Duas grandes economias que representam o que se tem de mais moderno no mundo. Japão e Alemanha continuam com a crença que o dinheiro físico é o rei e isto está complicando a implantação das moedas digitais do Banco Central (CBDCs).
Começamos pelo Japão. Em junho, o Banco Central Japonês anunciou que estava arquivando seus planos de criar uma moeda digital. Entre os vários fatores, quase 38% das transações ocorridas no varejo do país era em dinheiro. No país asiático, o dinheiro é algo seguro e líquido no pagamento. Com baixa taxa de juros, o 90% dos japoneses já responderam uma pesquisa indicando que dinheiro é seu meio de pagamento preferido.
Na Alemanha, o dinheiro ainda é o meio de pagamento mais popular. Em 2016, o governo de Merkel chegou a propor a proibição de pagamento acima de cinco mil euros em dinheiro e recebeu uma crítica pública imensa. Uma pesquisa mostrou que somente 13% dos alemães apoiam o euro digital e 56% eram contra.
E aonde o moeda digital do Banco Central está sendo considerada? A primeira experiência ocorreu no Equador, em 2014. Logo após, Bahamas, Nigéria e Índia desenvolveram seus projetos. É bom ressalvar que o Equador recuou na moeda digital dois anos depois do lançamento. Há comentários que Brasil, México e Indonésia devem lançar CBDC nos próximos anos. Compare o grupo de países que estão buscando a moeda digital do Banco Central com os países que possuem restrições.
Um dos grandes problemas do dinheiro digital é a fragilidade. Provavelmente o grande beneficiário serão os bancos centrais, que terá um controle maior sobre a economia. Além de controlar o dinheiro, o governo poderá exercer uma vigilância enorme sobre as pessoas. Este medo existe.
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