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27 julho 2020

Acusação com glossário

Um notícia portuguesa sobre o processo de investigação do Espírito Santo, um dos escândalos ocorridos no país europeu.

A acusação no Universo Espírito Santo tem 4.117 páginas. Um processo denso com 25 acusados: 18 pessoas e 7 empresas, acusadas de 348 crimes.

Sendo um processo técnico em termos económicos, o Ministério Público optou por colocar um glossário antes de explicar a acusação. E só para esse fim ocupa 37 páginas, mais de 40 mil caracteres.


O Jornal Econômico fez uma listagem dos termos. Note que um texto com mais de 40 mil caracteres corresponde a cinco artigos científicos, aproximadamente.

Cartoon aqui

17 abril 2019

Auditoria do Banco Espírito Santo é punida

Em 2014, o banco português Espírito Santo apresentou uma série de problemas. Deste banco, foi criado o Novo Banco, que também não escapa das dificuldades de uma instituição financeira. Desde 2014, o papel dos gestores e dos auditores tem sido questionado.

Agora, o Banco de Portugal acusou a auditora do BES por informação incompleta e falsa, entre 11 de fevereiro a 30 de maio de 2014. Além da condenação da empresa de auditoria, a KPMG, dois auditores também foram condenados. A KPMG deve pagar um multa de 3 milhões de euros. Os dois auditores a uma multa de 825 mil euros, o que totaliza uma punição de 3,825 milhões de euros.

14 dezembro 2018

BES: mais um capítulo

O Banco Espírito Santo ou BES foi fundado em 1869 e chegou a ser a segunda maior instituição financeira portuguesa privada em ativos. Em 2013, quando era presidido pelo neto do fundador, Ricardo Salgado, o BES divulgou um prejuízo de 95 milhões de euros. Em 2014, a auditoria mostrou irregularidades nas contas e alertou para situação do banco. No meio daquele ano, o banco informou a existência de ativos de baixa qualidade no valor de 4 bilhões de euros. Suas ações caíram de 1,05 euro para 0,17. Em agosto, o Banco de Portugal injetou quase 5 bilhões de euros, encampando o banco. Os ativos de boa qualidade foram usados para constituir o Novo Banco; os ativos de baixa qualidade permaneceram no BES. E mesmo o Novo Banco não tem apresentado um desempenho adequado.

Desde 2002 a KPMG era a empresa responsável pela auditoria do BES. E somente em 2014 que a empresa de auditoria percebeu os problemas do BES. Mas durante mais de vinte anos, o BES manteve uma contabilidade paralela, segundo os documento do Panamá Papers.

Agora um conjunto de pessoas que se sentiram levadas com o BES entraram na justição pedidndo um 500 milhões de euros dos antigos dirigentes do BES e da empresa de auditoria, a KPMG. O volume é bem superior ao que geralmente é pago por empresas de auditoria envolvidas em escândalos contábeis. (Imagem, fonte aqui)

06 abril 2018

Imparidade em um Banco Novo

É um caso curioso, envolvendo banco, regulador e imparidade. Em Portugal, em 2014, o regulador fez um intervenção no Banco Espírito Santo, separando-o em duas instituições: a primeira, com as operações com qualidade, que incluía os depósitos, foi denominada de Novo Banco (NB); a segunda, com os créditos de baixa qualidade, continuou com a denominação de Banco Espírito Santo. A operação era no sentido de evitar o contágio do sistema financeiro do país ibérico.

Um fundo governamental, denominado de Fundo de Resolução, tornou-se único acionista do NB. Sendo um banco novo, formado somente com ativos de qualidade, esperava-se que a instituição apresentasse lucro e que as operações não tivessem problemas com o teste de impaiment.

Eis o que ocorreu depois:

2014 = NB tem lucro de 430 milhões de euros
2015 = prejuízo de 980 milhões de euros
2016 = prejuízo de 788 milhões
2017 = prejuízo de 1.400 milhões de euros

E em todos estes anos, o NB teve amortização do ativo em razão da imparidade. Neste período, o NB é vendido, com a condição de que o Fundo de Resolução arque com os prejuízos potenciais dos créditos antigos, com um limite.

Com o resultado de 2017, o FdR [Fundo de Resolução] terá de injectar no NB 792 milhões de euros.

Os portugueses estão aprendendo a diferença entre nacionalização e venda:

Ou seja, neste caso a diferença entre a nacionalização e a venda à Lone Star [novo acionista do NB] é que na primeira teríamos de arcar com os prejuízos mas o activo era nosso, enquanto na segunda arcamos com os prejuízos mas 75% do activo é da Lone Star que, daqui a três anos, o irá vender.

10 abril 2016

Grupo Espírito Santo e Panama Papers

El Grupo Espírito Santo (GES), uno de los principales emporios empresariales de Portugal hasta su colapso en 2014, mantuvo una contabilidad paralela en secreto durante 21 años, según figura en los papeles de Panamá.

El GES utilizaba la empresa Espírito Santo Enterprises -creada en 1993- para realizar pagos fuera de los circuitos oficiales, según publica el semanario luso Expresso, uno de los medios que integra el Consorcio de Periodistas de Investigación (ICIJ, en ingles) que destapó el escándalo.

Por la compañía -que ya se encontraba en el punto de mira de la Fiscalía lusa- pasaron más de 300 millones de euros y sirvió para entregar "dinero y patrimonio de forma camuflada a destinatarios todavía no identificados".

La ES Enterprises, que no apareció nunca en las cuentas oficiales del grupo, fue creada en 1993 por el núcleo duro de la familia Espírito Santo y estaba presidida por Ricardo Salgado, expresidente del Banco Espírito Santo. (...)

Fonte: Aqui

21 maio 2015

Espírito Santo

La última parte de la auditoría realizada sobre la caída y muerte del Banco Espírito Santo (BES) no es más suave que la primera, entregada hace un par de meses. La auditora Deloitte califica de "gestión ruinosa" la actividad de los últimos años del BES.

La "gestión ruinosa" fue a costa de los depositantes, de los inversores y de los acreedores y fue practicada por los directivos del Grupo Espírito Santo, que dirigía Ricardo Salgado, conocido como Dono disto tudo (dueño de todo esto).

Deloitte señala que se realizó una disminución artificial del pasivo del Espírito Santo International, sin que el BES, con información suficiente para detectarlo, expresase disconformidad alguna. La auditora recuerda que el BES siguió vendiendo a los ahorradores papel comercial del Grupo Espírito Santo que, ahora, no vale nada.

Rara es la semana que grupos de ahorradores no se manifiestan ante las oficinas de Novo Banco o del Banco de Portugal para exigir que les devuelvan el dinero que habían invertido en un papel comercial vendido como del BES pero que, en realidad, era del grupo de empresas de la familia Espírito Santo.

Deloitte acusa al equiupo directivo, encabezado por Salgado [foto] y Morais, de "violación de deberes" en el control interno del banco así como de desobediencia a las reglas impuestas por el supervisor.

El gobernador del Banco de Portugal, António Costa, en su comparecencia en el Parlamento de la nación, acusó a Salgado de haber desobedecido en 21 ocasiones las órdenes dictadas por el banco central.

La caída del BES arrastró también a Portugal Telecom, que de fusión pasó a la absorción por parte de la brasileña Oi, que, finalmente, ha vendido la operadora portuguesa al fondo franco-luxemburgués Altice. (...)

Fonte: El País

04 novembro 2014

Segredo

Segundo o jornal Estado de S Paulo, a auditoria realizada pela PwC irá apontar que os executivos da Portugal Telecom sabiam da aplicação que a Portugal Telecom fez de 900 milhões de euros numa empresa do grupo Espírito Santo. A aplicação ocorreu antes da fusão entre a PT e a empresa Oi. O "desaparecimento" de 900 milhões de euros da PT levantou dúvidas sobre a união das duas empresas. Entre os executivos que sabiam da operação que resultou na redução de 900 milhões de euros do caixa da empresa está o ex-presidente da Oi, Zeinal Bava.

20 outubro 2014

Espírito Santo


Sobre os problemas que ocorreram com o Banco Espírito Santo, o Wall Street Journal (via Valor) questiona os reguladores e auditores

(...) O longo período que as práticas duraram levanta novas questões sobre o modo como reguladores e auditores falharam em detectar os riscos crescentes dos métodos de financiamento do banco. Muitos dos veículos externos usados para captar recursos ao banco foram auditados pela KPMG LLP, que também auditou o Banco Espírito Santo.

Uma porta-voz da KPMG disse que a firma "defende a qualidade" do trabalho de auditoria que suas unidades executaram para o banco e para os veículos internacionais, e que os auditores de Lisboa ajudaram a identificar problemas no banco no início do ano. O Banco de Portugal disse que não tinha poder para supervisionar as empresas não financeiras do grupo ou afiliadas do banco em outros países. "Ainda assim, foi o Banco de Portugal que descobriu a situação do Espírito Santo no fim de 2013, imediatamente aplicando" medidas para proteger o banco, disse o BC. Reguladores em outros países onde o banco operava apenas tinham que supervisionar unidades locais. (...)

02 setembro 2014

KPMG e BES

O problemas do Banco Espírito Santo chamaram a atenção para sua empresa de auditoria. A KPMG é responsável desde 2002 pelas contas do banco português. Em 2011 o BES renovou o contrato com a empresa de auditoria, apesar da recomendação em sentido contrário do regulador português. A argumentação da renovação é quase sempre a mesma: a KPMG conhecia as operações do banco e poderia fazer uma auditoria melhor por este motivo. Além disto, a KPMG também fazia auditorias para dezenas de empresas coligadas e veículos de investimento do BES fora de Portugal.

A Reuters anunciou que a KPMG resolveu reprovar as demonstrações do BES publicadas na segunda. A empresa afirmou que as demonstrações não forneciam ajustes e informações adicionais sobre o resgate do banco pelas autoridades:

A empresa de contabilidade disse que "a classificação, possibilidade de recuperação e realização dos ativos, como também de pagamentos de suas dívidas registradas nos resultados financeiros em 30 de junho são incertos". A KPMG disse também que o critério de avaliação dos ativos transferidos ao Novo Banco ainda não estão claros.
A KPMG acrescentou que as provisões feitas pelo BES para lidar com a dívida do grupo Espírito Santo vendida a seus clientes de varejo podem não ser suficientes e que o banco arrisca ter de fazer mais contingências, que até agora não foram especificadas

05 agosto 2014

Curso de Contabilidade Básica: Efeito na Empresa

Quando uma empresa apresenta suas demonstrações contábeis, o conteúdo deve mostrar para o usuário os potenciais efeitos de problemas externos sobre o seu desempenho futuro. Esta parte é denominada de gerenciamento de risco ou outra denominação próxima. (Já comentamos sobre isto anteriormente).

Mas nem sempre é possível prever todos os riscos potenciais. Em alguns casos, problemas no ambiente podem ter efeitos sobre a empresa, sem que isto tenha sido considerado nas demonstrações contábeis da empresa. Nesta situação cabe ao usuário verificar como estes problemas podem afetar o desempenho futuro da empresa.

Considere o exemplo do Banco Bradesco. Esta entidade, que possui um ativo de 930 bilhões de reais, divulgou seu relatório trimestral recentemente. Mas nos últimos dias surgiram notícias sobre os problemas que estão ocorrendo no Banco Espírito Santo, uma instituição financeira portuguesa. Isto poderá ter efeito sobre o desempenho do Bradesco de duas formas: pelo contágio e pelo fato do Bradesco possuir ações desta instituição.

Numa das notas explicativas sobre a composição dos investimentos do Bradesco, apresenta-se o Bradesco possuía 4 bilhões em ações de companhias abertas com a seguinte observação:

Contempla ações do Banco Espírito Santo S A (BES), representada pela participação de 3,9% em seu capital, cujo valor de custo atualizado monta em R$593.950 (...) e o respectivo ajuste a valor de mercado em R$ (194 634) mil (...). Nos próximos meses, assim como ocorre em outros ativos financeiros e não financeiros, o Bradesco estará avaliando a evolução futuro do valor de mercado desse ativo, com intuito de evidenciar se há uma perda permanente.

Ou seja, o Bradesco possui quase 4% do BES, com o valor de custo de quase 600 milhões de reais. Mas o próprio Bradesco já informou que este investimento possui um “ajuste a valor de mercado” de 195 milhões e que poderá reavaliar o que irá ocorrer com este ativo.

O que isto representa para o Bradesco? Os 600 milhões de reais correspondem a 0,06% do ativo do banco. Ou 0,18% dos Títulos e Valores Mobiliários. Ou 16% do lucro do último trimestre. Se fosse dado uma baixa integral neste investimento, o lucro do Bradesco reduziria de 3,8 bilhões para 3,2 bilhões. Ou seja, os problemas do BES talvez não sejam um grande problema para o Bradesco.

Mas existe uma questão importante. O fato de o Bradesco possuir ações numa outra empresa que está em dificuldades pode ser um sinal de que este banco não está tomando boas decisões. Esta é uma percepção que pode provocar mais problemas do que o próprio investimento realizado no BES. Uma forma de observar isto é olhar o comportamento das ações do Bradesco no mercado acionário. A seguir temos o que ocorreu com uma das ações do Bradesco nos últimos cinco dias:

A ação que possuía um preço um pouco acima de $36 caiu quase um real na quinta e sexta ou 3%, quando surgiram várias notícias sobre o BES. Assim, tudo leva a crer que os problemas do BES não irão incomodar muito o Bradesco.

Após concluir a redação desta postagem foi anunciado que o Bradesco irá promover a baixa de 100% do valor contábil do investimento. Segundo os jornais, isto corresponde a 356 milhões.

Notícias do BES

No final de semana apareceram algumas importantes novidades sobre o futuro do BES. Comenta-se em colocar quase 5 bilhões de euros no Banco. É a primeira vez que a Europa se une para salvar um banco. O banco terá seus ativos separados, com a parte boa sendo denominada Novo Banco. O modelo de resgate foi aplaudido pela Comunidade Européia.

De qualquer forma, o Bradesco, que possui ações do BES, anunciou baixa contábil de 100% do investimento, no valor de R$356 milhões.

02 agosto 2014

Fato de Semana

Fato da Semana: A divulgação dos resultados do Banco do Espírito Santo. Nesta semana esta instituição financeira portuguesa divulgou um prejuízo bilionário em euros. O principal motivo foi as decisões ruins de alocação de recursos, que agora estão sendo reconhecidos.

Qual a Relevância disto?  O banco é português, mas possui interesses em empresas de telecomunicações brasileiras. Mas o fato desta importante instituição financeira está em dificuldades, isto pode provocar um impacto no próprio sistema financeiro europeu.

Nestas situações a contabilidade é a mensageira das notícias ruins. As demonstrações publicadas mostram a situação ruim da instituição, mas pode lançar algumas discussões importantes sobre o momento que o BES fez o lançamento das baixas, por exemplo. Outra questão é a necessidade de aprimorar os mecanismos de controle interno e de governança corporativa.

Positivo ou negativo?Problemas podem ser positivos se as instituições reguladoras conseguirem melhorar seus mecanismos de gestão. Mesmo que isto tenha efeitos ruins sobre o mercado.

Desdobramentos: Como o regulador português irá agir diante do problema financeiro do BES? Provavelmente o BES seja “muito grande para falir” e deva receber algum tipo de socorro.


Outros fatos: muitos eventos: caso Santander, crise da Argentina, Código do IBGC, entre outros assuntos poderiam ser destaques na semana. 

01 agosto 2014

Curso de Contabilidade Básica: O que causou o prejuízo?

Quando uma empresa apresenta um resultado ruim, o usuário das informações contábeis deverá tentar identificar as razões do desempenho. Como em geral o “resultado” refere-se ao lucro líquido, a primeira demonstração a ser analisada deverá ser a demonstração do resultado. Para isto é importante fazer uma comparação entre o desempenho do período e de outro período, para descobrir a razão do problema. Em muitos casos não existe uma resposta simples; mas existem situações onde a resposta “salta aos olhos”.
Vamos olhar o caso do Banco Espírito Santo. É uma instituição financeira portuguesa que apresentou um prejuízo substancial. O assunto foi objeto de reportagens de jornais de diversos países. Como em geral uma instituição financeira é o melhor negócio do mundo (e uma instituição financeira mal administrada é o segundo melhor negócio do mundo), quando um banco apresenta prejuízo isto chama a atenção. Vejamos o caso do Banco Espírito Santo:
O resultado líquido do primeiro semestre de 2014 foi de 3,7 bilhões de euros de prejuízo. Um valor muito superior aos 238 milhões de euros do mesmo período do ano passado. Onde estaria a origem dos problemas do BES? Verifique na demonstração acima que as contas de “provisão” e “imparidade” apresentaram um grande aumento. As provisões líquidas foram de 1,4 bilhão de euro, a imparidade do crédito aumentou de 553 milhões para 2131 milhões de euros e a imparidade de outros ativos aumentou em mais de 400 milhões.

Isto significa dizer que a gestão do Banco do Espírito Santo está reconhecendo agora que algumas decisões de crédito para terceiros foram ruins e não trarão retorno para a entidade; e que alguns investimentos, em outras empresas, por exemplo, não irão gerar retorno.

Uma consequência deste desempenho é a redução do patrimônio líquido do BES (denominado a seguir como “Capital Próprio”):

O total do capital próprio reduziu de 7 bilhões de euros para 4,2 bilhões em seis meses.

21 agosto 2007

BDO: nova Andersen?

Desde que foi condenada pela justiça de Miami a pagar uma indenização ao Banco Espírito Santo, a BDO Seidman corre o risco de fechar. Esta empresa de auditoria é a quinta maior do mundo e no Brasil é representada pela Trevisan.

Uma reportagem da Gaceta de los Negocios faz um resumo do dilema desta empresa:

El fantasma de Arthur Andersen se cierne sobre BDO Seidman
Gaceta de los Negocios - 21/08/2007

La firma es condenada a pagar una indemnización que es incapaz de afrontar
E. Úriz

El mundo de la auditoría sigue aún conmocionado por la desaparición de Arthur Andersen —en 2002, a raíz del caso Enron —, cuando una nueva firma ve peligrar su futuro, BDO Seidman. El miembro norteamericano de BDO International ha sido condenado por un juzgado de Miami a pagar 387,3 millones de euros —126,2 millones en concepto de compensación y 261,1 millones de indemnización punitiva por daños y perjuicios— al banco portugués Espirito Santo por no haber detectado las irregularidades que llevaron a la quiebra de la empresa de factoring E.S. Bankest en 2003. La cifra está por encima de las posibilidades del grupo.

El presidente, Jack Weisbaum, ha reconocido que, si no lograsen revertir la sentencia, la firma “no podría hacer frente al pago de la indemnización puntiva” y que podría verse obligada a reducir su plantilla —que ahora cuenta con 3.800 profesionales—. Los 387,3 millones de euros que se le solicitan suponen el 88,5% de sus ingresos en 2006 (437,3 millones de euros) y equivalen a sus beneficios acumulados de tres ejercicios.

Además, Weisbaum ha manifestado su preocupación por la mala imagen que les crearía el fallo. “Desde luego no tendríamos la apariencia que tenemos ahora”, ha declarado Weisbaum, que teme una depreciación de la marca BDO en todo el mundo y una pérdida de clientela.

De momento, BDO Seidman sólo puede apelar la decisión y esperar el nuevo fallo. Para ello, deberá aportar una fianza de más de 37 millones de euros, tal y como requiere la ley estatal. “Tenemos un seguro para cubrir esto, pero no puedo hablar de cuál es el montante del seguro”, ha señalado Weisbaum.

Esta vez, la defensa de BDO Seidman será un ataque contra Espirito Santo, al que acusará de haber sido consciente del fraude —tenía cuatro ejecutivos en la junta directiva de Bankest— y, por tanto, cómplice.

El fin de E.S. Bankest

Espirito Santo y Bankest Capital se unieron en 1998 para constituir E.S. Bankest, una sociedad dedicada a comprar facturas de otras compañías.

BDO Seidman no reflejó ninguna anomalía en sus auditorías. Espirito Santo asegura que esa aparente salud financiera de E.S. Bankest le llevó a conceder a la compañía un préstamo de 104 millones de euros y una línea de crédito de más de 22 millones de euros.

Al menos nueve directivos de E.S. Bankest participaron en los hechos. Su entonces presidente ha sido condenado a 20 años de prisión.

El nuevo veredicto determinará el destino de BDO.

14 agosto 2007

Banco português irá receber 170 milhões de auditoria

A auditoria BDO Seidman irá pagar 170 milhões de dólares pelos problemas causados de negligência ao Banco Espirito Santo, divulgou hoje a imprensa internacional. O julgamento ocorreu na Flórida, Estados Unidos.

A empresa de auditoria afirmou que irá apelar do julgamento. (Clique aqui para ler)

16 junho 2007

Banco Espirito Santo x BDO

Artigo da Reuters e do Wall Street Journal (BDO Is Found Guilty of Negligence in Fraud, David Reilly, 16/06/2007) informa que um juri da Flórida condenou a empresa BDO por negligência que levou a perda de 170 milhões de dólares a investidores.

A condenação deixou aberta a possibilidade de punição, que pela lei da Flórida seria o triplo do montante que os investidores reclamam.

A condenação é uma vitória para o Banco Espírito Santo SA, de Portugal, que reclamava da negligência da empresa de auditoria.

06 março 2007

Bobagem de um advogado

Como um advogado pode por tudo a perder. Caso divulgado pela Agência Lusa (EUA:Juiz declara nulidade de um processo intentado pelo Banco Espírito Santo, 05/3/2007)



Miami - Um juiz declarou hoje a nulidade de um processo intentado pelo Banco português Espírito Santo (BES) contra a firma de contabilidade norte-americana Bdo Seidman LLP num caso de fraude que envolve 170 milhões de dólares.

A decisão foi tomada depois de um advogado do BES ter mencionado o suicídio de um dos executivos da empresa norte-americana, indo assim contra as ordens do juiz.

O juiz do condado Miami-Dade José M. Rodriguez concordou com a Bdo Seidman de que a empresa não podia ter um julgamento justo.

Um advogado do Banco Espírito Santo mencionou a semana passada o suicídio quando interrogava uma testemunha. O juiz tinha proibido qualquer referência ao suicídio numa ordem emitida antes de o julgamento começar.

O Banco Espírito Santo pôs em 2004 uma acção em tribunal contra a Bdo Seidman acusando-a de não ter revelado uma fraude de um antigo parceiro do BES, E.S. Bankest LLc.

O BES disse que a Bdo Seidman, contratada para fazer uma auditoria às contas do Bankest, não detectou as fraudes que começaram no final dos anos 90, em parte porque a firma tinha relações financeiras com outro parceiro do Bankest.

Um advogado que representa a Bdo Seidman, Mark Schnapp, argumentou que o júri iria associar o suicídio com a descoberta da fraude dos serviços financeiros da firma, uma ligação que nunca foi sugerida.

A audição das testemunhas do abortado julgamento começou no final de Janeiro. Foi marcada uma reunião para quarta-feira para planear um novo julgamento.

A Bdo Seidman elogiou a decisão do juiz num comunicado e condenou o que qualificou de observações "altamente prejudiciais e inflamatórias" do advogado do BES.

"Estas observações foram apenas o último exemplo de como os queixosos tentaram distrair o júri dos factos do caso, (Ó) através de insinuações impróprias que não tinham base neste julgamento", assinala o comunicado da firma norte-americana.

Steven Thomas, um advogado do Espírito Santo, disse que os advogados da Bdo Seidman tinham-se orientado desde o início para que o processo fosse declarado nulo. A referência do seu colega ao suicido não foi intencional, disse.

"Estamos desapontados mas respeitamos a decisão do juiz", frisou Thomas.