Definição – este índice se o fluxo das operações pode ser usado para pagar as dívidas da empresa.
Fórmula – Cobertura de dívidas = (Fluxo de Caixa das Operações / Passivo)
Sendo
Fluxo de Caixa das operações – refere-se ao fluxo de caixa gerado pela empresa nas atividades
Passivo Total – corresponde ao capital de terceiros da empresa, ajustado pelas duplicatas e cheques descontados.
Unidade de Medida – O valor do índice está expresso em percentagem, indicando quantos por cento a empresa obteve de caixa para cada unidade de passivo. O analista deve estar atento para o período usado no fluxo de caixa ao fazer a comparação histórica ou com outras empresas.
Intervalo da medida – Como este índice deve ser usado quando o fluxo de caixa das operações for positivo. O índice pode variar entre zero a infinito. Índices acima de cem por cento indicam que a empresa consegue pagar seus passivos com o fluxo gerado no exercício.
Como calcular – Os valores são obtidos na demonstração dos fluxos de caixa. É importante lembrar que este índice deve ser usado quando o fluxo das operações for positivo.
Iremos usar neste índice o exemplo da Abril Educação, uma empresa na área de livros (Scipione e Ática) e cursos (Anglo e pH). As informações são referentes ao ano de 2011 e foram obtidas no sítio da empresa.
Inicialmente aparece a seguir um pedaço da DFC da empresa.
Abaixo, as informações do passivo da Abril Educação.
Como o fluxo das operações foi positivo somente em 2011, iremos usar este índice para este período. Temos então:
Cobertura de Dívidas = (102 500 / 792 967 ) x 100 = 12,9%
Isto significa dizer que o fluxo das operações permite quitar 12,9% das dívidas do passivo da empresa.
Grau de utilidade – Regular. Este índice só pode ser usado quando a geração de caixa é positiva. Em situações onde a empresa não gera caixa com as atividades operacionais não faz sentido calcular este índice.
Controvérsia de Medida – Alguma, em especial sobre qual o valor do passivo que devemos usar. Temos dois aspectos aqui. O primeiro é se deve ser o valor final ou o valor médio. No caso da empresa do exemplo, isto não afetaria muito o resultado final; mas poderão existir situações práticas onde isto não é o usual. O segundo, é se devemos considerar todo o passivo ou somente o passivo oneroso ou somente o passivo de curto prazo. Se no exemplo tivéssemos usado somente o passivo oneroso, o valor do índice seria de 37%, indicando que o fluxo das operações permitiria quitar mais de um terço das dívidas. Se fosse usado o passivo de curto prazo o valor seria de 29%.
Observações Adicionais
a) O inverso do índice indica quanto tempo a empresa levaria para pagar sua dívida com o fluxo gerado com as operações;
b) O uso do passivo do final do período possui duas grandes vantagens sobre o uso do passivo médio: em primeiro lugar, ganhamos uma informação; em segundo lugar, é mais intuitivo pensar que o fluxo gerado “será” usado para pagar a dívida existente no final do período (a dívida do início que não existe mais já foi paga).
c) A análise por tipo de passivo pode ser interessante. Observe que o índice é: FC Operações / Passivo. Multiplicando ambos por passivo circulante: [FCO x PC] / [P x PC], que corresponde a cobertura das dívidas de curto prazo vezes a participação da dívida de curto prazo no total da dívida. Denominamos esta parcela de composição da dívida. No caso a empresa que analisamos tempos que a cobertura da dívida foi de 12,9%, que corresponde a cobertura da dívida de curto prazo ou 29,3% vezes a participação da dívida de curto prazo no passivo, que é de 44,1%. Temos então que 12,9% = 29,3% x 44,1%.
Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis. Outros textos publicados foram:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado,