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22 março 2017

Resenha: Big Little Lies

Em 2014, eu comentei que li Big Little Lies. Nele a personagem Jane é uma contadora. Esse foi o primeiro livro da Liane Moriarty que li e a achei uma ótima autora. E com um sobrenome muito legal heim *.* #SherlockHolmes

O livro agora está sendo apresentado em forma de minissérie pela HBO e, milagre, a protagonista ainda é apresentada como uma contadora e não seguiu a linha tradicional de Hollywood que substitui contadores por advogados ou atuários. (Confesso que esse foi o principal motivo para eu correr para assistir a série.)

Na verdade eu tenho um emprego de meio período

O que você faz?

A melhor profissão de todas... Sou uma super-heroína e cuido sozinha do meu filho, além de ser contadora...
A história tem uma visão ampla de diversos personagens, mas fixa basicamente três mulheres. As três têm filhos iniciando a primeira série naquele ano e uma delas acabou de chegar na cidade. E há um assassinato. Alguém morre na noite de jogos realizada pela escola. Você não sabe quem morre. Você não sabe quem é o assassino.

A narração se inicia mais ou menos duas semanas antes do crime e apresenta alguns trechos de depoimentos feitos após aquela noite. Há intercalação entre o passado, desde quando Jane chegou à cidade, e o presente, quando a polícia está apurando os fatos.

Quando li o livro fiquei mais voltada para o mistério que ocorre na história: alguém morreu. Mas como? Quem? Foi a Jane que ocultava o seu passado e acreditava que bullying no parquinho não se tratava apenas das crianças? Foi a Madeline, que se esforçava tanto para se conectar à sua filha do primeiro casamento? Foi a bela Celeste, cuja vida perfeita esconde um segredo horrível?

Na série percebi melhor a parte sobre o relacionamento entre mulheres, entre casais, entre pais e filhos. Trata também da inocência, ou não, de lindas e abastadas criancinhas e de escândalos domésticos de uma forma curiosa, que não segue os clichês habituais.

De forma geral, e acho que era de se esperar, a série é um pouco devagar. Frequentemente eu me pegava fazendo alguma outra coisa enquanto a assistia, por ficar um pouco entediada. Acho que a Reese Whiterspoon, uma atriz eu adoro, me ajudou a continuar assistindo aos episódios. A série não é fantástica, mas não é ruim. O livro é ótimo e faz com que você não consiga parar de ler para descobrir os mistérios... e como ao invés da tradicional adaptação para filme, escolheram a minissérie, muita coisa é enrolada para preencher os sete ou oito episódios.


Há algumas mudanças em relação ao livro. Nada muito aberração até agora. Fiquei desanimada ao ler que talvez mudem a pessoa que foi assassinada. Na época em que li achei a trama muito bem elaborada, com um ótimo fim. Gosto de pensar que a autora fez relevantes ponderações e colocou pistas bem pensadas ao longo do caminho para que a solução do mistério fizesse sentido. Se simplesmente mudarem isso, perde um bocado da emoção. Dá a impressão que as pistas devem ser desconsideradas... Eles podem randomicamente escolher qualquer um. E fãs de mistérios “quem fez?” (whodunnit) não apreciam muito isso. Há razão para ódio entre os personagens, mas ter a natureza assassina e motivo o suficiente para isso não é tão comum. Vamos ver no que dá...

Até no mudo fictício está difícil arrumar emprego
Vale a pena: Sim, se você conseguir assistir o primeiro episódio até o final, vale continuar para ver a solução da história, mesmo sendo a um passo lento. Se você gostar muito de suspense, recomendo o livro.