Como professor do ensino superior várias vezes usei, na avaliação de alunos, nota de participação. Em turmas reduzidas eu ficava controlando quem fazia algum tipo de intervenção, pontuando se havia comentários pertinentes sobre os assuntos da disciplina. Em turmas com muitos alunos, associava participação com presença em sala de aula ou pequenos exercícios. Outras vezes solicitava que fizessem perguntas ou comentários.
Depois de ler O Poder dos Quietos (Susan Cain, Agir, 2012) percebi que estava cometendo um grave erro: fazendo uma associação entre bom aluno e aluno extrovertido.
Cain mostra que a educação ocidental tem enfatizado o debate em sala de aula, excluindo excelentes alunos que são tímidos. Esses alunos serão no futuros profissionais que podem “mudar um mundo que não para de falar”, como consta da capa da obra.
A partir de agora tentarei respeitar os alunos quietos. Coincidência ou não, na minha turma recente de graduação a melhor aluna era introvertida.
Cain mostra que a educação ocidental tem enfatizado o debate em sala de aula, excluindo excelentes alunos que são tímidos. Esses alunos serão no futuros profissionais que podem “mudar um mundo que não para de falar”, como consta da capa da obra.
A partir de agora tentarei respeitar os alunos quietos. Coincidência ou não, na minha turma recente de graduação a melhor aluna era introvertida.
O livro começa com um pequeno teste para saber se você se enquadra na categoria dos extrovertidos ou introvertidos. Provavelmente se você se interessou pela obra, existe grande chance de ser um introvertido ou de ter alguém introvertido em sua vida. Depois disto, Cain mostra como a sociedade moderna valoriza a extroversão. Ao longo do texto, ela mostra que a extroversão pode ser perigosa em vários ambientes, como os empresariais. A parte dois discute o assunto sob a ótica da biologia e da personalidade. Em seguida, na parte três, Cain verifica se a extroversão é afetada pela cultura. Os últimos três capítulos do livro, que fazem parte da parte quatro, é uma tentativa de aconselhar as pessoas sobre como lidar com o assunto.
A leitura da obra é muito agradável e a teoria de Cain é interessante. Mas a partir da metade do livro, fica a impressão de repetição do mesmo argumento. Além disto, parece que a partir de um certo momento a obra fica mais rasteira.
Vale a pena? Se você é um “quieto”, sim. A leitura das quase 300 páginas será rápida.
Evidenciação: Este blogueiro adquiriu a obra numa livraria, não tendo sido induzido a fazer esta postagem pelas partes interessadas.