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15 setembro 2017

Defesa de mestrado



Estudante da África do Sul não deixa bandidos tomarem sua bolsa com a única cópia da dissertação de mestrado

Isso porque, Ntusi carregava na bolsa um HD externo com sua tese de mestrado. Se tivesse a bolsa roubada, a estudante levaria mais um ano para reescrever a tese.

Ela, que é pesquisadora do Serviço Laboratorial de Saúde Nacional, em Joanesburgo, cursa uma especialização em zoologia molecular. Ntusi informou que depois do susto irá fazer mais cópias de seu trabalho.

09 dezembro 2014

VDM: Publicar a dissertação de graça?

No início de julho, recebi um e-mail, do representante de uma editora. Dizia ele que havia encontrado minha dissertação na base de dados da universidade, e que a editora gostaria de publicá-la. O formato do e-mail é o seguinte:

“Prezado [autor]:
Dirijo-me a você em representação da editora Novas Edições Acadêmicas.
Encontramos uma referência ao seu trabalho intitulado “[título]“, consultando a base de dados da [instituição de ensino superior].
Me comunico com você para oferecer-lhe a oportunidade de publicá-lo em forma de livro impresso de maneira gratuita.”

Minha primeira reação: “Piá, que massa! Vou publicar “de grátis”!“

Segundos depois lembrei dos amigos que já publicaram seus trabalhos acadêmicos, e como foi difícil para muitos ter de arcar com os custos de edição, tiragem mínima, revisão, distribuição, etc.

Segunda reação: “Quando a esmola é demais…“  [Ou: não exste almoço grátis].

Resolvi pesquisar no Google o nome da editora, mas não encontrei queixas. Então usei o nome da empresa responsável pela editora.

O grupo responsável pela marca é o VDM Publishing, grupo alemão, também responsável pela editora Lambert Academic Publishing (LAP). Usando o nome da LAP no Google, você encontrará inúmeras críticas ao grupo. Sugiro darem uma olhada nestes blogs:

1. Lambert Academic Publishing Continues to Spam

2. Why You Shouldn’t Publish with Lap Lambert, German Publishing House

3. Behind Lambert Academic Publishing’s marketing gimmick

4. Lambert Academic Publishing (or How Not to Publish Your Thesis)

Resumidamente, a prática do VDM é a seguinte: eles entram em contato com vários autores, dizendo que irão “publicar” o livro de graça. Na verdade, o que eles fazem é fornecer uma edição digital da sua dissertação ou monografia, com a capa da editora. Todo o trabalho de revisão de texto fica com o autor. Se você quiser seu livro impresso, terá de pagar. E não é barato (o site cobra em euro!), além da qualidade do material não ser das melhores.

Não vejo problemas com o estilo “on demand” em editoras que prezam pela qualidade do texto publicado, mas o que dizer das editoras do grupo VDM? Elas sequer fazem a revisão do texto ou solicitam a análise da obra por especialistas na área.

Terceira reação: “Mas se eles querem publicar em formato de livro um trabalho que já está disponível na internet, por que não?“.

Literalmente falando, seria como pegar minha dissertação, colocar uma capa com a minha foto, nome de editora e número de ISBN. O problema é que eu consultei a base do ISBN e não encontrei a editora NEA. Testei os números de ISBN de algumas obras do catálogo da editora e nenhuma constava na base.

Lá fora, ter a obra publicada por uma editora VDM não rende muitos pontos. O grupo se aproveita da máquina de produção de textos que virou o mundo científico: ter um bom currículo implica ter muitas publicações (lattes, um beijo grande!), e diante da possibilidade de publicar de graça uma dissertação ou monografia em formato de livro, quem resiste?

Mas é bom ficar de olho: caso queria publicar pelas editoras do grupo VDM, considere o risco de ceder os direitos de sua obra a um grupo internacionalmente criticado.

Texto escrito por Wellington Oliveira dos Santos – Doutorando em Educação via Pos-Graduando

21 junho 2012

Fora do Tema: Ainda sobre a Finatec

Queridos leitores,

mais um momento fora do tópico (como diria o professor David Albrecht) segue abaixo a indicação que recebi do professor Dr. Marcelo Hermes Lima. Este é o resumo da dissertação da aluna Érica Santana Neves (UnB):

03 dezembro 2011

Leitura acadêmica


Quando a professora Peg Boyle (e autora do livro “Demystifying Dissertation Writing”) ministra aulas sobre a leitura acadêmica e o fundamento de uma dissertação, ela afirma que se os alunos não tomarem notas sobre o livro ou artigo, que nem se preocupem em ler. Aliás, ao invés disso, que leiam um romance!

Isso porque o propósito da leitura acadêmica não é apenas aprender, como também possibilitar que isso seja usado como um tijolo para construir a parede, que é o seu trabalho. A professora, em estilo agradável, compartilha que se um artigo acadêmico não é interessante o suficiente para que ela tome notas, então não o lê. Simples. Ela preferiria, no lugar, reler alguns dos livros do Harry Potter. Sejamos honestos e diretos ao invés de ficar se enganando para amenizar a consciência.

As brincadeiras dão o tom para que se perceba que a leitura acadêmica tem um propósito distinto. A meta é que você estabeleça a compreensão de uma discussão, as ferramentas que fornecem evidências que você está na discussão e a base com a qual você poderá contribuir com a tal da discussão. Legal, não? Melhor que fingir que entende de contabilidade financeira nos países anglo-saxônicos é realmente entender. Dá menos trabalho. Acredite.

20 agosto 2011

Bloqueio de escritor

Por Isabel Sales

Nas últimas semanas conversamos sobre alguns problemas que criam o bloqueio de escritor: depressão, impaciência, perfeccionismo e procrastinação.

Eu terminei recentemente a minha dissertação e, infelizmente ou não, passei por todos os estágios descritos. Tive problemas pessoais, perdi uma pessoa importante, surtei, travei, chorei. Como ajuda de experiências pessoais acrescento aos relatos de Peg Boyle que:

-Se eu não tivesse me pronunciado e falado com alguém que eu estava com problemas, não teria recebido o apoio necessário para superar certas limitações que não caem bem com a pós-graduação.

- Se eu não tivesse marcado de estudar com uma amiga e ela não me desse bronca nos dias em que tentei faltar (é natural ficar cansado, mas a rotina é essencial), não teria produzido tanto. Então acredite no poder do parceiro de estudos, mesmo que o trabalho de vocês seja completamente diferente.

- Se eu não fizesse um relato praticamente diário para um bom amigo, que não entendia nada de contabilidade, mas sabia observar o meu progresso, também teria enrolado outras tantas vezes. Só de pensar em prestar contas eu apertava o passo.

- Se eu não conversasse com o meu orientador para que ele entendesse o que eu estava passando e assim pudesse me ajudar, meu trabalho seria desastroso. Comunicação sem ruídos é fundamental. Inclusive, cheguei até a marcar reunião com ele, de quem me tornei fã indiscutível, sem uma pauta específica, somente por saber que conversar sobre o trabalho iria me reanimar.

- Por fim, em outras circunstâncias eu negaria isso até a morte, mas vou confessar a vocês, meus queridos leitores, que colei frases de incentivo por todo o meu local de estudo (com direito a colagem e glitter). Também peguei o hábito de ir rascunhando os agradecimentos, epígrafe, qualquer pedacinho do trabalho porque às vezes isso me colocava no embalo para escrever as seções. Não deixem a revisão da escrita, das normas ABNT (ou as que se aplicarem à sua instituição) para a última hora. Utilize isso como fuga quando não conseguir escrever o referencial ou analisar os resultados.

Por fim espero que as postagens sobre bloqueio de escritor os ajudem. Tenham uma ótima produção científica!

07 agosto 2011

Bloqueio de escritor: impaciência

Bloqueio de escritor: impaciência - Por Isabel Sales

Nós já falamos sobre como a depressão que rodeia alguns momentos da pós-graduação podem causar o bloqueio de escritor. Hoje vamos falar sobre como a impaciência pode te atrapalhar tanto quanto a disforia ou ainda mais. ... Isso pode parecer contraditório a primeira vista. Você deve pensar: “como correr para completar algo pode ser considerado um bloqueio?”.

Eu sou uma pessoa levemente impaciente então escrevo com um tanto de experiência, mas também, como na postagem anterior, repasso os conselhos de Peg Boyle Single, Ph. D, autora do livro “Demystifying dissertation writing”, sem publicação em português.

A impaciência ajuda o bloqueio via um senso de urgência: não é realizada uma quantidade suficiente de pré-escrita (como, por exemplo, fazer anotações, o delineamento conceitual) para permitir a preparação que uma boa escrita demanda; não são realizadas reescritas ou revisões o suficiente para conduzir a escrita de uma forma polida e livre de erros; não se escreve o suficiente de modo confortável e não cansativo.

Se você passa pelo estágio da impaciência, pode utilizar algumas estratégias para superá-la. O bloqueio de escritor ocorre quando não se está pronto para escrever. Se você lida com a impaciência, é particularmente importante que complete um longo delineamento de referências antes de começar a escrever em prosa.

[Você pode até pensar que pode se jogar (ou se sentir tentado a escrever, mesmo sabendo que ainda não deveria) e que tem o suficiente para dizer sobre o seu projeto, mas você frequentemente perceberá que, por não estar preparado ainda, terá que reescrever muito do que já foi feito.] Portanto, leve o tempo necessário para que você faça a pré-escrita indispensável e as suas chances de superar a impaciência aumentam dramaticamente.

Frequentemente, quem é impaciente também tem a tendência a começar vários projetos ao mesmo tempo e até o entusiasmo necessário para se desempenhar bem, mas isso não é produtivo, já que provavelmente não há aprofundamento o suficiente nessas atividades. Então mantenha os seus projetos em controle. Restrinja as suas atividades. Por exemplo, proponha-se a não participar de um novo artigo até que a proposta da sua dissertação esteja completa. Você estará melhor se tiver uma ou duas apresentações e uma dissertação completa do que cinco ou seis apresentações e TMD (tudo menos dissertação, ou all but dissertationABD). Mantenha o foco.

Peg tem uma regra de 24 h: não concorde com nenhuma atividade ou responsabilidade adicional, não importa o quão convidativas, sem pensar por ao menos 24 h no assunto. Tente responder algo como: “Essa é um grande oportunidade, obrigada. Posso pensar nisso até amanhã ou até o fim da semana e te retornar?”. Esteja preparado com essa resposta ao te pedirem para participar de algo. Claro, você pode modificar um pouquinho... desde que essa alteração não envolva respostas nessa linha: “Sim! Claro!!! Será um prazer!!! Obrigada pela oportunidade! Eu tenho que escrever uma dissertação, mas vai ser ótimo me distrair com algo diferente! Pode anotar aí o meu nome pois com certeza participarei!”, ok?

Além disso, acrescente intervalos a sua rotina regular de escrita. Nós, impacientes, temos a mania de escrever horas a fio até que a nossa mão comece a doer (ou a cabeça, ou a vista, ou as costas, ...) ou ter câimbras. Escreva por quarenta e cinco minutos, pare, respire, alongue-se. Isso ajudará a prevenir problemas graves como lesões por esforços repetitivos.

No livro há a indicação de que se você é impaciente, talvez tenha sido muito desapontado no passado ou tenha expectativas altamente irreais. Portanto, liberte-se – tenha expectativas reais e alcançáveis. Não tente quebrar recordes e ganhar prêmios, isso poderá se virar contra você. Expectativas irreais quanto a sua escrita podem criar bloqueios e te impedir de se engajar em uma rotina regular de escrita, que é muito importante para que se complete um projeto grande e intimidador. Enquanto você se volta para a sua impaciência, perceba que o processo da escrita é sobre ser mortal, perceber as suas limitações, se perdoar e seguir em frente.

Todos nós temos defeitos e limitações. O diferencial é estar disposto a superá-los de forma correta e realista.

03 agosto 2011

Bloqueio de escritor: Depressão

Bloqueio de escritor: Depressão - Por Isabel Sales

Dizem que o bloqueio de escritor ocorre quando tentamos escrever antes de estarmos preparados. Quando você está escrevendo um trabalho de pós-graduação e passa por um bloqueio provavelmente está tentando escrever em prosa sem ter uma clara ideia do que pretende transmitir ou a estrutura com a qual deseja trabalhar.

No livro ”Demystifying dissertation writing” a autora Peg Boyle Single, Ph. D, descreve alguns motivos para que tenhamos o tal bloqueio de escritor. Pode ser em consequência ao seu perfeccionismo, procrastinação, impaciência, depressão. Pretendo falar sobre todos, em tempo, mas hoje vou focar a depressão.

De uma forma geral, estudantes parecem experimentar dois pontos mais baixos quando estão cursando a pós-graduação. O primeiro ocorre por volta do primeiro semestre. Como é de se esperar, cursos de pós-graduação são geralmente mais exigentes que os de graduação. Alunos que são excelentes na graduação são desafiados a um novo nível de desempenho. Estudantes que estiveram no topo de suas turmas estão agora na média. Assim, muitos alunos de mestrado mencionam largar durante as provas do final do primeiro semestre. Inclusive a autora do livro.

Peg conta que nunca se esquecerá da conversa que teve com seu pai, algo como: “pai, vou largar o curso de mestrado”. Ele abaixou o jornal, olhou pra ela e falou: “tudo bem. Apenas termine esse semestre e atualize o seu currículo. Você poderá conseguir um emprego como contadora”.

Silêncio. Ela havia voltado para a pós-graduação por querer uma alteração profissional. Ela tinha um grau de bacharel em contabilidade e após alguns anos trabalhando na área, percebeu que nunca seria feliz gastando suas horas de trabalho como uma contadora ou auditora. Quando conduziu entrevistas com alunos do primeiro ano da pós-graduação para a sua dissertação, percebeu que muitos consideraram largar ao fim do primeiro semestre também. Eles estavam estudando para provas finais e terminando trabalhos que os desafiavam muito além do que havia antes conhecido.

Peg terminou o primeiro semestre e considerou as suas opções durante as férias. Ela não atualizou seu currículo e voltou para a universidade no semestre seguinte. Uma ótima decisão. Apesar de ainda utilizar seu aprendizado contábil, é mais feliz investindo o seu tempo escrevendo e lecionando ao invés de reconciliando contas e auditando registros.

O segundo ponto baixo experimentado pelos alunos é logo antes da dissertação. A camaradagem é mínima. O alicerce fornecido pela estrutura do curso se foi. A única coisa a perseguir é um projeto em longo prazo. Frequentemente nesse momento os alunos experimentam o isolamento. Esse é o horário nobre para que a depressão venha rastejando e a falta de ânimo o impeça de prosseguir na dissertação. O apoio social é de grande importância durante um tempo como esses.

Peg iniciou seu próprio suporte social quando estava finalizando a sua dissertação. Ela pediu que três outros alunos se juntassem a ela em uma atividade semanal de escrita em grupo. Cada reunião era em sua mesa de café da manhã, um do grupo compartilhava seu trabalho por meia hora. Essa pessoa poderia enviar seu trabalho por e-mail ao resto do grupo antecipadamente para que todos pudessem revisar e dar retornos pontuais. Mais tarde o grupo compartilhava seu progresso da semana. Todos completaram a dissertação em tempo oportuno.

Muitas vezes o suporte social pode deter ou te tirar da depressão ou disforia, mas nem sempre. Se a depressão ou a disforia se tornar um obstáculo para você, procure ajuda profissional. A pós-graduação é estressante, assim como trabalhar no seu projeto de dissertação e contemplar a vida após o término do curso. Se você quiser procurar um terapeuta, pode ir ao centro de aconselhamento da sua universidade ou obter uma recomendação do seu médico principal ou de outros alunos do seu curso. Se você precisar de ajuda, por favor busque-a. Não trate isso de forma leviana.

Posteriormente falaremos de outros obstáculos.

30 junho 2011

O que deve conter um resumo?

Já comentamos em postagem anterior o conteúdo de uma conclusão e de um título. Hoje, algumas observações sobre o resumo.

Talvez o melhor conselho é observar os periódicos que são publicados pela Emerald. Esta editora padronizou o resumo onde os autores devem apresentar:

a) Propósito – ou seja, qual a finalidade do texto? Observem que este termo é mais abrangente que o “objetivo”, mas existe aqui uma similaridade.

b) Desenho/Metodologia/Abordagem – Aqui o destaque é para como foi realizado o trabalho. É importante notar que os principais autores de periódicos científicos não estão preocupados em classificar a pesquisa. O importante é informar como foi feita a pesquisa.

c) Achados – O que foi encontrado com a pesquisa. Alguns autores procuram esconder do leitor às descobertas, tentando induzir a leitura completa do artigo. Eles deveriam escrever novelas ou romances de suspense, não um texto científico. Dos itens que devem compor o resumo, este deveria ser o de maior destaque.

d) Implicações práticas – em outras palavras, queremos saber o efeito prático da pesquisa. Como a pesquisa pode ajudar na melhoria do nosso mundo. Provavelmente este é um item difícil de ser escrito.

e) Originalidade/valor – O que a pesquisa diferencia das demais.

É interessante notar que a estrutura proposta pelos periódicos da Emerald termina sendo um bom guia prático para fazermos nossos resumos.

Em geral, os autores dão pouco valor ao resumo. Mas isto não deveria ocorrer por duas razões. Em primeiro lugar, é cada vez maior o número de congressos e periódicos que faz uma primeira triagem no resumo. Se o assunto parecer pouco relevante, por exemplo, o texto é descartado. O segundo motivo para que o resumo seja importante é que ele atrai o leitor. Encontrando um artigo que me interesse, pela leitura do título, leio o resumo para verificar se realmente posso gastar meu tempo na sua leitura. Observem que em postagem anterior a leitura do resumo aparecia em segundo lugar num roteiro para leitura de um artigo.

A primeira impressão é aquela que fica. Isto diz tudo sobre a relevância do resumo.

04 junho 2011

P.S. Invadindo o mundo da tecnologia da informação

P.S. Invadindo o mundo da tecnologia da informação – Parte 3 - Por Isabel Sales

Ainda como o “modo organização” ligado, me indicaram mais alguns programas que repasso a vocês (continuação dessa postagem):


Programas:

Zotero: Um software gratuito “complemento para o Firefox capaz de catalogar páginas da internet automaticamente e manter organizada a coleção de itens de sua preferência”. É possível utilizar as normas ABNT! Mais informações: aqui.

Mendeley: Organiza os seus arquivos, cria as referências automaticamente, disponibiliza, assim como o Dropbox, espaço de armazenamento on line. É um programa gratuito e disponível para iPads, iPhones... Parece ser muito bom! Assim que possível vou testar. Por enquanto me contento com as avaliações de vocês!

Eu, particularmente, instalei o JabRef e estou satisfeita. Mas, para que gosta de pesquisar mais antes de escolher um programa, ficam as dicas. Aqui um link do Wikipédia (em inglês) comparando vários softwares de gerenciamento de referências.

Agradeço a participação dos leitores, em especial as dicas do André Andrade.


Parte 1 (Agregador de Feeds): aqui
Parte 2 (Dropbox): aqui
Parte 3 (JabRef): aqui
Parte 4 (Plagius): aqui

18 fevereiro 2011

O que deve ter uma "conclusão" de um trabalho científico?

A conclusão é a parte mais desprezada de um trabalho científico. Geralmente deixamos para o final, quando já estamos exaustos com a pesquisa. E temos dificuldade em escrevê-la. Existe um pesquisador que afirmou que por ele seus trabalhos nunca teriam o item “conclusão”, pois as mesmas são facilmente obtidas a partir da leitura do texto. Mas ele reconhece que isto tornaria difícil a aprovação do artigo num periódico de renome e por isto ele faz uma conclusão suscinta.

Aqui um roteiro sobre o que deve e o que não deve conter uma conclusão

O que não deve estar na conclusão

1. O objetivo do trabalho – Na realidade o objetivo só deve ser enunciado uma vez. Se o texto é claro, não é necessário repetição.
2. Os resultados do trabalho – Novamente o mesmo do anterior. Os resultados já estão no resumo, na introdução (e isto mesmo) e na análise de dados. Repeti-los na conclusão é considerar o leitor um prejudicado mentalmente.
3. O resumo do trabalho – Parece incrível, mas o resumo do trabalho deve estar numa seção chamada “resumo”.
4. As limitações – as limitações devem estar ao longo do trabalho, sempre que o assunto for abordado. Assim, quando se fala da amostra, as limitações decorrentes da amostra podem ser apresentadas.

Observe que as restrições acima fazem com que a conclusão seja algo realmente reduzido. Um trabalho de oitenta folhas poderia ter uma conclusão de no máximo uma página. Num artigo de vinte páginas, dois ou três parágrafos. Entretanto, isto é controverso. Algumas pessoas acham que a conclusão deve ser mais extensa.

O que pode estar na conclusão do trabalho

1. Uma opinião sincera e honesta sobre os achados – Os achados são relevantes para a ciência? Como podem contribuir para a melhoria do conhecimento científico? Quais os novos rumos das pesquisas futuras? Neste caso, as frases devem estar baseadas nos dados que foram analisados.

2. Sugestões de pesquisas futuras – Decorrentes das dificuldades encontradas, o pesquisador pode sugerir novos rumos a serem investigados.

P.S. Veja este link

23 janeiro 2011

Mais sobre o projeto de pesquisa

Após a postagem “para começar o projeto de pesquisa”, senti a necessidade de acrescentar mais algumas informações presentes no livro de Nicholas Walliman “Your Research Project”. Isso porque na empolgação do momento embolada com a areia escorrendo pela ampulheta, esquecemos-nos de nos atentar a pontos óbvios e importantes do nosso trabalho.

Para quem esta se iniciando no mundo acadêmico, essa postagem serve como uma rapidíssima aula de metodologia. Para os mais experientes, cairá como uma lista de checagem do que foi utilizado, ou não. Vamos lá!

Título: tem a função de agregar a essência do trabalho. Use poucas palavras: duas linhas bastam. Evite frases com “uma investigação sobre”, “um estudo de”, “aspectos da”, já que são atributos óbvios de uma pesquisa.

Lembre-se: O título será a vitrine do seu trabalho. Com ele, seu público-alvo saberá o que esperar daquela leitura.

Objetivos: são uma introdução ao coração do projeto. Saiba explicar em algumas linhas o que você fará em seu trabalho. Não exagere. Disponha de tempo para que o resultado final não precise ser alcançado em apenas alguns minutos. Permita-se experimentar novas formas, trocar as frases, buscar outras abordagens até que se decida pelos objetivos mais apropriados.

Escolha apenas um objetivo geral. Mais que um significa múltiplas pesquisas. Ao apontar os objetivos específicos, utilize apenas ações principais para a sua pesquisa. “Baixar os dados da amostra”, por exemplo, não deverá ser considerado um objetivo específico. Isso deverá ser descrito na metodologia da pesquisa.

Referencial teórico: é necessário explicar ao leitor a sua proposta e o contexto no qual o problema de pesquisa surge. Você deverá demonstrar que está ciente dos fatores mais importantes que cercam o seu problema e da literatura que significativamente relata isso.
  • Não conclua que seu leitor conhece bem o assunto discutido;
  • Não simplesmente jogue as citações em forma de parágrafos. Saiba tornar o texto fluido e agradável. Utilize uma estrutura lógica.
  • Use as referências de forma eficiente. Não exagere. Seu projeto deve ter em torno de 25 páginas ao todo.
Problema de pesquisa: deve ser o foco da sua proposta, o ponto mais importante. Assim, evite perguntas muito genéricas cujas respostas sejam simplesmente “sim” ou “não”. Saiba valorizar o seu trabalho elaborando uma questão definida e delimitada de forma precisa.

Delineamento da metodologia: essa parte da proposta explica de forma breve o que você pretende fazer para desenvolver sua pesquisa. Pode ser importante que você descreva como terá acesso a certos tipos de informação. Se há problemas de acesso, descreva como serão solucionados. Se você recebeu acesso privilegiado a informações restritas ou obscuras, isso deverá ser reportado.
Cada pesquisa é diferente em sua descrição da metodologia, tendo em vista ser tecida especificamente para a coleta e análise de dados de um problema específico.

Resultados possíveis: o seu projeto é algo como um contrato no qual você se compromete a realizar determinadas tarefas com propósitos definidos. Portanto, controle a sua vontade de exagerar as promessas na tentativa de valorizar o seu trabalho. Apesar de você não conseguir prever quais serão os resultados exatos (se pudesse, pouca razão haveria em continuar a pesquisa), você deverá tentar ser relativamente preciso quanto a natureza e a extensão dos resultados. Certifique-se que os resultados se relacionam diretamente aos objetivos de pesquisa que você relatou no início do projeto. Você poderá ser mais genérico quando descrever o significado geral dos resultados


Lembretes adicionais:
- Sempre verifique as regras formais do seu programa de pós-graduação.

- Preste atenção nos tempos verbais. Seja consistente.

- Peça para que outros colegas de confiança leiam seu trabalho. Comentários diferentes são essenciais, desde que você saiba filtrar corretamente.

- O título, o objetivo e o problema de pesquisa têm necessariamente que estar alinhados entre si.

- Não desperdice tempo. Escreva o seu projeto de uma forma com que ele possa ser utilizado na dissertação sem trabalhos adicionais.

16 janeiro 2011

Para começar o projeto de pesquisa

Para começar o projeto de pesquisa - por Isabel Sales

O primeiro passo para se iniciar uma dissertação é elaborar um projeto de pesquisa. Começar a escrever talvez seja um dos momentos mais difíceis, no qual a ansiedade e o perfeccionismo conspiram para que o “branco de escritor” predomine. Para ajudar, sugiro o passo-a-passo elaborado por Nicholas Walliton em seu livro “Your Research Project”:

- Faça um levantamento de pesquisas diversas para identificar a sua área de estudo.

Postagens anteriores para inspirar:
Como ler um artigo acadêmico
Como achar um tema para uma pesquisa
Como escolher um tema para a monografia ou TCC


- Concentre-se em sua área, defina um problema de pesquisa e o transforme em uma pergunta ou hipóteses. Com base nisso formule também o título.

- Explique como a sua pesquisa irá se dirigir ao problema de pesquisa. (Como exercício, antes de escrever, explique a sua pesquisa em voz alta. Suas ideias poderão ficar mais claras).

- Decida como o problema pode ser pesquisado e desenvolvido na prática:
De que informações você irá precisar? Onde ou com quem conseguir essas informações? Qual equipamento ou software será adequado?

- Descubra quais técnicas de coleta de dados e qual metodologia de pesquisa serão as mais adequadas para te ajudar.

- Descreva, de forma breve, os resultados esperados e como as conclusões serão apresentadas. Verifique quais são os requisitos que seu programa de pós-graduação exige.

- Apresente a projeção de um cronograma de trabalho. E seja realista.

Lembre-se: primeiro escreva as suas ideias. Preocupe-se com forma e gramática em um momento posterior. Se o seu português não for bom, contrate um profissional para corrigir seus deslizes. Mesmo a mais brilhante das ideias será ofuscada por erros de concordância.

17 dezembro 2010

Como achar um tema para uma pesquisa?

Em postagens anteriores já comentei sobre como ler um artigo acadêmico e como escolher um tema para monografia.

Na minha faculdade gosto de orientar alunos que não possuem tema para fazer seu trabalho final de curso (no caso de aluno de graduação) ou que gostem das grandes áreas que eu costumo pesquisar (para alunos da pós-graduação). As pessoas parecem que já sabem da minha capacidade razoável de descobrir temas para uma pesquisa. Qual o segredo?

A palavra-chave é leitura. Através da leitura, de trabalhos científicos a textos de blogs na internet, nós encontramos perguntas interessantes que merecem serem respondidas através de uma pesquisa mais profunda. Mas o termo é muito amplo e irei detalhar mais nesta postagem.

1. Leia as Considerações Finais - A primeira forma de encontrar um tema para uma pesquisa na contabilidade é ler os artigos recentes que foram publicados em bons periódicos ou nos melhores portais de pesquisa. Se você gostou da pesquisa que leu, estude com atenção a parte final do texto. Nela, alguns autores fazem sugestão para pesquisas futuras, abordando aspectos que não foi possível discutir na pesquisa publicada. Geralmente são sutilezas da pesquisa, mas que podem comprovar as conclusões dos autores ou podem refutá-las. Entretanto, muitas vezes, ou os autores não trazem estas sugestões de pesquisas futuras ou as sugestões estão fora do alcance, seja pela dificuldade de executá-las.

2. Leia com atenção o desenho da pesquisa – Verifique o que os autores fizeram e certifique se não é possível alterar algo no método. Por exemplo, os autores compararam o desempenho das vendas com o comportamento do lucro. Ao analisar a pesquisa, você notou que os autores usaram o conceito de receita bruta. Mas você sabe que talvez este não seja a melhor variável de receita que se deve usar (e não é). Você pode refazer a pesquisa, com a receita líquida. Outra forma é verificar se as conclusões dos autores são válidas para outro período de tempo ou para setores específicos.

3. Leia os artigos de áreas correlatas – Ao ler um artigo sobre a maneira como as pessoas reagem a uma notícia do jornal, você pode imaginar uma pesquisa similar, com as mesmas técnicas, para verificar a reação das pessoas as informações contábeis. Esta adaptação pode ser feita, em alguns casos, facilmente. Com uma grande vantagem que você será o desbravador na área de contabilidade sobre aquele assunto.

4. Leia artigos que foram escritos em outros países – A leitura de um texto sobre a cobertura da imprensa e o retorno no mercado acionário, realizada nos Estados Unidos, pode inspirar você a replicar a pesquisa no Brasil.

5. Leia os artigos que ainda estão em produção – Em geral as universidades valorizam mais os artigos que já foram publicados em periódicos. Entretanto, alguns destes artigos levam anos antes que chegarem as páginas de um periódico de renome. No exterior e em outras áreas, os cientistas geralmente publicam seus artigos ainda em fase de elaboração; são os rascunhos, que irão receber as contribuições de outras pessoas. A leitura destes artigos em fase de produção permite que a escolha da sua pesquisa esteja mais coerente com os assuntos que estão sendo investigados agora pelos cientistas.

6. Leia os jornais. Temas atuais estão surgindo a todo o momento. As notícias sobre os problemas do Panamericano serão objeto de interesse dos pesquisadores. A questão da auditoria, sua confiabilidade, a manipulação das informações contábeis e a reação dos reguladores são temas óbvios que podem ser explorados a partir deste fato.

7. Leia a distribuição dos trabalhos nos principais congressos da área. Você irá observar que algumas áreas possuem mais trabalhos. Deve existir razão para isto: provavelmente são os temas do momento na área contábil. Mas atenção: áreas que não possuem trabalhos podem sinalizar que poucas pessoas estão fazendo pesquisas, sendo uma grande oportunidade para destacar seu tema: afinal, a concorrência é menor.

8. Leia a chamada de trabalhos. Existem congressos e periódicos que fazem chamadas específicas para determinados assuntos. Em geral estas chamadas são feitas com meses de antecedência, que permite, se você trabalhar muito, concluir uma pesquisa de qualidade. Assim, no passado, um periódico nacional fez uma chamada para trabalhos na área de saúde. Um bom trabalho de custo em hospital poderia ser interessante para os editores

9. Leia os títulos dos novos periódicos. A existência de um periódico sobre “finanças islâmicas” (que existe) pode indicar a existência de um campo específico de pesquisa: que tal estudar a questão contábil nos países islâmicos? Mas atenção: esta sugestão não é válida para o Brasil, já que nossos periódicos ainda são genéricos demais.

10. Leia tudo, inclusive blogs. Se você chegou ao final desta postagem, imagino que as dicas apresentadas aqui permitiram você pensar em um ou dois temas para sua pesquisa. Isto já é um bom começo.

17 abril 2007

Menos páginas

O número de páginas nas dissertações (e trabalhos científicos que não possuem limitação de páginas) está caindo. É uma constatação empírica, mas para ter certeza fiz um cálculo simples.

Tomei as 105 dissertações do mestrado Multiinstitucional (clique aqui para ter acesso) e peguei os número de páginas. Para simplificar não fiz distinção entre páginas de anexo, elementos textuais e outros.

Sei que a amostra é limitada, mas o que encontrei está de acordo com a minha teoria. O primeiro gráfico mostra todas as dissertações em ordem de defesa e o número de páginas de cada trabalho.



Como o número de pontos é razoavelmente grande, não é possível perceber uma tendência. Entretanto, nos anos recentes, tivemos algumas das dissertações com menor número de páginas.

O segundo gráfico permite uma visualização melhor. Para cada ano, exceto 2007 que possui 2 dissertações, foi calculada a mediana de páginas das dissertações. De uma mediana de 150 páginas em 2002, o ano de 2006 trouxe uma mediana de 122 páginas.



Qual a possível explicação para isso? Se acreditarmos no Padre Vieira, os alunos agora possuem mais tempo para escrever menos. Uma outra possível explicação é que estamos aprendendo com outras áreas, em particular a economia, que uma dissertação não precisa ter mais de 150 páginas para ser uma boa dissertação. Ou seja, não existe, aparentemente, relação entre qualidade e número de páginas. Pode ser também que os alunos já estão aprendendo que não é preciso ser extensivamente longos para serem corretos.