Eis um resumo de uma pesquisa:
O objetivo desta pesquisa é analisar a relação entre o uso Fluxo de Caixa Operacional (FCO) e o indicador EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation e Amortization) das empresas de capital aberto com negociações na B3 (Brasil, Bolsa e Balcão). Para os indicadores escolhidos, é testada a série história de 2013 a 2019, compreendendo uma amostra de 250 empresas de capital aberto no mercado brasileiro. A coleta de dados ocorreio por meio da Economatica e os testes estatísticos foram realizados pelo programa STATA para as análises das estatísticas descritivas, teste de médias, correlação e modelo de regressão. Os resultados indicam que o indicador EBITDA e o Fluxo de Caixa Operacional (FCO) apresentam diferença na comparação entre as médias da amostra. Além disso, os resultados mostram uma relação significativa entre ambos, indicando que o uso do EBITDA está atrelado ao Fluxo de Caixa Operacional para análise do potencial de geração de caixa, inclusive na maioria dos setores da B3. A contribuição deste estudo é de que as empresas brasileiras de capital aberto apresentam uma relação significativa entre o EBITDA e o FCO, entretanto existe uma diferença expressiva na média, evidenciando que no mercado brasileiro o EBITIDA não é considerado proxy do FCO.
Mostrando postagens com marcador Ebitda. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ebitda. Mostrar todas as postagens
24 janeiro 2022
27 abril 2021
18 abril 2021
16 agosto 2020
06 junho 2020
Rir é o melhor remédio
Quando o Ebitda não é suficiente para convencer que você não está indo tão mal assim, surge o Ebitdacr:
27 abril 2020
16 maio 2019
Frase
É uma notícia um pouco antiga (que ficou esquecida), mas que merece concorrer ao título de besteira do ano. O título é:
Vale explica lucro pela maior geração de caixa
Como é que é? A reportagem diz que o Conselho de Administração da empresa colocou isto no seu relatório:
No relatório do conselho de administração da companhia, a Vale diz que o aumento do lucro foi resultado “principalmente da maior geração de caixa medida pelo Ebitda de R$ 12,1 bilhões”.
(Eu não vou perder tempo verificando se a notícia é verdadeira). Eles disseram que Ebitda é geração de caixa!! Você confiaria em um Conselho de Administração que diz uma besteira destas? (E eles devem ser muito bem remunerados para isto)
Vale explica lucro pela maior geração de caixa
Como é que é? A reportagem diz que o Conselho de Administração da empresa colocou isto no seu relatório:
No relatório do conselho de administração da companhia, a Vale diz que o aumento do lucro foi resultado “principalmente da maior geração de caixa medida pelo Ebitda de R$ 12,1 bilhões”.
(Eu não vou perder tempo verificando se a notícia é verdadeira). Eles disseram que Ebitda é geração de caixa!! Você confiaria em um Conselho de Administração que diz uma besteira destas? (E eles devem ser muito bem remunerados para isto)
29 abril 2018
Mais um Ebitda
A WeWork é uma empresa que aluga espaços desvalorizados para reformá-los e sublocar como escritórios para empresas de pequeno porte ou freelancers por um dia ou um mês. Há quatro anos, a empresa tinha 7 mil associados; hoje possui 220 mil. Mas este crescimento não tem sido suficiente para acompanhar o crescimento nas despesas, conforme o gráfico a seguir:
Para resolver este problema com potenciais investidores, a empresa lançou mão do Ebitda. O Ebitda é uma medida que consegue milagre de transformar o prejuízo em lucro, retirando da medida de desempenho contábil uma grande quantidade de despesa. Pronto, administradores felizes, por mostrarem resultado positivo (e em alguns casos, recebendo até bônus de desempenho) e investidores tranquilos, pois alocaram recursos (muitos vezes que não eram deles) em uma empresa que está “gerando caixa”. Mas para a WeWork parece que o lucro não resolve. Para isto criou o “community adjusted ebitda”. Uma inovação, onde além de tirar a despesa de depreciação, os impostos e ojuros, a empresa também deixa de considerar as despesas de marketing, design e administração.
Uma explicação (?) interessante foi publicada aqui:
De fato, avaliar o WeWork por métricas convencionais é perder o ponto, de acordo com [o diretor executivo Adam] Neumann. A WeWork não é realmente uma empresa imobiliária. É um estado de consciência, ele argumenta, uma geração de empreendedores emocionalmente inteligentes interconectados.
Para resolver este problema com potenciais investidores, a empresa lançou mão do Ebitda. O Ebitda é uma medida que consegue milagre de transformar o prejuízo em lucro, retirando da medida de desempenho contábil uma grande quantidade de despesa. Pronto, administradores felizes, por mostrarem resultado positivo (e em alguns casos, recebendo até bônus de desempenho) e investidores tranquilos, pois alocaram recursos (muitos vezes que não eram deles) em uma empresa que está “gerando caixa”. Mas para a WeWork parece que o lucro não resolve. Para isto criou o “community adjusted ebitda”. Uma inovação, onde além de tirar a despesa de depreciação, os impostos e ojuros, a empresa também deixa de considerar as despesas de marketing, design e administração.
Uma explicação (?) interessante foi publicada aqui:
De fato, avaliar o WeWork por métricas convencionais é perder o ponto, de acordo com [o diretor executivo Adam] Neumann. A WeWork não é realmente uma empresa imobiliária. É um estado de consciência, ele argumenta, uma geração de empreendedores emocionalmente inteligentes interconectados.
10 agosto 2017
Ebitda
Depois de divulgar o seu Ebitda, a Concessionária Rio-Teresópolis SA, fez uma ressalva:
O EBITDA é o lucro líquido adicionado de imposto de renda, das (receitas) despesas financeiras líquidas, variação cambial e monetária líquida e de depreciações e amortizações. Não é uma medida utilizada nas práticas contábeis adotadas no Brasil, não representando, portanto, o fluxo de caixa para os períodos apresentados, não devendo ser considerado como uma alternativa ao lucro líquido na qualidade de indicador do desempenho operacional, em que pese o utilizarmos ou como uma alternativa ao fluxo de caixa na qualidade de indicador de liquidez. Por não ter um significado padronizado, nossa definição pode não ser comparável ao de outras companhias. Adicionalmente, entendemos que determinados investidores e/ou analistas financeiros o utilizam como indicador do desempenho operacional de uma companhia e/ou de seu fluxo de caixa.
Um bom alerta. Mas a empresa usou 16 vezes o termo Ebitda, sendo 9 juntamente com a palavra "ajustado", e 7 o termo "fluxo de caixa", que inclui "demonstração do fluxo de caixa".
O EBITDA é o lucro líquido adicionado de imposto de renda, das (receitas) despesas financeiras líquidas, variação cambial e monetária líquida e de depreciações e amortizações. Não é uma medida utilizada nas práticas contábeis adotadas no Brasil, não representando, portanto, o fluxo de caixa para os períodos apresentados, não devendo ser considerado como uma alternativa ao lucro líquido na qualidade de indicador do desempenho operacional, em que pese o utilizarmos ou como uma alternativa ao fluxo de caixa na qualidade de indicador de liquidez. Por não ter um significado padronizado, nossa definição pode não ser comparável ao de outras companhias. Adicionalmente, entendemos que determinados investidores e/ou analistas financeiros o utilizam como indicador do desempenho operacional de uma companhia e/ou de seu fluxo de caixa.
Um bom alerta. Mas a empresa usou 16 vezes o termo Ebitda, sendo 9 juntamente com a palavra "ajustado", e 7 o termo "fluxo de caixa", que inclui "demonstração do fluxo de caixa".
24 fevereiro 2017
Braskem
A empresa Braskem anunciou que irá "atrasar" a entrega das demonstrações contábeis. Muitas empresas já estão divulgando os resultados referentes ao ano de 2016. Entretanto, como esta empresa está bastante comprometida com os escândalos de corrupção, o anúncio que a empresa irá postegar para o dia 29 de março o arquivamento das demonstrações financeiras.
Entretanto, a empresa divulgou um relatório não auditado e parcial. Nestas informações tem-se:
A Braskem e suas controladas estão sujeitas a uma série de leis anticorrupção de países onde têm atuação, incluindo a lei 12.846/2013, ou Lei Anticorrupção Brasileira, que entrou em vigor em 28 de janeiro de 2014, e o US Foreign Corrupt Practices Act (FCPA). Em março de 2015, no âmbito da denominada “Operação Lava Jato”, foram tornadas públicas alegações de réus em procedimentos de natureza penal segundo as quais a Braskem estaria envolvida em pagamentos indevidos para obter benefícios em contratos de matéria-prima celebrados com a Petrobras. Em vista de tais fatos, a Companhia imediatamente aprovou a contratação de escritórios de advocacia com ampla e comprovada experiência em casos similares nos Estados Unidos e no Brasil (“Escritórios Especializados”) para a realização de uma investigação interna e independente sobre as alegações mencionadas no parágrafo anterior (“Investigação”), sob a supervisão e em colaboração com o “DoJ” - Department of Justice e a “SEC” - Securities Exchange Commission dos Estados Unidos. Até meados de julho de 2016, a Investigação não obteve elementos para comprovar a existência de fatos ilícitos na Companhia.
Novas denúncias e pagamentos indevidos
Ao final de julho de 2016, a Companhia recebeu novas informações sobre desvios, reveladas nas colaborações de ex-executivos da Braskem no âmbito do processo de cooperação da Odebrecht no contexto da operação Lava Jato.
A partir de informações contidas nessas colaborações, a Investigação confirmou a existência de pagamentos realizados a título de serviços prestados por terceiros, sem a comprovação da efetiva contrapartida. Esses pagamentos indevidos foram feitos a 3 empresas situadas no exterior e supostamente derivados da prestação de serviços de intermediação comercial. Essas empresas apenas repassavam os recursos para uma série de outras empresas, as quais, ao final, realizavam pagamentos ilícitos em benefício da Braskem. O montante de pagamentos realizados pela Braskem a essas 3 empresas no período de outubro de 2006 a dezembro de 2014 corresponde a, aproximadamente, R$513 milhões.
Conforme tornou-se público no âmbito dos acordos firmados com DoJ e SEC, os pagamentos ilícitos incluíam, dentre outros, temas relacionados ao contrato de nafta assinado com a Petrobras em 2009 e encerrado em 2014, bem como alterações da legislação fiscal nos planos federal e estadual para obtenção de incentivos fiscais e monetização de créditos tributários que já eram de direito da Companhia.
Com respeito aos resultados, a empresa apresentou, preliminarmente, em 2016, um prejuízo de 770 milhões de reais, sendo que no quarto trimestre, somente, o prejuízo foi de 2,6 bilhões.
No indicador chamado Ebitda a empresa melhorou: 9,3 bilhões para 11,5 bilhões. Mais um argumento para não usar este índice. O fluxo de caixa das atividades operacionais caiu de 8,2 bilhões para 5,1 bilhões.
Entretanto, a empresa divulgou um relatório não auditado e parcial. Nestas informações tem-se:
A Braskem e suas controladas estão sujeitas a uma série de leis anticorrupção de países onde têm atuação, incluindo a lei 12.846/2013, ou Lei Anticorrupção Brasileira, que entrou em vigor em 28 de janeiro de 2014, e o US Foreign Corrupt Practices Act (FCPA). Em março de 2015, no âmbito da denominada “Operação Lava Jato”, foram tornadas públicas alegações de réus em procedimentos de natureza penal segundo as quais a Braskem estaria envolvida em pagamentos indevidos para obter benefícios em contratos de matéria-prima celebrados com a Petrobras. Em vista de tais fatos, a Companhia imediatamente aprovou a contratação de escritórios de advocacia com ampla e comprovada experiência em casos similares nos Estados Unidos e no Brasil (“Escritórios Especializados”) para a realização de uma investigação interna e independente sobre as alegações mencionadas no parágrafo anterior (“Investigação”), sob a supervisão e em colaboração com o “DoJ” - Department of Justice e a “SEC” - Securities Exchange Commission dos Estados Unidos. Até meados de julho de 2016, a Investigação não obteve elementos para comprovar a existência de fatos ilícitos na Companhia.
Novas denúncias e pagamentos indevidos
Ao final de julho de 2016, a Companhia recebeu novas informações sobre desvios, reveladas nas colaborações de ex-executivos da Braskem no âmbito do processo de cooperação da Odebrecht no contexto da operação Lava Jato.
A partir de informações contidas nessas colaborações, a Investigação confirmou a existência de pagamentos realizados a título de serviços prestados por terceiros, sem a comprovação da efetiva contrapartida. Esses pagamentos indevidos foram feitos a 3 empresas situadas no exterior e supostamente derivados da prestação de serviços de intermediação comercial. Essas empresas apenas repassavam os recursos para uma série de outras empresas, as quais, ao final, realizavam pagamentos ilícitos em benefício da Braskem. O montante de pagamentos realizados pela Braskem a essas 3 empresas no período de outubro de 2006 a dezembro de 2014 corresponde a, aproximadamente, R$513 milhões.
Conforme tornou-se público no âmbito dos acordos firmados com DoJ e SEC, os pagamentos ilícitos incluíam, dentre outros, temas relacionados ao contrato de nafta assinado com a Petrobras em 2009 e encerrado em 2014, bem como alterações da legislação fiscal nos planos federal e estadual para obtenção de incentivos fiscais e monetização de créditos tributários que já eram de direito da Companhia.
Com respeito aos resultados, a empresa apresentou, preliminarmente, em 2016, um prejuízo de 770 milhões de reais, sendo que no quarto trimestre, somente, o prejuízo foi de 2,6 bilhões.
No indicador chamado Ebitda a empresa melhorou: 9,3 bilhões para 11,5 bilhões. Mais um argumento para não usar este índice. O fluxo de caixa das atividades operacionais caiu de 8,2 bilhões para 5,1 bilhões.
13 novembro 2015
Ebitda Ajustado
O gráfico mostra o crescimento da utilização do Ebitda Ajustado. Geralmente feito para confundir e manipular, o valor do Ebitda ajustado apresenta pouca informação, mas as empresas insistem a usá-lo.
24 setembro 2014
Medidas suplementares
O Ifac apresentou um guia para medidas financeiras adicionais, denominado Developing and Reporting Supplementary Financial Measures. Isto inclui Ebitda e outras medidas que encontramos nas demonstrações contábeis. O documento é bastante pequeno, e repetitivo em alguns pontos (características da informação contábil, por exemplo). Talvez o ponto mais relevante seja sobre a evidenciação destas medidas. Neste caso o Ifac sugere que se apresente: (1) a definição e o propósito da medida (poucas empresas fazem isto), (2) a mudança nos componentes da medida e suas razões; (3) a reconciliação quantitativa com as medidas contábeis (GAAP); (4) divulgação contextual; (5) garantias e (6) localização e apresentação.
Com respeito a este último item, o IFAC afirma que as medidas suplementares não podem fazer sombra para as medidas contábeis. Assim, a ênfase deve ser nestas últimas, incluindo até o tamanho da letra usada. O IFAC recomenta que as medidas suplementares estejam localizadas no relatório da diretoria.
Veja aqui também, para fins comparativos, um texto do CICA canadense.
Com respeito a este último item, o IFAC afirma que as medidas suplementares não podem fazer sombra para as medidas contábeis. Assim, a ênfase deve ser nestas últimas, incluindo até o tamanho da letra usada. O IFAC recomenta que as medidas suplementares estejam localizadas no relatório da diretoria.
Veja aqui também, para fins comparativos, um texto do CICA canadense.
12 junho 2014
Frase
Cada vez que você ver a palavra EBITDA substitua pelas palavras "bulls*it earnings´
Charlie Munger - Fonte: Aqui
Charlie Munger - Fonte: Aqui
30 abril 2014
Curso de Contabilidade Básica: Ebitda Ajustado
Quando uma empresa publica seus resultados é comum que sejam
dados destaques as notícias positivas. Se as vendas aumentaram, mas o lucro
reduziu, na apresentação inicial a administração irá enfatizar o “crescimento
na participação do mercado”. Havendo melhoria na liquidez com redução
simultânea do capital próprio, a gestão do capital de giro será destacada. E
assim por diante.
Um dos índices de desempenho mais relevante de uma empresa é
o lucro gerado pelos ativos. Este lucro é decorrente da utilização das máquinas,
equipamentos, know-how etc. Alguns analistas entendem que o lucro proveniente
dos ativos não é uma medida adequada de desempenho por considerar, por exemplo,
os valores da depreciação dos ativos de longo prazo, que não seriam substituídos
no próximo exercício. Além disto, o lucro gerado pelos ativos também considera,
em alguns casos, os impostos. Para evitar isto, estes analistas costumam usar um
índice denominado Ebitda. Nesta medida estão expurgados os impostos, a
depreciação e amortização e os juros. De uma maneira geral, o Ebitda tende a
ser muito maior que o lucro gerado pelos ativos. Em razão disto, as empresas “adoram”
destacar seu desempenho através do Ebitda, pois o valor é muito superior ao lucro
proveniente dos ativos.
Mas isto parece que não é suficiente para os otimistas de
uma empresa. Algumas ainda acham que o Ebitda não é uma boa medida de desempenho
e fazem “ajustes”. Estes ajustes variam mas a justificativa geralmente é a
mesma: os gestores consideram o Ebitda ajustado uma medida de desempenho que
reflete melhor a realidade da empresa. E “tome Ebitda ajustado”. Em alguns casos,
a apresentação do desempenho é realizada tomando por base este índice.
A tabela a seguir foi obtida através de dados de 2013 e os
valores do Ebitda e do Ebitda Ajustrado estão em R$ milhões. Em algumas
empresas a diferença entre ambos é de mais de 100%. Em somente três empresas o
Ebitda Ajustado foi menor.
Assim, quando você usar uma demonstração de uma empresa,
tome cuidado com o otimismo exagerado do Ebitda Ajustado. Use com muita cautela
este índice.
Curso de Contabilidade
Básica - Editora Atlas - César Augusto TibúrcioSilva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
16 agosto 2013
Ebitda e Caixa
Sobre o desempenho da OGX (OGX tem prejuízo de R$ 4,7 bi com provisões por fracasso geológico, Brasil Econômico, 15/08/13):
A empresa de petróleo de Eike Batista OGX, que vive uma grave crise de confiança no mercado, amargou prejuízo bilionário no segundo trimestre, impactado principalmente pela provisão de perdas com campos de petróleo considerados inviáveis economicamente.
O prejuízo líquido contábil da petrolífera subiu quase 12 vezes no segundo trimestre, para R$ 4,722 bilhões, ante prejuízo de R$ 398,6 milhões no mesmo período de 2012, informou a empresa nesta quarta-feira (14/8).
O aumento expressivo do prejuízo reflete principalmente despesas de R$ 3,6 bilhões referentes à provisão para perda dos investimentos realizados nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre.
Os três últimos foram considerados inviáveis comercialmente, enquanto o Tubarão Azul, ainda em produção, tende a continuar em declínio, sem novos investimentos após a empresa concluir que sua continuidade também é inviável.
Outros R$ 491 milhões no prejuízo estão associados a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e R$ 491 milhões referem-se a despesas com variação cambial, basicamente não realizadas.
A posição de caixa da empresa de Eike minguou em cerca de US$ 822 milhões no trimestre, encerrando junho em US$ 326 milhões.
"Essa redução ocorreu principalmente devido ao desembolso de US$ 369 milhões (R$ 779 milhões) à OSX", afirmou a companhia em comunicado.
O interessante do texto é revelar que o Ebitda da empresa ainda foi positivo ...
Apesar dos problemas operacionais, a empresa fechou o segundo trimestre com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) positivo de R$ 46 milhões, ante Ebitda negativo de R$ 110 milhões no mesmo período do ano passado.
... e que o caixa reduziu
Emblemática preocupação dos investidores, o caixa da empresa recuou significativamente em seis meses, com queda de R$ 3,4 bilhões em relação a 31 de dezembro de 2012.
Além da compensação para a OSX, a queda na posição do caixa da empresa reflete também investimentos realizados no período de R$ 1,2 bilhão e pagamentos de juros de R$ 344 milhões.
Ou seja, o caixa operacional reduziu.
A empresa de petróleo de Eike Batista OGX, que vive uma grave crise de confiança no mercado, amargou prejuízo bilionário no segundo trimestre, impactado principalmente pela provisão de perdas com campos de petróleo considerados inviáveis economicamente.
O prejuízo líquido contábil da petrolífera subiu quase 12 vezes no segundo trimestre, para R$ 4,722 bilhões, ante prejuízo de R$ 398,6 milhões no mesmo período de 2012, informou a empresa nesta quarta-feira (14/8).
O aumento expressivo do prejuízo reflete principalmente despesas de R$ 3,6 bilhões referentes à provisão para perda dos investimentos realizados nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre.
Os três últimos foram considerados inviáveis comercialmente, enquanto o Tubarão Azul, ainda em produção, tende a continuar em declínio, sem novos investimentos após a empresa concluir que sua continuidade também é inviável.
Outros R$ 491 milhões no prejuízo estão associados a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e R$ 491 milhões referem-se a despesas com variação cambial, basicamente não realizadas.
A posição de caixa da empresa de Eike minguou em cerca de US$ 822 milhões no trimestre, encerrando junho em US$ 326 milhões.
"Essa redução ocorreu principalmente devido ao desembolso de US$ 369 milhões (R$ 779 milhões) à OSX", afirmou a companhia em comunicado.
O interessante do texto é revelar que o Ebitda da empresa ainda foi positivo ...
Apesar dos problemas operacionais, a empresa fechou o segundo trimestre com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) positivo de R$ 46 milhões, ante Ebitda negativo de R$ 110 milhões no mesmo período do ano passado.
... e que o caixa reduziu
Emblemática preocupação dos investidores, o caixa da empresa recuou significativamente em seis meses, com queda de R$ 3,4 bilhões em relação a 31 de dezembro de 2012.
Além da compensação para a OSX, a queda na posição do caixa da empresa reflete também investimentos realizados no período de R$ 1,2 bilhão e pagamentos de juros de R$ 344 milhões.
Ou seja, o caixa operacional reduziu.
31 janeiro 2013
EBITDA
Apesar do uso generalizado, o EBITDA não pode ser considerado um índice sério. Veja um exemplo interessante, de uma empresa que calculou o EBITDA ajustado e o ajuste do EBITDA ajustado:
Management believes that EBITDA (as adjusted), defined as Net income (loss) plus provision (benefit) for income taxes, interest, depreciation, amortization, the goodwill impairment loss and the joint venture investment loss, is a widely-accepted measure of profitability that may be used to measure the Company's ability to service its debt. Adjusted EBITDA (as adjusted), defined as EBITDA plus stock compensation expense, may also be used to measure the Company's ability to service its debt.
Os números estão a seguir (clique na imagem para ver melhor):
Percebam a diferença entre o lucro líquido e o EBITDA! Isto mostra, mais uma vez, que o EBITDA é usado pelas empresas que têm medo de apresentar seu resultado verdadeiro.
Management believes that EBITDA (as adjusted), defined as Net income (loss) plus provision (benefit) for income taxes, interest, depreciation, amortization, the goodwill impairment loss and the joint venture investment loss, is a widely-accepted measure of profitability that may be used to measure the Company's ability to service its debt. Adjusted EBITDA (as adjusted), defined as EBITDA plus stock compensation expense, may also be used to measure the Company's ability to service its debt.
Os números estão a seguir (clique na imagem para ver melhor):
Percebam a diferença entre o lucro líquido e o EBITDA! Isto mostra, mais uma vez, que o EBITDA é usado pelas empresas que têm medo de apresentar seu resultado verdadeiro.
09 outubro 2012
Ebitda
A Comissão de valores mobiliários (CVM) editou ontem instrução que uniformiza (1) o cálculo do lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) entre as empresas abertas brasileiras. A medida foi bem recebida pelo mercado, e poderá facilitar a análise de investimento, já que atualmente cada companhia tem sua própria metodologia, afirmaram gestores ouvidos pelo Valor. (...)
"Existe um cálculo tradicional para o Ebitda, que está nos livros de finanças (2), e ele tem de ser atendido", explicou o superintendente. A empresa está autorizada a divulgar um Ebitda ajustado, calculado pela metodologia que achar mais adequada, desde que também publique o tradicional.
Ao escolher publicar os dois indicadores, a companhia também deve informar a metodologia. "Tem que divulgar tudo o que for necessário para que o investidor entenda como o Ebitda foi ajustado e possa refazer a conta se achar necessário", disse.
A instrução foi elogiada por gestores de investimentos (3), que consideraram a regra positiva e necessária para pôr fim à "bagunça" quando se refere ao cálculo usado pelas companhias para chegar a esse indicador.
Segundo André Querne, analista da Rio Gestão, o Ebitda é relevante para a análise de investimentos (4). "É coerente [a nova regra], pois se cada empresa fizer um ajuste diferente no Ebitda, acaba sendo um indicador não comparável", explicou.
O analista lembra que um dos métodos mais utilizados por gestores é o chamado "valor da firma", que é o FV/Ebitda - a soma do valor de mercado da companhia com sua dívida líquida sobre o Ebitda. Esse cálculo substituiu o P/L, a razão entre o patrimônio e o lucro líquido, indicador utilizado no mercado em meados dos anos 1990 (5).
Querne indica que, atualmente, cada empresa adiciona indicadores ao Ebitda para melhor refletir as características do negócio em que atua. "Existem ajustes inerentes de cada empresa e de cada setor. A maior parte das empresas só divulga o ajustado, e não o tradicional", disse.
"A medida é positiva, porque não impede a empresa de divulgar o ajuste. Por outro lado, mostra qual é o padrão", completou. Além disso, a padronização também facilita a comparação com empresas estrangeiras.
Para um analista de gestora que não quis se identificar, hoje o cálculo do Ebitda é "uma bagunça, pois cada empresa calcula da maneira que lhe convém".
Por outro lado, na opinião de Reno Azevedo, analista da JGP Gestão de Recursos, a instrução editada pela CVM não terá impactos. "Não faz muita diferença. O que importa são as informações divulgadas pela empresa, pois nós mesmos fazemos o cálculo do Ebitda, com a nossa própria metodologia (6)", disse.
A mudança passou por extenso debate no mercado. Segundo a CVM, a discussão foi bem recebida a colaboração dos interlocutores "influenciou muito a minuta final".
Fonte: Aqui
(1) É interessante que esta uniformização já era discutida desde 2006. Veja para isto o livro Teoria da Contabilidade, Niyama e este blogueiro, página 27, exercício 8.
(2) Livro de finanças decente não possui cálculo do Ebitda. Possui uma crítica feroz a este índice.
(3) É triste imaginar que estes gestores tomam decisão de investimento baseado nesta "coisa" chamada Ebitda. O leitor deveria aproveitar e anotar estas empresas para não ser clientes delas.
(4) Como este índice pode ser relevante para análise de investimento? Não faz sentido: não é caixa, não é lucro, não é nada.
(5) O P/L tem um suporte teórico, frágil é verdade, mas possui.
(6) Por um lado este gestor afirmou que acha isto tudo uma bobagem. E é. Mas afirmou que usa o índice.
"Existe um cálculo tradicional para o Ebitda, que está nos livros de finanças (2), e ele tem de ser atendido", explicou o superintendente. A empresa está autorizada a divulgar um Ebitda ajustado, calculado pela metodologia que achar mais adequada, desde que também publique o tradicional.
Ao escolher publicar os dois indicadores, a companhia também deve informar a metodologia. "Tem que divulgar tudo o que for necessário para que o investidor entenda como o Ebitda foi ajustado e possa refazer a conta se achar necessário", disse.
A instrução foi elogiada por gestores de investimentos (3), que consideraram a regra positiva e necessária para pôr fim à "bagunça" quando se refere ao cálculo usado pelas companhias para chegar a esse indicador.
Segundo André Querne, analista da Rio Gestão, o Ebitda é relevante para a análise de investimentos (4). "É coerente [a nova regra], pois se cada empresa fizer um ajuste diferente no Ebitda, acaba sendo um indicador não comparável", explicou.
O analista lembra que um dos métodos mais utilizados por gestores é o chamado "valor da firma", que é o FV/Ebitda - a soma do valor de mercado da companhia com sua dívida líquida sobre o Ebitda. Esse cálculo substituiu o P/L, a razão entre o patrimônio e o lucro líquido, indicador utilizado no mercado em meados dos anos 1990 (5).
Querne indica que, atualmente, cada empresa adiciona indicadores ao Ebitda para melhor refletir as características do negócio em que atua. "Existem ajustes inerentes de cada empresa e de cada setor. A maior parte das empresas só divulga o ajustado, e não o tradicional", disse.
"A medida é positiva, porque não impede a empresa de divulgar o ajuste. Por outro lado, mostra qual é o padrão", completou. Além disso, a padronização também facilita a comparação com empresas estrangeiras.
Para um analista de gestora que não quis se identificar, hoje o cálculo do Ebitda é "uma bagunça, pois cada empresa calcula da maneira que lhe convém".
Por outro lado, na opinião de Reno Azevedo, analista da JGP Gestão de Recursos, a instrução editada pela CVM não terá impactos. "Não faz muita diferença. O que importa são as informações divulgadas pela empresa, pois nós mesmos fazemos o cálculo do Ebitda, com a nossa própria metodologia (6)", disse.
A mudança passou por extenso debate no mercado. Segundo a CVM, a discussão foi bem recebida a colaboração dos interlocutores "influenciou muito a minuta final".
Fonte: Aqui
(1) É interessante que esta uniformização já era discutida desde 2006. Veja para isto o livro Teoria da Contabilidade, Niyama e este blogueiro, página 27, exercício 8.
(2) Livro de finanças decente não possui cálculo do Ebitda. Possui uma crítica feroz a este índice.
(3) É triste imaginar que estes gestores tomam decisão de investimento baseado nesta "coisa" chamada Ebitda. O leitor deveria aproveitar e anotar estas empresas para não ser clientes delas.
(4) Como este índice pode ser relevante para análise de investimento? Não faz sentido: não é caixa, não é lucro, não é nada.
(5) O P/L tem um suporte teórico, frágil é verdade, mas possui.
(6) Por um lado este gestor afirmou que acha isto tudo uma bobagem. E é. Mas afirmou que usa o índice.
14 março 2012
Ebitda
Definição – O EBITDA é a sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Corresponde a uma forma de calcular um lucro, obtido a partir da demonstração do resultado, sem levar em consideração estes itens.
Fórmula – Ebitda = Lucro Operacional Antes do Imposto de Renda e Despesa Financeira + Depreciação + Amortização
Sendo
Lucro Operacional – corresponde ao resultado operacional da empresa, antes do cálculo do imposto de renda. Ou seja, corresponde ao resultado proveniente dos ativos da empresa. Isto deveria incluir as receitas financeiras, assim como o resultado com investimentos realizados em outras empresas e outros tipos de receitas. Como nós calculamos o lucro operacional correto antes da despesa financeira, não é necessário incluir a despesa financeira no cálculo.
Depreciação e Amortização – refere-se a parcela destas despesas, que podem estar nas despesas operacionais ou no custo dos produtos industrializados pela empresa que foram vendidos no período.
Unidade de Medida – O Ebitda está expresso em reais.
Intervalo da medida – A rigor, pode variar de um número negativo até um número positivo. Entretanto como não considera as despesas financeiras, os impostos e a depreciação e amortização, o Ebitda tende a ser positivo. A história deste índice mostra que ele foi divulgado exatamente por transformar resultados operacionais negativos em Ebitda positivo. Ou seja, é um índice que foi criado para ser positivo.
Como calcular – A CVM tem uma instrução própria mostrando como as empresas devem calcular o Ebitda para fins de divulgação. Esta instrução foi criada em razão das diversas formas que estavam sendo usadas no mercado para obter este valor. Ela é válida para empresas de capital aberto.
Iremos mostrar como se deve fazer o cálculo para qualquer tipo de empresa. A figura a seguir mostra a demonstração do resultado da Gerdau S/A obtida no seguinte endereço.
Com a figura acima é possível calcular o lucro operacional antes das despesas financeiras.
Lucro Operacional = Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro + Despesas Financeiras =1 981 661 + 298 451 = 2 280 112 mil reais
Observe que a despesa financeira é somada uma vez que não entra no cálculo do lucro operacional.
É necessário obter a informação da depreciação e amortização. Em geral este valor é obtido na Demonstração dos Fluxos de Caixa. Veja o extrato desta demonstração para Gerdau S/A a seguir
Lembrando que
Ebitda = Lucro Operacional + Amortização e Depreciações
Ebitda = 2 280 112 + 128 383 = 2 408 495 mil reais.
Ou seja, o Ebitda da Gerdau S/A foi de 2,4 bilhões de reais em 2011.
Grau de utilidade – Regular. Alguns investidores usam o Ebitda para empresas novas, tentando projetar o seu grau de viabilidade. Em algumas empresas o Ebitda é usado para fins de remuneração.
Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelo índices mais conservadores.
Observações Adicionais
a) O Ebitda também tem sido usado em certos índices, seja no numerador ou no denominador. Assim, é possível encontrar “ebitda sobre vendas” ou “valor do empreendimento sobre ebitda”.
b) Em geral o resultado do Ebitda é mais favorável para empresa que o lucro operacional. Por este motivo, as empresas com prejuízo operacional preferem destacar o Ebitda, que tende a apresentar um resultado melhor para empresa.
c) O Ebitda é muito controverso. O famoso investidor Warren Buffett, numa de suas cartas anuais para os acionistas de sua empresa, criticou esta medida.
Leia mais:
Fórmula – Ebitda = Lucro Operacional Antes do Imposto de Renda e Despesa Financeira + Depreciação + Amortização
Sendo
Lucro Operacional – corresponde ao resultado operacional da empresa, antes do cálculo do imposto de renda. Ou seja, corresponde ao resultado proveniente dos ativos da empresa. Isto deveria incluir as receitas financeiras, assim como o resultado com investimentos realizados em outras empresas e outros tipos de receitas. Como nós calculamos o lucro operacional correto antes da despesa financeira, não é necessário incluir a despesa financeira no cálculo.
Depreciação e Amortização – refere-se a parcela destas despesas, que podem estar nas despesas operacionais ou no custo dos produtos industrializados pela empresa que foram vendidos no período.
Unidade de Medida – O Ebitda está expresso em reais.
Intervalo da medida – A rigor, pode variar de um número negativo até um número positivo. Entretanto como não considera as despesas financeiras, os impostos e a depreciação e amortização, o Ebitda tende a ser positivo. A história deste índice mostra que ele foi divulgado exatamente por transformar resultados operacionais negativos em Ebitda positivo. Ou seja, é um índice que foi criado para ser positivo.
Como calcular – A CVM tem uma instrução própria mostrando como as empresas devem calcular o Ebitda para fins de divulgação. Esta instrução foi criada em razão das diversas formas que estavam sendo usadas no mercado para obter este valor. Ela é válida para empresas de capital aberto.
Iremos mostrar como se deve fazer o cálculo para qualquer tipo de empresa. A figura a seguir mostra a demonstração do resultado da Gerdau S/A obtida no seguinte endereço.
Com a figura acima é possível calcular o lucro operacional antes das despesas financeiras.
Lucro Operacional = Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro + Despesas Financeiras =1 981 661 + 298 451 = 2 280 112 mil reais
Observe que a despesa financeira é somada uma vez que não entra no cálculo do lucro operacional.
É necessário obter a informação da depreciação e amortização. Em geral este valor é obtido na Demonstração dos Fluxos de Caixa. Veja o extrato desta demonstração para Gerdau S/A a seguir
Lembrando que
Ebitda = Lucro Operacional + Amortização e Depreciações
Ebitda = 2 280 112 + 128 383 = 2 408 495 mil reais.
Ou seja, o Ebitda da Gerdau S/A foi de 2,4 bilhões de reais em 2011.
Grau de utilidade – Regular. Alguns investidores usam o Ebitda para empresas novas, tentando projetar o seu grau de viabilidade. Em algumas empresas o Ebitda é usado para fins de remuneração.
Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelo índices mais conservadores.
Observações Adicionais
a) O Ebitda também tem sido usado em certos índices, seja no numerador ou no denominador. Assim, é possível encontrar “ebitda sobre vendas” ou “valor do empreendimento sobre ebitda”.
b) Em geral o resultado do Ebitda é mais favorável para empresa que o lucro operacional. Por este motivo, as empresas com prejuízo operacional preferem destacar o Ebitda, que tende a apresentar um resultado melhor para empresa.
c) O Ebitda é muito controverso. O famoso investidor Warren Buffett, numa de suas cartas anuais para os acionistas de sua empresa, criticou esta medida.
Leia mais:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado,
02 dezembro 2011
Ebitda
A elaboração de uma nova regra para que as empresas divulguem seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) está em fase final na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), segundo Alexsandro Lopes, diretor da autarquia. O período de audiência pública para avaliar a nova regra terminou e agora o regulador está ajustando os últimos detalhes para lançar a instrução que exigirá o cálculo padrão.
“Nossas avaliações estão bem adiantadas e já estamos nas considerações finais”, afirmou Lopes, que não deu um prazo para que a nova regra entre em vigor.
Para Clodoir Vieira, economista da corretora Souza Barros, a mudança faz sentido pois hoje cada empresa divulga seu Ebitda de uma forma, o que dificulta a análise do mercado. “Como não há padronização, as companhias divulgam o que é melhor para si.”
Lopes afirma que a nova instrução irá corrigir isso. “Hoje o Ebitda é muito usado e extremamente relevante. Tínhamos essa demanda do mercado.”
Segundo ele, a CVM pode observar durante a audiência pública que a mudança será muito bem recebida. “O caso do Ebitda teve muitos comentários, que foram surpreendentemente favoráveis”, disse.
Fonte: aqui
“Nossas avaliações estão bem adiantadas e já estamos nas considerações finais”, afirmou Lopes, que não deu um prazo para que a nova regra entre em vigor.
Para Clodoir Vieira, economista da corretora Souza Barros, a mudança faz sentido pois hoje cada empresa divulga seu Ebitda de uma forma, o que dificulta a análise do mercado. “Como não há padronização, as companhias divulgam o que é melhor para si.”
Lopes afirma que a nova instrução irá corrigir isso. “Hoje o Ebitda é muito usado e extremamente relevante. Tínhamos essa demanda do mercado.”
Segundo ele, a CVM pode observar durante a audiência pública que a mudança será muito bem recebida. “O caso do Ebitda teve muitos comentários, que foram surpreendentemente favoráveis”, disse.
Fonte: aqui
02 setembro 2011
IPO do Zynga
Por Pedro Correia
O Zynga, empresa que produz os aplicativos mais populares do Facebook ( Farmville, CityVille , Empires & Alliese e Zynga Poker ) , entrou com pedido para levantar US $ 1 bilhão em um IPO.A companhia afirma que os recursos serão utilizados para a o desenvolvimento de jogos, atividades de marketing, e novas aquisições. A empresa informou que opera em 166 países e vende 38 mil itens virtuais a cada segundo. Ela possui 62 milhões de usuários ativos por dia e 232 milhões de usuários ativos mensais. Surpreendentemente, as pessoas jogam dois bilhões de minutos por dia.
A empresa foi fundada, em 2007, por Mark Pincus,é um fenômeno de rápido crescimento e sucesso nas redes sociais. Recentemente, fechou contrato de 5 anos com o Facebook, que proporciona a utilização dos créditos da maior rede social do mundo para a compra de bens virtuais por parte de seus jogadores.Os itens dos jogos são comprados diretamente no Facebook ou através de cartões de presente comprado em lojas.O Zynga também ganha dinheiro com publicidade e jogos para celular, mas essas receitas são bem menores.
O Zynga será a primeira empresa americana a realizar a abertura de capital , com sua riqueza oriunda da venda de bens digitais. Este IPO irá criar uma série de novos problemas para os reguladores, pois existem diversas dificuldades no reconhecimento da receita da venda de bens digitais. A SEC e outros órgãos ainda não chegaram a definir um método legal para o registro contábil da venda de bens virtuais. Isso faz com que as empresas contabilizem da forma com que acham que seja mais adequado.
É interessante observar a nota de rodapé referente ao reconhcimento da receita do Zynga:
“We derive revenue from the sale of virtual goods associated with our online games and the sale of advertising within our games… We operate our games as live services that allow players to play for free. Within these games, players can purchase virtual currency to obtain virtual goods to enhance their game-playing experience.”
Outra parte curiosa:
“The proceeds from the sale of virtual goods are initially recorded in deferred revenue. We categorize our virtual goods as either consumable or durable. Consumable virtual goods represent goods that can be consumed by a specific player action. For the sale of consumable virtual goods, we recognize revenue as the goods are consumed, which approximates one month. Durable virtual goods represent virtual goods that are accessible to the player over an extended period of time. We recognize revenue from the sale of durable virtual goods ratably over the estimated average playing period of paying players for the applicable game, which represents our best estimate of the estimated average life of durable virtual goods.”
Um pouco mais detalhado em 11 de agosto de 2011:
“We recognize revenue from the sale of durable virtual goods ratably over the estimated average playing period of paying players for the applicable game, which represents our best estimate of the average life of our durable virtual goods. If we do not have the ability to differentiate revenue attributable to durable virtual goods from consumable virtual goods for a specific game, we recognize revenue from the sale of durable and consumable virtual goods for that game ratably over the estimated average period that paying players typically play our games. We determine our estimated average playing period of paying players for each significant game beginning with the time a player first purchases a virtual good. For the three months ended March 31, 2011, the estimated average playing period of paying players for our games ranged from ten to 25 months.”
Em suma,a correlação entre o mundo de fantasia dos jogadores do Zynga e o desempenho da receita é totalmente espúria. Provavelmente, a empresa está subestimando suas receitas para evitar potencias problemas de competição.
Em 2010, as receitas da empresa totalizaram 597,5 milhões de dólares americanos, em comparação com 121,5 milhões dólares em 2009. Nos três primeiros meses de 2011, a receita totalizou 235,4 milhões dólares americanos.Em 2010, os lucros totalizaram US $ 27,9 milhões, revertendo uma perda de 2009 de US $ 52,8 milhões.
O EBITDA ajustado aumentou de US $ 4,5 milhões em 2009, para 392,7 milhões dólares, em 2010. Segundo o Zynga, o EBITDA ajustado, é calculado desconsiderando-se a partir do lucro operacional não só os juros, impostos, depreciação e amortização, mas também prejuízos jurídicos, remuneração baseada em ações, e as mudança na receita diferida. Quase sempre, as empresas que exaltam os números do EBITDA, o fazem, porque seu lucro não é atraente e seus fluxos de caixa são negativos. O Zynga é uma exceção. Como o EBITDA é uma medida de desempenho operacional questionável, é mais adeaquado verificar o fluxo de caixa. Ademais, é estranho pensar que juros, impostos, as perdas legais, remuneração baseada em ações, e as mudanças na receita diferida não têm implicações no fluxo de caixa.
Joseph Menn no Financial Times aponta para alguns riscos do modelo de negócio do Zynga. A empresa, por exemplo, é vulnerável a hackers,e seu CEO Mark Pincus poussui partes de uma classe especial de ação, que lhe daria o controle da empresa. Christopher Zinsli no The Wall Street Journal ,aponta para outros riscos,além da total dependência do Facebook.
Em conclusão, é preciso levar em conta todos esses fatores no momento de precificar a ação do Zynga.
Mais informações : aqui, aqui, aqui, aqui
Assinar:
Postagens (Atom)