O professor de direito da Universidade da Califórnia, Steven Bank, discute em um artigo para o site Promarket as mudanças recentes na FIFA após os escândalos de 2015. Há três anos, mais de 40 pessoas ligadas à FIFA, a entidade que regula o futebol mundial, foram indiciadas nos Estados Unidos por fraude, suborno e lavagem de dinheiro.
Diante da ameaça, a FIFA adotou uma série de reformas nos últimos anos.
A maioria dessas reformas se concentrou na tentativa de quebrar o ciclo de corrupção entre os membros de dentro do futebol, atraindo mais pessoas de fora. A FIFA criou os Comitês de Ética, Auditoria e Compliance, cada dirigido e provido por indivíduos considerados independentes segundo as regras da FIFA. Também determinou que pelo menos metade dos membros de vários comitês, incluindo Governança e Revisão, Finanças, Desenvolvimento e Subcomitê de Compensação de Auditoria e Compliance, sejam compostos por membros independentes. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, foi ainda mais longe do que o necessário, nomeando alguém sem vínculo com o esporte, Fatma Samoura, do Senegal, para o cargo de secretário-geral.
Bank critica esta estratégia, em razão do risco dos membros externos serem cooptados. Além disto, são pessoas com vínculo fraco com a entidade. Na FIFA não existe acionista para reduzir o risco de cooptação dos conselheiros, como ocorre nas empresas; também não tem doadores, como nas entidades sem fins lucrativos, que poderia fiscalizar melhor as ações da entidade. Bank afirma que diversos fatos mostram que a estratégia adotada por Infantino pode não ter dado certo: ele mesmo já foi objeto de investigação. O presidente do comitê de Auditoria e Compliance renunciou; a entidade recuou em alguns dos casos de membros indicados de forma independente.
Sua sugestão é que a entidade deveria ter dado mais força para os “denunciantes”. Ou seja, testemunhas de acusação contra as quarenta pessoas denunciadas. Elas tinham acesso a informação e se dedicavam mais à entidade que os “independentes”.
Em 2017, foi divulgada denúncia contra Samoura sobre a contração de empresa de limpeza para sua casa.
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16 julho 2018
01 junho 2017
Frase
O modelo de "rede global" da indústria de auditoria é o veículo legal usado para gerar responsabilidade, em uma versão Big Four de Catch Me If You Can . (Francine McKenna)
Segundo a McKenna, o modelo das empresas de auditoria é estabelecer sócios, até que surja um problema. Quando atende uma empresa em qualquer lugar do mundo, a auditoria enfatiza a rede global necessária para suprir as necessidades dos clientes. Se ocorre problema, negam a estrutura, para evitar responsabilidade legal. McKenna foca no caso da PwC, que "evitou" ver um problema de despesa pessoal com dinheiro da Fifa.
Segundo a McKenna, o modelo das empresas de auditoria é estabelecer sócios, até que surja um problema. Quando atende uma empresa em qualquer lugar do mundo, a auditoria enfatiza a rede global necessária para suprir as necessidades dos clientes. Se ocorre problema, negam a estrutura, para evitar responsabilidade legal. McKenna foca no caso da PwC, que "evitou" ver um problema de despesa pessoal com dinheiro da Fifa.
17 maio 2017
Limpeza na Fifa
A entidade que dirige o futebol no mundo foi tema de manchetes pelos problemas financeiros, envolvendo corrupção, compra de votos e outros pecados mais. Recentemente, o comando da entidade, a Fifa, foi trocado, com a eleição do italiano Infantino. Junto com as mudanças, trocou-se o auditor, já que durante 16 anos a KPMG não tinha notado o que estava ocorrendo na entidade. No seu lugar, contratou-se a PwC.
Uma notícia do Inside World Football mostra como é difícil limpar uma cultura de práticas desonestas. Um dirigente da entidade, Fatma Samoura, secretária-geral, foi pega fazendo o que não deve (na foto, com Clooney e uma colega, no lado direito). No caso, a Fifa contratou uma empresa de limpeza de serviço, a SCJ, para limpar a casa de Fatma, a um custo de 28 mil francos suíços. A limpeza ocorreria cinco vezes por semana, durante duas horas por dia. A descoberta da travessura foi do novo auditor. O Inside revela que a PwC fez um acerto com Fatma: pagou-se para Fifa o dinheiro usado indevidamente e a PwC não revelou o problema na auditoria de 2016.
Parece pouco, mas a Fifa tem realizado uma campanha para dizer que agora a entidade mudou, que os problemas de fraudes são coisas do passado. Além disto, Fatma ocupa um cargo importante na entidade.
Uma notícia do Inside World Football mostra como é difícil limpar uma cultura de práticas desonestas. Um dirigente da entidade, Fatma Samoura, secretária-geral, foi pega fazendo o que não deve (na foto, com Clooney e uma colega, no lado direito). No caso, a Fifa contratou uma empresa de limpeza de serviço, a SCJ, para limpar a casa de Fatma, a um custo de 28 mil francos suíços. A limpeza ocorreria cinco vezes por semana, durante duas horas por dia. A descoberta da travessura foi do novo auditor. O Inside revela que a PwC fez um acerto com Fatma: pagou-se para Fifa o dinheiro usado indevidamente e a PwC não revelou o problema na auditoria de 2016.
Parece pouco, mas a Fifa tem realizado uma campanha para dizer que agora a entidade mudou, que os problemas de fraudes são coisas do passado. Além disto, Fatma ocupa um cargo importante na entidade.
16 março 2016
FIFA quer restituição por danos causados pelo escândalo das propinas
Saiu na Bloomberg que a FIFA se diz vítima dos escândalos de propinas que removeram a maior parte de sua liderança. Agora, a Federação quer dez milhões de dólares em restituições, mesmo tendo admitido pela primeira vez que executivos aceitaram pagamentos de países que queriam se tornar sede da Copa do Mundo.
Sob a liderança do recém eleito presidente Gianni Infantino a FIFA está buscando parte dos US 190 milhões que os promotores querem coletar da dúzia de executivos e mídia futebolísticos acusados de corrupção. A organização diz que tem o direito de ser compensada pelos danos causados a sua reputação e marca; também quer recuperar salários, taxas de advogados e dinheiro utilizado para propinas.
Isso faz parte da campanha de reabilitação da FIFA, que começou com a eleição de Infantino no mês passado.
Também há busca por danos de réus que um dia foram as figuras mais poderosas no futebol sul americano, incluindo US 3,5 milhões de Ricardo Teixeira, antigo líder do futebol brasileiro, e Nicolas Leoz, cabeça da Conmebol. Os dois oficiais largaram o futebol em 2013 após a FIFA ter produzido um relatório dizendo que eles aceitaram propinas. Nenhum dos dois apareceu em um tribunal estadunidense.
Jose Hawilla, brasileiro, fundador do Traffic Group, maior agência de marketing esportivo da América Latina, alegou ser culpado e concordou em pagar US 151 milhões em restituição. Jeffrey Webb, ex-presidente da Concaf, também alegou ser culpado e concordou em pagar US 6,7 milhões. A FIFA solicitou uma auditoria dos bens de Webb.
30 dezembro 2015
15 dezembro 2015
Fifa e Fox
Uma empresa de comunicação entrou na mira das investigações do governo americano sobre a corrupção na Fifa. De acordo com documentos oficiais, a 21st Century Fox seria sócia da empresa T&T Sports Marketing -- indiciada pela obtenção de contratos com base no apoio de dirigentes corruptos -- em alguns acordos de direitos de transmissão feitos com a Torneos y Competencias (TyC), emissora argentina que detém os direitos de competições sul-americanas, como a Copa Libertadores.
Embora investigadas, os canais Fox e TyC não foram acusados de qualquer infração. O que desperta suspeitas no FBI é o fato de a T&T não ter um proprietário esclarecido. A empresa está registada nas Ilhas Cayman, mas não há informações sobre funcionários ou mesmo telefone.
Questionada, a emissora norte-americana apenas disse que não detém o controle operacional da empresa de marketing, mas não quis comentar a investigação, assim como a Procuradoria dos Estados Unidos e o FBI.
Segundo a agência Reuters, as negociações entre as empresas ocorrem desde 2002. A Fox seria responsável por 75% dos negócios, enquanto a TyC tomaria conta dos outros 25%. A T&T, como empresa de marketing, não tomaria parte da transmissões de eventos esportivos, e se limitaria a comprar e revender os direitos.
Fonte: Aqui
22 setembro 2015
Fifa e KPMG
A FIFA decidiu, na semana passada, “afastar” seus secretário, Jérôme Valcke, envolvido num esquema de corrupção relacionado à revenda ilegal de ingressos.
Desde 1999 a KPMG é responsável pela auditoria da Fifa e em nenhum momento alertou, no seu parecer de auditoria, sobre problemas na contabilidade da entidade. Como existe uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA e da Procuradoria da Suíça sobre a corrupção dentro da Fifa, a KPMG está fazendo uma revisão das auditorias realizadas, segundo informou a Reuters.
Desde 1999 a KPMG é responsável pela auditoria da Fifa e em nenhum momento alertou, no seu parecer de auditoria, sobre problemas na contabilidade da entidade. Como existe uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA e da Procuradoria da Suíça sobre a corrupção dentro da Fifa, a KPMG está fazendo uma revisão das auditorias realizadas, segundo informou a Reuters.
26 julho 2015
Placar da Auditoria
Se existisse um placar da auditoria, quem estaria vencendo? Usando os dados do Fato da Semana, que este blog publica regularmente todo sábado, selecionamos as entidades que foram destaque pelos problemas na sua contabilidade em 2015. Por uma questão de critério, mesmo que o problema contábil tenha ocorrido em exercício anterior, como foi o caso da Petrobrás, está sendo considerado. Não fizemos distinção entre os problemas nacionais ou não, empresas ou outros tipos de entidade. Para evitar inconsistência, tomamos o último auditor, como foi o caso da Petrobras: apesar dos problemas serem originados em 2004, considerou-se somente uma empresa de auditoria, a última, como responsável. Isto é obviamente injusto, mas resolvemos adotar um critério. Também não foi levado em conta o tamanho da falha ou sua relevância: certamente o problema da Moldávia é muito mais grave que da Toshiba.
No final, até agora, tivemos oito casos de escândalos contábeis. Eis a relação:
1º. Lugar – KPMG – 3 pontos: BVA, BNDES e FIFA
2º. Lugar – PwC – 2 pontos: Petrobras e Satyam
3º. Lugar – EY, Deloitte e GT – 1 pontos por Toshiba, CSN e Moldávia, nesta ordem.
No final, até agora, tivemos oito casos de escândalos contábeis. Eis a relação:
1º. Lugar – KPMG – 3 pontos: BVA, BNDES e FIFA
2º. Lugar – PwC – 2 pontos: Petrobras e Satyam
3º. Lugar – EY, Deloitte e GT – 1 pontos por Toshiba, CSN e Moldávia, nesta ordem.
08 junho 2015
Fifa e KPMG
O New York Times de sexta traz algumas considerações interessantes sobre o papel da auditoria no escândalo da Fifa. O texto de Lynnley Browning (As Fifa Scandal grows, focus turns to its auditors) começa notando que durante 16 anos as contas da entidade foram aprovadas pela KPMG, através do seu escritório em Zurique. Enquanto somos informados dos escândalos de corrupção da entidade que gerencia o futebol no mundo, surge uma questão legítima do papel do auditor. Obviamente que o porta-voz da Big Four KPMG não faz comentários, alegando confidencialidade.
A KPMG tornou-se auditora da Fifa em 1999, um ano depois que Blatter assumiu o seu cargo. Para Fifa, a assinatura da KPMG representava um atestado de qualidade nas informações prestadas. Para KPMG, assinar o balanço da Fifa abria também o mercado para os membros associados. Obviamente, sendo uma entidade com receita de 5,7 bilhões de dólares, os pagamentos para a KPMG devem ter sido razoáveis no período. E o jornal informa que os auditores eram rotineiramente vistos nos congressos da Fifa, incluindo o do último ano, realizado em São Paulo.
Durante os últimos dezesseis anos, a KPMG teve diversos motivos para desconfiar que algo não estava correndo bem nas contas da entidade. Em 1999 a KPMG notou um pagamento estranho envolvendo um pagamento com a Copa das Confederações. Em 2002 um alto funcionário da Fifa fez um grande relatório acusando a gestão de Blatter de fraude. Seis anos depois um tribunal julgou um antigo parceiro da Fifa, a International Sports and Leisure, que faliu, com acusação de fraude e roubo. E o relatório de Garcia, de 2012, que provocou a investigação do FBI, parece que foi ignorado.
Onde estava a KPMG Suíça? (Fotografia: Roger Neininger, auditor da KPMG responsável pela Fifa)
A KPMG tornou-se auditora da Fifa em 1999, um ano depois que Blatter assumiu o seu cargo. Para Fifa, a assinatura da KPMG representava um atestado de qualidade nas informações prestadas. Para KPMG, assinar o balanço da Fifa abria também o mercado para os membros associados. Obviamente, sendo uma entidade com receita de 5,7 bilhões de dólares, os pagamentos para a KPMG devem ter sido razoáveis no período. E o jornal informa que os auditores eram rotineiramente vistos nos congressos da Fifa, incluindo o do último ano, realizado em São Paulo.
Durante os últimos dezesseis anos, a KPMG teve diversos motivos para desconfiar que algo não estava correndo bem nas contas da entidade. Em 1999 a KPMG notou um pagamento estranho envolvendo um pagamento com a Copa das Confederações. Em 2002 um alto funcionário da Fifa fez um grande relatório acusando a gestão de Blatter de fraude. Seis anos depois um tribunal julgou um antigo parceiro da Fifa, a International Sports and Leisure, que faliu, com acusação de fraude e roubo. E o relatório de Garcia, de 2012, que provocou a investigação do FBI, parece que foi ignorado.
Onde estava a KPMG Suíça? (Fotografia: Roger Neininger, auditor da KPMG responsável pela Fifa)
04 junho 2015
KPMG e Fifa
O escândalo de corrupção na FIFA está levantando questões sobre a auditoria da KPMG, a empresa responsável [pela auditoria] na entidade máxima do futebol mundial.
MarketWatch informa que a KPMG não só era responsável pela auditoria da multibilionária organização FIFA na Suíça, mas também da auditoria dos membros associados ao redor do mundo que recebem financiamento FIFA e foi o auditor para os comitês organizadores oficiais da Rússia e Qatar, cujas propostas vencedoras da Copa do Mundo tem sido manchada pelo escândalo de suborno.
(...) "Havia bandeiras vermelhas suficientes de pagamentos indevidos e altamente suspeitos, bem como transferências de dinheiro de e para funcionários e outros ... que deveria induzir os auditores em destacar e relatá-las internamente e recomendar uma investigação mais aprofundada", disse Robert Appleton.
(...) Um porta-voz da KPMG disse que "Como revisor oficial de contas da FIFA, somos obrigados a sigilo profissional e tem que se abster de qualquer comentário sobre o nosso cliente."
A KPMG da Suíça afirma ser um especialista em auditorias associação sem fins lucrativos na Suíça e patrocina um "centro de competência" para compartilhar conhecimentos dentro e fora da empresa.
Adaptado daqui. Mais aqui
MarketWatch informa que a KPMG não só era responsável pela auditoria da multibilionária organização FIFA na Suíça, mas também da auditoria dos membros associados ao redor do mundo que recebem financiamento FIFA e foi o auditor para os comitês organizadores oficiais da Rússia e Qatar, cujas propostas vencedoras da Copa do Mundo tem sido manchada pelo escândalo de suborno.
(...) "Havia bandeiras vermelhas suficientes de pagamentos indevidos e altamente suspeitos, bem como transferências de dinheiro de e para funcionários e outros ... que deveria induzir os auditores em destacar e relatá-las internamente e recomendar uma investigação mais aprofundada", disse Robert Appleton.
(...) Um porta-voz da KPMG disse que "Como revisor oficial de contas da FIFA, somos obrigados a sigilo profissional e tem que se abster de qualquer comentário sobre o nosso cliente."
A KPMG da Suíça afirma ser um especialista em auditorias associação sem fins lucrativos na Suíça e patrocina um "centro de competência" para compartilhar conhecimentos dentro e fora da empresa.
Adaptado daqui. Mais aqui
03 junho 2015
Tamanho do Capital
O tamanho do capital de uma empresa é um sinal de solidez de um empreendimento. As pequenas empresas possuem um valor reduzido de capital social, o que não ocorre nas grandes empresas. Assim, o valor do capital social está associado também ao porte da empresa. Além disto, a evolução do capital social é determinante para verificar o crescimento de uma entidade. Por este motivo, a divulgação desta informação pode ser interessante em certas situações. Veja a seguinte notícia:
Durante o período em que José Maria Marin foi presidente da CBF, de 2012 a 2015, o capital da sua empresa, a Rede Associada de Difusão, quase triplicou, passando de R$ 352 mil para R$ 1 milhão. O salto no valor da empresa ocorreu no dia 16 de abril de 2014, coincidentemente mesma data em que Marco Polo Del Nero foi eleito para suceder Marin na presidência da CBF.
Observe que a divulgação da informação que a empresa triplicou seu capital está sendo colocado como algo suspeito, principalmente devido ao fato de Marin ter sido preso na Suíça por outras acusações:
Durante 17 anos de atividade, de 1997 a 2014, a Rede Associada de Difusão teve mudanças de endereço e sócios, mas o capital permaneceu inalterado em R$ 352 mil. Somente depois que Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF e Marin assumiu a entidade, o valor saltou de uma só vez para R$ 1 milhão.
Afinal, isto é um problema? Não, já que durante muitos anos o valor permaneceu inalterado.
Durante o período em que José Maria Marin foi presidente da CBF, de 2012 a 2015, o capital da sua empresa, a Rede Associada de Difusão, quase triplicou, passando de R$ 352 mil para R$ 1 milhão. O salto no valor da empresa ocorreu no dia 16 de abril de 2014, coincidentemente mesma data em que Marco Polo Del Nero foi eleito para suceder Marin na presidência da CBF.
Observe que a divulgação da informação que a empresa triplicou seu capital está sendo colocado como algo suspeito, principalmente devido ao fato de Marin ter sido preso na Suíça por outras acusações:
Durante 17 anos de atividade, de 1997 a 2014, a Rede Associada de Difusão teve mudanças de endereço e sócios, mas o capital permaneceu inalterado em R$ 352 mil. Somente depois que Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF e Marin assumiu a entidade, o valor saltou de uma só vez para R$ 1 milhão.
Afinal, isto é um problema? Não, já que durante muitos anos o valor permaneceu inalterado.
02 junho 2015
Fifa e Auditoria
Os problemas da Fifa trouxeram agora um aspecto adicional: o trabalho da empresa de auditoria das informações contábeis da federação. Ou, da KPMG. Segundo Going Concern, um jornalista questionou a empresa de auditoria sobre o que foi pago pelo trabalho. Não se sabe quanto a KPMG recebeu e a auditoria se recusou a responder.
É importante que algumas das acusações estão relacionadas com procedimentos que deveriam ter sido “descobertos” pela KPMG.
É importante que algumas das acusações estão relacionadas com procedimentos que deveriam ter sido “descobertos” pela KPMG.
30 maio 2015
Fato da Semana: Escândalo de corrupção na FIFA (semana 21 de 2015)
Fato da Semana: Futebol e política juntos na prisão de cartolas em razão de uma série de crimes na principal entidade do futebol do mundo. Onde está a contabilidade? Temas caros aos bons profissionais, como governança corporativa, pagamento de impostos, segregação de funções e auditoria estão no fato da semana. É bom lembrar que o próprio presidente da entidade solicitou um relatório de investigação sobre a escolha da sede da copa; o texto não foi divulgado e o autor do texto solicitou sua evidenciação. É muito provável que isto tenha sido uma das razões da atuação do FBI.
Qual a relevância disto? As questões relacionadas a controladoria e os temas indicados anteriormente são essenciais, não somente para o setor público ou para empresa, mas também para entidades em fins lucrativos.
Positivo ou Negativo – Negativo. Mas a longo prazo talvez isto seja bom, já que a Fifa terá oportunidade de promover mudanças, como a reeleição do presidente.
Desdobramentos – Logo após a prisão, o presidente da Fifa foi novamente eleito para um novo mandato. Será um período difícil, mas é difícil acreditar que a Suíça irá fazer alguma coisa contra o poderoso Blatter. De igual modo, será possível imaginar uma investigação adequada no futebol brasileiro?
Qual a relevância disto? As questões relacionadas a controladoria e os temas indicados anteriormente são essenciais, não somente para o setor público ou para empresa, mas também para entidades em fins lucrativos.
Positivo ou Negativo – Negativo. Mas a longo prazo talvez isto seja bom, já que a Fifa terá oportunidade de promover mudanças, como a reeleição do presidente.
Desdobramentos – Logo após a prisão, o presidente da Fifa foi novamente eleito para um novo mandato. Será um período difícil, mas é difícil acreditar que a Suíça irá fazer alguma coisa contra o poderoso Blatter. De igual modo, será possível imaginar uma investigação adequada no futebol brasileiro?
15 novembro 2014
Fifa
A Fifa confirmou que a Copa do Mundo de 2022 será mesmo no Catar. O relatório divulgado pela entidade nesta quinta-feira diz que as violações às regras eram de “alcance muito limitado”. Há irregularidades nas candidaturas, mas, segundo o relatório, nada que implique em uma nova votação. O relatório feito a partir da investigação do ex-promotor de Nova York, Michael Garcia e concluído pelo juiz de ética da Fifa, Joachim Eckbert, diz que não há provas suficientes para justificar tirar a Copa do Mundo da Rússia ou do Catar e fazer uma nova votação. Isso não seria nenhum problema se o relatório não apresentasse tantos indícios na direção oposta.
Continue lendo aqui. Outro texto sobre o mesmo assunto pode ser encontrado aqui (e este aqui também)
Continue lendo aqui. Outro texto sobre o mesmo assunto pode ser encontrado aqui (e este aqui também)
18 julho 2014
26 março 2013
Fifa e a Copa
Uma projeção feita pela BDO, empresa de auditoria e consultoria especializada em análises econômicas, financeiras e mercadológicas, aponta que a Copa do Mundo de 2014 no Brasil vai render para a Fifa a maior arrecadação de sua história: nada menos do que US$ 5 bilhões entrarão nos cofres da entidade (cerca de R$ 10 bilhões).
O valor é 36% superior em comparação ao montante obtido com o Mundial da África do Sul (US$ 3.655 bilhões), em 2010, e 110% maior do que o arrecadado na Copa de 2006, na Alemanha, que rendeu US$ 2.345 bilhões. A maior parte do dinheiro vem dos direitos de transmissão pela tevê, seguido pelo marketing gerado em torno do evento. (...)
O Mundial de 1990, na Itália, rendeu para a Fifa US$ 57 milhões em receitas com direitos de tevê e, após oito anos, a entidade arrecadou US$ 138 milhões na França. Depois, em 2002, Coreia e Japão sediaram o evento que proporcionou à entidade um crescimento de 466% nas receitas - US$ 782 milhões foram pagos por emissoras que transmitiram o torneio no Oriente.
Análise da BDO feita em cima de balanços da Fifa aponta que a entidade apresentou receita total de US$ 1,07 bilhão em 2011, evolução de 86% em comparação ao ano de 2003. O lucro líquido acumulado entre 2007 e 2010 foi de US$ 631 milhões, sendo que a Copa da África foi responsável por 90% desse montante.
“O mercado ‘Copa do Mundo’ cresce em velocidade rápida a cada edição do evento. E a tendência é de seguir em alta para os próximos da Rússia e do Catar, países com poder econômico muito forte”, diz Pedro. “Não estamos tratando apenas da transmissão de um jogo de futebol. É diferente. Um mundial representa uma luta feroz pelos direitos de transmissão. A emissora que transmite esse evento vence a concorrência, torna-se a melhor. Ela paga uma fortuna por esses direitos, mas vai arrecadar muito com publicidade e terá lucro”, exemplifica o executivo.
O aumento da arrecadação da Fifa a cada mundial também reflete nas premiações dadas às seleções. Em 2002, a CBF embolsou US$ 7,59 milhões após a seleção vencer a Alemanha na decisão. A Itália, campeã do mundo em 2006, recebeu US$ 19,3 milhões e a Espanha, que conquistou sua primeira estrela em 2010, na África do Sul, ganhou US$ 30 milhões. Para 2014, a Fifa já anunciou que o campeão levará ao seu país US$ 40 milhões.
Se para a Fifa a organização de um mundial rende lucro exorbitante, para os países-sede receberem o evento é interessante tanto na parte financeira quanto no legado [1]. “O que muda é a forma como os países tratam do assunto. Isso é questionável, o Mundial em si, não”, diz Pedro. “A previsão é de que a Copa impacte em até 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional”, afirma o analista. Em termos de comparação, em 2012 o crescimento do PIB do País ficou em 0,9%.
[1] Há muitas dúvidas quanto a isto.
O valor é 36% superior em comparação ao montante obtido com o Mundial da África do Sul (US$ 3.655 bilhões), em 2010, e 110% maior do que o arrecadado na Copa de 2006, na Alemanha, que rendeu US$ 2.345 bilhões. A maior parte do dinheiro vem dos direitos de transmissão pela tevê, seguido pelo marketing gerado em torno do evento. (...)
O Mundial de 1990, na Itália, rendeu para a Fifa US$ 57 milhões em receitas com direitos de tevê e, após oito anos, a entidade arrecadou US$ 138 milhões na França. Depois, em 2002, Coreia e Japão sediaram o evento que proporcionou à entidade um crescimento de 466% nas receitas - US$ 782 milhões foram pagos por emissoras que transmitiram o torneio no Oriente.
Análise da BDO feita em cima de balanços da Fifa aponta que a entidade apresentou receita total de US$ 1,07 bilhão em 2011, evolução de 86% em comparação ao ano de 2003. O lucro líquido acumulado entre 2007 e 2010 foi de US$ 631 milhões, sendo que a Copa da África foi responsável por 90% desse montante.
“O mercado ‘Copa do Mundo’ cresce em velocidade rápida a cada edição do evento. E a tendência é de seguir em alta para os próximos da Rússia e do Catar, países com poder econômico muito forte”, diz Pedro. “Não estamos tratando apenas da transmissão de um jogo de futebol. É diferente. Um mundial representa uma luta feroz pelos direitos de transmissão. A emissora que transmite esse evento vence a concorrência, torna-se a melhor. Ela paga uma fortuna por esses direitos, mas vai arrecadar muito com publicidade e terá lucro”, exemplifica o executivo.
O aumento da arrecadação da Fifa a cada mundial também reflete nas premiações dadas às seleções. Em 2002, a CBF embolsou US$ 7,59 milhões após a seleção vencer a Alemanha na decisão. A Itália, campeã do mundo em 2006, recebeu US$ 19,3 milhões e a Espanha, que conquistou sua primeira estrela em 2010, na África do Sul, ganhou US$ 30 milhões. Para 2014, a Fifa já anunciou que o campeão levará ao seu país US$ 40 milhões.
Se para a Fifa a organização de um mundial rende lucro exorbitante, para os países-sede receberem o evento é interessante tanto na parte financeira quanto no legado [1]. “O que muda é a forma como os países tratam do assunto. Isso é questionável, o Mundial em si, não”, diz Pedro. “A previsão é de que a Copa impacte em até 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional”, afirma o analista. Em termos de comparação, em 2012 o crescimento do PIB do País ficou em 0,9%.
[1] Há muitas dúvidas quanto a isto.
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