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10 março 2024

Ensaios sobre estágios, carreira e aprendizado. Ou: como aprender a furar um papel

Recentemente eu estava relembrando como era ser uma estagiária e acredito que em muitos aspectos tirei a sorte grande. Eu trabalhei no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e um dos lemas era: “Você sabe? Então ensine.” E o ambiente que vivenciei realmente era assim.

Claro que havia bastante “trabalho de estagiário”, além de problemas diversos. Não dá pra se iludir. Mas por acreditarem também no potencial desses mesmos estagiários, havia ensino que realmente agregava. Consigo olhar pra essa fase com gosto, gratidão e orgulho.

Quando fui trainee na PWC passei por um mês de capacitação intensiva, que também trouxe lições preciosas. Até aula de etiqueta entrava no bolo. Algumas coisas que parecem óbvias, realmente precisa ser colocado no básico para evitar absurdidades. 

Infelizmente pelos relatos que recebo, poucos tem essa sorte. Diversos podem ser os motivos, desde o custo de um funcionário, à falta de conscientização da importância dessa fase de aprendizado. Não vou adentrar nisso.

Venho tentando relembrar algumas das lições que aprendi, sem tentar me passar por uma sábia anciã. Não me considero especialista no assunto. Todavia, gostaria que os estagiários com que já trabalhei aprendessem mais que fórmulas de excel. Que são também muito importantes e vão facilitar a sua vida! Mas, o que mais?

Vocês poderiam me ajudar? Vamos tentar ensinar os que vem depois de nós?

Caso não queiram publicar nos comentários, nos enviem um e-mail em blogcontabilidadefinanceira@gmail.com. Quem sabe não consigamos melhorar a experiência de alguém?

Engraçado que um dos ensinamentos que mais me marcou foi: como aprender a furar um papel. Parece piada, mas não é só furar! Para quem não sabe: você dobra o papel no meio e faz uma marquinha discreta. O lugar daquela marquinha, fica alinhado a um triângulo que há no furador pra garantir a padronização na metade da página. Simples e genial. Me deu a sensação de um bom começo.

Hoje quase não há mais papel, mas há sim uma questão atualmente relevante nessa história. Quem me ensinou foi uma amiga estagiária, com quem até hoje mantenho contato. Aprendi a ver a maioria dos colegas de trabalho de uma forma saudável: são apenas colegas de trabalho. Isso também foi um aprendizado ao longo da carreira. Porém, quando somos estagiários, se dermos sorte, há uma inocência e cumplicidade que garantem um lugar especial dos nossos iguais por toda uma vida.

Então esta é a minha primeira lição: faça e valorize as suas conexões. Não ande apenas com os seus amigos de sempre, tente conversar com quantas pessoas puder, demonstrando interesse genuíno. Quando for a congressos ou palestras, não seja apenas um ouvinte. Aproveite o intervalo para interagir, marcar presença e conhecer pessoas de fora do seu círculo. Isso te trará contatos importantes para a sua caminhada.

27 dezembro 2021

Usar a velocidade x2 prejudica a aprendizagem? Parece que não...


Uma pesquisa (via aqui), com alunos da UCLA, entregou dois vídeos do YouTube: um sobre avaliações imobiliárias e outro sobre o Império Romano. Foi solicitado aos alunos que assistissem os vídeos em velocidade normal, x1,5, x2 ou x2,5. As instruções eram para assistir sem pausa ou anotações. Depois dos vídeos, os alunos fizeram um teste de compreensão, que foi repetido uma semana depois. 

Eis a boa notícia para os alunos que adquiriram a prática de usar a velocidade um pouco acima do normal durante da pandemia: os estudantes que usaram a velocidade x1,5 e x2 tiveram um desempenho tão bom quanto os que usaram a velocidade normal. Somente os alunos que usaram a velocidade de x2,5 tiveram um desempenho pior. 

Assim, usar x2 pode reduzir o tempo gasto em aulas, sem prejuízo para o aprendizado. É uma boa notícia. Mas é preciso fazer uma ressalva: a pesquisa precisa ser repetida com outros temas - talvez mais "pesados". E em condições onde a internet não seja a ideal e as condições do local de estudo as mais adequadas. 

04 maio 2020

Calor e aprendizado


Parece que o calor reduz o aprendizado. E que o ar condicionado pode reduzir este problema. 

We demonstrate that heat inhibits learning and that school air conditioning may mitigate this effect. Student fixed effects models using 10 million students who retook the PSATs show that hotter school days in the years before the test was taken reduce scores, with extreme heat being particularly damaging. Weekend and summer temperatures have little impact, suggesting heat directly disrupts learning time. New nationwide, school-level measures of air conditioning penetration suggest patterns consistent with such infrastructure largely offsetting heat’s effects. Without air conditioning, a 1°F hotter school year reduces that year’s learning by 1 percent. Hot school days disproportionately impact minority students, accounting for roughly 5 percent of the racial achievement gap.

(Via aqui)