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28 janeiro 2022

Custo do voo espacial


(Clique na imagem para ver melhor)

Em 21 de dezembro de 2021, o foguete Falcon 9 da SpaceX lançou uma cápsula de carga para entregar suprimentos e presentes de Natal aos astronautas na Estação Espacial Internacional.

Apenas oito minutos após a decolagem, o primeiro estágio do foguete retornou à Terra, aterrissando em um dos navios drones da SpaceX no Oceano Atlântico. Isso marcou o 100o pouso bem-sucedido da empresa.

Como outras empresas, como a Blue Origin de Jeff Bezos e a Ball Aerospace, a SpaceX está projetando e construindo naves espaciais inovadoras que estão acelerando o transporte espacial, tornando-o mais rotineiro e acessível. Mas quanto custa lançar um foguete de carga no espaço e como esse custo mudou ao longo dos anos?

No gráfico acima, examinamos o custo por quilograma para lançamentos espacial em todo o mundo desde 1960, com base em dados do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

A corrida espacial

O século 20 foi marcado pela competição entre dois adversários da Guerra Fria, a União Soviética (URSS) e os Estados Unidos, para alcançar uma capacidade superior de voo espacial.

A corrida espacial levou a grandes avanços tecnológicos, mas essas inovações tiveram um custo alto. Por exemplo, durante a década de 1960, a NASA gastou US $ 28 bilhões para levar os astronautas na lua, um custo hoje equivalente a cerca de US $ 288 bilhões em dólares ajustados pela inflação.

Nas últimas duas décadas, as empresas de startups espaciais demonstraram que podem competir contra empreiteiros aeroespaciais pesados como Boeing e Lockheed Martin. Hoje, o lançamento de um foguete SpaceX pode ser 97% mais barato que o custo de uma viagem russa na Soyuz nos anos 60.

A chave para aumentar a eficiência de custos?

Os reforços de foguetes SpaceX geralmente retornam à Terra em boas condições para poderem ser reformados, o que economiza dinheiro e ajuda a empresa a reduzir os preços dos concorrentes.

Turismo espacial

Embora a concorrência tenha reduzido os preços dos voos de carga, o transporte espacial humano ainda é caro.

Nos últimos 60 anos, cerca de 600 pessoas voaram para o espaço, e a grande maioria delas foi astronauta do governo.

Para uma viagem suborbital no SpaceShipTwo da Virgin Galactic e no New Shepard da Blue Origin, os assentos normalmente custam de US $ 250.000 a US $ 500.000. Voos além disso para órbita real - uma altitude muito maior - são muito mais caro, alcançando mais de US $ 50 milhões por assento.

O futuro do vôo espacial

Em um folheto da SpaceX, o diretor, Benji Reed, disse: “Queremos tornar a vida multi-planetária, e isso significa colocar milhões de pessoas no espaço."

Isso ainda pode parecer um exagero para a maioria das pessoas. Mas, dado o custo decrescente dos vôos espaciais nas últimas duas décadas, talvez o céu não vai seja o limite em um futuro próximo.

Fonte: Visual Capitalist

02 dezembro 2021

Caneta da Nasa e Lápis dos soviéticos


Você já deve ter escutado uma história de que a NASA, durante a corrida espacial, gastou milhões de dólares para desenvolver uma caneta que pudesse ser usada no espaço. O dinheiro fez com que a caneta fosse um exemplo de gasto público inútil. O motivo? Os soviéticos também tinham o mesmo problema durante a corrida espacial e tiveram uma solução brilhante: levaram lápis para o espaço. 

Esta é uma história boa para se contar na aula de custo ou de contabilidade pública. Pena que seja tudo uma invenção. O que realmente ocorreu: era realmente necessário usar caneta no espaço, pois o lápis não tinha a mesma qualidades. O lápis, por exemplo, flutuava. Uma empresa, a Fisher Pen, investiu US$1 milhão para projetar uma caneta espacial e ofereceu para Nasa. A agência relutou em comprar e somente depois de muitos testes resolveram adquirir 400 unidades. Um ano depois, os próprios soviéticos compraram 100 unidades. Por conta da quantidade, as agências receberam um desconto de 40%. E pagaram US$2,39 por unidade, em lugar do preço de US$3,98. Certamente um valor mais elevado, na época, do que uma caneta comum. Mas o gasto da Nasa foi de 956 dólares. 

Quem ficou com um elevado prejuízo foi a empresa, a Fisher Pen. 

Foto: Nasa

19 junho 2019

Nasa acusada de manipular custos

Pense em uma entidade confiável. Nasa? Não mais. A entidade responsável pelo programa espacial dos Estados Unidos pretendia levar astronauta à Lua novamente em 2024 (ou até 2024). Mas uma reportagem do Washington Post descobriu que a entidade tem problemas graves. Um relatório de prestação de contas do governo dos EUA mostrou que o custo real do programa foi manipulado na sua contabilização. Além de falta de transparência sobre os voos tripulados. Na realidade, o GAO, que fez o documento sobre a NASA, afirma que não é possível saber o custo do programa.

Apesar do atraso no programa, a Nasa continuou pagando "prêmios" para Boeing, principal fornecedora do foguete, relacionada com o desempenho. Ou seja, a Boeing atrasou o programa e sua avaliação não mudou.

Uma estimativa do custo do programa: entre 20 a 30 bilhões de dólares em cinco anos. Mas o custo do foguete, a parte mais importante do programa, não é conhecido, segundo o GAO

18 abril 2017

Ciência e gasto em pesquisa

No Futility Closet uma história interessante sobre a importância da pesquisa (transcrito abaixo com adaptações):

Em 1970, pouco depois do primeiro pouso na lua, o cientista Ernst Stuhlinger recebeu uma carta de uma missionária, Irmã Mary Jucunda, na Zâmbia, questionando como o governo poderia justificar gastar bilhões de dólares em exploração espacial enquanto existiam tantas crianças na Terra morrendo de fome. Ele respondeu com uma história:

Cerca de 400 anos atrás, existia um conde em uma pequena cidade na Alemanha. Ele era uma boa pessoa e deu uma grande parte de sua renda para os pobres em sua cidade. Isso foi muito apreciado, porque a pobreza era grande naquela época e havia epidemias que devastavam o país.

Um dia, o conde encontrou um homem estranho. Ele tinha um pequeno laboratório em sua casa e trabalhava duro durante o dia para que pudesse usar algumas horas da noite para trabalhar em seu laboratório. Ele montou as lentes em tubos e ele usou esse aparelho para olhar para objetos muito pequenos. O conde estava particularmente fascinado pelas criaturas minúsculas que podiam ser observadas com o aparelho e que ele nunca tinha visto antes. Ele convidou o homem a mudar seu laboratório para o castelo e devotar todo seu tempo no desenvolvimento e aperfeiçoamento do seu aparelho ótico.

Os habitantes da cidade, no entanto, ficaram zangados quando perceberam que o conde estava desperdiçando seu dinheiro, como eles pensavam, em algo sem propósito. "Estamos sofrendo a praga", disseram eles, "enquanto ele está pagando esse homem por um hobby inútil!" Mas o conde permaneceu firme. "Eu também apoiarei este homem e seu trabalho, porque eu sei que algum dia algo sairá dele!"

Na verdade, algo muito bom saiu deste trabalho, e também de trabalho semelhante feito por outros em outros lugares: o microscópio. É sabido que o microscópio tem contribuído mais do que qualquer outra invenção para o progresso da medicina e que a eliminação da peste e muitas outras doenças contagiosas na maior parte do mundo é em grande parte resultado dos estudos que o microscópio tornou possível.

O conde, ao destinar parte de seu dinheiro gasto para pesquisa, contribuiu muito mais para aliviar o sofrimento do ser humano do que ele poderia ter contribuído, dando tudo que tinha, para a sua comunidade cheia de pragas.

A história mostrou que o cientista estava correto. A exploração espacial possibilitou o desenvolvimento de inúmeros produtos e melhorias desfrutados por nós dos dias de hoje (figura).