entrevistador, comentando o mau gosto de suas roupas, enfim, denegrindo sua imagem. Os cientistas concluíram (você concorda?) que o diálogo agressivo e crítico entre as voluntárias após a visita da "vamp" é uma manifestação do espírito competitivo e agressivo das mulheres. Elas estariam tentando "proteger e não perder a posse" do macho que estava conduzindo a entrevista. A "vamp" era vista como uma ameaça, e a mesma mulher, vestida discretamente, não era identificada como potencial competidora. Observe que essas mulheres não se conheciam, eram casadas, e o macho em questão só havia passado uma hora na companhia das duas voluntárias.
Esses dois exemplos demonstram como ocorre a competição entre as fêmeas, muito mais sutil e indireta que a violência física, direta ou disfarçada, que observamos na competição entre os machos.
Essa coletânea de artigos mostra que o estudo da competição entre fêmeas ainda está na sua infância, mas já nos ajuda a entender o cisma com a sogra e a origem da fofoca.
MAIS INFORMAÇÕES: FEMALE COMPETITION AND AGRESSION: INTERDISCIPLINAR PERSPECTIVES. PHIL. TRANS. R. SOC. B 368:2130073 2013
FERNANDO REINACH - Estado de S. Paulo - 23 de novembro de 2013
29 março 2013
Nike e a vitória
A empresa Nike patrocina diversos esportistas. E patrocinou também Pistorius (acusado de matar a namorada), OJ Simpson (idem) e Armstrong (de doping). As falsas propagandas mostram os três, com o símbolo da Nike: a vitória a qualquer custo.
08 março 2013
Auditor e Interesse do Investidor
O recente relatório da comissão britânica sobre o oligopólio no setor de auditoria trouxe algumas reflexões interessantes. Denise Roland, do The Telegraph (Big Four deny acting against shareholders) informa que a comissão que afirma que muitas vezes auditores e executivos das empresas agem em benefício mútuo, excluindo os interesses dos investidores. Esta questão também é lembrada por Helia Ebrahimi, também do The Telegraph (Big four chastised by Competition Commission) diz que existe um desalinhamento com os interesses dos shareholder.
Segundo Beth Abel, do AccountancyAge, os auditores não concordam com a posição da comissão britânica e que o relatório é omisso em alguns aspectos.
Segundo Beth Abel, do AccountancyAge, os auditores não concordam com a posição da comissão britânica e que o relatório é omisso em alguns aspectos.
09 janeiro 2013
Negócio x Mercado
Pouco antes do fim do ano passado, a jornalista Claudia Safatle, no "Valor Econômico", relatou conversa com fonte na área econômica tratando, entre outras coisas, da percepção do governo acerca de suas relações com o setor privado.
O tema foi a mudança de orientação do governo Dilma Rousseff, que teria dado uma "guinada no estatismo" típico do Programa de Aceleração de Crescimento em prol de uma orientação mais empresarial.
Segundo a fonte: "A Dilma ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula acreditava que o Estado, com seus investimentos, faria o país crescer. A Dilma presidente da República entendeu que há limitações e que é preciso trazer a iniciativa privada para o crescimento econômico".
Parece boa notícia, mas desconfio de que nem a fonte nem a presidente entenderam muito bem o que significa "trazer a iniciativa privada para o crescimento econômico".
Para usar categorias empregadas pelo economista Luigi Zingales, o governo parece confundir uma política pró-negócio com uma orientação pró-mercado.A primeira consagra vencedores em setores eleitos a dedo, sem que saibamos ao certo os critérios de escolha.A segunda buscar criar condições para que empresas possam florescer em um ambiente competitivo, abstendo-se de eleger a priori os campeões nacionais.
Os resultados dessas abordagens não poderiam ser mais distintos, como expresso, por exemplo, no indispensável "Why Nations Fail" (Por que nações fracassam?), de Daron Acemoglu e James Robinson.
Como argumentado por esses economistas, políticas pró-negócio tipicamente levam a lucros de monopólio, beneficiando uns poucos setores à custa do resto da sociedade.
Com lucros garantidos (o chamado "capitalismo de compadres"), reduz-se o incentivo à atividade inovadora e assim o impulso ao crescimento de longo prazo, sustentável apenas pela expansão persistente da produtividade.
Políticas pró-mercado, em contraste, não se ocupam da eleição de vencedores, mas, sim, em forjar um ambiente econômico que facilite a proliferação de inovadores para que da quantidade surja a qualidade.
Tributos mais baixos (e, principalmente, mais simples), agilidade na criação (e destruição) de empresas, respeito aos direitos de propriedade são medidas, entre outras, que fazem parte desse ambiente, cujo sucesso é fartamente documentado na literatura econômica, inclusive no livro citado.
Não é preciso clarividência para perceber que a orientação governamental aproxima-se do primeiro caso, sem muito parentesco com o segundo grupo de políticas.
O governo crê que sua ação, seja por meio de políticas setoriais, seja pela manipulação da política tributária ou creditícia, criaria os "incentivos corretos" (segundo seus próprios e inescrutáveis critérios) para o investimento empresarial e é nesse sentido que acredita ter se aproximado do setor privado.
O viés intervencionista, porém, não se esgota nisso. Por coincidência (ou não), na mesma coluna, ao discorrer sobre o pacote de concessões (privatização permanece como palavra tabu no dicionário governista), faz-se menção explícita aos limites impostos sobre o retorno do capital investido nesses projetos.
Assim, ao mesmo tempo em que oferece lucros extraordinários a setores eleitos, o governo arbitra o retorno em outros segmentos e ainda se ofende quando os prejudicados reclamam.
Não é assim que uma economia capitalista prospera. Sob um regime como o que vigora no Brasil, há mais a ganhar tentando influenciar decisões de política do que na atividade empresarial propriamente dita. É de esperar, portanto, que empresas reajam racionalmente a isso, direcionando seus recursos para o lobby em vez de ao investimento produtivo e à inovação.
Num momento em que o esgotamento da mão de obra ociosa deixa claros os limites ao modelo de crescimento do país, investimento e produtividade são as saídas possíveis, mas, sob o regime pró-negócio, cada dia mais remotas.
Fonte: aqui
29 fevereiro 2012
Venha competir no Programa Multi UnB, UFPB, UFRN
Ontem foi defendida a 226ª dissertação do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (amo falar esse nome completo. Sinto orgulho!)
Membro da 19ª turma do Programa, este foi o primeiro aluno a lutar tanto pela sua vaga que encontrou uma brecha no edital – entrou com recurso, embasou bravamente a sua opinião. Assim, mais uma vaga foi criada e encontraram-se no mundo: Ednilto Pereira Tavares Júnior e César Augusto Tibúrcio Silva. Uma ótima dupla que surgiu com o trabalho: “A Influência do Quantitativo de Informação na Qualidade da Decisão Tomada”.
Sempre há dissertações defendidas né!?
(Na segunda o Luiz Felipe Figueiredo de Andrade se tornou o nosso 225º mestre, com o trabalho intitulado “Contabilidade de Instituições Financeiras no Brasil – Análise Crítica da Convergência as Normas Internacionais do IASB”).
Gostaria de escrever uma postagem para cada um. Mas hoje ressalto esta vitória específica pelo exemplo que pode incentivar a muitos leitores. O Ednilto conquistou uma vaga extra na turma, não sabia inglês, ficou um tempo sem o auxílio da Capes por causa da greve dos servidores da Universidade, vinha toda semana de Goiânia para as aulas, estava sempre de bom humor e disposto a superar limitações (Teve o computador quebrado, o carro também). No fim do curso, quando um amigo ofereceu “estadia” para que ele não ficasse em pousadas, ainda assim ele acordava 5h da manhã. “Eu sou competitivo”, ele sempre me disse. E sabe o que eu acho? Que é de competidores assim que precisamos. Daqueles que não tratam os outros como inimigos, apenas como adversários – como deve ser.
Parabéns Mestre Tavares Júnior. Que a sua caminhada seja enriquecedora e te leve tão breve quanto possível a um doutorado, para que mais colegas, alunos e professores aprendam com a sua simplicidade e perseverança.
14 maio 2011
Governança, competitividade e retornos
Postado por Pedro Correia
Roberto Ushisima fez um excelente análise do artigo:Corporate Governance, Product Market Competition, and Equity prices.
"O artigo analisa a relação entre governança corporativa, competição e retorno de ações. Estudos passados mostram que há alguma relação entre governança e retornos e esse artigo inclui a análise da competitividade para melhor entender essa relação.
"...Em suma, empresas de pior governança em setores de atuação com menos competição geram menores retornos das ações, são menos lucrativas, menos produtivas e incorrem mais em aquisições destruidoras de valor. Uma conclusão que se pode tirar é que governança e competição são substitutos para melhorar o desempenho da empresa, em especial da alta direção. Em setores competitivos, a própria competição irá forçar a administração da empresa a buscar melhor resultados, sob risco de haver uma mudança na administração. Em setores pouco competitivos, não há essa pressão e, se não houver fortes mecanismos de governança, a empresa irá ser menos lucrativa e produtiva do que poderia ser. Para reduzir custos de agência, competição e governança são substitutos (o que não exclui que possam ser complementares)."
Leia a análise na íntegra.
14 abril 2010
Links
De finanças comportamentais:
Incentivos financeiros para alunos de escolas públicas
Mesmo quando estão se divertindo no jogging, muitos não permitem ser ultrapassados
As limitações da informação de calorias
O efeito das emoções nas decisões: uma experiência de Dan Ariely
25 novembro 2008
Acredite se quiser
O processo de transformação dos grandes bancos de varejo do País em conglomerados financeiros não deve inibir a concorrência no segmento, que deverá ser estimulada por três fatores.
Os dois primeiros têm relação direta com a consolidação, que diminui o espaço para compras de novas instituições e de folhas de pagamentos de funcionários públicos. O terceiro fator é a portabilidade das contas-salário. A partir de janeiro do próximo ano, os funcionários de empresas privadas poderão escolher em que banco receberão seus salários. Em 2012, o mesmo ocorrerá com os funcionários públicos de todo o País. "Acabou a vida fácil de crescer comprando folhas de pagamento e outros bancos", sentencia o sócio-diretor da CVA Solutions, Sandro Cimatti. "Com a diminuição da maior barreira para mudar de instituição, os bancos terão de ser mais agressivos na manutenção e busca de novos clientes", projeta o especialista.
Competitividade deve aumentar, diz estudo
Gazeta Mercantil - 21/11/2008
Foto: Life
17 abril 2008
Competitividade no Espaço
O gráfico mostra os países mais competitivos na corrida espacial (100 é o valor máximo). Achei estranho a presença do Brasil. Fonte: Futron/The Economist
07 dezembro 2007
As empresas brasileiras mais competitivas
Uma pesquisa listou 100 empresas mais competitivas entre os emergentes. O Brasil é o terceiro em número, atrás da China e India, com Vale, Petrobras, Embraer, Gerdau, Votorantim, Braskem, Sadia, Perdigão, Natura, Coteminas, WEG, JBS-Friboi (carne) e Marcopolo.
Das empresas escolhidas, 70 fizeram algum tipo de acordo internacional em 2006. Algumas das histórias de sucesso são decorrentes um pouco do acaso. A The Economist cita o caso da Sadia, que tornou-se muito conhecida do mundo árabe. Um pouco desta conquista talvez seja em decorrência do seu nome, que lembra a palavra sa'ada, que significa felicidade em árabe.
Clique aqui
Das empresas escolhidas, 70 fizeram algum tipo de acordo internacional em 2006. Algumas das histórias de sucesso são decorrentes um pouco do acaso. A The Economist cita o caso da Sadia, que tornou-se muito conhecida do mundo árabe. Um pouco desta conquista talvez seja em decorrência do seu nome, que lembra a palavra sa'ada, que significa felicidade em árabe.
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31 agosto 2007
Atratividade dos países
A figura mostra a atratividade dos países em receber terceirização. Ele é feito pela AT Kearney e avalia 50 paíse em três categorias: atratividade financeira, trabalhadores disponíveis e ambiente para negócios.
Fonte: Aqui
05 março 2007
Bancos Estrangeiros e tarifas
Uma das justificativas para a abertura do setor financeiro aos bancos estrangeiros era a promessa de maior competição. Reportagem do Globo de 05/03/2007 mostra que isso não ocorreu (Banco estrangeiro, tarifa elevada, Bruno Rosa):
A chegada das instituições financeiras estrangeiras ao Brasil em meados dos anos 90 ainda não surtiu efeito quando o assunto é concorrência bancária. Considerando os valores médios de 61 tarifas, os bancos internacionais cobram mais caro do que os concorrentes (instituições privadas nacionais, estaduais e federais) em 21 delas. O restante é divido entre os outros grupos. As diferenças nos preços dos serviços chegam a 3.025%. Os estrangeiros lideram ainda o grupo de bancos com o menor número de tarifas mais baratas. São cinco, contra 34 serviços das instituições federais, 14 das estaduais e nove das privadas.
Os dados fazem parte de levantamento inédito feito pelo site Vida Econômica, de Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). E o problema não pára aí: números do Banco Central mostram concentração maior do sistema financeiro nesta década. Entre 2001 e 2007, o total de bancos comerciais — o que inclui bancos estrangeiros com filiais no país — encolheu de 28 para 21.
Apesar de os bancos terem diferentes periodicidades de cobrança, a média das tarifas nas instituições estrangeiras atinge R$168,39, contra R$80,26 dos serviços dos bancos federais. Entre as tarifas das instituições privadas nacionais, a média é de R$148,14, enquanto a dos bancos estaduais fica em R$93,13.
Segundo Oliveira, o estudo mostra que a competição no sistema bancário está longe de ser acirrada. Apesar de o BC ter promovido a abertura do sistema financeiro nacional na década passada, permitindo a vinda de diversos bancos estrangeiros — que compraram instituições problemáticas como Banco Econômico e Bamerindus, além da privatização de diversas instituições como o Banerj — ainda não houve a tão sonhada queda dos custos dos serviços.
— A conclusão do levantamento foi surpreendente. Os bancos estrangeiros deveriam ter trazido nova mentalidade e maior concorrência ao país. Enquanto as instituições estrangeiras cobram mais caro em 21 tarifas, os federais têm maior custo em seis; os estaduais, em 13; e os privados nacionais, em 21 — afirmou Oliveira.
Abrir cadastro é 794% mais caro
A pesquisa, que traçou os valores médios dos serviços dos bancos em dezembro de 2006, constatou, por exemplo, que ter um cartão de crédito adicional internacional sai por R$250 nas instituições estrangeiras, valor 3.025% maior quando comparado ao dos bancos estaduais, onde sai a R$8. Nos bancos privados nacionais, o serviço custa R$18,67. As instituições federais não cobram pelo serviço.
Os bancos estrangeiros cobram R$137,91 de seus clientes para abrir um cadastro. O valor é 794,36% maior em relação ao verificado nas instituições estaduais, de R$15,42. Nas federais, o serviço custa R$16, e nas privadas nacionais, R$69,10.
Os clientes de bancos internacionais também pagam 51,5% mais caro para tirar um extrato da conta em terminais eletrônicos — sai a R$2,47 — em relação aos bancos federais (R$1,63). Já os bancos privados nacionais cobram R$1,93 e os estaduais, R$2,45.
(...) Na opinião de especialistas em varejo bancário, há várias razões para o cenário. A principal delas são os altos juros cobrados no país, que desestimularam uma guerra nos preços dos serviços. A falta de concorrência em alguns nichos do setor bancário, o baixo valor dos serviços cobrados no país, quando comparados aos fixados no exterior, são outras razões apontadas pelos analistas.
Taxa básica de juros alta afeta competição
Segundo Rodrigo Indiani, analista de risco da Austin Rating, as instituições estrangeiras tinham uma fonte de receita garantida com a Selic alta dos últimos anos. Esta semana o BC decide a nova taxa, hoje em 13% ao ano.
— Hoje o cenário mudou um pouco, mas demora. O primeiro passo foi o investimento da expansão da carteira de crédito. O segundo é a maior concorrência no preço de tarifas.
Alvaro Musa, presidente da Partner Consultoria, ressaltou que as tarifas no exterior são mais caras devido aos juros baixos. Com a Selic caindo no Brasil, os bancos estão se preparando para adotar, aos poucos, o perfil usado no exterior:
— No Brasil, o spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada do cliente) é alto e as tarifas, baixas. No exterior, o spread é baixo e as tarifas, altas.
Ou seja, aqui os estrangeiros ganham não só com juros altos, mas também porque não baixaram tarifas.
Luis Roberto Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), relacionou as altas tarifas ao perfil dos clientes.
— Os federais e estaduais têm uma carteira mais heterogênea. As instituições estrangeiras cobram mais caro porque possuem clientes de classes sociais mais elevadas. Esses bancos já possuem uma tradição de trabalhar com clientes de maior renda. Um TED, por exemplo, custa R$11,27 no Brasil, contra US$20 nos Estados Unidos.
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