O interesse despertado pela questão ambiental traz também a possibilidade de usar as regras para poluir e passar a imagem de "verde". Uma extensa reportagem de Michael Grunwald, para Politico, ilustra um caso bem curioso: a produção de energia de biomassa.
Quando uma árvore cai na floresta, pode ser moída e transformada para produzir eletricidade. Isto aumenta o aquecimento global? A ciência parece dizer que sim. Mas os legisladores dos Estados Unidos e da Europa entendem que queimar lenha para obter energia não ameaça o clima no mundo. Seria, na realidade, uma solução para o problema.
A energia de biomassa é considerada, para fins de relatórios públicos, como sendo uma energia renovável, com emissão zero. Assim, muitas entidades preferem usar toneladas de madeira das florestas para gerar mais energia. Neste momento, a energia de biomassa é mais relevante, na Europa, que a eólica e solar, juntas. O valor estimado é de US$50 bilhões. Ou seja, há muito interesse econômico em manter tal situação.
A ideia de que atear fogo em árvores pode ser neutro em carbono soa ainda mais estranha para especialistas que sabem que a biomassa emite mais carbono do que carvão na chaminé, além do carbono liberado pela extração de madeira, processamento de toras em pelotas do tamanho de vitaminas e transporte para o exterior. E os painéis solares podem produzir 100 vezes mais energia por acre do que a biomassa.