A Camargo Correa assinou um acordo para pagamento de 700 milhões de reais em razão dos desdobramentos da Operação Lava-Jato. A maior parte do recurso será destinada para Petrobras.
O pagamento para a Camargo Correa reduz os possíveis danos de uma condenação ou uma ação mais forte por parte da justiça brasileira. Trata-se de uma mudança importante na relação entre a justiça e as empresas. No passado as empresas esperavam que o processo encerrasse por prazo ou por uma atuação numa instância mais favorável. Entretanto, o volume de provas e o comportamento da sociedade brasileira tornaram esta estratégia arriscada.
O acordo também tem é interessante para os executivos, que terão uma pena mais branda nos julgamentos.
Para Petrobras o recebimento pode representar uma confirmação da decisão de fazer uma amortização em razão dos problemas de controle interno subestimada. No lançamento contábil dos efeitos da corrupção na empresa optou-se por um leve otimismo utilizando como argumento a possibilidade de a Petrobras conseguir reaver parte do dinheiro desviado.
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07 outubro 2015
17 abril 2015
O outro lado da moeda
Temos comentado intensamente neste blog a questão da corrupção na Petrobras. Mas pouco sobre as empresas acusadas de corrupção. A recente divulgação das demonstrações da Camargo Correa podem agora levantar uma discussão interessante: o efeito da operação lava-jato sobre as demonstrações contábeis das empreiteiras.
No caso da Camargo Correa a questão encontra-se numa nota explicativa – a penúltima – sobre avaliação dos riscos. Eis o texto:
Em outras palavras, a empresa registrou somente uma provisão de 62 milhões. Mas não disse como chegou a este valor. A empresa de auditoria, Deloitte, em 24 de março, deu um parecer com ressalva no seguinte teor:
Particularmente não gostei da justificativa para a ressalva: “data recente dos processos, falta de jurisprudência e o fato da investigação estar em andamento”. Se fosse outro processo qualquer, que não tivesse a atenção da imprensa, órgãos de controle, polícia e políticos, isto não seria motivo para a ressalva. A Camargo Correa possui muitos processos onde isto ocorre. Talvez a empresa de auditoria tenha percebido que a Camargo Correa foi agressiva ao estimar em somente 62 milhões de reais o reconhecimento do efeito da operação Lava Jato.
No caso da Camargo Correa a questão encontra-se numa nota explicativa – a penúltima – sobre avaliação dos riscos. Eis o texto:
Em outras palavras, a empresa registrou somente uma provisão de 62 milhões. Mas não disse como chegou a este valor. A empresa de auditoria, Deloitte, em 24 de março, deu um parecer com ressalva no seguinte teor:
Particularmente não gostei da justificativa para a ressalva: “data recente dos processos, falta de jurisprudência e o fato da investigação estar em andamento”. Se fosse outro processo qualquer, que não tivesse a atenção da imprensa, órgãos de controle, polícia e políticos, isto não seria motivo para a ressalva. A Camargo Correa possui muitos processos onde isto ocorre. Talvez a empresa de auditoria tenha percebido que a Camargo Correa foi agressiva ao estimar em somente 62 milhões de reais o reconhecimento do efeito da operação Lava Jato.
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