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28 setembro 2023

Apple e Vazamento de Carbono

A empresa Apple tem feito um grande esforço para ser vista como uma "salvadora" das mudanças climáticas, comprometendo-se a atingir a descarbonização total até o ano de 2030. No entanto, a empresa enfrenta um problema com seus fornecedores, que estão localizados em regiões vulneráveis às mudanças climáticas.


Em 2011, inundações na Tailândia causaram bilhões em perdas e atrasaram as entregas dos computadores Mac da Apple, já que os fornecedores de componentes foram forçados a interromper o trabalho. Após esse incidente, a Apple continuou trabalhando para fortalecer seus estoques, a fim de se proteger contra futuras catástrofes climáticas. O dilema é que a empresa não realocou suas fábricas, apenas gastou mais dinheiro tentando contornar o problema. O resultado é uma cadeia de suprimentos que ainda está muito suscetível a inundações.


No caso da Apple, parece que a empresa escolheu locais para sua base de fabricação que estão sujeitos ao aquecimento global, incluindo inundações e ondas de calor. Embora a empresa tenha firmado um pacto com seus fornecedores para aderirem ao programa de carbono zero, as cerca de 400 instalações usadas para fabricar o iPhone estão localizadas em áreas onde prevalecem o carvão e o gás natural. Nestes locais, as regras de emissões são mais flexíveis e a supervisão regulatória é menos rigorosa. Isso é frequentemente referido como "vazamento de carbono".


Portanto, apesar da Apple anunciar que suas instalações de trabalho são neutras em carbono, o problema persiste nas fábricas. 

Fonte: Bloomberg Newsletter

26 maio 2023

Apple, Irlanda e Comunidade Europeia


A Apple Inc. e a Irlanda estão contestando o órgão antitruste da União Europeia em um confronto judicial de 13 bilhões de euros (14 bilhões de dólares) que pode ter um impacto significativo no legado da comissária de concorrência, Margrethe Vestager. A Apple argumenta que a equipe de Vestager cometeu erros legais ao concluir que a empresa recebeu ajuda tributária injusta da Irlanda, resultando em uma ordem de reembolso do dinheiro. A Comissão Europeia está apelando contra uma derrota em um tribunal inferior em 2020 sobre o caso da Apple, que é considerado um teste crucial da postura da UE em relação aos acordos fiscais para multinacionais.

O resultado do caso também é relevante após decisões recentes do tribunal envolvendo a Amazon e a Fiat, que rejeitaram as conclusões da Comissão de que a Irlanda e o Luxemburgo haviam concedido vantagens fiscais indevidas às empresas. A decisão do tribunal da UE terá um impacto significativo no futuro das ações da Comissão, que se comprometeu a combater acordos fiscais injustos enquanto Vestager estiver no cargo.

A controvérsia gira em torno das unidades da Apple na Irlanda e das questões sobre onde os lucros são gerados e onde devem ser tributados. A Apple argumenta que as decisões-chave são tomadas em sua sede em Cupertino e que os lucros devem ser tributados nos Estados Unidos. Além disso, a empresa ressalta que já pagou cerca de 20 bilhões de euros em impostos nos EUA sobre os mesmos lucros que a Comissão afirma que deveriam ter sido tributados na Irlanda.

A decisão do tribunal da UE, que será emitida em novembro, terá implicações de longo prazo e ajudará a determinar o curso das ações da Comissão em relação aos acordos fiscais injustos. O caso da Apple é apenas um dos exemplos de uma batalha mais ampla entre as empresas multinacionais e os reguladores fiscais sobre questões de evasão fiscal e transferência de lucros.

Fonte: a partir da AT

18 janeiro 2022

Importância da China para o valor da Apple


Lendo sobre a relevância da China para a Apple em The China story behind Apple's 3 trillion valuation anotei alguns pontos interessantes, apesar da entrevista parecer um tanto quanto imparcial. Foi um podcast com Doug Guthrie, ex-funcionário da Apple University, que viveu e trabalhou na China. 

Um primeiro ponto é que a discussão destaca o papel da China no valor de 3 trilhões de dólares da empresa Apple. Duas informações relevantes: nos últimos cinco anos, 20% das vendas da empresa foram na China. Outro mais ainda: a Apple controla 35% do mercado de smarphones no mundo e 95% do lucro deste mercado. Segundo o texto, a explicação para isto é o fato da empresa conseguir "pressionar os fornecedores para fazer o que eles querem". 

Segundo e mais importante é a sintomia entre a Apple e o governo chinês. Isto está expresso no dispach labor system, um sistema de movimentação de empregados pelo país. Neste sistema, a população de trabalhadores é "flutuante" e seu número é de 350 milhões de pessoas. Ou seja, o governo muda estas pessoas conforme a necessidade de mão de obra. Veja um trecho:

That’s the dispatch labor system. The dispatch labor system moves people, and it moves people around the country, and it’s a very interesting system because it’s a state-run system. And so people are actually moved around the country and they are actually employed by the dispatch labor system.

Não é necessário dizer que os trabalhadores, neste sistema, recebem abaixo de um funcionário comum. 

25 agosto 2021

10 anos de Apple

Há dez anos, o executivo que era a expressão da boa gestão, anunciou que estava renunciando ao cargo. Em agosto de 2011, Steve Jobs, então CEO da Apple, renunciava ao seu posto. Jobs tentava vencer o câncer, mas faleceu alguns dias depois, em 5 de outubro. 

No lugar, Tim Cook, um respeitado executivo, mas que não tinha o carisma de Jobs, assumiu para comandar a empresa. A escolha de Jobs parece que foi certa. Em dez anos, a receita, o lucro, o preço da ação e outros índices melhoraram substancialmente. A capitalização da empresa, é de quase 2,5 trilhões.

05 maio 2021

Uma nova perspectiva na conversa


Da revista Inc sobre como Tim Cook, CEO da Apple, assume o controle de qualquer conversa:

Quando a Apple divulgou seu relatório trimestral mais recente , ele mostrou que os lucros caíram, assim como a receita do iPhone. Más notícias? Não necessariamente. As ações dispararam após a teleconferência porque Cook deu uma explicação clara do quadro mais amplo e positivo. Graças ao crescimento de dois dígitos da App Store, Apple Music e outros serviços, o negócio de serviços da Apple sozinho atingiu US $ 11,5 bilhões.

Cook fez uma ponte entre o iPhone e uma visão mais ampla, enquadrando a conversa com essas cinco palavras: 

Do jeito que eu vejo ...

Por exemplo, em resposta a uma pergunta sobre a desaceleração das vendas do iPhone, Cook enfatizou o fato de que os iPhones geraram US $ 26 bilhões em vendas - um grande número em um trimestre. (...)

"Na minha opinião", Cook começou, "tínhamos o portfólio de hardware mais forte de todos os tempos. Temos novos produtos a caminho. (...) 

Ao oferecer uma perspectiva - wearables e serviços estão se aproximando do tamanho de uma empresa Fortune 500 - Cook deu a seus ouvintes um contexto importante sobre sua empresa.

As palavras podem ser "deixe-me contar como eu vejo isso" ou "do jeito que eu vejo" ou similar. Segundo o texto é importante não tentar enganar, mas colocar uma nova perspectiva. 

15 fevereiro 2021

Apple e a questão dos impostos na Europa

Acompanhamos no passado o caso da possibilidade da Apple pagar imposto de renda na Europa. A empresa usava um planejamento tributário bem agressivo, usando a Irlanda. Isto foi destaque há anos. Depois, parecia que a Apple tinha vencido o confronto, com o reconhecimento da Europa, que a empresa tinha usado as normas a seu favor. Agora, a notícia de que a Comunidade Europeia está voltando atrás e pedindo o pagamento dos impostos. Eis a notícia da Forbes (imagem aqui)

UE alega erro judicial e pede pagamento de US$ 15,7 bi em impostos pela Apple

As autoridades antitruste da União Europeia alegaram que um tribunal cometeu erros ao suspender uma ordem para que a Apple pagasse € 13 bilhões (US$ 15,7 bilhões) em impostos atrasados na Irlanda e pediram anulação da decisão.

A Comissão está apelando para o Tribunal de Justiça da União Europeia, com sede em Luxemburgo, após uma decisão do ano passado do Tribunal Geral, que disse que o executivo da UE não havia cumprido os requisitos legais para mostrar que a Apple desfrutou de uma vantagem injusta.

Em 2016, a Comissão disse que duas decisões fiscais irlandesas reduziram artificialmente a carga tributária que incide sobre a Apple por mais de duas décadas, que em 2014 era de apenas 0,005%.

“O fato de o Tribunal Geral não ter devidamente considerado a estrutura e o conteúdo da decisão e as explicações nas observações escritas da Comissão sobre as funções desempenhadas pelas sedes e pelas subsidiárias irlandesas da Apple é uma violação do procedimento”, afirmou a Comissão em documento.


A Apple disse que o julgamento do Tribunal Geral provou que sempre cumpriu as leis irlandesas, com o problema sendo mais sobre onde a companhia deveria pagar impostos do que sobre o valor de tais taxas. (Com Reuters)

22 agosto 2020

Apple chega a 2 trilhões de valor de mercado

Esta semana, a empresa Apple obteve um valor de mercado de 2 trilhões de dólares. É a segunda empresa a chegar neste patamar; a primeira foi a Saudi Aramco, logo após a oferta pública de ações. 

Neste ano de incerteza (covid, pressão política e dependência da China), as ações da Apple subiram mais de 50%. 

O fato de a fabricante do iPhone ter conseguido lucro recorde durante uma pandemia global que restringiu sua cadeia de fornecimento e limitou seu acesso aos clientes surpreendeu investidores e analistas. Quando ela informou que suas cinco categorias de produtos tiveram receitas maiores no trimestre encerrado em junho, analistas do Goldman Sachs disseram a clientes: “O que aconteceu foi que nós e o consenso não chegamos nem perto em termos do que era possível”.

Por mais excelentes que os lucros da Apple sejam, vários analistas temem que essa medida da avaliação esteja sendo forçada. A relação de preços sobre lucro (P/L) da Apple é de quase 35 vezes, a maior desde o fim de 2007, quando o lançamento do iPhone original desencadeou um crescimento sem precedentes.

Fonte: Valor de mercado da Apple chega a US$ 2 trilhõesPor Patrick McGee e Tim Bradshaw — Financial Times, 20/08/2020 

09 agosto 2020

Vivendo sem os Gigantes da Internet

Depoimento interessante sobre como seria a vida sem Amazon, Facebook, Google, Apple e Microsoft. Eis um trecho:

Em seguida bloqueei Amazon, Facebook, Google, Apple e Microsoft, uma por uma - e então todas de uma vez - ao longo de seis semanas. De longe, Amazon e Google foram as empresas mais difíceis de evitar. 

Para eliminar a Amazon da minha vida, tive que perder o acesso a qualquer site hospedado pela Amazon Web Services, maior provedora de espaço na nuvem da internet. Muitos aplicativos e boa parte da internet usam os servidores da Amazon para hospedar seu conteúdo digital, e uma grande fatia do mundo digital se tornou inacessível quando me despedi da Amazon, incluindo a Netflix, concorrente do Amazon Prime Video.

A Amazon também foi difícil de evitar no mundo real. Quando usei o eBay para encomendar um suporte de celular para o carro, o produto chegou em uma embalagem da Amazon, porque o vendedor usou a opção “Enviado pela Amazon", pagando à empresa pelo armazenamento e envio do seu produto. Quando bloqueei o Google, a internet inteira ficou lenta para mim, pois quase todos os sites que eu visitava usavam o Google para o fornecimento de suas fontes, anúncios, rastreamento de usuários e identificação de humanos ou bots. Ao bloquear o Google, perdi acesso ao serviço de armazenamento de dados Dropbox porque o site pensou que eu não era uma pessoa de verdade. Uber e Lyft pararam de funcionar para mim porque ambos dependem do Google Maps para sua navegação. Descobri que, na prática, o Google Maps exerce um monopólio no segmento dos mapas on-line. Até a Yelp, que há muito critica o Google, usa os mapas da empresa para dizer aos usuários de computador onde se localizam os negócios. (...)

Com frequência, diz-se aos críticos das grandes empresas de tecnologia que “se não gostam das empresas, não usem seus produtos". Depois de realizar esse experimento, posso concluir que é impossível fazer isso. Não se trata apenas dos produtos e serviços que recebem diretamente as marcas dessas gigantes, mas também do fato dessas empresas serem donas de uma série de produtos e serviços mais obscuros dos quais é difícil desvencilhar, as ferramentas das quais dependemos para tudo que fazemos, seja no trabalho ou para chegar do ponto A ao ponto B.

Fonte: 

Tentei viver sem as gigantes da tecnologia, e foi impossível. Kashmir Hill, The New York Times 03 de agosto de 2020 | 10h00. Imagem: aqui

07 maio 2020

Recompra das ações


A empresa Apple parece gostar da recompra de ações. Nos últimos cinco anos a empresa já gastou $280 bilhões de dólares recomprando suas ações.

07 fevereiro 2019

O comercial clássico da Apple

Em 1984, a empresa Apple divulgou, durante o Super Bowl, aquele que é considerado como o "melhor comercial de TV de todos os tempos". Uma parte da história que eu não conhecia é que este comercial quase não foi divulgado. A razão é que nos testes com as pessoas, o comercial foi odiado.

O anúncio foi dirigido pelo cineasta Ridley Scott. Mostra alguém correndo, no meio de homens sem emoção, e arremessando um martelo em uma tela que tem o Big Brother de George Orwell (no livro chamado 1984).

Ao final indica que em 1984 a Apple estaria lançando o Macintosh.

"Eu obtive os resultados dos testes. E esse comercial de 60 segundos é o pior comercial que eles já testaram em seu sistema em uma década, uma década e meia", Fred Goldberg, que gerenciou a conta da Apple (...) "A norma para um comercial comercial era, tipo, 29, e este comercial tem um 5 em seus principais critérios".

A sorte é que não acreditaram nos testes. Além disto, Jobs, que ainda chefiava a empresa, gostou da proposta do comercial. Veja o comercial, com legenda:





03 janeiro 2019

Apple e receita

A receita da Apple, em termos anuais, cresceu 16%. Com o balanço sendo encerrado em setembro, a empresa teve um lucro de 59 bilhões de dólares, o que corresponde a uma margem líquida impressionante de 22%. A empresa gerou 77 bilhões de fluxo de caixa das operações. Termina o ano com 26 bilhões de dólares de caixa, além de 40 bilhões de investimento de curto prazo.

Parece que está tudo bem com a empresa. Mas o trimestre que encerrou em 29 de dezembro parece que tem um problema: queda nas receitas da empresa. Segundo divulgado ontem, a Apple está estimando um valor de receita menor em 5 bilhões, uma redução de 5% em relação ao trimestre anterior https://wolfstreet.com/2019/01/02/iphone-sales-croak-china-particularly-bad-apple-warns-shares-plunge/.

Segundo a empresa, o motivo seria a redução no crescimento econômico da China. Mas a própria empresa acredita em outras razões: força do dólar, custo do transporte e substituição das baterias do iPhone. No último caso, o custo da troca de baterias reduziu e alguns clientes estão preferindo trocar a bateria em lugar de comprar um celular novo. Mas talvez o problema possa ser traduzido em uma palavra: preço.

Como o mercado trabalha com o futuro, eis o efeito sobre o preço da ação da empresa:

05 setembro 2018

Amazon


Algumas semanas após a Apple alcançar o valor de mercado US$ 1 trilhão, chegou a vez da Amazon!

Segundo o NY Times, a Amazon captura cerca de 49 centavos de cada dólar de comércio eletrônico nos Estados Unidos. Também emprega mais de 550.000 pessoas, gera US $ 178 bilhões em receita anual. E vende de tudo, desde livros, até espaço de computação em nuvem, alface e compromissos com encanadores.

Na terça-feira (4/09) as ações da varejista online foram negociadas em alta de 1,4%, a US$ 2.041,68 e chegaram ao nível de US$ 2.050,2677, totalizando um valor de mercado de US$ 1 trilhão.

A Amazon cruzou o limite de US$ 2.000 por ação pela primeira vez em 30 de agosto, depois de dobrar seu preço em apenas 10 meses. As ações chegaram a US$ 1.000 em 27 de outubro de 2017. Os papéis atingiram US$ 100 pela primeira vez em 23 de outubro de 2009.

O NY Times acrescenta que o que a empresa mais vende é a empolgação. Há muitas postagens interessantes sobre a Amazon aqui no blog e para acessá-las basta clicar: aqui.

Outras empresas próximas do valor de mercado de US$ 1 trilhão: Alphabet (US$ 852 bilhões), Microsoft (US$ 862 bilhões), Facebook (US$ 500 bilhões).