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17 fevereiro 2024

Realidade, mídia social e contabilidade

O mundo da mídia social não é o mundo real. Só uma pessoa muito inocente para não saber disso. A Bloomberg estranhou como a conta do Instagram ou do TikTok da empresa WeWork parecia que nada estava ocorrendo (foto abaixo), exceto naturalmente para alguns dos comentários. 


Em novembro - poucos dias depois que a WeWork entrou com pedido de falência - a empresa comemorou a Semana de Gratidão aos Membros. Em dezembro, eles publicaram um vídeo "Year in Review", no qual um seguidor perguntou por que os problemas não com a falência não foram incluídos. Em janeiro, eles publicaram uma foto de um cachorro bebendo uma xícara de matcha gelado. (...) É tão ilusório que eu até adoro.

Se você quiser saber sobre uma empresa, afaste da mídia social. Parece uma regra simples, não? 

24 agosto 2023

Queda da WeWork

A empresa WeWork foi fundada em 2010 e tinha como finalidade fornecer espaços de trabalho compartilhados para profissionais, startups e empresas que buscavam escritórios flexíveis. A empresa alugava espaços em contratos de longo prazo, os dividia e depois os realocava.

Atualmente, a empresa vale apenas 1% do seu valor máximo (gráfico abaixo). Em certo momento, chegou a atingir um valor de 47 bilhões de dólares. Um grande investidor, o SoftBank Group, começou a investir na empresa e, em 2019, já possuía 80% dela. Contudo, críticas aos gastos excessivos, à contabilidade criativa e à viabilidade da empresa resultaram na renúncia do fundador e na demissão de muitos funcionários.

Na tentativa de reverter o rumo, um novo executivo foi nomeado em 2020. No entanto, a pandemia e o trabalho remoto reduziram a demanda por espaços de escritório, que eram o cerne dos negócios da WeWork. De um valor de 47 bilhões, a empresa viu seu valor de mercado cair para menos de meio bilhão. Os prejuízos contábeis, medidos pelo resultado líquido e agora mais alinhados com uma contabilidade precisa, atingiram 11,4 bilhões entre 2020 e junho de 2023.


O negócio da empresa carregava um risco elevado. As despesas eram fixas em contratos de longo prazo, enquanto as receitas eram variáveis em contratos de curto prazo. Isso porque a empresa alugava imóveis por períodos prolongados e os sublocava por prazos mais curtos. Uma crise como a pandemia colocou em xeque o modelo de negócios da empresa.

Isso se reflete nos resultados contábeis. Inicialmente, no resultado líquido, como mencionado anteriormente. Se a contabilidade for realizada adequadamente, a estrutura de receita e despesa da empresa ficará evidente em seus resultados. Outro sinal é o fluxo de caixa operacional recente. Compromissos assumidos no aluguel de imóveis foram impactados pelos recebimentos de aluguel reduzidos devido ao trabalho remoto. A existência de um fluxo de caixa operacional negativo a longo prazo indica risco de insolvência. Em um trecho do relatório contábil entregue à SEC, a empresa afirma: “No entanto, nossas perdas e fluxos de caixa negativos das atividades operacionais levantam dúvidas substanciais sobre nossa capacidade de continuar como uma entidade em funcionamento."

Foto: Sargent Seal e Cars & Life Blog