Achei a música ótima!
Vida Pós-Graduação
"Preciso dar aula,
a bolsa é uma esmola,
a faculdade é longe
e eu vou de busão.
Eu tô acordando já são cinco horas
e já tô atrasado pra uma reunião.
Quero terminar, quero descansar,
dormir oito horas por dia [EU RI!!!!]
Quero ver TV,
me alimentar bem
e ir para a academia"
Parabéns pela criatividade! O meu ouvido só doeu no fim... ;)
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22 dezembro 2014
01 outubro 2012
Contrarreforma na Previdência (II)
FABIO GIAMBIAGI É ECONOMISTA E AUTOR DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA ED. CAMPUS) - O Estado de S.Paulo
Dou continuidade, com o texto de hoje, ao artigo da semana passada, no qual abordei o desafio previdenciário. Naquele quis mostrar as tendências com que o País se defronta e apontar para o desleixo com que se tem abordado o fenômeno. O relato da incúria nacional, porém, não acaba nas questões já tratadas.
Sabia-se há tempos que no Brasil as famílias têm cada vez menos filhos e que a sociedade está envelhecendo. Com base nessas premissas, a revisão populacional do IBGE de 2008 projetou a população até 2050, ano a ano, incluindo a previsão para 2010. Pouco depois foi possível cotejar previsão e realidade, à luz dos dados do Censo de 2010. E a realidade acabou confirmando aquele cenário, mas em escala mais intensa: o Censo informou-nos que as famílias estão tendo menos filhos - porém foi além e disse que estão tendo ainda menos filhos do que se imaginava. E ele nos informou que as pessoas estão vivendo mais - porém também neste caso foi além e disse que estão vivendo mais do que se supunha.
A comparação dos resultados observados em 2010 do Censo daquele ano com o cenário populacional para 2010 previsto na revisão de 2008 indica que a população total se revelou muito próxima da prevista - apenas 1% inferior à projeção - e o grupo de 15 a 59 anos foi praticamente o mesmo que na projeção. O mais importante, contudo, foi o que aconteceu com os grupos etários extremos. No grupo de crianças e adolescentes, a população efetivamente observada no Censo de 2010 entre zero e 14 anos revelou-se 7% inferior à prevista na projeção feita em 2008 para aquele ano. Já a população com 60 anos e mais no Censo de 2010 foi 7% maior do que a projeção. Os efeitos de longo prazo, se o País não se preparar para essa realidade, serão dramáticos: haverá poucas crianças e poucos jovens - menos ainda do que imaginávamos; e haverá muitos idosos - que viverão mais do que se pensava. Trata-se de um desafio maiúsculo.
Por um lado, isso é ótimo. Quem não gosta de poder viver mais? Por outro, mais idosos com menos indivíduos trabalhando representarão uma combinação pesada para a geração que vier a sustentar as nossas aposentadorias. Que as pessoas envelheçam e as sociedades tenham de se adaptar a isso é parte da vida. Que os nossos filhos tenham de pagar mais para financiar uma legião de aposentados que teremos nos aposentando precocemente, todavia, é um ato de egoísmo para com as gerações seguintes.
Nada disso é novidade - mas todos fingem que o problema não existe. O governo federal optou anos a fio por surfar na popularidade fácil, em vez de arregaçar as mangas e se dedicar à arte do convencimento, mostrando a importância de aprovar uma reforma previdenciária. O mercado tapou os olhos para aqueles números a fim de ganhar rios de dinheiro nos anos de euforia. E os diversos grupos sociais curtiram o período na base do "vou muito bem, obrigado", desde os mais pobres, que ganharam Bolsa-Família, até os mais afortunados, que aproveitamos os anos de dólar barato para frequentar com assiduidade o exterior.
À luz dessa situação, o virtual fim do fator previdenciário, de que o governo estaria cogitando para depois das eleições, tem um conflito insanável com a lógica. De fato, a uma situação já complexa por questões demográficas o fim do fator previdenciário adicionará um problema maior ainda: a cada aposentado que vier a falecer, nós o estaremos substituindo no sistema por outro que, em média, vai ter um plus de remuneração de 25%. A conta a ser paga pelos nossos filhos vai aumentar. O argumento de que "50 anos depois o sistema vai estar ajustado" passa por cima do fato de que a despesa do INSS em 2020 ou 2030 tende a ser maior do que com as regras atuais. Isto é, não se trata de uma reforma, mas de uma contrarreforma.
Quando na Argentina mudaram as regras de aposentadoria nos anos 1990, o então ministro da Economia, Domingo Cavallo, também dizia que 50 anos depois as contas melhorariam. Mas quando veio a crise a única coisa que interessava ao mercado era o resultado primário mês e mês - e esse, no Brasil, com a proposta do governo, e tudo o mais constante, deve piorar.
Há fatos na vida de uma nação cuja dimensão é óbvia - dez anos depois. Hoje sabemos todos que a Lei de Informática foi um desastre para o desenvolvimento do País, mas nos anos 80 era extremamente popular. Com a proposta em discussão pode acabar acontecendo a mesma coisa: o fim do fator previdenciário poderá até ser aprovado por unanimidade, mas no futuro vamo-nos arrepender amargamente.
A ideia de combinar idade de aposentadoria e tempo de contribuição, definindo uma soma mínima, é engenhosa e evitaria valores muito baixos com o fator previdenciário. Ela merece ser explorada (na direção de avançar para uma regra mais dura, como 95/100), mas não há uma única razão técnica para que a proposta tenha de ser vinculada ao que, na prática, seria a eliminação do fator.
De fato, a nova regra poderia conviver perfeitamente com o fator previdenciário, como uma exigência complementar à do tempo contributivo. A racionalidade da exigência de que a soma do tempo contributivo e da idade de aposentadoria obedeça a um valor mínimo não combina com o populismo do fim do fator. Se o problema é o baixo valor com sua aplicação quando as pessoas se aposentam cedo, o correto é fazê-las trabalhar por mais tempo. Na prática, o que o fim do fator vai fazer é promover um aumento das futuras aposentadorias, agravando o problema que temos em perspectiva em razão do envelhecimento da população.
Foi por causa desse tipo de atitudes que a Grécia se converteu no que é hoje. Se daqui a dez ou 20 anos o resto do mundo julgar que o Brasil agiu como um país irresponsável, não poderemos reclamar.
Dou continuidade, com o texto de hoje, ao artigo da semana passada, no qual abordei o desafio previdenciário. Naquele quis mostrar as tendências com que o País se defronta e apontar para o desleixo com que se tem abordado o fenômeno. O relato da incúria nacional, porém, não acaba nas questões já tratadas.
Sabia-se há tempos que no Brasil as famílias têm cada vez menos filhos e que a sociedade está envelhecendo. Com base nessas premissas, a revisão populacional do IBGE de 2008 projetou a população até 2050, ano a ano, incluindo a previsão para 2010. Pouco depois foi possível cotejar previsão e realidade, à luz dos dados do Censo de 2010. E a realidade acabou confirmando aquele cenário, mas em escala mais intensa: o Censo informou-nos que as famílias estão tendo menos filhos - porém foi além e disse que estão tendo ainda menos filhos do que se imaginava. E ele nos informou que as pessoas estão vivendo mais - porém também neste caso foi além e disse que estão vivendo mais do que se supunha.
A comparação dos resultados observados em 2010 do Censo daquele ano com o cenário populacional para 2010 previsto na revisão de 2008 indica que a população total se revelou muito próxima da prevista - apenas 1% inferior à projeção - e o grupo de 15 a 59 anos foi praticamente o mesmo que na projeção. O mais importante, contudo, foi o que aconteceu com os grupos etários extremos. No grupo de crianças e adolescentes, a população efetivamente observada no Censo de 2010 entre zero e 14 anos revelou-se 7% inferior à prevista na projeção feita em 2008 para aquele ano. Já a população com 60 anos e mais no Censo de 2010 foi 7% maior do que a projeção. Os efeitos de longo prazo, se o País não se preparar para essa realidade, serão dramáticos: haverá poucas crianças e poucos jovens - menos ainda do que imaginávamos; e haverá muitos idosos - que viverão mais do que se pensava. Trata-se de um desafio maiúsculo.
Por um lado, isso é ótimo. Quem não gosta de poder viver mais? Por outro, mais idosos com menos indivíduos trabalhando representarão uma combinação pesada para a geração que vier a sustentar as nossas aposentadorias. Que as pessoas envelheçam e as sociedades tenham de se adaptar a isso é parte da vida. Que os nossos filhos tenham de pagar mais para financiar uma legião de aposentados que teremos nos aposentando precocemente, todavia, é um ato de egoísmo para com as gerações seguintes.
Nada disso é novidade - mas todos fingem que o problema não existe. O governo federal optou anos a fio por surfar na popularidade fácil, em vez de arregaçar as mangas e se dedicar à arte do convencimento, mostrando a importância de aprovar uma reforma previdenciária. O mercado tapou os olhos para aqueles números a fim de ganhar rios de dinheiro nos anos de euforia. E os diversos grupos sociais curtiram o período na base do "vou muito bem, obrigado", desde os mais pobres, que ganharam Bolsa-Família, até os mais afortunados, que aproveitamos os anos de dólar barato para frequentar com assiduidade o exterior.
À luz dessa situação, o virtual fim do fator previdenciário, de que o governo estaria cogitando para depois das eleições, tem um conflito insanável com a lógica. De fato, a uma situação já complexa por questões demográficas o fim do fator previdenciário adicionará um problema maior ainda: a cada aposentado que vier a falecer, nós o estaremos substituindo no sistema por outro que, em média, vai ter um plus de remuneração de 25%. A conta a ser paga pelos nossos filhos vai aumentar. O argumento de que "50 anos depois o sistema vai estar ajustado" passa por cima do fato de que a despesa do INSS em 2020 ou 2030 tende a ser maior do que com as regras atuais. Isto é, não se trata de uma reforma, mas de uma contrarreforma.
Quando na Argentina mudaram as regras de aposentadoria nos anos 1990, o então ministro da Economia, Domingo Cavallo, também dizia que 50 anos depois as contas melhorariam. Mas quando veio a crise a única coisa que interessava ao mercado era o resultado primário mês e mês - e esse, no Brasil, com a proposta do governo, e tudo o mais constante, deve piorar.
Há fatos na vida de uma nação cuja dimensão é óbvia - dez anos depois. Hoje sabemos todos que a Lei de Informática foi um desastre para o desenvolvimento do País, mas nos anos 80 era extremamente popular. Com a proposta em discussão pode acabar acontecendo a mesma coisa: o fim do fator previdenciário poderá até ser aprovado por unanimidade, mas no futuro vamo-nos arrepender amargamente.
A ideia de combinar idade de aposentadoria e tempo de contribuição, definindo uma soma mínima, é engenhosa e evitaria valores muito baixos com o fator previdenciário. Ela merece ser explorada (na direção de avançar para uma regra mais dura, como 95/100), mas não há uma única razão técnica para que a proposta tenha de ser vinculada ao que, na prática, seria a eliminação do fator.
De fato, a nova regra poderia conviver perfeitamente com o fator previdenciário, como uma exigência complementar à do tempo contributivo. A racionalidade da exigência de que a soma do tempo contributivo e da idade de aposentadoria obedeça a um valor mínimo não combina com o populismo do fim do fator. Se o problema é o baixo valor com sua aplicação quando as pessoas se aposentam cedo, o correto é fazê-las trabalhar por mais tempo. Na prática, o que o fim do fator vai fazer é promover um aumento das futuras aposentadorias, agravando o problema que temos em perspectiva em razão do envelhecimento da população.
Foi por causa desse tipo de atitudes que a Grécia se converteu no que é hoje. Se daqui a dez ou 20 anos o resto do mundo julgar que o Brasil agiu como um país irresponsável, não poderemos reclamar.
06 fevereiro 2012
Bolsa Brasileira de Mercadorias
Com problemas nos sistemas de informática e dificuldade de emplacar novos produtos, a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), instituição sem fins lucrativos controlada pela BM&FBovespa, enfrenta uma rebelião de parte de suas corretoras associadas. Os problemas, que se arrastam há pelo menos três anos, se agravaram desde que a bolsa colocou no ar um novo sistema para intermediar licitações públicas.
A BBM nasceu da fusão de sete bolsas regionais, com o objetivo original de integrar as bolsas de mercados físicos e a de futuros, via BM&F. Posteriormente, passou a oferecer uma plataforma para mediar pregões eletrônicos para órgãos públicos.
Embora atue com quatro principais linhas de negócio, hoje apenas a intermediação de leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) efetivamente gera receita para a bolsa. Para fechar as contas, a instituição depende também da taxa cobrada dos quase 250 associados.
O volume negociado na BBM em 2011 registrou queda de 12,4% em relação ao ano anterior e somou R$ 6,1 bilhões. Embora apresente o maior giro, o registro de contratos de balcão rende poucos emolumentos para a bolsa. No caso específico das licitações, foco dos problemas recentes, o valor movimentado na plataforma da BBM foi de R$ 179 milhões no ano passado, uma redução de 25%, de acordo com dados da própria instituição.
Com a promessa de modernizar os sistemas e trazer mais receitas para as corretoras, a bolsa gastou pouco mais de R$ 8 milhões desde 2008 com investimentos em processamento de dados, de acordo com demonstrativos obtidos pelo Valor. Em 2010, apenas essa despesa representou quase 30% da receita líquida da instituição.
Lançado há pouco mais de um ano, o novo sistema tem apresentado problemas constantes, conforme o relato de duas corretoras e um usuário do sistema, que pediram para não ser identificados. Uma terceira corretora confirmou o caso, mas preferiu não falar com a reportagem. Segundo as fontes, a dificuldade com a operação tem levado os órgãos que promovem licitações a migrar para outras plataformas que oferecem serviços semelhantes.
Questionada, a BBM não informou os gastos com o sistema nem as receitas geradas pelo negócio de licitações. A instituição se pronunciou apenas por nota, na qual confirmou que a plataforma apresentou instabilidades que se concentraram entre julho e agosto de 2011. “Depois disso, medidas preventivas adicionais foram tomadas com o objetivo de evitar a recorrência de instabilidades, e a plataforma está operando dentro da normalidade”, afirma.
O estopim dos desentendimentos entre bolsa e corretoras vem de antes dos problemas de informática e teve início em 2008, a partir de mudanças na forma de cobrança pelos serviços. Até então, a bolsa recebia uma taxa equivalente a 1,5% ao valor da licitação – semelhante aos leilões da Conab -, cuja receita era dividida entre a corretora que vencia a disputa e a que trouxe o órgão público para realizar o pregão no sistema da BBM.
Após questionamentos de participantes e problemas de inadimplência, a bolsa decidiu cobrar apenas uma taxa fixa de uso e abriu o sistema para que qualquer interessado pudesse participar dos leilões, sem a necessidade de interferência de uma corretora.
Várias delas não se adaptaram aos novos tempos. Estima-se que quase metade das associadas da BBM hoje estejam inativas. E todos os associados que não geram negócios para a bolsa – menos a BM&FBovespa – são obrigados a pagar a taxa de contribuição em dobro. As divergências levaram a corretora paranaense Pregnet a constituir uma nova bolsa e a entrar com uma ação judicial contra a BBM e a BM&FBovespa. Procurada, a Pregnet confirmou o processo, mas disse que não comentaria o assunto.
As demais corretoras sobreviventes passaram a atuar em outros portais que oferecem pregões eletrônicos. Trata-se de um mercado com grande espaço para crescimento, uma vez que a maior parte das prefeituras e órgãos públicos ainda realiza licitações da maneira tradicional. A maior visibilidade e acesso a competidores proporcionados pelos sistemas reduzem a probabilidade de fraudes nas licitações e costumam se traduzir em economia para os cofres públicos.
Como ainda detêm títulos da BBM, as corretoras são as maiores interessadas na recuperação da bolsa. O investimento em um novo sistema de licitações foi apresentado como uma forma de reagir ao crescimento recente de portais concorrentes. Mas até o momento a iniciativa não surtiu o efeito desejado. O software, que teria sido desenvolvido por uma empresa ligada à BM&FBovespa, apresenta lentidão na atualização dos lances dos leilões e costuma sair do ar, conforme o relato de usuários.
Para reduzir a dependência das corretoras a uma única linha de negócio, a bolsa criou novos produtos nos últimos anos, mas que até o momento “não pegaram”. É o caso dos leilões de produtos físicos, como feijão e carne bovina, que registraram volume de R$ 2,8 milhões, em apenas 71 operações, durante todo o ano passado.
Outra alternativa para os associados seria a atuação em outros mercados, como os leilões da Conab, que efetivamente apresentam volume e negócios. As corretoras alegam, porém, que esses são mercados cativos e, portanto, de difícil entrada.
Fonte: Vinícius Pinheiro, Valor Economico
A BBM nasceu da fusão de sete bolsas regionais, com o objetivo original de integrar as bolsas de mercados físicos e a de futuros, via BM&F. Posteriormente, passou a oferecer uma plataforma para mediar pregões eletrônicos para órgãos públicos.
Embora atue com quatro principais linhas de negócio, hoje apenas a intermediação de leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) efetivamente gera receita para a bolsa. Para fechar as contas, a instituição depende também da taxa cobrada dos quase 250 associados.
O volume negociado na BBM em 2011 registrou queda de 12,4% em relação ao ano anterior e somou R$ 6,1 bilhões. Embora apresente o maior giro, o registro de contratos de balcão rende poucos emolumentos para a bolsa. No caso específico das licitações, foco dos problemas recentes, o valor movimentado na plataforma da BBM foi de R$ 179 milhões no ano passado, uma redução de 25%, de acordo com dados da própria instituição.
Com a promessa de modernizar os sistemas e trazer mais receitas para as corretoras, a bolsa gastou pouco mais de R$ 8 milhões desde 2008 com investimentos em processamento de dados, de acordo com demonstrativos obtidos pelo Valor. Em 2010, apenas essa despesa representou quase 30% da receita líquida da instituição.
Lançado há pouco mais de um ano, o novo sistema tem apresentado problemas constantes, conforme o relato de duas corretoras e um usuário do sistema, que pediram para não ser identificados. Uma terceira corretora confirmou o caso, mas preferiu não falar com a reportagem. Segundo as fontes, a dificuldade com a operação tem levado os órgãos que promovem licitações a migrar para outras plataformas que oferecem serviços semelhantes.
Questionada, a BBM não informou os gastos com o sistema nem as receitas geradas pelo negócio de licitações. A instituição se pronunciou apenas por nota, na qual confirmou que a plataforma apresentou instabilidades que se concentraram entre julho e agosto de 2011. “Depois disso, medidas preventivas adicionais foram tomadas com o objetivo de evitar a recorrência de instabilidades, e a plataforma está operando dentro da normalidade”, afirma.
O estopim dos desentendimentos entre bolsa e corretoras vem de antes dos problemas de informática e teve início em 2008, a partir de mudanças na forma de cobrança pelos serviços. Até então, a bolsa recebia uma taxa equivalente a 1,5% ao valor da licitação – semelhante aos leilões da Conab -, cuja receita era dividida entre a corretora que vencia a disputa e a que trouxe o órgão público para realizar o pregão no sistema da BBM.
Após questionamentos de participantes e problemas de inadimplência, a bolsa decidiu cobrar apenas uma taxa fixa de uso e abriu o sistema para que qualquer interessado pudesse participar dos leilões, sem a necessidade de interferência de uma corretora.
Várias delas não se adaptaram aos novos tempos. Estima-se que quase metade das associadas da BBM hoje estejam inativas. E todos os associados que não geram negócios para a bolsa – menos a BM&FBovespa – são obrigados a pagar a taxa de contribuição em dobro. As divergências levaram a corretora paranaense Pregnet a constituir uma nova bolsa e a entrar com uma ação judicial contra a BBM e a BM&FBovespa. Procurada, a Pregnet confirmou o processo, mas disse que não comentaria o assunto.
As demais corretoras sobreviventes passaram a atuar em outros portais que oferecem pregões eletrônicos. Trata-se de um mercado com grande espaço para crescimento, uma vez que a maior parte das prefeituras e órgãos públicos ainda realiza licitações da maneira tradicional. A maior visibilidade e acesso a competidores proporcionados pelos sistemas reduzem a probabilidade de fraudes nas licitações e costumam se traduzir em economia para os cofres públicos.
Como ainda detêm títulos da BBM, as corretoras são as maiores interessadas na recuperação da bolsa. O investimento em um novo sistema de licitações foi apresentado como uma forma de reagir ao crescimento recente de portais concorrentes. Mas até o momento a iniciativa não surtiu o efeito desejado. O software, que teria sido desenvolvido por uma empresa ligada à BM&FBovespa, apresenta lentidão na atualização dos lances dos leilões e costuma sair do ar, conforme o relato de usuários.
Para reduzir a dependência das corretoras a uma única linha de negócio, a bolsa criou novos produtos nos últimos anos, mas que até o momento “não pegaram”. É o caso dos leilões de produtos físicos, como feijão e carne bovina, que registraram volume de R$ 2,8 milhões, em apenas 71 operações, durante todo o ano passado.
Outra alternativa para os associados seria a atuação em outros mercados, como os leilões da Conab, que efetivamente apresentam volume e negócios. As corretoras alegam, porém, que esses são mercados cativos e, portanto, de difícil entrada.
Fonte: Vinícius Pinheiro, Valor Economico
13 março 2011
É possível comprar poucas ações?
É possível comprar poucas ações? - Postado por Pedro Correia
A venda e compra de ações em lote é predominante pela sua praticidade. Dessa forma é mais fácil fazer coincidir os interesses de compradores e vendedores. Dificilmente se encontraria ao mesmo tempo, por exemplo, um investidor interessado em comprar 133 ações de uma empresa e outro disposto a vender exatamente a mesma quantidade.
A padronização torna a negociação mais eficiente, proporcionando um atributo muito desejável em mercados de ações: a liquidez. As ações mais líquidas são aquelas das quais você consegue livrar-se mais rápido se precisar do dinheiro ou se não estiver muito confiante sobre o futuro da empresa.
O mercado fracionário exige mais negociações e, assim, é menos líquido. Exatamente por essa diferença na dinâmica, os preços do mercado fracionário podem ser diferentes dos valores no chamado mercado integral.
Quando se negocia uma ação no mercado fracionário, além das quatro letras e um número que identificam a empresa (exemplo: PETR3 para Petrobras ON), encontra-se uma letra final F (exemplo: PETR3F).
Texto de Juliana Seabra - Jornalista e Mestre em Economia pela Unicamp
Para quem quer investir menos, existe o mercado fracionário, em que é possível comprar quantidades inferiores a um lote completo.
A venda e compra de ações em lote é predominante pela sua praticidade. Dessa forma é mais fácil fazer coincidir os interesses de compradores e vendedores. Dificilmente se encontraria ao mesmo tempo, por exemplo, um investidor interessado em comprar 133 ações de uma empresa e outro disposto a vender exatamente a mesma quantidade.
A padronização torna a negociação mais eficiente, proporcionando um atributo muito desejável em mercados de ações: a liquidez. As ações mais líquidas são aquelas das quais você consegue livrar-se mais rápido se precisar do dinheiro ou se não estiver muito confiante sobre o futuro da empresa.
O mercado fracionário exige mais negociações e, assim, é menos líquido. Exatamente por essa diferença na dinâmica, os preços do mercado fracionário podem ser diferentes dos valores no chamado mercado integral.
Quando se negocia uma ação no mercado fracionário, além das quatro letras e um número que identificam a empresa (exemplo: PETR3 para Petrobras ON), encontra-se uma letra final F (exemplo: PETR3F).
Texto de Juliana Seabra - Jornalista e Mestre em Economia pela Unicamp
27 janeiro 2010
26 agosto 2008
Pagando para estudar
Alguns programas sociais de países em desenvolvimento tem focado sua atenção na transferência de recursos do governo para famílias pobres que coloquem seus filhos numa escola. Já se sabe que programas como esse aumenta a freqüência escolar, mas pouco se sabia sobre o desempenho do aluno. Em Cash Incentives and Achievement in School tem um link para um estudo de dois economistas equatorianos, Juan Ponce a Arjun Bedi sobre um programa como este para o Equador.
O resultado é que não existe nenhum impacto, positivo ou negativo, no desempenho do aluno.
Tyler Cowen, em Discover your Inner Economist (2007, p. 25) lembra que este tipo de programa tem sua origem no início dos anos 1820, na cidade de Nova Iorque, e abandonado logo após.
O resultado é que não existe nenhum impacto, positivo ou negativo, no desempenho do aluno.
Tyler Cowen, em Discover your Inner Economist (2007, p. 25) lembra que este tipo de programa tem sua origem no início dos anos 1820, na cidade de Nova Iorque, e abandonado logo após.
18 abril 2007
Novos investidores
Da Gazeta Mercantil de 18/04/2007 (Novos Investidores, novas necessidades, Finanças eMercados, p.4), e segundo o relatório do ombudsman da Bovespa:
A explicação para isto, segundo a Bovespa, deve-se:
"O número de reclamações praticamente dobrou de 2005 para 2006, sendo que as mais freqüentes recaíram sobre as corretoras e, principalmente, sobre seus sistemas de home broker."
A explicação para isto, segundo a Bovespa, deve-se:
"aumento do número de investidores individuais e o surgimento de novos desafios de infomação, educação e de atendimento desse público"
03 março 2007
A queda do mercado
A semana presenciou a queda na bolsa de valores. A figura é do Wall Street Journal e resume o que ocorreu. Quanto mais escura é a cor, maior a queda da bolsa. Na Argentina foi de 9,3%, um pouco acima da Malasia (9,26%); enquanto isso, a Bovespa foi de 7,92%. A única bolsa de subiu: Venezuela, com 4,39%. Clique no link para um gráfico em Flash
23 janeiro 2007
Nova Iorque deve perder mais com a Sox
Do Financial Times:
"Nova Iorque está diante da ameaça de perder sua posição de liderança como centro financeiro mundial(...) Se a tendência continuar, Nova Iorque irá perder 7% da sua posição no mercado, o que equivale de 60 mil empregos, nos próximos cinco anos. Mas muito dessas perdas poderiam ser evitadas se os Estados Unidos implantassem reformas regulatórias e legais (...) O foco concentra no número de empresas estrangeiras que escolhem para listar suas ações em Londres e Hong Kong e não em Nova Iorque."
13 janeiro 2007
Governança nas empresas tradicionais
Um artigo de Alexandre Di Miceli da Silveira, Professor da Fipecafi, na Gazeta de 12/01, explica a relação entre empresas tradicionais e níveis de governança (esse é o título). Apesar do número crescente de empresas nos níveis mais avançados de governança, a proporção ainda é pequena em relação ao total (13% das empresas).
São questões interessantes que merem uma análise mais profunda.
i) "por que uma taxa maior de empresas tradicionais (com capital aberto há mais tempo) não vem migrando para os níveis mais avançados de governança?; ii) como incentivar tal migração, tendo em vista os benefícios não apenas para as companhias, mas para todo o mercado?
Em relação à primeira pergunta, uma resposta econômica simples seria a de que os controladores das companhias tradicionais provavelmente ainda não percebem, do seu ponto de vista, que os benefícios superam os custos (explícitos e implícitos) de tal migração. A própria existência do Nível 1 de governança, aliada à baixa capacidade de diferenciação entre os níveis por parte da grande maioria dos investidores, faz com que muitas empresas já pertencentes a este segmento não migrem para o Nível 2 ou Novo Mercado (...)
Em relação à segunda pergunta, a resposta também é simples do ponto de vista econômico: aumentando os benefícios relativos de se estar no Nível 2 ou Novo Mercado. (...)"
São questões interessantes que merem uma análise mais profunda.
09 janeiro 2007
O que vale é o fundamento
Por Angelo Pavini
Aos poucos, o investidor brasileiro começa a olhar para o mercado acionário com mais confiança. A imagem de jogo de cartas marcadas, de cassino, onde as regras de mercado não valiam e o pequeno investidor só entrava para financiar a saída dos grandes especuladores ficou para trás.
Essa incerteza torna mais importante estudos como o do professor da FEA USP e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Atuariais e Financeiras (Fipecafi) Alexsando Broedel Lopes, em parceria com o professor da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas (Fucapi) e doutorando da FEA Fernando Galdi.
Eles analisaram todas as empresas da Bovespa e procuraram dar notas a cada uma de acordo com nove critérios financeiros de desempenho. Depois, pegaram as companhias com as três maiores notas e com menores preços no mercado (de acordo com a relação Preço/Valor Patrimonial) e montaram uma carteira que foi atualizada em janeiro de cada ano de 1994 até 2004. O resultado foi que a carteira com as empresas com melhores indicadores teve um ganho 34% superior ao do Índice Bovespa no período. Isso significaria um retorno nominal de 872,54%, para um Ibovespa de 623,03% no período.
O estudo mostrou ainda que o investidor poderia ter usado o mesmo critério para ganhar também com os papéis que levaram bomba nas notas. Quem tivesse montado uma carteira alugando os papéis com notas abaixo de 3 e vendendo-os no mercado (isso é chamado de ficar vendido) teria obtido um ganho de 17,71% acima do Ibovespa. Fazendo uma carteira long/short, vendida nos papéis com piores notas e comprada na dos melhores, o ganho final teria sido ainda maior, 52,22% acima do Ibovespa. Isso significaria um retorno nominal de 1.000,6%.
Fonte: Valor Econômico, 09/01/2007
29 dezembro 2006
Ter ações na bolsa de NY
Reportagem do Financial Times (via Blogging Stocks ) mostra o esforço para se manter na bolsa de NY. Uma empresa italiana gastou $40 milhões de dólares para se manter nessa bolsa. Durante o ano inteiro a empresa teve negociação de 2.500 ações.
28 dezembro 2006
Mas algumas recuaram em 2006...
A lista de estreantes na bolsa neste ano poderia ter sido ainda mais volumosa. Mas, às vésperas de lançar suas ações, oito companhias - GVT, Autotrac, CMS Energy, Rede, Cremer, Satipel, Brasil & Movimento e Multiplan - desistiram do processo.
Durante análise do registro das ofertas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as empresas se depararam, em maio, com uma turbulência no mercado, resultante da fuga de investimentos estrangeiros.
Sem saber quando a tormenta passaria e que reflexos teria no preço dos papéis, muitas pretendentes a lançar ações em bolsa paralisaram seus processos e algumas não se animaram a retomá-los. As empresas apontam esse como o principal motivo para a mudança de planos.
(...)
Além desse fator circunstancial, as companhias foram surpreendidas pelas exigências da CVM e algumas notaram que não estavam totalmente preparadas. Não foram poucas as idas e vindas de documentos solicitados pelo órgão regulador. E a própria autarquia se viu sobrecarregada com o volume de processos para analisar.
Valor Econômico 28/12
Novas empresas abertas para 2007
Já o Valor Econômico faz previsão de novas empresas abertas:
Em 2007, a expectativa é de que o ritmo de estréias em bolsa continue acelerado. No setor de construção, outras empresas devem ir ao mercado, como Tecnisa, Camargo Corrêa, PDG Realty e Even, que estão na fila de espera. (...)
Outros segmentos que podem agitar a bolsa, no médio prazo, são o sucroalcooleiro e o de logística. (...)
Para as estreantes em bolsa não basta estar no pregão. Elas querem ir ao Novo Mercado, nível mais alto de governança corporativa da Bovespa. Nele, existem apenas ações com direito a voto, os balanços são elaborados tanto pelos princípios brasileiros como pelos estrangeiros e exige-se a presença de conselheiros de administração independentes. (...)
E otimismo para 2007
(...) o mercado de ações brasileiro (conforme as projeções de bancos e corretoras) será o investimento mais rentável de 2007 (...) o principal índice de preços da Bovespa (Ibovespa) fechará o próximo ano com valorização superior a 20%, mais do que o dobro do ganho projetado para os investidores em renda fixa.
Há razões bem consolidadas para este otimismo. A expansão do volume de negócios e a entrada de empresas com níveis mais altos de governança corporativa definem boas expectativas no curto prazo para o mercado acionário. Obviamente, a valorização da Bolsa também está amparada na perspectiva de crescimento moderado e sustentado da economia, na redução dos juros e na continuidade da entrada de capital externo. (...)
Recorde da Bolsa
Da Gazeta Mercantil de hoje:
O valor de mercado (capitalização bursátil) das companhias negociadas na Bovespa bateu o segundo recorde anual consecutivo, apesar da redução do número de empresas listadas. Segundo dados da bolsa, no ano até ontem, o valor de mercado atingiu US$ 705,75 bilhões, uma elevação de 46,4% em relação ao mesmo período de 2005, de US$ 482,1 bilhões - que era o maior desde 1994. O número de companhias, por sua vez, que era de 381, em 2005, caiu para 350. O recorde nesse quesito ocorreu em 1988, quando a Bovespa tinha 599 empresas listadas.
O aumento do valor combinado à queda no número de empresas reflete a entrada da bolsa em um novo padrão de qualidade. Conforme analistas, isso foi conseguido com a melhora da governança corporativa - que levou para a bolsa empresas com mais vocação de companhia aberta - e com a expressiva elevação da liquidez, promovida pela atuação dos investidores estrangeiros.
Desde o início do governo Lula, em 2002 até ontem, o crescimento do valor de mercado das companhias foi de US$ 568,5 bilhões, ou 543%, conforme estudo elaborado pela consultoria Economatica com 279 empresas da Bovespa.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Lucia Rebouças, Valor das empresas é recorde na Bolsa)
03 novembro 2006
Bolsa de Nova Iorque e a Contabilidade
Recentemente tem-se observado uma tendência das empresas mundiais de escolherem a bolsa de Londres em lugar do mercado norte-americano, ou seja, a bolsa de Nova Iorque. Possíveis explicações podem ser encontradas para este fato, mas a maioria delas tem sua origem na questão regulatória: o mercado norte-americano está muito regulado devido a Sox e existe uma grande quantidade de possibilidade de processos judiciais no direito norte-americano, alguns deles desnecessários.
Duas outras possíveis causas tem sido citadas para tentar explicar esta preferência por Londres: a globalização do mercado de capitais e a incompatibilidade dos padrões contábeis. O prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, sugeriu, de forma polêmica, que os padrões norte-americanos são incompatíveis com os padrões mundiais, propostos pelo Iasb.
Isto despertou reações pois provavelmente não é verdade que os padrões do Iasb sejam melhores (ou piores) que os do Fasb. As pesquisas existentes não são conclusivas. Além disto, existe todo um movimento para compatibilizar ambos os padrões.
Duas outras possíveis causas tem sido citadas para tentar explicar esta preferência por Londres: a globalização do mercado de capitais e a incompatibilidade dos padrões contábeis. O prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, sugeriu, de forma polêmica, que os padrões norte-americanos são incompatíveis com os padrões mundiais, propostos pelo Iasb.
Isto despertou reações pois provavelmente não é verdade que os padrões do Iasb sejam melhores (ou piores) que os do Fasb. As pesquisas existentes não são conclusivas. Além disto, existe todo um movimento para compatibilizar ambos os padrões.
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