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Mostrando postagens com marcador GM. Mostrar todas as postagens
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21 dezembro 2020

Frases: CEO da GM


Recentemente Mary Barra , presidente e CEO da General Motors, deu uma entrevista para o Freaknomics. Ela foi a primeira mulher CEO de uma montadora mundial. Duas amostras do pensamento de Barra:

Uma das coisas que fizemos quando eu estava no RH foi, mudamos nosso código de vestimenta de 18, 20 páginas para duas palavras: “vista-se adequadamente”. E eu acho que dar poder às pessoas e saber que você confia nelas - mas você também vai responsabilizá-las por fazer a coisa certa - acho que apenas cria uma mentalidade diferente.

Mas para mim, é a diversidade mais ampla. Você tomará melhores decisões quando tiver pensamentos, contribuições e debates diversos. E eu já vi isso por ter experiências de gênero, raça, origem, nacionalidade e experiências diferentes. Acho que ajuda a criar estratégias melhores que são, francamente, mais equilibradas para o que pode dar errado ou quais oportunidades você pode aproveitar. 

29 março 2018

Falência da GM da Coréia?

A GM da Coréia está sob a ameça de falência. Parece estranho isto, mas a empresa, que já vendeu quase 1 milhão de automóveis por ano (em 2007), agora só coloca no mercado 524 mil unidades, sendo quase 400 mil para exportação.

Com participação do governo coreano a gestão da empresa ameaçou pedir falência se os sindicatos não cederam nas reivindicações. A empresa parece estar sem recurso, inclusive para fazer investimentos futuros. Atualmente a empresa possui 16 mil empregados, mas afirma que 180 mil trabalhadores dependem das fábricas coreanas. Há dúvidas com respeito a transparência das informações e o governo tem dúvidas sobre a viabilidade de investir mais na empresa. Para isto, o governo está fazendo uma due diligence na empresa.

13 agosto 2010

Nova GM

Confortável com um lucro em alta, a General Motors anunciou nesta quinta-feira a partida de seu presidente-executivo, Ed Whitacre, em um momento crucial para a maior montadora de automóveis americana, que se prepara para voltar à bolsa.

Ao finalizar a coletiva por telefone que se seguiu à publicação do segundo lucro trimestral consecutivo, depois das perdas acumuladas desde 2007, Ed Whitacre anunciou inesperadamente sua partida. Será substituído por um administrador do grupo, Daniel Akerson.

"Estes resultados mostram claramente que a nova GM está em bom caminho, impulsionada por uma boa dinâmica e para um belo futuro", afirmou Whitacre.

"Isso me dá muita confiança para passar (a empresa) às mãos de uma nova direção", completou.

"Desde o dia em que assumi como presidente-executivo, disse que meu plano era ajudar essa empresa a recuperar sua grandeza e que não ficaria um dia além disso", lembrou.

Em 1º de setembro, abandonará o cargo de presidente-executivo e, no fim do ano, de presidente do conselho de administração, funções nas quais será substituído por Dan Akerson.

Akerson, 61 anos, é um engenheiro e financista apaixonado pelas telecomunicações e um dos dirigentes do poderoso fundo de investimentos Carlyle Group.

Chegou à GM como membro de seu conselho de administração em julho de 2009, nomeado pelo governo que acabava de assumir uma participação de 61% em um grupo que tinha declarado falência.

Akerson foi oficial da Marinha, formado como engenheiro em sua prestigiosa Escola Militar. Completou seus cursos com estudos de finanças e contabilidade na London School of Economics.

"A GM quer mostrar claramente que tem um plano sucessório antes de avançar com a entrada na bolsa", comentou Bill Visnic, analista do site especializado Edmunds.com, questionado pela AFP.

Ed Whitacre, 68 anos, tinha interrompido sua aposentadoria para assumir a direção do conselho de administração no fim de julho de 2009, quando a montadora saía da proteção da lei de falências.

Ex-diretor da operadora telefônica AT&T, tinha sido nomeado pelo Estado - que injetou em torno de 50 bilhões de dólares para ajudar o grupo, então em um mar de dificuldades - e é hoje acionista da empresa com cerca de 61% de seu capital. Whitacre tinha assumido a função de presidente executivo em dezembro passado.

Sua partida ocorre em um momento delicado, quando a GM prepara seu retorno à Bolsa de Nova York, na qual deixou de ser cotada em junho de 2009, ao ser acolhida na lei de falências, depois de integrar o índice Dow Jones desde 1925.

Apesar de a montadora não ter anunciado a data do retorno a Wall Street, vários veículos da imprensa local indicaram que o grupo poderá registrar sua solicitação às autoridades dos mercados de capitais na sexta-feira, com o objetivo de voltar à praça nova-iorquina até novembro.

A GM publicou nesta quinta-feira um lucro de 1,3 bilhão de dólares no segundo trimestre, o melhor em seis anos. Um ano antes, a "velha GM" registrava perdas de cerca de 13 bilhões de dólares. Esses resultados foram qualificados como "impressionantes" pelo site especializado Edmunds.com.


GM confirma lucro e muda de presidente antes de voltar à bolsa - Veronique Dupont - 12 Ago 2010 - Agence France Presse

14 julho 2009

Por favor não comprem minhas ações

Parece que isto é algo inédito. Segundo o excelente blog Footnoted, especializado nas demonstrações contábeis de empresas, em especial a parte narrativa, a GM aconselhou os investidores a não comprarem suas ações (GM: Please don’t buy our stock!)

No press release que acompanhou a divulgação das informações trimestrais a empresa faz a seguinte afirmação:

A administração da GM notou a persistência de volumes elevados de negociação das ações ordinárias da GM a preços superiores a US $ 1. A administração da GM continua lembrando os investidores da sua forte convicção de que não haverá um valor para os acionistas ordinários no processo de falência, mesmo sob o mais otimista dos cenários. Acionistas de uma empresa no capítulo 11 geralmente só recebem valor se todas as obrigações da empresa, credores com ou sem garantia, estiverem plenamente cumpridas. Neste caso, a administração da GM acredita firmemente que todas esses reivindicações não serão totalmente preenchidas, o que leva a conclusão de que as ações ordinárias da GM não terão qualquer valor.

01 junho 2009

Links

Morreu Granger, ganhador do Nobel por suas contribuições em econometria

Morreu Corin Tellado, escritora de mais de 4 mil livros

Mapa interativo da influencia da GM

Kim Jong-il e o Photoshop

Concordata na GM

GM deve anunciar concordata hoje
Da Agência Folhapress
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 1/6/2009

Um grupo de credores com pouco mais de 50% da dívida de US$ 27 bilhões da General Motors (GM), a maior montadora dos EUA, aceitou trocar o dinheiro devido pela montadora por uma participação de até 25% no novo negócio que surgirá após a re-estruturação da companhia. Hoje, o presidente da montadora, Fritz Henderson, dará uma entrevista em Nova York, onde deverá anunciar a concordata da GM. O presidente Barack Obama também deverá fazer um pronunciamento sobre a GM. De acordo com as fontes, Obama irá explicar as razões para a concordata e os motivos que o levam a crer que este é o melhor caminho.

Pela proposta, a montadora sugeriu dar 10% das ações da "nova GM" e garantia para aumentar a participação aos credores, entre os quais grupos como a Fidelity e a Franklin Templeton e 100 mil investidores individuais.

O conselho de diretores da GM (General Motors) se reuniu no sábado para tomar uma decisão final sobre a restruturação da companhia, em meio ao vencimento do prazo para a montadora apresentar ao governo seus planos.

Desde dezembro, a General Motors está funcionando graças aos US$ 19,4 bilhões que o governo emprestou à empresa. Além disso, o fabricante diz que precisará de mais US$ 7,6 bilhões de imediato para manter a produção. A empresa já anunciou o fechamento de fábricas, demissão de funcionários e venda de marcas. Caberá ao Departamento do Tesouro, que patrocinou o acordo e é o principal detentor da futura companhia, determinar se o número de credores que concordou com a troca foi suficiente.

Na sexta, a United Auto Workers aceitou a proposta de redução de custos. Além disso, o governo da Alemanha fechou acordo e a fabricante canadense de autopeças Magna vai assumir o controle da Opel, subsidiária alemã da GM.

A importância da GM


Hoje está previsto a falência da GM. Acima (clique na imagem para ver melhor) um mapa interativo com as fábricas - em azul - da empresa e dos fornecedores - em verde.

27 maio 2009

GM

Sem acordo para dívida, GM fica mais perto da concordata
Valor Econômico - 27/5/2009

A GM não conseguiu convencer os credores a converter US$ 27 bilhões em dívida por ações da companhia, com o que ficou cada vez mais perto de protagonizar a maior falência da história dos Estados Unidos.

Apesar de, até o momento, os detentores de bônus terem se negado a aceitar a proposta, os credores da GM tinham até a meia-noite de ontem para respaldar a troca, promovida pela empresa e pelo Departamento do Tesouro para evitar a falência da montadora automobilística.

Em 14 de maio, a GM informou à Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) que se não receber ofertas suficientes para converter a dívida por ações, vai declarar falência. A empresa ressaltou que é necessário que pelo menos 90% da dívida possam ser trocadas por ações. No total, serão oferecidas 10% das ações da montadora.

A possibilidade da companhia obter o número suficiente de credores antes de terminar o prazo parece remota, mas isso não desanimou os investidores. No fechamento de ontem das bolsas de Nova York, as ações da firma subiram 0,70%, para até US$ 1,44.

De fato, o presidente da GM, Fritz Henderson, afirmou que se for evidente que a empresa não pode chegar a um acordo antes de 1º de junho, declarará a falência antes desse prazo.

A GM ainda espera que se resolva a situação de sua filial alemã, a Opel, o que poderia acontecer nas próximas horas. O governo alemão informou que poderia decidir quem assumirá o controle da Opel antes do fim da semana, possivelmente entre hoje e amanhã.

Resolvido o futuro da Opel, e com a certeza de que os credores não aceitarão a oferta, Henderson poderia decretar a falência da GM a qualquer momento.

O pessimismo sobre o futuro da GM aumentou nas últimas horas devido às claras mostras de que poderosos círculos políticos de Washington estão cada vez mais contrários aos planos do governo do presidente americano, Barack Obama, para a reestruturação do setor.

Na semana passada, 40 membros da Câmara de Representantes (na maioria republicanos) pediram ao Congresso que exerça um maior controle sobre a reestruturação do setor e criticaram o papel desempenhado pelo Grupo Presidencial do Automóvel (GPA).

A entidade foi criada pela Casa Branca e pelo Departamento do Tesouro americano para supervisionar a reestruturação do setor, mas, na realidade, os integrantes estão tomando decisões, como forçar a renúncia do ex-presidente da GM Rick Wagoner, que os congressistas consideram excessivas.

De acordo com a quarentena de congressistas, o GPA deveria voltar ao "papel conselheiro", e o Congresso é quem tem "prerrogativas legislativas constitucionais".

Além disso, quatro congressistas republicanos acusaram o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, de favorecer os interesses do sindicato United Auto Workers (UAW) em detrimento dos direitos dos credores da GM.

Neste ambiente político, os credores da GM (entre eles firmas como Fidelity Investments e Franklin Templeton Investments, mas também em torno de 100 mil investidores particulares que têm bônus da empresa) podem se sentir encorajados a desafiar a administração de Obama e a direção da empresa nos tribunais

28 abril 2009

GM

Conforme este blog informou ontem, a GM fez um comunicado sobre a situação atual da empresa. O plano inclui fechar fábricas e demitir. Veja, a seguir, dois textos da Gazeta Mercantil (estranhamente, não li nada sobre o assunto no Valor Econômico):

GM fecha 13 fábricas e demite 21 mil nos EUA
28 Abril 2009 - Gazeta Mercantil

Detroit (EUA), 28 de Abril de 2009 - A General Motors informou ontem que terá de pedir concordata a menos que quase todos os seus acionistas concordem em trocar suas indenizações por ações da companhia, algo que o principal executivo da GM descreveu como "uma tarefa difícil" e que os analistas disseram ser improvável que aconteça.

Se a troca for bem-sucedida, a GM disse que seu plano de reestruturação resultará no governo federal sendo o acionista majoritário da companhia. O plano exige que a GM, até ano que vem, reduza a sua rede de concessionárias quase pela metade, feche 13 fábricas, elimine 21 mil empregos nas fábricas e acabe com a sua marca Pontiac, que tem 83 anos.

A General Motors informou que também precisa tomar emprestado mais US$ 11,6 bilhões do governo a fim de se manter operando enquanto a reestruturação ocorre. "Precisamos ter um modelo de negócio mais estável e sustentável, porque, sinceramente, só queremos fazer isso uma vez", disse em uma coletiva de imprensa Fritz Henderson, principal executivo da GM. "Não acho que o que está sendo pedido de nós seja difícil demais. Nosso objetivo aqui é criar uma estratégia em que você possa ganhar, e não simplesmente sobreviver".

A GM disse que os titulares de pelo menos 90% de seus títulos não liquidados devem concordar com a troca ate o dia 26 de maio para que a companhia evite a concordata. Eles obteriam 225 ações, no valor de US$ 414 a partir do fechamento de sexta-feira, para cada US$ 1 mil em títulos da dívida que eles possuem.

Um analista, Brian A. Johnson, do Barclay''s Capital, disse que não pensava que a oferta fosse valiosa o suficiente para ser bem sucedida. "A menos que a oferta seja revisada antes de 8 de maio, a GM poderá potencialmente pedir concordata até o fim do próximo mês", Johnson escreveu em uma nota aos clientes.

As reduções esboçadas na segunda-feira são bem maiores e estão programadas para acontecer mais cedo do que a General Motors havia projetado no seu plano de restruturação em fevereiro.

Desde dezembro, a General Motors tomou emprestado US$ 15,4 bilhões para se manter fora da concordata enquanto tenta se reestruturar. O novo pedido traria essa cifra para US$ 27 bilhões. A companhia disse originalmente que precisava entre US$ 22,5 bilhões e US$ 30 bilhões para permanecer solvente.

Nos planos anunciados ontem, a General Motors quer persuadir 2.641 das suas 6.246 concessionárias independentes - 500 a mais do que ela havia anunciado anteriormente - a fechar quatro anos antes do que ela pretendia. Os fechamentos representariam mais de uma entre 10 concessionárias de automóveis nos Estados Unidos.

Até o final do ano que vem, a GM planeja empregar 40 mil trabalhadores horistas em 34 fábricas, uma queda em relação aos 61 mil trabalhadores em 47 fábricas. Isso representa pelo menos 7 mil cortes de empregos a mais e o fechamento de mais uma fábrica em relação ao que o plano de fevereiro exigia. Dois mil empregos adicionais seriam cortados em 2011. Um número não divulgado de empregos assalariados também seria eliminado.

A General Motors venderia ou fecharia a sua marca Saturn até o final deste ano, cerca de dois anos mais cedo do que ela havia dito anteriormente. Duas outras marcas, a Hummer e a Saab, serão vendidas a preços mais baratos ou fechadas logo. O fechamento da Pontiac, que foi introduzida em 1926, vai deixar a GM com quatro marcas nos Estados Unidos: a Chevrolet, a Cadillac, a Buick e a GMC. Henderson disse que a General Motors se comprometeu a manter a Buick e a GMC.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Nick Bunkley/The New York Times)

Os detalhes da reestruturação da General Motors
28 Abril 2009 - Gazeta Mercantil

Detroit (EUA), 28 de Abril de 2009 - Os detalhes dos passos da General Motors em seu processo acelerado de reestruturação.

* Proposta para trocar US$ 27 bilhões em títulos da dívida atualmente em circulação por ações da GM.

* Portadores de títulos da dívida devem passar a controlar pelo menos 10% das ações ordinárias da empresa após a transação.

* Pelo menos 90% dos títulos em circulação terão de ser oferecidos na transação, para satisfazer as condições determinadas pelo Tesouro americano.

* Mudanças no pacote de benefícios pagos ao sindicato para trabalhadores aposentados e nas condições de conversão da dívida com o Tesouro, que devem resultar em uma redução de pelo menos US$ 20 bilhões.

* Uma redução de no mínimo US$ 44 bilhões no total devido a portadores de títulos, ao Tesouro americano, e ao sindicato de empregados, como resultado das negociações

* O prazo de cada uma destas propostas e solicitações é 26 de maio.

Tesouro americano

* O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos devem receber no mínimo 50% das ações ordinárias da GM, em troca de 50% dos títulos em circulação da montadora em 1o de junho, estimada em US$ 10 bilhões.

* O Tesouro indicou estar disposto a fornecer à General Motors um financiamento adicional de US$ 11,6 bilhões, que a montadora prevê requisitar depois de 1o de maio. Eles já haviam fornecido US$ 15,4 bilhões em empréstimos para manter a GM ativa desde o começo de 2009.

* Pelo menos 50% das obrigações financeiras ainda devidas pela GM a um fundo de pensão de saúde para trabalhadores aposentados, ou seja, por volta de US$ 10 bilhões, serão extintas em troca de ações ordinárias da GM.

* Depósitos em caixa do valor restante da dívida serão pagos ao longo de um período determinado.

* Ações ordinárias da General Motors distribuídas ao Tesouro e à United Auto Workers não devem exceder os 89% do total da empresa.

* A General Motors deve centrar esforços em suas quatro principais marcas: Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC. A Pontiac será gradualmente desativada até o final de 2010.

* A General Motors deve lançar um total de 34 modelos em 2010, em comparação com os 48 fornecidos em 2008.

* A montadora planeja finalizar a produção dos modelos Saab, Saturn e Hummer até o final de 2009.

* Também esperam reduzir o número de concessionárias de 6,246 em 2008 para 3,605 até o final de 2010 - uma redução de 42%. Comparado com o último plano de reestruturação apresentado pela GM em fevereiro, este prevê uma redução de mais 500 concessionárias quatro anos antes do esperado.

Produção e empregos

* O número total de fábricas nos Estados Unidos será reduzido, de 47 em 2008 para 34 até o final de 2010. Até 2012, elas serão 31.

* O número de funcionários horistas será reduzido de 61 mil em 2008 para 40 mil em 2010. No início de 2011, este número deve atingir 38 mil.

* A General Motors deve cortar os custos do trabalho por hora nos Estados Unidos para US$ 5 bilhões em 2010, ante os US$ 7,6 bilhões de 2008.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Reuters - A previsão é de que, com essas medidas, os custos estruturais da General Motors na América do Norte caiam 25% de US$ 30,8 bilhões em 2008 para US$ 23,3 bilhões em 2010.)

06 abril 2009

GM do Brasil

'GM do Brasil tem muita liberdade'
O Estado de São Paulo - 6/4/2009
Sonia Racy

Enquanto a matriz, nos EUA, luta pela sobrevivência, o presidente da GM daqui, Jaime Ardila, avisa: no País a empresa está segura e não sofre os problemas de lá

A General Motors vive, nos Estados Unidos, seu inferno astral. Semana passada, circulavam dúvidas quanto à capacidade de a montadora continuar operando por lá, mesmo depois de Barack Obama ter dado 60 dias para apresentação de novo projeto de viabilização.

A situação no Brasil, no entanto, é diferente. A operação local, como as de outras subsidiárias, é financeiramente independente. A Deloitte & Touche fez uma auditoria ampla na contabilidade da montadora e deu parecer favorável à sustentabilidade da filial brasileira. “Legalmente - e temos pareceres jurídicos dizendo isto - as leis brasileiras não permitem que uma concordata lá fora tenha impacto por aqui. Estamos absolutamente tranquilos”, contou à coluna o colombiano Jaime Ardila, presidente da empresa no Brasil. Aqui vão os principais trechos da entrevista:

Barack Obama forçou mudanças na GM americana. O que o senhor achou disso?
Concordo com as recomendações do presidente. É preciso gerar mais caixa, reduzir o nível das dívidas, acelerar a reestruturação operativa e buscar carros com maior eficiência. Aliás, neste último quesito, o Brasil pode ajudar em termos tecnológicos, com nossos carros menores.

Mas trocar um dirigente, Rick Wagoner, por outro, Fritz Henderson, que trabalhou a vida inteira na GM, muda algo?
A substituição foi simbólica e política, na busca pelo apoio do público. Obama deixou claro que ajudará a GM.

Se a empresa entrar em recuperação judicial, como ficam vocês no Brasil?
A Deloitte & Touche acaba de fazer uma auditoria também nas contas da GM Brasil. Nossa posição é sólida. Não creio em impactos maiores.

E se a GM de lá resolver vender vocês aqui?
(risos). Ela não vai fazer isto. Nos planos da GM estão à venda as marcas Saab, Hummer e Saturn.

Existem planos para abrir outra fabrica da GM no Rio Grande do Sul?
Nada a comentar, não podemos comentar.

A GM investe com recursos próprios?
Normalmente, sim. Mas agora temos também projetos com o BNDES.

Estão conversando com eles?
Estamos, provavelmente já poderemos falar sobre coisas concretas no segundo semestre.

Qual o grau de liberdade que a GM Brasil tem frente à matriz americana?
Hoje nós temos muita liberdade financeira, no dia a dia do negócio, em relação aos grandes recursos, ao capital. Mas não temos isso no desenvolvimento de produtos.

Por quê?
Para não haver sobreposição de trabalhos, a área é coordenada pela matriz. A GM se parece muito ao governo de um país. A burocracia é gigante.

O senhor esteve trabalhando no mundo inteiro. O brasileiro vê o carro de maneira diferente de outros?
Não há muita diferença. O consumidor brasileiro gosta de carro como produto de transporte, uma necessidade. É a segunda necessidade mais importante, depois da moradia.

Mas na hora de montar o carro ou definir acessórios, por exemplo?
Os brasileiros gostam muito de motores, de rendimento e de tecnologia. Nos Estados Unidos, as pessoas estão mais preocupadas com o interior do carro, com o acabamento. Ah, lembrei: os brasileiros gostam também das rodas. Este tipo de detalhe não preocupa tanto em outros lugares.

Os problemas das montadoras americanas começaram com os japoneses invadindo os EUA, muitos anos atrás. Porque os EUA nunca invadiram o Japão?
É muito difícil invadir o Japão. Eles têm muitas barreiras protecionistas, barreiras culturais, o preço da terra. São todos organizados para que só as companhias japonesas fiquem. Mercado japonês fala japonês. E é quase impossível comprar terrenos para ter concessionárias.

Na China vocês entraram...
É um modelo diferente. A China fez parcerias com empresas de fora. Hoje a GM tem 50% do mercado local. Lá somos líderes.

Eles não estão sentindo a crise?
China e Brasil são os países que estão se defendendo melhor. Eles têm uma coisa muito parecida com o Brasil: diminuíram o imposto de renda dos carros e o impacto foi o mesmo daqui. As vendas se recuperaram, abriram créditos para os consumidores. Desde janeiro, fevereiro, pela primeira vez na história o mercado chinês foi maior que o americano.

O que você acha da política automotiva brasileira?
Ela montou uma boa proteção para a indústria, criou tecnologia e garante empregos. Tem também grandes investimentos. E mais. O desenvolvimento tecnológico faz do Brasil, hoje, um dos cinco principais centros do mundo. E desenvolvimento significa design, engenharia.

Na América Latina há países que cobram menos imposto que o Brasil?
Sim, Peru e Chile são mercados totalmente abertos.

E o México?
Tem menos imposto que o Brasil, muito menos. O Brasil tem os impostos mais altos na hora de vender.

Quanto por cento das vendas da GM mundial são fruto de vendas no Brasil?
O maior mercado está nos EUA. Mas para nós, o Brasil é o terceiro mais importante. O primeiro são os EUA, em segundo vem a China.

Qual a fatia que a GM tem do mercado americano?
Tem 21%, é líder. Líder na China e nos EUA.

E quando será líder no Brasil?
É uma coisa curiosa, essa ânsia não existe só no setor automotivo, mas em qualquer outro setor. Todos buscam a liderança. Eu acho que prestígio tem que vir antes de ser a maior no mercado. É o prestígio que transmite confiança aos consumidores. É mais importante ser o melhor, não o maior.


Dois comentários: (a) O executivo não respondeu de forma objetiva quando perguntado sobre o valor do mercado brasileiro; (b) A GM do Brasil não divulga as suas demonstrações contábeis. Como posso saber se a situação dela é razoável ou não?

07 março 2009

GM e continuidade

Os auditores da GM nos Estados Unidos disseram ter “dúvidas substanciais” quanto à capacidade de a montadora continuar operando. (...)

“As recorrentes perdas da corporação, provenientes das operações, do déficit dos acionistas e da inabilidade de gerar um fluxo de dinheiro suficiente para cumprir suas obrigações e manter suas atividades lançam dúvidas substanciais quanto à sua capacidade de continuar existindo enquanto negócio viável”, escreveram os auditores da Deloitte & Touche LLP, empresa que faz a contabilidade da montadora. (...)

Auditores alertam que a GM pode estar prestes a quebrar
Jornal da Tarde - 6/3/2009


Executivos de alto escalão da General Motors Corp. estão mais abertos a uma recuperação judicial financiada pelo governo, deixando de lado a preocupação anterior de que uma medida dessas afugentaria tantos clientes que a empresa não conseguiria sobreviver, disse uma pessoa familiarizada com a questão.

É uma grande mudança em relação à posição da montadora no fim do ano passado, quando solicitou ajuda do governo americano. A mudança no pensamento, combinada com a informação ontem de que os auditores da GM suscitaram "dúvida substancial" sobre a capacidade dela de continuar operando, parecem deixar a montadora mais perto da possibilidade de pedir concordata. (...)

Nesse tipo de recuperação judicial, as partes envolvidas — sindicatos, fornecedores, credores — concordariam antecipadamente com as concessões. Recuperações judiciais já previamente definidas normalmente são mais curtas.

GM fica mais aberta à recuperação judicial
John D. Stoll e Neil King, The Wall Street Journal - 6/3/2009

A General Motors alertou que bilhões de dólares em ajuda do governo não poderão evitar que a companhia fique sem caixa, se as vendas de veículos não melhorarem logo. Em informe enviado às autoridades reguladoras, a GM sublinhou a magnitude da sua crise de liquidez, ao alertar que não terá condições de saldar um título com vencimento em 1º de junho. O título é parte de US$ 27 bilhões de dívida não garantida que a GM tenta reestruturar através de uma troca de dívida por ações.

(...) A montadora informou que sua liquidez caiu para abaixo dos níveis exigidos para tocar as unidades de negócios antes de ter começado a receber empréstimos emergenciais do governo em dezembro. (...)

GM alerta sobre atraso no pagamento de títulos
Valor Econômico - 6/3/2009


A General Motors, que perdeu no ano passado US$ 30,9 bilhões, reduziu a remuneração de executivos e cortará neste ano 47 mil empregos, entre outras ações de um programa de reestruturação para se habilitar a empréstimos ao Tesouro americano.

Em razão da dependência da ajuda governamental, auditores decidiram atribuir à empresa a denominação de "going concern", significando que há dúvida substancial sobre a capacidade da montadora de sobreviver.

A montadora reiterou, em relatório, que se não for capaz de promover, com sucesso, o processo de reestruturação, poderá ter de pedir liquidação pelo Capítulo 7. Tal pedido, fundamentado neste capítulo, é indicado para empresas que não têm chance de quitar as dívidas e é feita a liquidação de todo patrimônio do devedor.

Enquanto isso, no Canadá, o sindicato de trabalhadores e a GM identificam áreas para cortar custos e manter viável a operação local da montadora.

GM admite, em relatório, que pode falir
Gazeta Mercantil 6/3/2009 - C5 - 1ª Página - Pág. 1

27 fevereiro 2009

Resultado da GM

A GM está divulgando seu resultado em 2008. A questão é se os auditores irão considerar que a empresa tem condições de continuidade. Numa situação usual, a resposta seria não. Mas esta não é uma situação usual.

Eis a notícia do Valor Econômico:

Prejuízo de US$ 31 bilhões cria dúvidas sobre futuro da GM
Valor Econômico - 27/2/2009

A General Motors (GM) anunciou ontem que seus auditores estudam se há "dúvida substancial" de que a montadora possa continuar em atividade, depois de ter registrado prejuízo líquido anual de US$ 30,9 bilhões. A empresa espera que os auditores tenham uma opinião pronta quando a GM enviar seu balanço anual à Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) em março. Ela pretende aproveitar a possibilidade de uma extensão de 15 dias no prazo para entrega dos resultados. (...)

A GM anunciou prejuízo líquido no quarto trimestre de US$ 9,6 bilhões, pior do que o esperado, e sobrevive graças a um empréstimo-ponte emergencial de US$ 13,4 bilhões, concedido pelo governo dos EUA. A empresa gastou US$ 5,2 bilhões no quarto trimestre e confirmou que o caixa caiu para US$ 14 bilhões no fim de dezembro. Ela diz que precisa de um mínimo entre US$ 11 bilhões e US$ 14 bilhões para continuar em operação.

"A GM e seus auditores precisam determinar se há dúvida substancial sobre a capacidade da GM para continuar como uma empresa em atividade [...] A GM requer [financiamento do governo] em 2009 para continuar suas operações até que as vendas automotivas mundiais se recuperem e suas ações de reestruturação gerem benefícios, resultando em que a empresa seja capaz de financiar suas próprias necessidades de operações", informou em comunicado.

Em informe enviado ao Tesouro dos EUA na semana passada, a GM pedia até US$ 16,6 bilhões em auxílio emergencial adicional do governo, sustentando que a demanda por carros e as condições do mercado de crédito se deterioraram nos dois meses desde seu pedido inicial de resgate. A montadora diz que gastará os US$ 14 bilhões neste ano devido às "condições duras do setor". Ela precisará de US$ 2 bilhões em fundos em março e mais US$ 2,6 bilhões em abril, para continuar operando.

O grupo encolhe rapidamente. A receita caiu para US$ 148 bilhões no ano passado, em comparação aos US$ 178 bilhões verificados em 2007, afetada pela profunda queda nas vendas de veículos e pelo corte de suas operações. (...)


A Gazeta Mercantil completa a notícia sobre o desempenho da empresa na América Latina:

Região do Brasil foi a única a dar lucro no balanço da GM
Gazeta Mercantil - 27/2/2009

Mesmo com a desaceleração do mercado brasileiro no final do ano passado, a divisão LAAM da General Motors, obteve lucro de US$ 1,3 bilhão no ano passado e um faturamento de US$ 20,26 bilhões. A região, que congrega América Latina, África e Oriente Médio, foi a única com o resultado positivo para a montadora. No mundo a GM perdeu US$ 30,86 bilhões, um resultado melhor se comparado ao prejuízo do ano anterior, quando as perdas alcançaram US$ 38,73 bilhões.

No quarto trimestre, a GM LAAM registrou prejuízo ajustado de US$ 154 milhões (prejuízo divulgado de US$ 181 milhões), abaixo do lucro ajustado de US$ 424 milhões no quarto trimestre de 2007 (lucro divulgado de US$ 424 milhões). Segundo a montadora, os resultados do quarto trimestre foram afetados principalmente pelo volume menor do setor no Brasil, Venezuela e outros mercados-chave, e pelo câmbio estrangeiro desfavorável, equilibrado pelo mix favorável de modelo e preço. No ano como um todo o volume de vendas da GM LAAM foi de 1,3 milhão de veículos.

Após divulgar os resultados negativos, a GM informou que espera que auditores emitam um alerta sobre a capacidade da companhia de se manter viável em um momento em que atravessa as piores condições de mercado em décadas.

A companhia divulgou prejuízo trimestral maior que o esperado e uma queda de mais de 30% no faturamento. A montadora também alertou que seus planos de pensão para funcionários de produção e administração tinham um déficit de US$ 12,4 bilhões no final de 2008.

A GM informou que pode receber um "alerta de preocupação" de auditores que avaliam o risco da empresa talvez não ser capaz de continuar operando. A montadora tem se mantido com ajuda de empréstimos do governo dos Estados Unidos desde o início do ano. A perda de 2008 é o segundo maior prejuízo anual da montadora de 100 anos de existência, atrás apenas do déficit de US$ 38,7 bilhões registrado em 2007.

A empresa encerrou dezembro com US$ 14 bilhões em caixa e disponibilidades que incluem os primeiros US$ 4 bilhões em empréstimos recebidos do Tesouro norte-americano. O prejuízo do quarto trimestre aumentou para US$ 9,6 bilhões, ante US$ 722 milhões.

Excluindo eventos não recorrentes, o prejuízo trimestral da GM foi de US$ 9,65 por ação. Analistas consultados pela Reuters Estimates esperavam, em média, perda de US$ 7,4 nessa comparação. A receita no trimestre caiu de US$ 46,8 bilhões para US$ 30,8 bilhões.

O vice-presidente financeiro da GM, Ray Young, informou que o grande prejuízo líquido no trimestre refletiu a crise financeira global. Young foi presidente da GM do Brasil.

A divulgação do resultado da montadora aconteceu no mesmo dia em que o presidente-executivo da GM, Rick Wagoner, se encontrou com membros da força-tarefa dirigida pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e pelo conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Summers.

A GM pediu um total de até US$ 30 bilhões em ajuda do governo norte-americano para sobreviver à queda nas vendas.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(Ana Paula Machado e Reuters)


Como seria interessante que a Lei 11.638 tivesse sido aprovada na sua forma original: as grandes empresas fechadas deveriam divulgar amplamente as demonstrações. Acredito que os consumidores dos automóveis da empresa precisam saber sobre a possibilidade ou não de continuidade no futuro.

Mas acho que a notícia de maior destaque não é o prejuízo da empresa, mas o comportamento do caixa. Em 2008 a empresa queimou 19,2 bilhões de dólares da sua reserva de caixa. No último trimestre foi 9,6 bilhões, informa o New York Times (GM Posts $9.6 billion loss, expects ´Going Concern´ notice, 26/2/2009). No final de dezembro a empresa possuía ainda 14 bilhões, sendo 4 bilhões de dinheiro do contribuinte dos EUA. Existe a previsão de uma queima de 9,6 bilhões adicionais em janeiro e fevereiro. A estimativa é que a empresa necessita de 100 bilhões de dólares para financiar sua reorganização. Mas é bom lembrar que esta estimativa é da própria empresa e, provavelmente, deve estar subestimada.

13 janeiro 2009

GM Vende


General Motors está vendendo uma Coleção de Carros. Razão: precisa de dinheiro

Veja a Foto. Fonte: Aqui

21 novembro 2008

Congresso e Montadoras

Congresso dos Estados Unidos nega ajuda a montadoras
Ana Conceição, da Agência Estado

WASHINGTON - O Congresso não irá aprovar nesta semana uma legislação de emergência para socorrer as montadoras norte-americanas, mas pode voltar a se reunir em dezembro se as empresas apresentarem um plano viável para sua sobrevivência, afirmou o senador Larry Reid (Partido Democrata/Nevada), líder da maioria no Senado dos EUA.

Reid e a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi (Partido Democrata/Califórnia), disseram que as montadoras não apresentaram até agora uma estratégia viável para resolver seus problemas financeiros.

Um acordo preliminar, aprovado mais cedo por um grupo bipartidário de senadores, para alocar mais empréstimos às montadoras sob um programa do Departamento de Energia (DoE) parece morto. Reid afirmou que os senadores com base política em Detroit chegaram a se comprometer com um acordo, mas que ele não seria aprovado nem pela Câmara nem pelo Senado. "Queremos ter certeza de que há viabilidade", disse Reid. "Podemos oferecer socorro apenas se as montadoras estiverem dispostas a ajudar a si mesmas".

O Congresso pode sair do recesso parlamentar na semana do dia 8 de dezembro, segundo Reid e Pelosi, mas apenas se as montadoras oferecerem um plano aceitável.

Alguns democratas ficaram decepcionados com as propostas apresentadas pelas chamadas "Três Grandes de Detroit": General Motors, Ford e Chrysler. "Esses homens voando em seus jatos corporativos não enviaram uma boa mensagem", disse Reid, referindo-se às notícias de que os executivos das montadoras usaram jatos privados para viajar a Washington, onde negociariam um acordo no Congresso.

Reid disse que o presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, o democrata Barney Frank, e o também democrata Christopher Dodd, presidente do comitê de Finanças do Senado, trabalhariam nos detalhes de um novo plano de socorro. Frank e Dodd devem presidir novas audiências sobre o estado da indústria automotiva na semana do dia 2 de dezembro. "Até lá, vamos ouvir idéias, se elas fizerem sentido", disse Dodd.

Frank atribuiu o fracasso em aprovar um pacote de resgate para as montadoras nesta semana ao ceticismo criado pela rapidez com que o Congresso aprovou o pacote de resgate de US$ 700 bilhões para Wall Street em outubro.

As ações de GM e Ford que subiram forte no início da tarde com a notícia de um possível socorro, reduziam a alta. Ford subia 1,59% e GM avançava 7,89% na Bolsa de Nova York.

20 novembro 2008

Sobre a crise nas montadoras


O texto a seguir traz um excelente resumo da situação das montadoras

Maior parque automotivo do mundo está falido
Valor Econômico – 19/11/08
O governo injetou crédito nos bancos das montadoras para evitar que sua falta derrube muito as vendas de carros. Em outubro, elas declinaram 11%, mas o mês foi atípico para a economia como um todo, com o agravamento da crise financeira internacional. A ajuda dos governos federal e estaduais, porém, não indica nem de longe que as montadoras estejam em apuros. Suas vendas serão recordes já com os resultados de apenas dez meses do ano: 2,44 milhões de carros. Com a desaceleração econômica, seu desempenho não será tão brilhante quanto os 30% de expansão anual dos últimos dois anos, mas ainda assim não serão desapontadores. Mercados emergentes, como o Brasil, Índia, China e Rússia, sustentaram as grandes montadoras mundiais em tempos difíceis. Algumas delas estão em franco declínio, especialmente na terra do automóvel, os Estados Unidos - General Motors, Ford e Chrysler não escaparão da bancarrota sem um auxílio do governo.

Desde o início de 2007, quando a DaimlerBenz desfez sua fracassada aliança com a Chrysler, a situação das montadoras americanas é pré-falimentar. De lá para cá elas sofreram pancadas que podem ser fatais. Até antes do agravamento da crise financeira, elas perderam receitas e posições de mercado por uma série de decisões erradas. Planos de aposentadoria ultragenerosos trouxeram uma conta demasiadamente pesada para a GM e a Ford em um momento em que a concorrência com os japoneses se acirrou. As "big three" de Detroit perderam fatias para os japoneses da Toyota em seu próprio mercado e sofreram cerrado ataque a suas posições nos demais mercados no mundo. Bem defendidas por um forte lobby em Washington, elas adiaram o quanto possível o desenvolvimento de novos modelos menos poluentes e, o pior de tudo, quando os altos preços do petróleo mostraram que haviam chegado para ficar, elas dependiam muito das receitas provenientes de veículos grandes e consumidores vorazes de combustível. Enquanto os agressivos concorrentes japoneses e europeus, como a Renault, buscavam carros econômicos e baratos, para atuar também nos mercados em ebulição dos países emergentes, as montadoras americanas continuavam enredadas com seu modelo caro de produzir carrões que os clientes passaram a rejeitar cada vez mais A crise financeira tornou insustentável uma situação financeira já crítica. GM, Ford e Chrysler foram abalroadas por um rápido declínio do mercado - queda de 15% nas vendas, que voltaram aos níveis dos anos 1980. Seus balanços não param de sangrar. No último trimestre, a GM perdeu US$ 4,2 bilhões e queimou US$ 6,9 bilhões de seu caixa para manter suas operações. O desempenho da Chrysler foi desesperador, com queda de 26% nas vendas. O Cerberus Capital Management, que a arrebatou da Daimler, procura vender a montadora e não encontra comprador. A negociação para fusão com a GM não prosperou por motivos óbvios - nenhuma delas tem mais recursos para investir e estão perdendo dinheiro como nunca. A GM já avisou a seus acionistas que só tem dinheiro para operar até o fim do ano. A ajuda governamental tornou-se necessária para evitar um drama inimaginável até então - a falência do tradicional parque automotivo americano, o maior do mundo. O presidente eleito, Barack Obama, quer ajudar as montadoras e algum pacote de auxílio - as necessidades imediatas das três beiram os US$ 50 bilhões - deve ser aprovado logo pelo Congresso. Muitos analistas da indústria consideram a concordata das empresas como uma falsa saída, já que haveria um abandono em massa dos consumidores para as montadoras concorrentes, diante de um futuro incerto. Outros estimam que a solução capitalista ideal, a quebra pura e simples, traria uma perda em impostos e empregos com um custo tão grande que os US$ 50 bilhões pareceriam nada. É bem possível que junto com o auxílio financeiro venha a demissão em massa dos executivos que contribuíram para que a indústria automobilística americana chegasse a um lamentável estado. O mapa da produção de carros continua mudando e o vácuo momentâneo aberto pelas companhias americanas abre chances antes impensáveis aos concorrentes.

19 novembro 2008

Destruição de Capital

Segundo Will Wilkinson (Breathtaking Capital Destruction) na década de 1980 GM e Ford fizeram investimentos que destruiram em 465 bilhões o capital. Com este valor, GM e Ford poderiam fechar suas fábricas (deficitárias) e comprar as ações da Honda, Toyota, Nissan e Volks.

Em outra postagem (Making Sense on Detroit) Wilkinson lembra que um dólar investido em ações há 20 anos renderia três hoje; mas se investido na GM o seu valor seria 7 centavos.