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Mostrando postagens com marcador Pix. Mostrar todas as postagens
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01 setembro 2022

PIX e a arrecadação


 Da coluna de Reginaldo de Oliveira

(...) Depois que o Pix foi criado, meio mundo de gente ingressou no sistema bancário e meio mundo de gente está agora fazendo transações financeiras e assim criando uma base de informações preciosas para a Receita Federal. Noutras palavras, milhões de pessoas antes ocultas, agora estão colocando sua vida financeira nas mãos do Fisco. Não demora muito, virá o bote fatal. E novamente, o Fisco vai direcionar todas as suas forças para a população pobre, enquanto o legislador cooptado vai criar infinidades de mecanismos legais para livrar o rico dessa nova taxação.

O entranhamento por completo do Fisco na vida financeira da sociedade vai levar à criação de um tributo nos moldes da CPMF que vai gerar somas astronômicas de arrecadação. Com isso, será possível reduzir a escandalosa tributação do consumo e ao mesmo tempo continuar não tributando o rico. Na verdade, toda essa engenharia confiscatória está sendo desenhada exatamente pela elite aristocrática, através de influenciadores e pseudointelectuais e suas teses mirabolantes que manobram o poder público e a sociedade como um todo.

Isto é bem controverso e acho que faltou considerar a relação custo-benefício. Mas pode fazer sentido, considerando que um dos candidatos para presidente tem como vice o defensor da figura do imposto único. 

Acrescento que o Pix, pela facilidade de uso, tende aumentar o consumo, em relação ao dinheiro vivo. Vale uma olhada nas sociedades que possuem uma resistência as modernidades bancárias, como a Alemanha. 

Foto: Giorgio Trovato

27 abril 2022

Meios de pagamentos e finanças pessoais


Quando postergamos o pagamento, a análise sobre a vantagem da decisão deve ser feita usando os conceitos de valor presente e valor futuro. Se podemos pagar um produto no futuro pelo mesmo montante no momento atual, a melhor decisão é deixar para desembolsar mais adiante. Em termos financeiros, o fato do valor presente e o valor futuro serem iguais significa que a taxa de juros é igual a zero.

A racionalidade deste tipo de decisão é matemática, mas não leva em consideração aspectos comportamentais e de sinalização. Algumas pessoas ficam incomodadas quando possuem dívida e sua preocupação pode ser tão elevada que superar os benefícios obtidos com a compra a prazo. Outro aspecto é a sinalização. Pagar à vista pode transmitir um sinal para outras pessoas de que você possui uma seriedade, que honra seus compromissos e que possui recursos suficientes para seus gastos.

A questão comportamental tem sido explorada na literatura. Apesar do que diz a análise “simplesmente matemática” da decisão de comprar à vista ou comprar a prazo, diversas pesquisas em finanças comportamentais já mostraram a compra a prazo pode não ser uma decisão mais adequada.

Uma vez que em finanças pessoais a decisão de comprar à vista versus comprar a prazo está associada ao método de pagamento, as pesquisas com cartão de crédito, o principal meio de pagamento a prazo para muitas pessoas, mostraram efeitos sobre o processo de compra. Geralmente quem compra com cartão de crédito possui maior disposição para pagar – mesmo o produto não sendo necessário ou estando com um preço inadequado. Além disto, usar o cartão de crédito faz com que os gastos aumentem e as pessoas possuem uma menor consciência do ato de gastar. As pesquisas já mostraram que o cartão de crédito é amigo da impulsividade na compra e, por consequência, do aumento da dívida pessoal.

Não é surpresa que um dos principais conselhos para uma vida econômica saudável é restringir o uso dos cartões de crédito, privilegiando o dinheiro. Pense na situação em que você vai ao supermercado efetuar suas compras. Se você leva o cartão de crédito, seu limite é o limite do cartão, geralmente bastante folgado. Mas se você leva dinheiro físico, suas compras estarão restritas ao volume de moeda que você possui. É bem provável que alguma vez você saiu de casa somente com dinheiro, viu um produto interessante, mas não comprou pelo limite de recursos que dispunha. Também é provável que você tenha pensado depois que o produto não era realmente necessário.

Veja a situação pelo outro lado. A empresa sabendo deste fato vai procurar facilitar a vida de quem compra com crédito. Os estabelecimentos comerciais aceitam cartão de crédito pois, entre outros motivos, sabem que você tende a gastar mais quando compra a prazo. E facilitam sua vida o máximo que podem. Os sites da internet permitem que você cadastre seu cartão de crédito para “facilitar” sua vida; neste caso, aumentar o seu consumo no site. Afinal, para gastar, basta um clique.

Uma razão deste comportamento é que existe um custo de transação. Quando compramos com cartão de crédito, basta passar o cartão em uma máquina e somente no outro mês você irá arcar com o seu ato. A palavra “basta” da frase anterior é importante, pois indica um reduzido custo de transação.

Merle van den Akker lembra, no blog Behavioral Economics (*), que diversas teorias foram propostas para explicar o comportamento distinto das pessoas e os métodos de pagamento. Segundo ela, a teoria mais antiga e conhecida é a da dor de pagar. Nesta teoria, os sentimentos negativos associados com o desembolso está associada com o método de pagamento. Ao “ver” o dinheiro sendo gasto, as pessoas reduzem seu comportamento compulsivo de comprar. As pesquisas mostraram que o uso do crédito torna as pessoas menos sensíveis aos preços, o que aumenta a chance de fazer a transação.

Neste sentido, o cartão de crédito tem menor dor de pagamento, já que não é transparente e não físico. As formas modernas de pagamento, como o uso do celular e o pix, provavelmente se enquadram neste tipo de situação. E veja que o pagamento pelo celular adiciona um elemento importante neste aspecto, na medida que a grande maioria das pessoas estão acostumadas a ter o aparelho por perto. E junto com o aparelho, um app do banco, que permite realizar um pix ou outro tipo de pagamento.

Conforme diz van den Akker, “temos que reformular a maneira como pensamos os métodos de pagamento e suas implicações para a tomada de decisões financeiras”.

(*) Esta postagem foi baseada neste texto. No artigo há links para as pesquisas sobre a questão dos meios de pagamentos e as finanças pessoais

Foto: Clay Banks

01 dezembro 2021

PIX: um ano


O PIX, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), completou um ano de existência em 16 de novembro. Apesar de todas as mudanças proporcionadas no dia a dia das pessoas, o impacto que a tecnologia causa altera toda um ecossistema de fintechs e bancos. Até o fim de outubro, de acordo com o BC, o PIX acumulava 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de usuários. E somente naquele mês, o valor movimentado foi de R$ 502 bilhões.

Bruno Samora, head de produtos Banking & Fintech da plataforma Matera, sinaliza as tecnologias e conceito em torno do PIX. “Um impacto muito relevante da tecnologia no ecossistema foi permitir que muitas carteiras digitais, até então limitadas em relação a alguns formatos de pagamento, aderissem à possibilidade. Do ponto de vista tecnológico, a mensageria foi fundamental para tornar o sistema ágil. Hoje, o PIX depende de uma dinâmica aparentemente simples, mas que roda em um sistema robusto. Quando uma transação é efetuada, ela se comunica com o Sistema de Pagamento Instantâneo do BC e, a partir daí, é efetivada.”

Leia mais em: aqui

18 março 2021

Pix como meio de paquera


A notícia já é um pouco antiga. Quando o Banco Central criou o meio de pagamento Pix, permitiu que o usuário mandasse suas informações e uma mensagem no comprovante de pagamento.  

Normalmente, essa mensagem serviria para uma breve descrição dosmotivos do pagamento, mas...

Mas o brasileiro na internet tem um humor todo peculiar e não demorou para aparecerem coisas como: “Coloquei uma chave pix aleatória na bio do meu Tinder e tem maluco me mandando dindin pelo meu número kkkkkkk” (@Manda_pedrosa). Ou ainda: “Não me mande flores, me mande um PIX. É assim que se paquera agora?”( @lillydearaujo).

Nas redes sociais, a modalidade já foi apelidada de “pixtinder” e seus adeptos de @pixsexuais (pessoas que se sentem atraídas por quem faz transferências financeiras por Pix). A ideia é que, ao se identificara pessoa do seu interesse, o indivíduo faça uma transferência bancária acompanhada por um galanteio(um convite para jantar, um elogio).

Ainda nas redes, nasceu uma tabela que relaciona valores financeiros ao nível de interesse da pessoa. Por exemplo, R$ 1 é igual um “adoro você”; R$ 2 vale um “te acho lindo” e um R$ 10 é um legítimo “quero um date”. Já um depósito de R$ 20 pode significar “te odeio, kkk”.

Como o Pix começou a ser usado como uma plataforma de paquera. Gilberto Amendola, O Estado de S.Paulo, 29 de janeiro de 2021