No final de 2011 a empresa de investimento MF Global apresentava sérios problemas de liquidez. Os recursos novos de investidores eram usados para cobrir problemas que estavam ocorrendo em filiais em diversas partes do mundo. O presidente da empresa, um ex-senador chamado Corzine, tinha sido contratado meses antes.
O colapso da MF Global deu origem a uma batalha judicial. Aqueles que foram prejudicados e perderam dinheiro com a liquidação da empresa entraram com processo na justiça para tentar reduzir parte do prejuízo. Hoje foi anunciado um acordo com a PwC, a big four. Este acordo originou-se de um julgamento técnico iniciado no início do mês de março.
A acusação contra a PwC é que a MF Global construiu uma estrategia de investimento baseado nos conselhos errados da big four. A PwC comentou que o processo atingia a cifra de US$ 1 bilhão. Por duas vezes a empresa de auditoria tentou parar o processo, aparentemente demonstrando desespero. No depoimento de Corzine parecia claro que a MF Global não tinha controle de risco. Mais um ponto contrário a PwC.
Além disto, muitas operações da MF estavam fora de balanço, num procedimento que a acusação chamou de negligência profissional. PWC tentou culpar o executivo Corzine, mas este se defendeu dizendo que confiou na PwC por conta da sua reputação.
É interessante notar que o julgamento ocorreu logo após a confusão dos envelopes do Oscar. Num julgamento tão técnico, será que o juri foi influenciado por um erro prosaico?
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23 março 2017
14 março 2017
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16 julho 2014
PwC pode ser multada
A empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) pode sofrer um processo de 1 bilhão de dólar por prestar assessoria contábil ruim para a MF Global Holdings Ltd em 2011, informou a Reuters.
A discussão sobre o caso assume um interesse especial dos auditores por talvez modificar o papel dos auditores nos problemas financeiros de uma empresa. O caso ainda irá levar anos para ser finalizado. Aqui e aqui uma explicação sobre o caso.
A discussão sobre o caso assume um interesse especial dos auditores por talvez modificar o papel dos auditores nos problemas financeiros de uma empresa. O caso ainda irá levar anos para ser finalizado. Aqui e aqui uma explicação sobre o caso.
26 junho 2012
MF Global
A MF Global é uma empresa de negociação de derivativos. Era a principal negociante de títulos do tesouro dos Estados Unidos.
No final do mês de outubro de 2011 uma unidade da corretora informa um déficit de centenas de milhões de dólares. Logo após, a empresa apresenta um pedido de falência (oitava maior dos Estados Unidos). A empresa fez uso de acordos de recompra, muitos deles fora do balanço.
Onde se tem problemas de falência é quase certo encontrar problemas contábeis. Este é o caso da MF Global. A empresa usava os acordos de recompra – denominados “repos” para encontrar seus problemas financeiros. Uma repo é um empréstimo, com garantia de títulos, existindo um pacto de recompra destes títulos. Se o acordo de recompra é um empréstimo, deveria ser contabilizados como um passivo. Entretanto, algumas entidades registram como vendas, que são os “acordos de recompra para maturidade”, onde o repo não expira até o vencimento do título.
Eis o que diz a Wikipedia:
Some commentators have suggested the failure of MF Global highlights the difficulty in regulating complex global financial firms, the dangers of off-balance-sheet accounting as well touching on the European sovereign debt crisis
No final do mês de outubro de 2011 uma unidade da corretora informa um déficit de centenas de milhões de dólares. Logo após, a empresa apresenta um pedido de falência (oitava maior dos Estados Unidos). A empresa fez uso de acordos de recompra, muitos deles fora do balanço.
Onde se tem problemas de falência é quase certo encontrar problemas contábeis. Este é o caso da MF Global. A empresa usava os acordos de recompra – denominados “repos” para encontrar seus problemas financeiros. Uma repo é um empréstimo, com garantia de títulos, existindo um pacto de recompra destes títulos. Se o acordo de recompra é um empréstimo, deveria ser contabilizados como um passivo. Entretanto, algumas entidades registram como vendas, que são os “acordos de recompra para maturidade”, onde o repo não expira até o vencimento do título.
Eis o que diz a Wikipedia:
Some commentators have suggested the failure of MF Global highlights the difficulty in regulating complex global financial firms, the dangers of off-balance-sheet accounting as well touching on the European sovereign debt crisis
13 janeiro 2012
Contadores calmos na tempestade
Por Financial Times, de Londres
Com os eventos de 2011 começando a se perder na memória - sendo a maior parte deles ruim do ponto de vista econômico -, o quão nervoso está o mundo da contabilidade?
Em conversas com vários auditores e reguladores sobre a temporada de balanços do ano completo de 2011, que se inicia nas próximas semanas, fica-se com a impressão de que o sangue deles não é bombeado com a mesma intensidade ansiosa como ocorreu no rescaldo da quebra do Lehman Brothers, em 2008.
Uma fonte de confiança é o progresso que foi feito na luta contra algumas das questões levantadas pela crise financeira. No Reino Unido, por exemplo, contadores seniores sentem que a falta de comunicação problemática entre auditores e reguladores bancários já foi corrigida.
Isso deve tornar mais fácil uma ação decisiva caso o financiamento seque para outra instituição financeira britânica, como aconteceu com o Northern Rock em 2008, apesar de não resolver a ineficácia das declarações sobre o conceito de "entidade em marcha" no setor.
Segue sendo bastante improvável que auditores questionem a liquidez de um banco em público por conta do perigo de que a quebra da instituição se torne uma profecia autorrealizável.
Quanto a baixas contábeis de dívida soberana, o setor contábil parece ter aprendido com as inconsistências dos balanços do primeiro semestre de 2011, quando títulos do governo grego valiam tanto cerca de 80% do seu valor de face como 50%, dependendo de qual banco se analisava.
Os pessimistas ganharam esse argumento e uma abordagem mais harmonizada já está em evidência nesse ponto. Mas apesar da melhora considerável, também parece improvável que os bancos e as seguradoras sejam levados a registrar perdas com títulos de dívida emitidos por outros países da zona do euro - como a Itália - nos seus próximos balanços.
Ainda assim, ninguém descarta a possibilidade de uma retomada repentina do caos visto há três anos, particularmente depois do colapso recente da corretora americana MF Global e das travessuras fora do balanço da japonesa de tecnologia Olympus.
Muitas empresas estão sob pressão, particularmente em setores dependentes de gastos do consumidor no Ocidente. Isso, combinado com nervosismo sobre a capacidade dos bancos para continuar emprestando, torna desafiadora a avaliação sobre a continuidade de uma entidade.
Reguladores e auditores também estão destacando a necessidade de as empresas reduzirem algumas avaliações de ativos a fim de refletir a deterioração das perspectivas econômicas. Intangíveis, como o ágio - o ativo otimista criado quando o preço de uma aquisição excede o valor dos bens comprados -, parecem particularmente vulneráveis.
James Kroeker, chefe da área de contabilidade da Securities and Exchange Commission (SEC), regulador do mercado de ações dos EUA, diz que o questionamento sobre o valor pelo qual estão registrados os ativos deve percorrer "o balanço de cima a baixo".
Michael Izza, executivo-chefe do Institute of Chartered Accountants da Inglaterra e País de Gales, relata que alguns bancos da Europa continental devem levar realizar a baixa de alguns ágios por expectativa de rentabilidade futura depois de uma reavaliação mais pessimista das perspectivas das empresas adquiridas.
Enquanto isso, a importância crescente dos mercados emergentes para multinacionais sedentas por crescimento é uma complicação adicional, que não foi de modo algum um fator importante nos dias sombrios de 2008. Em vez de as extrapolações contábeis misteriosas que se tornaram comuns nas economias maduras, os auditores frequentemente lidam com cenários bem mais básicos em lugares como a China. Nesses casos, é muitas vezes mais uma questão de "você pode encontrar a prova de que o ativo existe?", em vez de "você questionou as projeções da administração?".
No fim das contas, ainda há muito por aí com o que se preocupar - mesmo que os contadores não estejam mostrando sinais de tensão como nos dias iniciais da crise financeira de 2008.
Adam Jones é colunista do Financial Times. As opiniões expressas neste artigo são pessoais.
Com os eventos de 2011 começando a se perder na memória - sendo a maior parte deles ruim do ponto de vista econômico -, o quão nervoso está o mundo da contabilidade?
Em conversas com vários auditores e reguladores sobre a temporada de balanços do ano completo de 2011, que se inicia nas próximas semanas, fica-se com a impressão de que o sangue deles não é bombeado com a mesma intensidade ansiosa como ocorreu no rescaldo da quebra do Lehman Brothers, em 2008.
Uma fonte de confiança é o progresso que foi feito na luta contra algumas das questões levantadas pela crise financeira. No Reino Unido, por exemplo, contadores seniores sentem que a falta de comunicação problemática entre auditores e reguladores bancários já foi corrigida.
Isso deve tornar mais fácil uma ação decisiva caso o financiamento seque para outra instituição financeira britânica, como aconteceu com o Northern Rock em 2008, apesar de não resolver a ineficácia das declarações sobre o conceito de "entidade em marcha" no setor.
Segue sendo bastante improvável que auditores questionem a liquidez de um banco em público por conta do perigo de que a quebra da instituição se torne uma profecia autorrealizável.
Quanto a baixas contábeis de dívida soberana, o setor contábil parece ter aprendido com as inconsistências dos balanços do primeiro semestre de 2011, quando títulos do governo grego valiam tanto cerca de 80% do seu valor de face como 50%, dependendo de qual banco se analisava.
Os pessimistas ganharam esse argumento e uma abordagem mais harmonizada já está em evidência nesse ponto. Mas apesar da melhora considerável, também parece improvável que os bancos e as seguradoras sejam levados a registrar perdas com títulos de dívida emitidos por outros países da zona do euro - como a Itália - nos seus próximos balanços.
Ainda assim, ninguém descarta a possibilidade de uma retomada repentina do caos visto há três anos, particularmente depois do colapso recente da corretora americana MF Global e das travessuras fora do balanço da japonesa de tecnologia Olympus.
Muitas empresas estão sob pressão, particularmente em setores dependentes de gastos do consumidor no Ocidente. Isso, combinado com nervosismo sobre a capacidade dos bancos para continuar emprestando, torna desafiadora a avaliação sobre a continuidade de uma entidade.
Reguladores e auditores também estão destacando a necessidade de as empresas reduzirem algumas avaliações de ativos a fim de refletir a deterioração das perspectivas econômicas. Intangíveis, como o ágio - o ativo otimista criado quando o preço de uma aquisição excede o valor dos bens comprados -, parecem particularmente vulneráveis.
James Kroeker, chefe da área de contabilidade da Securities and Exchange Commission (SEC), regulador do mercado de ações dos EUA, diz que o questionamento sobre o valor pelo qual estão registrados os ativos deve percorrer "o balanço de cima a baixo".
Michael Izza, executivo-chefe do Institute of Chartered Accountants da Inglaterra e País de Gales, relata que alguns bancos da Europa continental devem levar realizar a baixa de alguns ágios por expectativa de rentabilidade futura depois de uma reavaliação mais pessimista das perspectivas das empresas adquiridas.
Enquanto isso, a importância crescente dos mercados emergentes para multinacionais sedentas por crescimento é uma complicação adicional, que não foi de modo algum um fator importante nos dias sombrios de 2008. Em vez de as extrapolações contábeis misteriosas que se tornaram comuns nas economias maduras, os auditores frequentemente lidam com cenários bem mais básicos em lugares como a China. Nesses casos, é muitas vezes mais uma questão de "você pode encontrar a prova de que o ativo existe?", em vez de "você questionou as projeções da administração?".
No fim das contas, ainda há muito por aí com o que se preocupar - mesmo que os contadores não estejam mostrando sinais de tensão como nos dias iniciais da crise financeira de 2008.
Adam Jones é colunista do Financial Times. As opiniões expressas neste artigo são pessoais.
09 novembro 2011
MF Global
Esta entidade tem sua origem no comércio de açúcar, na Inglaterra, no século XVIII. Nos anos 1980s tornou-se um negócio de serviço financeiro.
Em final de outubro deste ano a empresa informou um prejuízo trimestral em decorrência dos negócios com títulos do governo da Europa. Por este motivo, a Moody e Fitch reclassificaram seu ranking como “junk”. Em 31 de outubro entrou com pedido de bancarrota, já que tinha 6 bilhões em títulos soberanos de países europeus. A empresa de auditoria era a Price, que está sendo pressionada a explicar a falta de separação dos diferentes tipos de ativos.
Os 6 bilhões aparecem numa tabela da página 78 do último relatório anual da empresa, com o título “outras obrigações – soberano”, com o valor nominal.
Um dos problemas que conduziram a empresa para esta situação decorre de uma brecha contábil que anteriormente tinha sido aproveitada pela Lehman Brothers. Que também está em bancarrota.
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