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16 setembro 2024

Ig Nobel de 2024 e novamente pesquisa brasileira é premiada


Como o Brasil não vence o prêmio tradicional, mantemos a tradição de ganhar o IgNobel. Eis a lista dos vencedores (tradução do GPT):

Os Prêmios Ig Nobel de 2024 foram entregues na 34ª Primeira Cerimônia Anual do Prêmio Ig Nobel, na noite de quinta-feira, 12 de setembro de 2024, no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Cambridge, Massachusetts. Após quatro anos de pandemia em que a cerimônia aconteceu apenas online, este evento retomou a tradição de reunir todos em uma grande sala com público. Produzimos a cerimônia em colaboração com a MIT Press, e ela foi transmitida online.

PRÊMIO DA PAZ [EUA]
B.F. Skinner, por experimentos para verificar a viabilidade de abrigar pombos vivos dentro de mísseis para guiar suas trajetórias de voo.
REFERÊNCIA: “Pigeons in a Pelican”, B.F. Skinner, American Psychologist, vol. 15, no. 1, 1960, pp. 28-37. <psycnet.apa.org/doi/10.1037/h0045345>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: A filha de B.F. Skinner, Julie Skinner Vargas

PRÊMIO DE BOTÂNICA [ALEMANHA, BRASIL, EUA]
Jacob White e Felipe Yamashita, por encontrarem evidências de que algumas plantas reais imitam o formato de plantas artificiais de plástico vizinhas.
REFERÊNCIA: “Boquila trifoliolata Mimics Leaves of an Artificial Plastic Host Plant,” Jacob White e Felipe Yamashita, Plant Signaling and Behavior, vol. 17, no. 1, 2022. <doi.org/10.1080%2F15592324.2021.1977530>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: Felipe Yamashita

PRÊMIO DE ANATOMIA [FRANÇA, CHILE]
Marjolaine Willems, Quentin Hennocq, Sara Tunon de Lara, Nicolas Kogane, Vincent Fleury, Romy Rayssiguier, Juan José Cortés Santander, Roberto Requena, Julien Stirnemann e Roman Hossein Khonsari, por estudar se o cabelo na cabeça da maioria das pessoas no hemisfério norte gira na mesma direção (sentido horário ou anti-horário?) que o cabelo na cabeça da maioria das pessoas no hemisfério sul.
REFERÊNCIA: “Genetic Determinism and Hemispheric Influence in Hair Whorl Formation,” Marjolaine Willems, Quentin Hennocq, Sara Tunon de Lara, Nicolas Kogane, Vincent Fleury, Romy Rayssiguier, Juan José Cortés Santander, Roberto Requena, Julien Stirnemann e Roman Hossein Khonsari, Journal of Stomatology, Oral and Maxillofacial Surgery, vol. 125, no. 2, abril de 2024, artigo 101664. <doi.org/10.1016/j.jormas.2023.101664>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: Marjolaine Willems e Roman Khonsari

PRÊMIO DE MEDICINA [SUÍÇA, ALEMANHA, BÉLGICA]
Lieven A. Schenk, Tahmine Fadai e Christian Büchel, por demonstrar que remédios falsos que causam efeitos colaterais dolorosos podem ser mais eficazes do que remédios falsos que não causam efeitos colaterais dolorosos.
REFERÊNCIA: “How Side Effects Can Improve Treatment Efficacy: A Randomized Trial,” Lieven A. Schenk, Tahmine Fadai e Christian Büchel, Brain, vol. 147, no. 8, agosto de 2024, pp. 2643–2651. <doi.org/10.1093/brain/awae132>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: Lieven Schenk

PRÊMIO DE FÍSICA [EUA]
James C. Liao, por demonstrar e explicar as habilidades de natação de uma truta morta.
REFERÊNCIA: “Neuromuscular Control of Trout Swimming in a Vortex Street: Implications for Energy Economy During the Kármán Gait,” James C. Liao, The Journal of Experimental Biology, vol. 207, 2004, pp. 3495-3506. <doi.org/10.1242/jeb.01125>
REFERÊNCIA: “Passive Propulsion in Vortex Wakes,” David N. Beal, Franz S. Hover, Michael S. Triantafyllou, James C. Liao e George V. Lauder, Journal of Fluid Mechanics, vol. 549, 2006, pp. 385-402.
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: James C. (“Jimmy”) Liao

PRÊMIO DE FISIOLOGIA [JAPÃO, EUA]
Ryo Okabe, Toyofumi F. Chen-Yoshikawa, Yosuke Yoneyama, Yuhei Yokoyama, Satona Tanaka, Akihiko Yoshizawa, Wendy L. Thompson, Gokul Kannan, Eiji Kobayashi, Hiroshi Date e Takanori Takebe, por descobrir que muitos mamíferos são capazes de respirar pelo ânus.
REFERÊNCIA: “Mammalian Enteral Ventilation Ameliorates Respiratory Failure,” Ryo Okabe, Toyofumi F. Chen-Yoshikawa, Yosuke Yoneyama, Yuhei Yokoyama, Satona Tanaka, Akihiko Yoshizawa, Wendy L. Thompson, Gokul Kannan, Eiji Kobayashi, Hiroshi Date e Takanori Takebe, Med, vol. 2, 11 de junho de 2021, pp. 1-11. <doi.org/10.1016/j.medj.2021.04.004>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: Takanori Takebe, Toyofumi Chen-Yoshikawa, Ryo Okabe, Eiji Kobayashi, Yosuke Yoneyama, Yuhei Yokoyama

PRÊMIO DE PROBABILIDADE [PAÍSES BAIXOS, SUÍÇA, BÉLGICA, FRANÇA, ALEMANHA, HUNGRIA, REPÚBLICA CHECA]
František Bartoš, Eric-Jan Wagenmakers, Alexandra Sarafoglou, Henrik Godmann e muitos colegas, por mostrar, tanto na teoria quanto por meio de 350.757 experimentos, que quando você joga uma moeda, ela tende a cair do mesmo lado que começou.
REFERÊNCIA: “Fair Coins Tend to Land on the Same Side They Started: Evidence from 350,757 Flips,” František Bartoš, et al., arXiv 2310.04153, 2023. <doi.org/10.48550/arXiv.2310.04153>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: Frantisek Bartos e Eric-Jan Wagenmakers

PRÊMIO DE QUÍMICA [PAÍSES BAIXOS, FRANÇA]
Tess Heeremans, Antoine Deblais, Daniel Bonn e Sander Woutersen, por usar cromatografia para separar vermes bêbados de vermes sóbrios.
REFERÊNCIA: “Chromatographic Separation of Active Polymer–Like Worm Mixtures by Contour Length and Activity,” Tess Heeremans, Antoine Deblais, Daniel Bonn e Sander Woutersen, Science Advances, vol. 8, no. 23, 2022, artigo eabj7918. <doi.org/10.1126/sciadv.abj7918>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: Tess Heeremans, Antoine Deblais, Daniel Bonn, Sander Woutersen

PRÊMIO DE DEMOGRAFIA [AUSTRÁLIA, REINO UNIDO]
Saul Justin Newman, por trabalhos de detetive para descobrir que muitas das pessoas famosas por viverem por mais tempo moravam em lugares com registros de nascimento e morte de baixa qualidade.
REFERÊNCIA: “Supercentenarians and the Oldest-Old Are Concentrated into Regions with No Birth Certificates and Short Lifespans,” Saul Justin Newman, BioRxiv, 704080, 2019. <doi.org/10.1101/704080>
REFERÊNCIA: “Supercentenarian and Remarkable Age Records Exhibit Patterns Indicative of Clerical Errors and Pension Fraud,” Saul Justin Newman, BioRxiv, 2024. <doi.org/10.1101/704080>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: Saul Justin Newman

PRÊMIO DE BIOLOGIA [EUA]
Fordyce Ely e William E. Petersen, por explodir um saco de papel ao lado de um gato que estava em cima de uma vaca, para explorar como e quando as vacas liberam seu leite.
REFERÊNCIA: “Factors Involved in the Ejection of Milk,” Fordyce Ely e W.E. Petersen, Journal of Dairy Science, vol. 3, 1941, pp. 211-23. <doi.org/10.1093/ansci/1939.1.80>
QUEM PARTICIPOU DA CERIMÔNIA: A filha de Fordyce Ely, Jane Ely Wells, e seu neto Matt Wells



02 outubro 2022

The 32nd First Annual Ig Nobel Prize Ceremony

Cerimônia do IgNobel. A pesquisa da USP está no minuto 24:50 até 30. Gostei muito da reação humorada dos pesquisadores brasileiros. Afinal, uma boa divulgação da pesquisa. Amanhã começa a divulgação do Nobel

18 setembro 2022

Brasil é lembrado novamente no Ignobel


Se nosso país não ganha o prêmio Nobel, estamos presentes, novamente, na premiação do Ignobel. Eis a listagem (grifo nosso)

Applied Cardiology: Eliska Prochazkova, Elio Sjak-Shie, Friederike Behrens, Daniel Lindh, and Mariska Kret, for seeking and finding evidence that when new romantic partners meet for the first time, and feel attracted to each other, their heart rates synchronize.

Literature: Eric Martínez, Francis Mollica, and Edward Gibson, for analyzing what makes legal documents unnecessarily difficult to understand.

Biology: Solimary García-Hernández and Glauco Machado, for studying whether and how constipation affects the mating prospects of scorpions.

Medicine: Marcin Jasiński, Martyna Maciejewska, Anna Brodziak, Michał Górka, Kamila Skwierawska, Wiesław Jędrzejczak, Agnieszka Tomaszewska, Grzegorz Basak, and Emilian Snarski, for showing that when patients undergo some forms of toxic chemotherapy, they suffer fewer harmful side effects when ice cream replaces one traditional component of the procedure.

Engineering: Gen Matsuzaki, Kazuo Ohuchi, Masaru Uehara, Yoshiyuki Ueno, and Goro Imura, for trying to discover the most efficient way for people to use their fingers when turning a knob.

Art History: Peter de Smet and Nicholas Hellmuth, for their study “A Multidisciplinary Approach to Ritual Enema Scenes on Ancient Maya Pottery.”

Physics: Frank Fish, Zhi-Ming Yuan, Minglu Chen, Laibing Jia, Chunyan Ji, and Atilla Incecik, for trying to understand how ducklings manage to swim in formation.

Peace: Junhui Wu, Szabolcs Számadó, Pat Barclay, Bianca Beersma, Terence Dores Cruz, Sergio Lo Iacono, Annika Nieper, Kim Peters, Wojtek Przepiorka, Leo Tiokhin and Paul Van Lange, for developing an algorithm to help gossipers decide when to tell the truth and when to lie.

Economics: Alessandro Pluchino, Alessio Emanuele Biondo, and Andrea Rapisarda, for explaining, mathematically, why success most often goes not to the most talented people, but instead to the luckiest.

Safety Engineering: Magnus Gens, for developing a moose crash test dummy.

O jornal The Guardian destacou o estudo japonês para a maçaneta da porta: eles chegaram a conclusão que quanto maior o botão, mais dedos são necessários para girar. The Scientist colocou a foto de um escorpião - objeto da pesquisa no Brasil. 

Os ganhadores irão receber uma nota de dolar do Zimbabwe, país que vive uma elevada inflação há anos. 

É praxe alguns prêmios parecerem interessantes. O de economia acho que parece o caso. 

19 setembro 2020

Dois brasileiros ganham o Ignobel 2020

Eis os ganhadores do IgNobel de 2020:

Acústica: Stephan Reber, Takeshi Nishimura, Judith Janisch, Mark Robertson e Tecumseh Fitch, por induzir uma fêmea de jacaré-da-china a berrar em uma câmara hermética cheia de ar enriquecido com gas hélio.

Psicologia: Miranda Giacomin e Nicholas Rule, por desenvolver um método para identificar narcisistas, examinando suas sobrancelhas.

Paz: governos da Índia e do Paquistão, por seus diplomatas tocarem secretamente as campainhas uns dos outros no meio da noite, e depois fugir antes que alguém atenda a porta. 

Física: Ivan Maksymov e Andriy Pototsky, por determinar, experimentalmente, o que acontece com a forma de uma minhoca viva quando ela vibra em alta frequência.

Economia: Christopher Watkins, Juan David Leongómez, Jeanne Bovet, Agnieszka Żelaźniewicz, Max Korbmacher, Marco Antônio Corrêa Varella, Ana Maria Fernandez, Danielle Wagstaff e Samuela Bolgan, por tentar quantificar a relação entre a desigualdade de renda nacional dos diferentes países e a quantidade média de beijos na boca.

Gestão: Xi Guang-An, Mo Tian-Xiang, Yang Kang-Sheng, Yang Guang-Sheng e Ling Xian Si, cinco pistoleiros profissionais em Guangxi, na China, que conseguiram um contrato para um trabalho de assassinato por dinheiro da seguinte maneira: depois de receber o pagamento para realizar o assassinato, Xi Guang-An subcontratou a tarefa para Mo Tian-Xiang, que subcontratou Yang Kang-Sheng, que subcontratou Yang Guang-Sheng, que subcontratou Ling Xian-Si, com cada subcontratado recebendo porcentagens cada vez menores. Nenhum deles efetivamente realizou o trabalho. 

Entomologia: Richard Vetter, por coletar evidências de que muitos entomologistas têm medo de aranhas, que não são insetos.

Medicina: Nienke Vulink, Damiaan Denys e Arnoud van Loon, por diagnosticar uma condição médica há muito não reconhecida: misofonia, a dificuldade em ouvir outras pessoas emitindo sons como o da mastigação.

Ensino de Medicina: Jair Bolsonaro (presidente do Brasil), Boris Johnson (primeiro ministro do Reino Unido), Narendra Modi (primeiro ministro da Índia), Andrés Manuel López Obrador (presidente do México), Alexander Lukashenko (presidente da Bielorrússia), Donald Trump (presidente dos Estados Unidos), Recep Tayyip Erdogan (primeiro ministro da Turquia), Vladimir Putin (presidente da Rússia) e Gurbanguly Berdimuhamedow (presidente do Turquemenistão), por usarem a pandemia de COVID-19 para ensinar ao mundo que os políticos podem ter um efeito mais imediato sobre a vida e a morte do que os cientistas e médicos.

Ciência dos Materiais: Metin Eren, Michelle Bebber, James Norris, Alyssa Perrone, Ashley Rutkoski, Michael Wilson e Mary Ann Raghanti, por mostrar que facas fabricadas a partir de fezes humanas congeladas não funcionam bem.

A imprensa destacou um brasileiro que ganhou o de ensino de medicina. Mas há outro: Varella possui um blog de divulgação científica. Fico imaginando o impacto disto na pessoa

23 setembro 2016

Ignobel

Economia - Mark Avis, Sarah Forbes e Shelagh Ferguson, da Nova Zelândia, por estudarem a percepção que se tem da personalidade das rochas desde a perspectiva de vendas e marketing.

Física - Gábor Horváth, Miklós Blahó, György Kriska, Ramón Hegedüs, Balázs Gerics, Róbert Farkas, Susanne Akesson, Péter Malik e Hansruedi Wildermuth, de diferentes países, por descobrir por que os cavalos brancos são os que atraem menos moscas e por demonstrar que libélulas são muito atraídas por lápides pretas.

Química - Concedido à Volkswagen por resolver o problema da emissão excessiva de poluentes pelos automóveis fazendo com que os veículos reduzam essas emissões quando forem medidas.

Medicina - Da Alemanha, Christoph Helmchen, Carina Palzer, Thomas Münte, Silke Anders e Andreas Sprenger ganharam o prêmio por descobrir que, caso você tenha uma coceira no lado esquerdo do corpo, você pode se livrar usando um espelho e coçando o lado direito - e vice-versa.

'Prêmio Reprodução' - Concedido ao egípcio Shafik Ahmed (que já morreu) por testar os efeitos do uso de calças de poliéster, algodão ou lã na vida sexual de ratos. Ele depois testou se havia efeitos similares em humanos.

Paz - Os vencedores são do Canadá e dos Estados Unidos: Gordon Pennycook, James Allan Cheyne, Nathaniel Barr, Derek J. Koehler, Jonathan A. Fuglesang. Eles receberam o prêmio por seu estudo “sobre a recepção e detecção da besteira pseudo-profunda”. Entre as inspirações para a pesquisa, segundo a premiação, estão a apresentadora Oprah e o candidato à presidência Donald Trump.

Biologia - Charles Foster recebeu por viver na selva, em momentos diferentes, como um texugo, uma lontra, um veado, uma raposa e um pássaro. E Thomas Thwaltes foi premiado por criar próteses de extensão dos seus membros, que permitiram que ele se movesse e vivesse na companhia de cabras em colinas.

Literatura - O vencedor é Fredrik Sjoberg, que escreveu uma trilogia sobre a coleta de moscas - e o prazer de capturá-las mortas ou vivas.

Psicologia - Evelyne Debey, Maarten De Schryver, Gordon Logan, Kristina Suchotzki e Bruno Verschuere venceram por perguntar a mil mentirosos quantas vezes eles mentiam e se acreditam em suas próprias respostas.

“Prêmio percepção” - Atsuki Higashiyama and Kohei Adachi foram contemplados por investigar se as coisas se parecem diferentes quando você se curva e as vê entre as pernas.


(Fonte: Aqui). O Brasil esteve presente indiretamente na premiação, segundo o El País:

Otro de los premios más celebrados ya había tenido sus buenos quince minutos de fama previamente. Se trata de ese estudio cuyo título, "Sobre la recepción y detección de mierdas pseudoprofundas" (PDF), pasará a los anales de la ciencia con todo merecimiento. Sus autores decían que cuanto mayor es el impacto de una de esas frases inspiradoras de Paulo Coelho que vemos en los muros de Facebook... menos inteligente es la persona. Paradójicamente, las noticias sobre el estudio arrasaron también en los muros de Facebook.

18 dezembro 2014

Revistas velhas

Os consultórios geralmente possuem revistas velhas por uma razão: roubo. Segundo uma pesquisa publicada no British Medical Journal (via aqui) as revistas de fofocas são aquelas mais propensas as serem levadas pelos clientes; já revistas que não são de fofocas (The Economist e Time) não são objeto de "roubos" nos consultórios.

E eu que pensava que isto era coisa de consultório de país subdesenvolvido...

20 setembro 2014

Rir é o melhor remédio

Prêmio Ignobil de 2014:

Neurociência: Experimento de cientistas chineses que descobriu como funciona o cérebro de uma pessoa que enxerga a imagem de Jesus Cristo em um pedaço de torrada.

Ciência Ártica: Investigação de cientistas da Noruega que queriam saber se as renas da região de Svalbard se assustavam com humanos vestidos de urso polar.

Medicina: Experimento que fez médicos inserirem tiras de carne de porco no nariz de um paciente para conter hemorragia nasal – tentativa que funcionou, segundo a médica Sonal Saraiya, responsável pela prática inusitada.

Nutrição: Estudo uma equipe da Espanha que teve a ideia de usar bactérias encontradas nas fezes de bebês para fazer linguiça.

Psicologia: Teoria de que pessoas que dormem muito tarde podem se tornar psicopatas.

Saúde Pública: Duas equipes estudaram se é ou não perigoso um ser humano conviver com um gato.

Física: Pesquisadores japoneses testaram se as cascas de banana são tão escorregadias como nos desenhos animados.

Biologia: Estudo que descobriu que os cães defecam de acordo com o campo magnético da Terra.

Arte: Cientistas da Itália mediram a dor sofrida por uma pessoa quando ela é atingida por laser enquanto olha para um quadro feio.

Economia: Pesquisadores italianos do Instituto Nacional de Estatística do Governo realizaram estudos incluindo a prostituição e o tráfico de drogas no cálculo do crescimento do país.


Fonte: IG via Ideias Contábeis

31 julho 2014

Impostos para os Mortos-Vivos

Quando os mortos-vivos estiverem andando pela terra, num apocalipse zumbi, será necessário criar receitas governamentais expressivas para proteger a vida. Além disto, os mortos-vivos poderão ser contribuintes. O governo deverá prever esta possibilidade para não prejudicar sua capacidade de colocar em risco a vida. Estranho isto? Trata-se de um artigo acadêmico, Death and Taxes and Zombies, de Adam Chodorow, da Universidade do Arizona.

Segundo o autor, “este artigo preenche uma lacuna gritante na literatura acadêmica, examinando como as leis de propriedade e do imposto de renda serão aplicadas aos mortos-vivos”. Além disto, o texto discute como a legislação poderá ser aplicada aos vampiros e fantasmas. O autor acredita que seria necessário uma nova lei neste contexto.

Candidato ao Ignóbil.

17 setembro 2013

Finalmente: IgNobel 2013

O resultado tão esperado do IgNobel saiu!!!

A "estatueta" também merece um IgNobel

Quem segue o blog sabe que adoramos o IgNobel, a premiação cujos laureados são pesquisadores com trabalhos óbvios - mas que não deixam de ter sua contribuição à ciência. O Brasil já esteve presente, como publicado em 2008:
Um estudo sobre os danos provocados por tatus a sítios arqueológicos rendeu aos brasileiros Astolfo Mello Araujo e José Carlos Marcelino um prêmio IgNobel.
 O professor César já explicou o evento:
 O Prêmio IgNobel é uma brincadeira com a ciência. Organizado pelo Annals of Improbable Research (AIR), os vencedores são apresentados inclusive por ganhadores do Nobel na Harvard University. O prêmio começou em 1991 para premiar pesquisas que não podiam ser reproduzidas, mas hoje inclui também pesquisas engraçadas ou com aspectos inesperados. O nome é uma junção da palavra "ignoble" e "nobel", do prêmio Nobel. Não existe, a rigor, categorias no prêmio e as áreas destacas podem ser medicina, química, psicologia, literatura, paz, economia, engenharia etc. A lista dos vencedores pode ser obtida na Wikipedia.
Abaixo os vencedores de 2013:

Em psicologia foi comprovado os bêbados acreditam ser mais atraentes. É. Pesquisaram isso.

Um estudo que uniu astronomia e biologia revelou que o besouro rola-bosta, quando perdido, pode utilizar a via láctea para se localizar. Um dos autores, o Marcus Byne, tem, inclusive, uma palestra TED intitulada "a dança do besouro rola-bosta".

Medicina apresentou um trabalho sobre os efeitos positivos advindos de ouvir ópera durante  transplante de órgãos. Os pacientes eram ratos.

Agora... o pessoal da engenharia de segurança se empolgou! O ganhador criou um sistema eletromecânico para encurralar sequestradores de aviões. O meliante cai em uma portinhola, é selado em um pacote - com paraquedas - e jogado para fora da aeronave. Em terra, veja só, policiais o estarão aguardando.

Os físicos receberam a premiação por terem descoberto que algumas pessoas seriam fisicamente capazes de correr através da superfície de uma lagoa. Para isso seria necessário que tanto a pessoa capaz quanto o laguinho estivessem na lua.

Química surpreendeu. A pesquisa revelou que o processo que faz com que quem corte cebolas chore é muito is complexo que os cientistas imaginavam.

Os arqueólogos se envolveram apaixonadamente com a pesquisa, parboilizaram um musaranho morto e o engoliram inteiro para posteriormente verificar quais ossos seriam digeridos pelo sistema humano. Argh!

Conforme o Hypersciente, o prêmio da paz foi para o presidente da Bielorrússia por tornar ilegal aplaudir em público em 2011, e para a Polícia Estatal da Bielorrússia, por prender um homem, que tinha só um braço, por aplaudir. Eles acrescentam : "Aliás, a Bielorrússia tem tido sua cota de surrealidades, como um surdo-mudo sendo acusado de gritar slogans contra o governo e um professor acusado de agitar os braços e gritar slogans contra o governo enquanto andava de bicicleta."

Ainda, probabilidade se destacou pela descoberta de que quanto mais tempo uma vaca fica deitada, mais provável será que ela irá se levantar em seguida, mas uma vez em pé, não é possível prever com facilidade quando ela irá se deitar novamente. Ahá!

Em saúde pública os pesquisadores tailandeses ganharam a recompensa pelas técnicas médicas recomendadas em seu relatório “Surgical Management of an Epidemic of Penile Amputations in Siam” (“Tratamento Cirúrgico de uma Epidemia de Amputações de Pênis no Sião”, em tradução livre). As técnicas eram recomendadas exceto nos casos em que o pênis amputado tivesse sido parcialmente devorado por um pato (animal doméstico comum na Tailândia).

Foto: BBC News

04 outubro 2010

Ignobel

Os mistérios do sexo dos morcegos, uma forma de recolher o muco das baleias e uma maneira incomum de aliviar a dor humana foram as pesquisas merecedoras da edição 2010 do Prêmio IgNobel, uma paródia ao Nobel.

Dez pesquisadores foram declarados vencedores numa cerimônia realizada no Sanders Theatre da Universidade de Harvard, em cerimônia transmitida pelo Youtube.

A ideia de usar um helicóptero guiado por controle remoto para recolher muco de baleia deu o prêmio de engenharia para uma equipe britânico-mexicana.

Uma dupla de cientistas alemães levou o prêmio de medicina por sua descoberta de que um passeio numa montanha-russa pode tratar os sintomas de asma, enquanto uma equipe japonesa foi premiada por "usar o limo para determinar rotas mais adequadas para trilhos ferroviários".

O prêmio de física foi atribuído a pesquisadores da Universidade de Otago, Nova Zelândia, por demonstrar que usar meias por fora dos sapatos ajuda a reduzir as quedas no gelo.

Três pesquisadores britânicos da Keele University foram laureados com o IgNobel da Paz por provar que xingar alivia a dor.

O prêmio de economia coube aos executivos da Goldman Sachs, AIG, Lehman Brothers e outras figuras centrais da crise financeira dos Estados Unidos por "novos modos de investir dinheiro, modos que maximizam os lucros financeiros e minimizam os riscos para o mundo econômico".

Uma visão mais científica do mundo empresarial foi agraciada com o prêmio de gerenciamento, que foi entregue para pesquisadores da Universidade de Catania, Itália, "por demonstrar matematicamente que as organizações podem se tornar mais eficientes se promoverem as pessoas aleatoriamente".

Por fim, uma equipe sino-britânica levou o prêmio de biologia por revelar que os morcegos da fruta praticam felação.

O IgNobel é uma paródia bem-humorada ao Prêmio Nobel promovida por Harvard e cujo objetivo é "fazer as pessoas rirem e depois pensar".

Marc Abrahams, editor da Annals of Improbable Research, que escolhe os premiados, encerrou a cerimônia de entrega dos prêmios de sua maneira tradicional: "Se você não ganhou um IgNobel este ano e especialmente se você ganhou, melhor sorte no próximo ano".


Palavrão para aplacar dor, sexo de morcego e muco de baleia levam o IgNobel
Por AFP

Aqui, a referência completa do estudo de administração. Aqui, uma descrição mais completa dos premiados.

03 outubro 2009

Ignobil anunciado


Como é tradição, todo ano anuncia-se os ganhadores do prêmio Ignobil, uma sátira ao Nobel. A foto mostra um dos vencedores. Mais informação aqui via neuroworld

18 agosto 2009

Pesquisa Relevante


A figura apresenta, de forma resumida, o modelo teórico do que talvez seja a pesquisa mais comentada da semana. Representa uma modelagem matemática desenvolvida por Philip Munz, Ioan Hudea, Joe Imad e Robert J Smith, quatro pesquisadores do Carleton University’s School of Mathematics and Statistics.

A pesquisa foi notícia no prestigioso Financial Times, talvez o melhor jornal de negócios do mundo. Trata-se de uma aplicação da teoria de infecção de doenças, um tipo de modelagem também usada para investigar crise financeira, por exemplo.

Neste caso específico, os quatro pesquisadores investigaram os zumbis. O texto, um forte candidato ao Ignobil, descreve o que ocorreria num ataque de zumbis.

08 outubro 2008

Reação ao Ignóbil


A reação de Dan Ariely ao receber o prêmio Ignobil pelo trabalho em finanças comportamentais:

"I've won quite a lot of academic awards; I can't think of one that makes me happier than this one," said Dan Ariely, a Duke University economist and author of the book "Predictably Irrational: The Hidden Forces that Shape our Decisions," who said his deserving work has been passed over year after year.


Foto: Cerimônia do prêmio

03 outubro 2008

Finanças Comportamentais é premiada no Ignobil

Lista completa:

Nutrição
Massimiliano Zampini da Universidade de Trento, Itália, e Charles Spence da Universidade Oxford, Reino Unido, por modificar eletronicamente o ruído de uma batata frita a fim de fazer com que a pessoa que a mastiga pensar que ela é mais crocante e fresca do que realmente é.

Paz
O Comitê Federal Suíço de Ética para Biotecnologia Não-Humana e os cidadãos suíços, por adotar o princípio legal de que plantas têm dignidade.

Arqueologia
Astolfo G. Mello Araujo e José Carlos Marcelino,da Universidade de São Paulo, por medir como o curso da história, ou pelo menos o conteúdo da escavação de um sítio arqueológico, pode ser remexido pelas ações de um tatu vivo.

Biologia
Marie-Christine Cadiergues, Christel Joubert e Michel Franc da Escola Veterinária de Toulouse, França, por descobrir que as pulgas que vivem em um cão podem saltar mais alto que as que moram em um gato.

Medicina
Dan Ariely, da Universidade Duke, EUA, por demonstrar que remédios inúteis caros funcionam melhor que remédios inúteis baratos.


Ciências Cognitivas
Toshiyuki Nakagaki, da Universidade de Hokkaido, Hiroyasu Yamada, Ryo Kobayashi da Universidade de Hiroshima, Atsushi Tero, Akio Ishiguro da Universidade de Tohoku, and Ágotá Tóth da Universidade de Szeged, na Hungria, por descobrir que gosma pode resolver quebra-cabeças.

Economia
Geoffrey Miller, Joshua Tybur e Brent Jordan da Universidade do Novo México (EUA) por descobrir que o ciclo de ovulação de uma stripper afeta a gorjeta que recebe.

Física
Dorian Raymer da Iniciativa Observatórios Oceânicos da Scripps, e Douglas Smith, da Universidade da Califórnia, San Diego, por provar matematicamente que montes de barbantes, cabelo ou qualquer outra coisa acabarão, inevitavelmente, emaranhados em nós.

Química
Sharee A. Umpierre da Universidade de Porto Rico, Joseph A. Hill dos Centros de Fertilidade de da Nova Inglaterra, Deborah J. Anderson da Escola de Medicina de Boston e da Faculdade de Medicina de Harvard, por descobrir que a Coca-Cola é um espermicida eficiente; e para Chuang-Ye Hong da Universidade Médica de Taipé, C.C. Shieh, P. Wu, e B.N. Chiang (todos de Tawian) por descobrir que, na verdade, não é.

Literatura
David Sims da Escola de Administração de Negócios Cass, Inglaterra, por ter redigido o estudo You Bastard: A Narrative Exploration of the Experience of Indignation within Organizations (Seu Filho da Mãe: Uma Exploração Narrativa da Indignação Dentro das Organizações).

Brasil ganha o Ignobel: Estudo sobre tatus e sítios arqueológicos

Elo entre tatu e arqueologia dá IgNobel ao Brasil

Prêmio antecede Nobel e é concedido a estudos, como o de dupla paulista, ?que 1.º fazem rir e, depois, pensar?

Carlos Orsi

Um estudo sobre os danos provocados por tatus a sítios arqueológicos rendeu aos brasileiros Astolfo Mello Araujo e José Carlos Marcelino um prêmio IgNobel, uma paródia do Nobel concedida anualmente pela revista americana Annals of Improbable Research (Anais da Pesquisa Improvável) a trabalhos científicos "que primeiro fazem rir e, depois, pensar". "Creio que se trata do primeiro IgNobel do Brasil (o prêmio está na 18ª edição)", disse Marc Abrahams, editor da Annals e mestre-de-cerimônias da festa de premiação, realizada na noite de ontem na cidade de Cambridge, nos Estados Unidos. "Toda a nação vai sair às ruas em desfiles e festas por causa disso, certo?"

Abrahams provavelmente vai se decepcionar com a reação do povo brasileiro, mas Araujo, ao menos, gostaria de estar presente para receber o prêmio. "Pelo que me falaram é muito divertido. Você pode até mesmo dar uma curta palestra sobre o seu trabalho no MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts), o que, convenhamos, não é pouca coisa", afirma. "Infelizmente, já gastei todo o meu financiamento acadêmico deste ano indo para a Espanha e a Irlanda."

Em nota encaminhada à organização do IgNobel, os dois autores agradecem: "Já que não existe um Nobel para arqueologia, o IgNobel sempre é bem-vindo!", dizem.

Publicado em março de 2003 pela revista especializada Geoarchaeology, o estudo dos brasileiros foi realizado com tatus no Zoológico de São Paulo, quando Araujo era funcionário da Prefeitura. Lá, foi criado um falso sítio arqueológico. "Qualquer arqueólogo minimamente observador percebe, ao longo de sua carreira, que tatus são um problema real", diz Araujo. "Eu percebi isso ao trabalhar em várias partes do Brasil. Lembro-me especialmente de ter visto belos e grandes fragmentos de cerâmica indígena serem ejetados de um buraco de tatu, quando trabalhei no Xingu."

Entre outras coisas, os animais podem misturar artefatos, carregando peças de um nível do sítio para outro. "Não há números a respeito e, na verdade, nosso trabalho é único, por incrível que pareça", diz o arqueólogo, que atualmente trabalha em escavações em Minas e dá aulas na Universidade de São Paulo (USP). "Nenhum arqueólogo tinha se debruçado sobre o tema."

Araujo diz ter recebido a notícia de que ganhara um IgNobel com tranqüilidade: "O Marc Abrahams, que é o coordenador do prêmio, entrou em contato. Parecem ser pessoas bem legais. Sondam primeiro para ver se o laureado não vai se ofender. O processo é todo bem amigável." Ele não espera um impacto do IgNobel em sua carreira. "O prêmio foi uma coisa divertida. Achei uma pena não poder ter ido à festa, mas realmente não muda nada. Se ainda eles premiassem com dinheiro, como o Nobel", lamenta.

09 novembro 2007

10 Pesquisas Bizarras

Aqui uma relação de dez pesquisas bizarras. Fiquei perguntando se era verdade mesmo. Gostei muito do "Efeito da Música Country no Suicídio" e achei que poderia ser replicada para o Brasil, substituindo por música sertaneja e avaliando o impacto sobre a taxa de suicídio. Outra pesquisa interessante é a preferência das galinhas por humanos bonitos. Mas mereceria uma premiação no Ignóbil a pesquisa que concluiu ue a velocidade ultrasônica num queijo Cheddar é afetada pela temperatura.

05 outubro 2007

Ignobel

Veja a lista dos vencedores do Prêmio IgNobel de 2007:

Química - Mayu Yamamoto (Japão) - desenvolveu método para extrair fragrância de baunilha a partir do esterco bovino.

Lingüística - Juan Manuel Toro, Josep B. Trobalon e Nuria Sebastian (Espanha) - demonstraram que ratos podem se confundir quando uma pessoa, que eles não vêem, está falando japonês ou holandês.

Paz - Laboratório Wright (EUA) - levantaram a hipótese de desenvolver uma bomba que faria os inimigos se tornarem sexualmente irresistíveis entre si.

Biologia - Johanna van Bronswijk (Holanda) - por investigarem todas os organismos, insetos, aracnídeos e crustáceos que podem habitar nossas camas.

Economia - Kuo Cheng Hsieh (Taiwan) - por patentear um equipamento que captura ladrões de banco ao jogar uma rede em cima deles.


Fonte: Redação Terra