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Mostrando postagens com marcador Caixa Econômica Federal. Mostrar todas as postagens
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27 fevereiro 2019

Provisão para Caixa


  • Surgiu uma notícia que a Caixa estaria preparando uma provisão de 7 bilhões para o balanço do quarto trimeste
  • Amortizações no início de uma gestão é algo comum 
  • É sempre bom lembrar que a prudência voltou a fazer parte da estrutura conceitual. 

Segundo notícia da Forbes, a Caixa Econômica Federal estaria preparando uma provisão de 7 bilhões para “perdas esperadas com calotes no financiamento imobiliário e com a desvalorização de imóveis que foram retomados pelo banco”. Até o terceiro trimestre, o lucro da entidade seria 11,5 bilhões. A decisão seria a partir de uma ordem do novo presidente da Caixa.

A medida resulta da ordem de Guimarães [novo presidente da Caixa] para adoção de uma abordagem contábil mais conservadora em relação a possíveis prejuízos do maior financiador imobiliário do país, que tinha uma carteira no setor de R$ 440 bilhões em setembro. (...)

A decisão sobre a provisão extra está criando insatisfação dentro do banco. Entre altos diretores da Caixa envolvidos na confecção das demonstrações contábeis, a ordem de Guimarães está sendo interpretada como uma desautorização às práticas adotadas até a virada do ano, que tinham aval de auditores independentes, do Banco Central e do Tribunal de Contas da União (TCU).

“Mas é pior do que isso, ele [Guimarães] está mudando a prática contábil sobre uma gestão que não é dele”, disse a fonte. “Se fosse fraude, ele deveria comunicar isso para as autoridades competentes, mas não é o caso”, disse.

Mas a movimentação de Guimarães, que tomou posse no começo de janeiro, também tem incomodado funcionários da Caixa que tomaram conhecimento do assunto, uma vez que a provisão extra significará redução do montante que será distribuído aos empregados na forma de participação dos lucros.

A prática de um novo gestor tornar a contabilidade mais conservadora é algo corriqueiro no mundo dos negócios. Isto permite que no futuro o gestor tenha "mais folga" para lidar com os eventuais problemas. Além disto, é uma maneira de marcar o início da gestão - cinicamente "culpando" a gestão passada pelos problemas.

Assim, o argumento que o novo presidente estaria mudando a prática contábil sobre uma gestão passada não procede.

É sempre bom lembrar que o exercício da prudência é agora novamente um item da estrutura conceitual. Ser mais prudente não pode ser condenado como uma "desautorização das práticas adotadas". (Ops, esqueci que o CPC ainda não traduziu a estrutura do Iasb)

21 agosto 2018

Auditoria

Parece notícia velha. Em lugar da PwC, entra a KPMG. Em lugar da BHS, uma empresa de moda chamada Ted Baker. A multa foi de 2,1 milhões de libras aplicada pelo FRC, o que mesmo que multou a Price há dias. O motivo foi a KPMG ter prestado serviço de perícia para Ted Baker

Enquanto isto no Brasil, na divulgação do balanço da Caixa, o parecer da PwC foi com ressalva:

A PricewaterhouseCoopers (PwC) manteve ressalvas no balanço do segundo trimestre da Caixa devido a investigações de supostos casos de corrupção envolvendo executivos do banco público. A consultoria explica que as demonstrações financeiras da instituição estão adequadas com exceção da seção “base para opinião com ressalva” uma vez que as ações em questão estão em andamento e os possíveis impactos decorrentes não são conhecidos.

“Consequentemente, não foi possível determinar se havia necessidade de ajustes ou divulgações adicionais relacionados a esse assunto sobre as demonstrações contábeis consolidadas em 30 de junho de 2018”, acrescenta a PwC, em relatório que acompanha as demonstrações financeiras da Caixa.

A EY foi recentemente punida pela CVM por não respeitar as normas de contabilidade na empresa TPI em 2012 com uma multa de 650 mil reais. O auditor foi suspenso por dois anos. A EY regateou o valor e reduziu para 350 mil.

Este é também o valor que será pago pela PwC por problemas na auditoria da ALL de 2012 a 2014. O problema foi a contabilização da ALL no capital da Vetria Mineração:

Segundo a área técnica, os registros contábeis referentes à aquisição do controle compartilhado da Vetria, bem como aqueles referentes aos reflexos da utilização da contabilidade de hedge, não teriam representado adequadamente os eventos econômicos e os desdobramentos ao longo do tempo, de forma que estariam em desacordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

24 janeiro 2018

Empréstimos para estados e municípios

O TCU estaria investigando os empréstimos dos bancos públicos federais para estados e municípios. Somente a Caixa Econômica teria concedido empréstimos de 3,4 bilhões de reais em 2017. A União é o acionista controlador da instituição financeira e assumiria o risco de um eventual calote. Além disto, a concessão de empréstimo estaria sendo usado de maneira política por parte do governo:

a intenção dos técnicos do TCU é avaliar a postura dos bancos na concessão desses empréstimos, principalmente diante da “solução” encontrada por eles para driblar o endurecimento das regras do Tesouro, de conceder financiamentos sem garantia da União. Essas operações não são ilegais, mas têm maior risco. O temor do TCU é que uma dose exagerada desses empréstimos pode comprometer a saúde financeira das instituições e onerar a União.