Pelo menos é o que se pode extrair de um estudo recente publicado pelo FMI. Na verdade, não é exactamente um estudo, é mais um meta-estudo – o tipo de coisa que se faz quando a investigação sobre um tema já é tão vasta e dispersa que o melhor contributo que alguém pode dar para o debate é sintetizar o que já existe e usar estatística e bom senso para separar as águas, distinguindo as conclusões aberrantes das conclusões sólidas. Em Bank Ownership: Trends and Implications, três economistas do Departamento de Investigação do Fundo propuseram-se a fazer isso: aventuraram-se numa uma laboriosa compilação de dados, reviram a bibliografia e passaram em revista mais de 100 estudos acerca deste tema.
(...) E, no geral, a maioria dos estudos sugere que os bancos com capital público tendem a ter piores resultados do que os bancos privados. Os custos são frequentemente mais altos, a percentagem de crédito malparado é maior e a rentabilidade é mais baixa. O contraste assume maiores proporções na América Latina, mas os resultados permanecem válidos para a Europa Ocidental. Como em todas as regras em economia, esta também tem a sua excepção: na Alemanha, a banca pública leva vantagem face à banca privada.
(...) A importância dos bancos públicos nota-se mais após as crises se materializaram, altura em que funcionam como um instrumento contra-cíclico para aumentar o crédito quando mais ninguém quer fazer empréstimos. Em suma, eles parecem mais úteis para limpar os estilhaços do que para evitar que os vidros se partam.
Fonte: Aqui
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28 março 2017
20 maio 2014
Bancos Governamentais e Eleições
Sabemos que o governo, quando próximo às eleições, tende a
expandir seus gastos, sendo seletivos para aquelas obras que possuem influencia
política. Além dos gastos públicos, o governo no Brasil tem-se utilizado dos
bancos governamentais para expandir o crédito de tal forma que influencia as
decisões das próprias empresas.
Uma interessante pesquisa de Daniel Carvalho, publicada no
último número do The Journal of Finance, mostra que este controle do governo
brasileiro sobre os bancos afeta as decisões das empresas, em particular de
alguns setores considerados “prioritários” (produtos químicos, máquinas e
equipamentos, papel e celulose, metalurgia, automobilística e alimentos). O
governo usa os bancos para expandir empréstimos, principalmente nas regiões
onde as eleições se mostram mais competitivas.
A análise sugere que
os políticos no Brasil utilizam empréstimos bancários para mudar de emprego
para as regiões politicamente atraentes e longe de regiões pouco atraentes.
É importante destacar que a pesquisa de Carvalho abrange um
período relativamente longo, de 1995 a 2006, e abrange todas as empresas
industriais com mais de 50 empregados.
Leia Mais: CARVALHO, Daniel. The Real Effects of
Goernment-owned banks. The Journal of Finance, vol. LXIX, n. 2, abr 2014. (uma cópia pode ser lida aqui)
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