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23 julho 2016

Fato da Semana: Falando Grego

Fato: Dívida grega e a adoção das normas de contabilidade internacional

Data: 2016

Fonte: Governo Grego

Precedentes
2010 = Revela-se que os governos gregos estavam mentindo nas estatísticas econômicas para manter o país nas metas da Comunidade Européia. Foi revelado que o deficit era mais que 10% do PIB. Um pacote de ajuda dos países europeus colocou na Grécia mais de 100 bilhões de euros.
2015 = um partido de esquerda vence as eleições

Notícia boa para contabilidade? Sim. A adoção das normas contábeis poderá evidenciar melhor a posição de um país. Algumas pesquisas parecem apontar que países mais sérios adotam a competência; outros usam o regime de caixa ou uma contabilidade questionável.

Os acontecimentos recentes no Brasil mostram que somente a responsabilidade fiscal não é capaz de deter um grupo que deseja se aproveitar dos recursos do contribuinte em benefício próprio. Somente com uma contabilidade pelo regime de competência, que já é adotada na contabilidade societária privada há décadas, será possível um melhor retrato para situação do governo.

Desdobramentos - A crise apresenta uma boa oportunidade para mudanças. A Grécia mostrou que usando regras contábeis mais claras podemos ter uma visualização melhor da realidade. Será que isto chega ao Brasil? Tenho dúvidas; Ainda continuaremos com uma contabilidade pública arcaica, confusa, hermética para o usuário e, principalmente, não confiável como um retrato da realidade. Infelizmente. 

Mas a semana só teve isto? Realmente não foi uma semana emocionante. Mas tivemos também o resultado da Microsoft, o balanço da Petros e a questão da privatização do governo federal.

19 fevereiro 2015

Grécia e Regime de Caixa

O resolução da crise grega passa pela reforma da contabilidade pública, afirmou Jacob Soll, professor da University of Southern California. Segundo Soll, um estado moderno passa por um moderno sistema contábil, o que não é o caso da Grécia. Lá não existiria uma cultura contábil, que inclui transparência e utilização das normas internacionais de contabilidade pública (IPSAS). Isto significa usar o caixa como base contábil, o que "essencialmente significa nada".

29 julho 2013

George Papandreou: Imagine uma democracia europeia sem fronteiras

A Grécia foi a representante da crise econômica europeia, mas o ex-primeiro-ministro George Papandreou questiona se isso é apenas uma prévia do que está por vir. "Nossas democracias", diz ele, "estão presas por sistemas que são grandes demais para falir, ou mais precisamente, grandes demais para controlar" -- enquanto que "políticos como eu perderam a confiança de seus povos." Como resolver isso? Fazendo com que cidadãos se comprometam mais diretamente em um novo contrato democrático.

01 outubro 2012

Contrarreforma na Previdência (II)


FABIO GIAMBIAGI É ECONOMISTA E AUTOR DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA ED. CAMPUS) - O Estado de S.Paulo
Dou continuidade, com o texto de hoje, ao artigo da semana passada, no qual abordei o desafio previdenciário. Naquele quis mostrar as tendências com que o País se defronta e apontar para o desleixo com que se tem abordado o fenômeno. O relato da incúria nacional, porém, não acaba nas questões já tratadas.
Sabia-se há tempos que no Brasil as famílias têm cada vez menos filhos e que a sociedade está envelhecendo. Com base nessas premissas, a revisão populacional do IBGE de 2008 projetou a população até 2050, ano a ano, incluindo a previsão para 2010. Pouco depois foi possível cotejar previsão e realidade, à luz dos dados do Censo de 2010. E a realidade acabou confirmando aquele cenário, mas em escala mais intensa: o Censo informou-nos que as famílias estão tendo menos filhos - porém foi além e disse que estão tendo ainda menos filhos do que se imaginava. E ele nos informou que as pessoas estão vivendo mais - porém também neste caso foi além e disse que estão vivendo mais do que se supunha.
A comparação dos resultados observados em 2010 do Censo daquele ano com o cenário populacional para 2010 previsto na revisão de 2008 indica que a população total se revelou muito próxima da prevista - apenas 1% inferior à projeção - e o grupo de 15 a 59 anos foi praticamente o mesmo que na projeção. O mais importante, contudo, foi o que aconteceu com os grupos etários extremos. No grupo de crianças e adolescentes, a população efetivamente observada no Censo de 2010 entre zero e 14 anos revelou-se 7% inferior à prevista na projeção feita em 2008 para aquele ano. Já a população com 60 anos e mais no Censo de 2010 foi 7% maior do que a projeção. Os efeitos de longo prazo, se o País não se preparar para essa realidade, serão dramáticos: haverá poucas crianças e poucos jovens - menos ainda do que imaginávamos; e haverá muitos idosos - que viverão mais do que se pensava. Trata-se de um desafio maiúsculo.
Por um lado, isso é ótimo. Quem não gosta de poder viver mais? Por outro, mais idosos com menos indivíduos trabalhando representarão uma combinação pesada para a geração que vier a sustentar as nossas aposentadorias. Que as pessoas envelheçam e as sociedades tenham de se adaptar a isso é parte da vida. Que os nossos filhos tenham de pagar mais para financiar uma legião de aposentados que teremos nos aposentando precocemente, todavia, é um ato de egoísmo para com as gerações seguintes.
Nada disso é novidade - mas todos fingem que o problema não existe. O governo federal optou anos a fio por surfar na popularidade fácil, em vez de arregaçar as mangas e se dedicar à arte do convencimento, mostrando a importância de aprovar uma reforma previdenciária. O mercado tapou os olhos para aqueles números a fim de ganhar rios de dinheiro nos anos de euforia. E os diversos grupos sociais curtiram o período na base do "vou muito bem, obrigado", desde os mais pobres, que ganharam Bolsa-Família, até os mais afortunados, que aproveitamos os anos de dólar barato para frequentar com assiduidade o exterior.
À luz dessa situação, o virtual fim do fator previdenciário, de que o governo estaria cogitando para depois das eleições, tem um conflito insanável com a lógica. De fato, a uma situação já complexa por questões demográficas o fim do fator previdenciário adicionará um problema maior ainda: a cada aposentado que vier a falecer, nós o estaremos substituindo no sistema por outro que, em média, vai ter um plus de remuneração de 25%. A conta a ser paga pelos nossos filhos vai aumentar. O argumento de que "50 anos depois o sistema vai estar ajustado" passa por cima do fato de que a despesa do INSS em 2020 ou 2030 tende a ser maior do que com as regras atuais. Isto é, não se trata de uma reforma, mas de uma contrarreforma.
Quando na Argentina mudaram as regras de aposentadoria nos anos 1990, o então ministro da Economia, Domingo Cavallo, também dizia que 50 anos depois as contas melhorariam. Mas quando veio a crise a única coisa que interessava ao mercado era o resultado primário mês e mês - e esse, no Brasil, com a proposta do governo, e tudo o mais constante, deve piorar.
Há fatos na vida de uma nação cuja dimensão é óbvia - dez anos depois. Hoje sabemos todos que a Lei de Informática foi um desastre para o desenvolvimento do País, mas nos anos 80 era extremamente popular. Com a proposta em discussão pode acabar acontecendo a mesma coisa: o fim do fator previdenciário poderá até ser aprovado por unanimidade, mas no futuro vamo-nos arrepender amargamente.
A ideia de combinar idade de aposentadoria e tempo de contribuição, definindo uma soma mínima, é engenhosa e evitaria valores muito baixos com o fator previdenciário. Ela merece ser explorada (na direção de avançar para uma regra mais dura, como 95/100), mas não há uma única razão técnica para que a proposta tenha de ser vinculada ao que, na prática, seria a eliminação do fator.
De fato, a nova regra poderia conviver perfeitamente com o fator previdenciário, como uma exigência complementar à do tempo contributivo. A racionalidade da exigência de que a soma do tempo contributivo e da idade de aposentadoria obedeça a um valor mínimo não combina com o populismo do fim do fator. Se o problema é o baixo valor com sua aplicação quando as pessoas se aposentam cedo, o correto é fazê-las trabalhar por mais tempo. Na prática, o que o fim do fator vai fazer é promover um aumento das futuras aposentadorias, agravando o problema que temos em perspectiva em razão do envelhecimento da população.
Foi por causa desse tipo de atitudes que a Grécia se converteu no que é hoje. Se daqui a dez ou 20 anos o resto do mundo julgar que o Brasil agiu como um país irresponsável, não poderemos reclamar.

16 junho 2012

X não é a Grécia

Uma compilação de textos jornalísticos e declarações como " _____ não é a Grécia". Vale a pena a transcrição literal:


Christian Noyer, Bank of France Chief, June 24 2011
"Italy Is Not Greece"
Fisher Investments, September 29, 2011
"The UK is Not Greece"
Trevor Greetham, direct of asset allocation at Fidelity, October 20, 2010
"California Is Not Greece"
Tom Dresslar, spokesman for California's State Treasurer, May 12, 2010
"Portugal Is Not Greece"
Nicolas VeronNew York Times, February 16, 2012
"We're Not Greece"
Barack Obama, President of USA, July 15, 2011
"The United States Is Not Spain"
Sean HannityFox News, May 24, 2012
"Greece Is Not Spain"
John SchoenMSNBC, June 11, 2012
"Israel Is Not Spain"
Yuval Steinitz, Israel's Finance Minister, June 10, 2012
"UK Is Not Portugal"
Jeremy Warner, Telegraph, May 4, 2011
"Ireland Is Not Portgual, Nor Is It Greece"
Willem Buiter, Citigroup's Chief Economist, January 11, 2012
"The United States Is Not Italy"
Jeanne SahadiCNN, November 14, 2011

“Spain is not Greece.”
Elena Salgado, Spanish Finance minister, Feb. 2010
“Portugal is not Greece.”“Spain is not Greece.”
Elena Salgado, Spanish Finance minister, Feb. 2010
“Portugal is not Greece.”
The Economist, April 22, 2010.
“Ireland is not in ‘Greek Territory.”
Brian Lenihan, Irish Finance Minister .
“Greece is not Ireland.”
George Papaconstantinou, Greek Finance minister, 8th November 8, 2010.
“Spain is neither Ireland nor Portugal.”
Elena Salgado, Spanish Finance minister, November 16, 2010.
“Neither Spain nor Portugal is Ireland.”
Angel Gurria, Secretary-general OECD, November 18, 2010.
“Greece is not Ireland.”
George Papaconstantinou, Greek Finance minister, November 8, 2010.
“Spain is neither Ireland nor Portugal.”
Elena Salgado, Spanish Finance minister, November 16, 2010.
“Neither Spain nor Portugal is Ireland.”
Angel Gurria, Secretary-general OECD, November 18, 2010.

 “Italy is absolutely not in the same situation as Greece.”
Jean-Claude Trichet, head of the European Central Bank, April 9, 2010
“What the Portuguese government wants the world to know is simpler: Portugal is not Greece.”
The Economist magazine, April 22, 2010
“Portugal, Spain, Ireland or Italy are not in the same situation as Greece. And Belgium less yet.”
Guy Quaden, governor of the National Bank of Belgium, May 7, 2010
“ ‘ Ireland is no Greece’ confirms latest economic forecast.”
Ernst and Young, in its Economic Eye Summer Forecast, June 2010
"Greece is not Ireland; it doesn’t have banking stability problems.”
George Papaconstantinou, finance minister of Greece, Nov. 8, 2010
“Our economy is very different from that of Greece or Ireland because our financial sector has benefited by the supervision and regulation of the Bank of Spain, which was missing in Ireland.”
Elena Salgado, the Spanish finance minister in an interview in the British newspaper The Independent, Nov. 25, 2010
Bank failures in Ireland had “nothing to do with Portugal.”
Ángel Gurría, secretary general of the Organization for Economic Cooperation and Development, in Bloomberg News, Nov. 22, 2010
“Portugal does not need any help, it is in a very different situation to Ireland.”
Herman Van Rompuy, the president of the European Council, Nov. 23, 2010
“Zapatero ‘gets it’ and Spain is taking its medicine pre-emptively. Certainly, Spain faces serious economic growth and labor market challenges as it works its way through a devastating real estate collapse in the coming quarters. But it has neither the debt stock of Greece, the bust banks of Ireland or the complacent government of Portugal.”
Jacob Funk Kirkegaard, research fellow at the Peterson Institute of International Economics in a CNBC guest blog post, Nov. 24, 2010


Fonte: Aqui

18 maio 2012

Mudando o discurso


Um artigo sobre a saída da Grécia da zona do Euro (Nunca diga nunca, URI, FRIEDMAN, FOREIGN POLICY - O Estado de S.Paulo, 17 de maio de 2012, B11) mostra a mudança no discurso sobre o assunto. Fiz uma breve compilação das frases:

Luc Coene, membro do conselho do Banco Central Europeu e governador do Banco Nacional da Bélgica.
Antes: “[a Europa] se mostraria totalmente unida na defesa do sistema [caso a Grécia deixasse a zona do euro. tal cenário lhe parecia] completamente inconcebível".
Agora: "um divórcio amigável - caso um dia se torne necessário - seria possível" (...)"O ideal seria que todos os países-membros continuassem no clube - isso seria melhor para todos, até para os gregos", destacou ele. "Mas é claro que, se um membro decidir que não tem mais interesses em comum com o restante do grupo, temos de permitir a saída deste - trata-se de algo inerente à democracia."


Wolfgang Schaeuble, ministro alemão de Finanças.


Antes: (...)os representantes europeus "não pretendem jogar dinheiro num buraco sem fundo"
Agora: "Queremos que a Grécia fique na zona do euro. Mas o país também precisa desejá-lo e aceitar os compromissos exigidos. Não podemos obrigar ninguém a fazê-lo. A Europa não vai afundar tão rapidamente." 


Olli Rehn, comissário da UE para Assuntos Econômicos e Monetários.
Antes: Em maio do ano passado, Rehn disse ao Der Spiegel que não considerava a saída da Grécia da zona do euro uma "opção séria". Tal curso "prejudicaria a economia grega e representaria um retrocesso para a integração europeia", explicou ele. "O euro é mais do que uma moeda; é o principal projeto político da nossa comunidade. Esse é mais um motivo pelo qual não aceitaríamos uma saída da Grécia." Em setembro, ele reiterou que os governantes europeus não permitiriam que a Grécia deixasse o euro porque isso "provocaria um imenso estrago econômico e social, não apenas à Grécia mas à União Europeia como um todo, trazendo consequências para toda a economia mundial".
Agora: "A bola está agora com os gregos, é a sua vez de jogar. Para a Grécia e os cidadãos gregos, principalmente os mais pobres, o resultado de uma saída do euro seria muito pior do que para a Europa"


Jens Weidmann, membro do conselho do Banco Central Europeu e presidente do Deutsche Bundesbank.
Antes: "Este não é um debate do qual eu gostaria de participar".
Agora:  "essa será uma decisão democrática", mas uma decisão que obrigaria os países doadores a interromper a ajuda financeira à Grécia.
Além de "não ter precedentes históricos e estar associada a grande dose de incerteza", uma saída seria também "mais grave" para a Grécia do que para os demais países da zona do euro, acrescentou ele.


Pia Ahrenkilde Hansen, porta-voz da Comissão Europeia.
Antes: "Não podemos permitir que a zona do euro se fragmente, nem a UE, porque isso contrariaria o interesse geral do povo europeu como um todo". 
Agora: "desejamos que a Grécia permaneça na zona do euro e esperamos que ela permaneça na zona do euro". "São realmente muitas as questões sendo levantadas e há muito que continua em aberto em relação à Grécia; a maioria das respostas deve ser dada pelos gregos e cabe a nós respeitar o processo político que se desenvolve no país"

22 fevereiro 2012

Grécia será o novo Lehman ?


Aviso do John R. Taylor:

Global investors either have extremely short memories or they are far too concrete, as my wife the psychologist would say. Saying that Greece is not a bank but a country means nothing. Almost all Europeans argue that a default by the Greek government would now be more straightforward and not as significant as the collapse and bankruptcy of Lehman Brothers in September 2008, especially since the Eurozone, under the influence of the surplus countries, has effectively ‘ring-fenced’ Greece from the other 16 members. Lehman was not a very large factor in the global banking scene with less than one quarter the capital of the biggest US banks and with assets below those of more than 100 banks around the world. Greece might represent less than 3% of the GDP of the Eurozone, but when lined up against Lehman, Greece stands larger in its relevant market.
Anyone can read the newspapers, blogs, and Internet scribblings before the Lehman collapse and see that the impact of its collapse was not expected to be significant. Tim Geithner, then head of the New York Fed, worked to arrange the emergency liquidation of Lehman’s assets and there were expectations that the company could be sold to Bank of America or Barclays, but the Bank of England vetoed a sale to Barclays and the US government refused to lend any support to Bank of America in its effort to buy Lehman.

Rereading the documents and remembering the situation as I set out for a weekend cruise on the Chesapeake, the world was not worried. The market had already seen the rescues or restructuring of Washington Mutual, Countrywide, Fannie Mae, and Freddie Mac, so no one was worried. This looked like another Bear Stearns, a manageable problem but this time the Bush administration was not interested in getting involved – ‘let the market solve this, don’t throw good money after the bad.’ So, what is the difference now? The world is as blasé about a Greek default or departure from the euro as it can be – credit spreads are dropping, the other weak Eurozone sovereigns are financing themselves easily, and everyone thinks the LTRO has solved the problem for the next year or two. Why should we worry about Greece? Who cares if their unemployment is 20.9% and climbing very fast, or that it is now in its fifth year of declining GDP? Let’s teach them a lesson!

Hubris is at the heart of this. Everyone says this cannot happen – we won’t allow it. Says who? The EU says: if it is written in an agreement, it must be totally correct, unchangeable, and followed at all costs. New realities can’t intervene and no slippage is allowed. Why the Germans are so sure that they know the future is beyond me. They are fallible too, but they won’t admit it, and the Greeks can’t make them budge. Haven’t they looked around? Santorini has a different economic and social cost structure than Wiesbaden. Humanity (and common sense) seems totally lacking in the negotiations with the Greeks and a violent backlash would be totally understandable.
Why the countries that have been fattening up their current account surpluses selling products to Greeks, whom they should have known were basically broke – just as they always have been – should be paid 100% on the euro is beyond me. Major losses should apply not only to sovereign borrowings but also to accounts receivable for cars, electronics, and other consumer goods. The market has not opened its eyes to the impact this Greek unraveling will have.
The Eurozone will be mortally wounded and the world will suffer a significant recession – maybe as deep as 2008. European banks will lose much of their capital base and many should be bankrupt, but just as in the Lehman aftermath, the governments will try to save the banks and the banks’ bondholders, solvent or not. As the bank appetite for Eurozone sovereign paper will be decimated, austerity will probably follow shortly, followed by deflation and uncontrollable money creation. The European recession should be one for the record books.

23 novembro 2011

Yanni


Além da problemática dívida soberana, a Grécia tem Yanni:

Yanni nasceu em Kalamata, na costa do Mediterrâneo, em 1954. Filho de Sotiri e Felitsa Chryssomallis. Segundo de três filhos, Yanni tem um irmão e uma irmã mais nova. Compartilhando um amor profundo pela música, a família passou a maior parte de seu tempo tocando e cantando juntos.

Os pais de Yanni deram uma típica vida grega para o menino. Ele cresceu pescando, nadando, e indo à escola como qualquer outro garoto de sua cidade, com uma exceção: Yanni nasceu para compor música. Começou a tocar piano aos seis anos de idade, mas se recusou a ir à aulas de piano formal. Quando criança, Yanni ouvia uma música em sua cabeça e ele simplesmente queria ouví-la sair do piano também, assim ele precisou aprender a tocar para que isso acontecesse. Ele sentiu uma certa liberdade com as teclas que poderia ter sido esmagada sob o peso da aprendizagem estruturada.

A música não era o único talento de Yanni. Em 1969, com 14 anos, Yanni quebrou o recorde de natação nacional grega de 50 metros nado livre. Embora ele pudesse ter continuado com essa habilidade, ele optou por percorrer um caminho diferente, aquele que eventualmente o levou a partilhar o seu dom musical com o mundo.

Aos 18 anos, mudou-se para os Estados Unidos, onde cursou psicologia na Universidade de Minnesota por três anos e meio. No entanto, ao terminar a faculdade, decidiu abandonar a carreira de psicólogo antes mesmo de iniciá-la, resolvendo dedicar-se apenas à música. Aos 21 anos, Yanni aprendeu a tocar teclado sozinho e passou a fazer parte de uma banda de rock local intitulada Chameleon.

Alguns anos depois, decidiu mudar-se para Los Angeles com o baterista Charlie Adams, que conhecera na época do Chameleon, e começou a gravar suas próprias composições pelo selo Private Music. Em 1986 lançou seu primeiro álbum, Keys To Imagination. O álbum trouxe a Yanni um impressionante séquito de fãs.

A partir daí, não demorou muito para o tecladista estabelecer-se como um conceituado músico de estúdio, compositor de jingles e produtor. Pouco tempo depois, Yanni tornou-se um dos artistas mais vendidos do selo Private Music.

Considerado um dos nomes de maior destaque no segmento instrumental, a fama de Yanni aumentou a partir de seu relacionamento com a atriz americana Linda Evans, no início da década de 1990. Por ser muito popular nos Estados Unidos na época, Evans foi a maior responsável pelo grande interesse da mídia pelo tecladista. Eles tiveram um relacionamento de amor que durou nove anos.

Por ser autodidata, Yanni não sabe ler ou escrever músicas do modo tradicional. Ao invés disso, inventou uma maneira própria de compor ainda na infância e continua criando suas músicas usando a mesma técnica até hoje, depois de quase vinte anos de carreira e mais de vinte e dois discos. Sua sonoridade é ao mesmo tempo acessível e elaborada, sempre unindo o pop e a música clássica. As composições de Yanni também ficaram famosas nos Estados Unidos após terem sido usadas em programas de televisão e na abertura dos Jogos Olímpicos.


Yanni prosseguiu o maior desafio de sua carreira - para se tornar o primeiro artista ocidental a executar, tanto no Taj Mahal na Índia quanto na Cidade Proibida, na China. Ambos os locais apresentavam obstáculos únicos e difíceis, mas mais uma vez, a persistência e paciência de Yanni foram pagas através de concertos de grande sucesso. O álbum “Tribute” foi lançado no outono de 1997, e grande parte das músicas foram escritas com essas duas localizações em mente.

O DVD também intitulado Tribute, foi filmado durante estes dois acontecimentos. O resultado foi uma combinação excepcional de músicos extraordinários, paisagens inspiradoras, e um movimento inconteste da paz mundial e harmonia, todos reunidos pela visão de um único artista. O especial foi visto por uma audiência coletiva de cerca de 250 milhões de pessoas. Em conjunto com o seu desempenho Yanni doou a renda do show para ajudar a preservar o Taj Mahal.

Uma das melhores músicas desse álbum é Dance with a Stranger:






Fonte: aqui e aqui

09 novembro 2011

Sonegação fiscal na Grécia



Deu no The Telegraph:

There are more Porsche Cayennes registered in Greece than taxpayers declaring an income of 50,000 euros (£43,800) or more, according to research by Professor Herakles Polemarchakis, former head of the Greek prime minister’s economic department.

Parece que esses dados não são verdadeiros. Veja:

En las últimas horas ha circulado una estadística a lo largo del planeta según la cual Grecia tenía más dueños de Porsche Cayenne que contribuyentes que declarasen ganar más de 50.000 euros al año. Es falso. La fuente que ha propagado este error (en el que yo también he caído) ha sido un blog del diario británico The Telegraph, que a su vez cita a un economista griego, Herakles Polemarchakis, que ha sido asesor del Ministerio de Economía de Grecia. La frase nace en este artículo de Polermarchakis publicado en una revista económica donde no se aporta un sólo número. ¿Cuadran las cifras? Ni de lejos.

Los datos. El Porsche Cayenne vendió en todo el mundo entre 2002 y 2010 unas 270.000 unidades. ¿Cuántos en Grecia? Según las estadísticas de importación de coches, que enlaza este blog griego, fueron sólo 1.570 coches entre 2002 y 2009.

Por otro lado, el ministro de Economía de Grecia, Evaggelos Venizelos, asegura que hay 160.000 griegos que declaran ganar al año más de 50.000 euros. Así que estamos ante la típica estadística equivocada. La proporción exacta es que hay un Porsche Cayenne por cada 101 contribuyentes que gana más de 50.000 euros al año.

21 setembro 2011

Lei de Benford e a Grécia


Para descobrir fraudes, auditores e fiscais usam a Lei de Benford. Esta Lei afirma que o primeiro dígito de um número tem maior probabilidade (cerca de 30%) de ser o número um; o segundo número que aparece mais como primeiro dígito é o número dois; e o número que deve aparecer menos como primeiro dígito é o número nove.

Um artigo (via Marginal Revolution) analisou os dados econômicos apresentados pelos países europeus. O resultado é que a Grécia é o país que apresenta maior desvio da Lei de Benford entre os países da comunidade européia.

Aqui a Lei e as eleições. Aqui na JBS.

01 julho 2011

Rir é o melhor remédio

O médico aplica medidas de austeridade para Grécia e na espera Portugal, Espanha, Itália e Eire. A enfermeira pergunta quem é o próximo. (The Economist)